quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Em terra de sapo, de cócoras com eles


Antropólogos, psicólogos e outros estudiosos das ciências humanas afirmam que o homem é um fruto do meio; ou seja, o homem como um ser social é antes de tudo, regrado por um conjunto de leis ou normas dentro de sua coletividade. Trocando em miúdos, o homem é um ser influenciado pelas idéias e pelos conceitos de seu meio social.

Alguém da classe dominante dita as regras, mostra o que é certo e o que é errado, determina o que é ordem ou desordem e o homem do senso comum digere tudo sem questionar, aceita como certas e ignora que na verdade está sendo moldado, lapidado para o proveito de alguém, para atender aos interesses, ao deleite de algum ditador das regras a serem seguidas.

O escritor e poeta paraibano Augusto dos Anjos taxou de fera o homem inserido no sistema competitivo, onde competir com seu semelhante é uma forma de manter-se inserido e não à margem da sociedade. Disse ele: “O homem que neste mundo vive entre feras, sente inevitável necessidade de também ser fera”.

Neste caso, o homem, apontado pela filosofia como um ser racional, torna-se tão ou mais irracional do que os outros animais naturalmente desprovidos de razão.

O homem será exatamente igual ao meio que ele estiver inserido. Se está entre sapos, se porá de cócoras como os sapos, se estiver entre as feras, agirá como as feras.

Desta forma, cada um se identifica e forma os seus sub-grupos dentro da sociedade. “As aves da mesma plumagem andam juntas”.

As aves canoras não estão em meio aos urubus, muito menos as pombas estão entre as aves de mal agouro.

Assim são os homens como ser social, ele é um fruto do seu meio, se avaliarmos seu convívio, saberemos muito sobre sua personalidade e seu comportamento.

Mateus Brandão de Souza - Graduado em história pela FAFIPA

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