Enquanto a imprensa do mundo inteiro dizia que o impeachment
era um golpe, a grande mídia brasileira insuflava manifestações de grupos da
direita para pedir o afastamento da presidenta legitimamente eleita.
Segundo a pesquisa, 43,5% dos entrevistados entenderam que
impeachment foi um evento "normal" que "faz parte do processo
democrático". Outros 8,6% não sabem dizer.
O levantamento foi feito pelo Instituto da Democracia e da
Democratização da Comunicação, ligado ao Instituto Nacional de Ciência e
Tecnologia (INTC), envolvendo universidades e pesquisadores de diversas
instituições acadêmicas. A pesquisa foi realizada em março deste ano, entre os
dias 15 e 23, com 2.500 pessoas domiciliares em 179 municípios.
Segundo o coordenador da pesquisa, o cientista político
Leonardo Avritzer (UFGM), uma série de fatores políticos após o impeachment
contribuíram para esse resultado. "É uma maioria que parece ter sido
formada após o afastamento de Dilma", diz.
Entre os eventos, ele cita a gravação que derrubou o senador
Romero Jucá (MDB-RR) do ministério do governo Michel Temer logo no início da
gestão. Trata-se da conversa de Jucá, braço direito de Michel Temer, com o
ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em que o senador afirma que havia
uma articulação para derrubar a Dilma e "estancar a sangria" da Lava
Jato.
Ele cita ainda que os R$ 51 milhões encontrados em malas num
apartamento cedido ao também ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB-BA) e o
flagrante contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que teve conversa gravada com
o empresário Joesley Batista.
A realidade é que a mídia e a direita venderam a tese de que
o mundo seria colorido com a saída de Dilma e que os governos progressistas
foram os responsáveis por todas as mazelas do país. O inconformismo da derrota
nas urnas levou o senador Aécio a se aliar om Temer, acreditando que o
resultado seria a sua eleição em 2018. A senha golpista tomou conta e o golpe
sem crime foi aprovado.
Impóndo uma agenda diferente da que foi aprovada pelas
urnas, Temer se tornou o presidente mais impopular da história e promove o
desmonte do Estado, com privatizações e retirada de direitos.
Lula
Realizado antes da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, o levantamento também apontou que a condenação do ex-presidente pelo
juiz Sergio Moro também foi rejeitada.
De acordo com a pesquisa, 27,6% discordavam muito da
condenação e 11,5% discordavam pouco. Outros 10,3% não concordavam nem
discordavam. E 5% não quiseram ou souberam responder.
Do Portal Vermelho, com informações de agências
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