quarta-feira, 29 de abril de 2020

Motoradio

Companheiro das horas de entretenimento, por três décadas, 60,70 e 80 os aparelhos receptores de ondas de rádio da Motoradio foram populares no Brasil. Qual amante de futebol hoje com mais de 40 anos não acompanhou uma partida do seu clube do coração usando um aparelho destes?

Motoradio 6 Faixas a pilha
Motorádio foi uma empresa paulista fundada em 1942 pelo imigrante japonês Hiroshi Urushima em São Paulo. No ano de 1963 cuja principal atividade, em seu início, foi a fabricação de auto-rádios, foi o primeiro fabricante brasileiro destes aparelhos.

Na década de 1960, o melhor jogador de uma partida de futebol era premiado por um Motorádio pela TV Tupi.

De 1970 a 1978 manteve com a poderosa Sony uma associação (Sony-Motorádio), por meio da qual a empresa brasileira fabricava radiogravadores, aparelhos de som e televisores vendidos pela Sony.

No inicio da década de 1990, a massa falida da Motorádio é adquirida pela empresa Audiomótor Comercial e Industrial Ltda. que utiliza a marca MOTOBRAS sendo hoje um grande fabricante de rádios portáteis e auto rádios, a maioria com Ondas Curtas. A fábrica está atualmente situada na cidade de Brasópolis, MG conta com escritório também em São Paulo.


Fonte: Wikipédia

terça-feira, 28 de abril de 2020

Zilomag - A marca da qualidade

Da série - Rádios Antigos
Via O Antiquário


 Rádio ZILOMAG modelo ET 635 - 1958 - Doação dos amigos Airton e Ellen Bier.
“A marca da qualidade”, essa era a chamada publicitária difundida na época referente ao Rádio ZILOMAG.
Fabricado pela ZILOMAG S/A Indústria Eletronica – Rua Martiniano de Carvalho, 270, São Paulo, SP, este modelo ET-635 com transistor silicon alardeava seu consumo econômico, inferior a 1/5 do rádio com válvulas.


O rádio foi recebido nesse estado, passando sòmente por uma revisão no que corresponde ao seu funcionamento.

Nossa convidada de hoje....Connie Francis  Siboney



Autor: Miguel Guggiana

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Pesquisa Big Data revela que 65% acreditam em Moro e não em Bolsonaro

Bolsonaro publicou no Twitter foto abraçado a Moro (Foto: Reprodução)
O levantamento foi realizado por telefone na sexta-feira (24), com 1.615 respostas. A margem de erro do levantamento é de 2,5 pontos para mais ou para menos.

Pesquisa encomendada pelo BR Político, blog do Estadão, feita pelo Ideia Big Data após o pedido de demissão de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, mostra que 65% dos entrevistados consideram verdadeiras as acusações do ex-juiz sobre interferência política feita por Bolsonaro na Polícia Federal (PF).

O levantamento foi realizado por telefone na última sexta-feira, com 1.615 respostas. A margem de erro do levantamento é de 2,5 pontos para mais ou para menos.

A primeira pergunta diz respeito à demissão de Moro e suas acusações de interferência política de Jair Bolsosonaro na Polícia Federal.

A esse respeito, 65% acreditam nas acusações de Moro de quem ou presidente de poder interferem politicamente na PF. Em contrapartida, 35% disseram não acreditar nas acusações de Moro.

A segunda pergunta feita pelo instituto a pedido do BRP era se os entrevistados acreditavam que as acusações de Moro eram permitidas ou estipuladas para um pedido de impeachment de Bolsonaro. Para 61% dos pesquisados, o Moro pode ser um processo de impeachment contra o presidente. Outros 39% discordam dessa possibilidade.

BR POLÍTICO

sábado, 25 de abril de 2020

Paraná chega a 111 mortes e mais de 128 mil casos confirmados de dengue


Em uma semana, o Paraná registrou 13.694. novos casos de dengue e teve seis novas mortes pela doença, segundo boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), divulgado nesta quarta-feira (22). Duzentos e três municípios, de um total de 399, enfrentam epidemia da doença.

Desde julho do ano passado, o estado soma 128.405 mil casos confirmados da doença e 111 mortes.

As seis mortes da última semana são de: um homem de 81 anos e uma mulher de 71, que moravam em Cambé; outra mulher, de 63 anos, que residia em Primeiro de Maio; uma mulher de 68 anos, de Alvorada do Sul; uma moradora de Marechal Cândido Rondon, que tinha 87 anos; e um homem de 57 anos, que residia em Rondon.

Do total de municípios em epidemia, oito passaram para o patamar nesta semana. São eles: Pérola D´Oeste, Céu Azul, Espigão Alto do Iguaçu, Mamborê, Francisco Alves, Iporã, Rancho Alegre e Carlópolis.

Trinta cidades estão em situação de alerta para epidemia: Paranaguá, Palmital, Cruzeiros do Iguaçu, Boa Vista da Aparecida, Catanduvas, Arapongas e Ortigueira.

Novo caso de chikungunya
O boletim da Sesa apontou ainda um novo caso de chikungunya no município de Marialva, na região noroeste. A vítima é uma mulher, que contraiu a doença na Bahia, em janeiro desse ano. A paciente está bem, segundo a secretaria de Saúde, e está sendo acompanhada por um médico reumatologista.

Ao todo, os casos de chikungunya somam cinco no Paraná. Todos eles são importados, ou seja, adquiridos em outros estados.

A zika, outra doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, mantém quatro casos confirmados no estado. Três deles são autóctones e um caso é importado.

Fonte: G1 Paraná

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Coronavírus: Paraná tem 60 mortes e 1082 casos confirmados, diz secretaria

Novo balanço divulgado nesta quinta-feira (23) registrou 19 novos diagnósticos e dois óbitos. Número de casos investigados passou de 549 para 1.483.

Foto Divulgação
Por G1 PR — Curitiba

O número de casos investigados de Covid-19 no Paraná subiu de 549 para 1.483 em apenas um dia, segundo o boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), nesta quinta-feira (23). O número de mortes chega a 60 e há 1.082 casos confirmados da doença no estado.

Na comparação com o boletim de quarta-feira (22), o Paraná registrou duas novas mortes causadas pela Covid-19 e 19 novos casos confirmados. A idade média dos pacientes que testaram positivo para a doença é de 46 anos.

As novas mortes, conforme a Sesa, são de moradores de Siqueira Campos e Santo Antônio do Caiuá. Os dois pacientes estavam internados, com 54 e 92 anos, respectivamente.

O boletim desta quinta aponta ainda que foram realizados 12.448 testes laboratoriais e que 10.360 deram negativo para a Covid-19.

Ainda conforme a Sesa, há 14 casos confirmados de Covid-19 de pacientes que residem fora do Paraná. Também há duas mortes de pessoas que também moram fora do estado.

Recuperados e internados

Ao todo, 132 pacientes continuam internados e 564 tiveram a cura da doença. Do total de internados, 75 permanecem em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 57 estão estão em leitos normais.

De acordo com a Sesa, o índice de ocupação de leitos de UTI públicos no estado é de 56,8%.

Diagnósticos

De acordo com a Sesa, 112 cidades paranaenses já registraram ao menos um caso do novo coronavírus. Mais da metade dos diagnósticos se concentra em cinco municípios: Curitiba, Londrina, Cascavel, Maringá e Foz do Iguaçu.

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Há 10 anos, Zé Maria do Tomé era assassinado no Ceará por luta contra agrotóxicos

O agricultor, que lutou contra a pulverização aérea na Chapada do Apodi, inspira luta contra envenenamento no estado.

Cruzeiro marca o local do assassinato de Zé Maria - Camila Garcia
Francisco Barbosa
Brasil de Fato | Fortaleza (CE)

No dia 21 de abril de 2020, completaram 10 anos da morte de José Maria Filho, mais conhecido como Zé Maria do Tomé, assassinado com mais de 20 tiros a queima-roupa. O crime ocorreu próximo a casa dele, na comunidade de Tomé, em Limoeiro do Norte, no Ceará.

Zé Maria destacou-se na luta contra a pulverização aérea de agrotóxicos na Chapada do Apodi, no Ceará. Ele fez denúncias sobre as consequências do uso de agrotóxicos, promovendo debates com foco na saúde das comunidades que vivem na chapada e enfrentando diretamente grandes empresas do agronegócio.

No dia 20 de novembro de 2009, a Câmara Municipal de Limoeiro do Norte promulgou a Lei 1.278 que proibia a pulverização aérea no município, resultado da luta das comunidades, juntamente com organizações, pesquisadores, movimentos populares e apoiadores. Um mês após o assassinato de Zé Maria, no entanto, no dia 20 de maio de 2010, a lei foi revogada.

De acordo com Renato Pessoa, acampado e membro da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Ceará, a importância da luta de Zé Maria é o fato de ele ter se tornado uma referência que une as lutas gerais dos movimentos sociais locais, regionais e estaduais.

“Hoje, a comunidade do Tomé faz um consumo cuidadoso da água potável. Há união de movimentos e apoiadores que seguem sua luta com as mais diversas pautas, seja a terra, água e alimentação saudável. O estado do Ceará também vê a importância dele com a aprovação da Semana Zé Maria do Tomé, que entrou no calendário do estado, e a lei contra a pulverização aérea que repercute além das fronteiras”.

Para Pessoa, o legado deixado por Zé Maria é “a luta contra a pulverização aérea, contra o veneno em contato com a população, o cuidado com a água consumida, os impactos com a saúde humana, a defesa da terra para pequenos agricultores e do associativismo”.

Ele lembra com orgulho das diversas homenagens ao agricultor. “A importância de termos uma Escola Família Agrícola (EFA), que leva o nome de Zé Maria do Tomé, em Tabuleiro do Norte; as turmas de cursos formais e informais que homenagearam o Zé Maria; o M21, movimento regional; e a nossa comunidade de resistência, o Acampamento Zé Maria do Tomé, do MST.”

Homenagem

Para lembrar a data do assassinato, anualmente, movimentos do campo, movimento sindical e defensores do direito à terra e à água organizam a Semana Zé Maria do Tomé. Este ano, em razão dos casos de coronavírus no Brasil e, principalmente, no estado, a realização da 10ª Semana Zé Maria do Tomé foi adiada, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Outro resultado dessa luta foi a publicação, no Ceará, em 9 de janeiro de 2019, da Lei Estadual nº 16.820/2019, chamada de “Lei Zé Maria do Tomé”, de autoria do deputado estadual Renato Roseno (PSOL/CE), a qual proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos no estado.

Continuidade da luta

Em 2014, foi criado o acampamento Zé Maria do Tomé, em Limoeiro do Norte, na Chapada do Apodi. A área está dentro do Perímetro Irrigado Jaguaribe-Apodi, que foi implantado no final dos anos 1980. De acordo com o MST, para a formação do perímetro, “ocorreu a expropriação, expulsão e desmantelamento da produção de cerca de 6 mil famílias da região, que antes produziam alimentos e mantinham relações de identidade com o território”.

Após vários anos de luta por terra para produzir e garantir o sustento das famílias, os agricultores ocuparam o local e reivindicam a área explorada por empresas que faziam uso abusivo de agrotóxicos.

De forma recorrente, as famílias do acampamento sofrem ameaças de reintegração de posse da área. Em 2018, por exemplo, elas foram cercadas pela Polícia Militar que estava no local para cumprir uma ordem judicial de despejo. Na ocasião, houve negociação entre lideranças do assentamento e os policiais e foi acertada a suspensão da ação.

Renato Pessoa afirma que há um processo de reintegração de posse "adormecido" sujeito a despertar e trazer mais repressão na tentativa de expulsar as famílias. “Nosso acampamento tem se mantido de pé graças à resistência e à força política do MST. A região tem grande apoio das igrejas, professores e movimentos e se destaca o Movimento 21 criado em homenagem ao Zé Maria.”

Fonte: BdF Ceará
Edição: Camila Maciel e Monyse Ravena

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Moraes autoriza inquérito para investigar atos que pediram AI-5

Alexandre de Moraes - Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
O presidente da República, Jair Bolsonaro, compareceu aos atos e discursou. “Estou aqui porque acredito em vocês” e “Não queremos negociar nada” foram algumas frases para os manifestantes.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito para investigar os atos em defesa de uma intervenção militar, realizados no último domingo (19).

Em frente ao Quartel General do Exército, manifestantes levaram faixas pedindo um novo AI-5 e o fechamento do Congresso Nacional e do SRF. O presidente da República, Jair Bolsonaro, compareceu aos atos e discursou.

“Estou aqui porque acredito em vocês” e “Não queremos negociar nada” foram algumas frases de Bolsonaro para os manifestantes. Em nenhum momento ele condenou o conteúdo das faixas. Apesar da postura contra a Constituição, o presidente não está no inquérito.

O pedido de investigação foi feito na segunda-feira (20) pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. O procurador-geral alega que pode ter havido desrespeito à Lei de Segurança Nacional. Além de cidadãos, deputados poderão ser investigados pela organização dos atos.

Em sua decisão, Moraes salientou que o fato, tal como narrado pela PGR, “revela-se gravíssimo, pois atentatório ao Estado Democrático de Direito brasileiro e suas instituições republicanas”.

Com informações do Valor Econômico.
Via - Vermelho


terça-feira, 21 de abril de 2020

Covid-19: CMP lança portal para arrecadar R$ 100 mil para famílias em vulnerabilidade

Central de Movimentos Populares está organizando um site para receber doações que vão virar cestas básicas.

Movimento lançou em 23 de março manifesto com 20 propostas de ação que o governo federal deveria tomar durante a pandemia; na foto CMP em manifestação em SP em 2017 - Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil.
Redação

As organizações sociais têm tomado a liderança durante a pandemia do coronavírus para garantir que a população não passe fome. A Central de Movimentos Populares (CPM) é mais um caso que confirma esse fato. Está no ar uma plataforma que recebe doações que vão gerar cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade em diversas cidades pelo Brasil, focando a atuação em favelas, ocupações, cortiços e periferias nos centros urbanos onde a CPM atua diretamente ou com organizações filiadas. Com os recursos arrecadados o objetivo também é comprar alimentos perecíveis e produtos de higiene e limpeza.

"Ao recebermos os recursos desta ação de solidariedade, vamos direcionar diretamente para os grupos de base, adotando como critério a vulnerabilidade social, buscando chegar em quem mais precisa. Com o recurso, vamos comprar os itens para formar as cestas de doação, e nossas associações de base farão a distribuição para as famílias." informa o movimento no site para arrecadar as doações.

A CPM está presente em 16 estado brasileiros. Segundo a organização desde 1993 o movimento atua "com associações de base e movimentos populares nas periferias" dos centros urbanos do país. No site, a o movimento destaca que essa ação está de acordo com as necessidades e as particularidades de cada grupo que será atendido. "Estamos identificando as necessidades de cada grupo para, a partir dessas informações, promover a distribuição das doações, com o objetivo de mitigar os efeitos da pandemia."

A CPM destaca como o atual momento exige um movimento de solidariedade por todos membro da sociedade. No entanto, lembra que o grande responsável por garantir o bem estar de toda a população em uma situação de crise como está é o Estado. "Temos consciência de que ações como esta são importantes e fundamentais do ponto de vista da solidariedade, mas insuficientes para o enfrentamento da pandemia do coronavírus. Por isso também exigimos que o Estado assuma sua responsabilidade e tome medidas concretas".

No momento, são 79 pontos que estão recebendo doações físicas. Para saber como contribuir, você pode acessar a plataforma criado pelo movimento para ajudar no compartilhamento de informações sobre a campanha.

Alerta ao governo

No dia 23 de março, um conjunto de movimentos populares nacionais que lutam pelo direito à cidade lançou o manifesto Em Defesa do Povo, da Democracia, do Estado de Direito e na luta contra o COVID-19. O documento reúne 20 propostas necessárias a serem tomadas pelo governo brasileiro para garantir a sobrevivência da população durante a crise gerada pela doença.

Para conhecer mais ações e entender como funciona a campanha de arrecadação, você pode acessar o site criado para a atuação do movimento em meio à pandemia do coronavírus.

Edição: Lucas Weber

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Idosos de todo o mundo, uni-vos!

"Iremos para as trincheiras e defenderemos nosso direito de morrer quando a hora chegar e não quando interessar ao mercado", escreve o cartunista

O cartunista Miguel Paiva. Foto: Reprodução
Por Miguel Paiva 

“Como idoso me sinto ameaçado por este governo. Não que eu seja um idoso de grupo de risco. Aí já me sentiria condenado. Aparentemente sou saudável, faço exercícios, tomo meus suplementos fitoterápicos, faço meus exames regularmente e tirando meu joelho que reclama, me sinto muito bem. Quando era bem mais jovem me sentia ameaçado pela ditadura por ser estudante e depois jornalista. Fui preso por causa disso duas vezes, uma vez em cada categoria. Achava que esses tempos tinham acabado.

Agora, durante a pandemia bolsonariana, a ameaça volta. Como diz minha amiga Emília Silveira, parceira de trabalhos e de quarentena junto com a Angela aqui na serra, o velho de hoje é o judeu de antigamente ( ou de sempre).

Alguns países e algumas tribos indígenas consideram o velho muito importante. Eles transmitem a experiência e a sabedoria. São tratados e respeitados como tesouro do grupo, riqueza a ser preservada para servir de exemplo aos mais jovens.

Aqui neste Brasil, os mais velhos viraram lenha de fogueira. Somos seres descartáveis prontos para o sacrifício em troca dos mais jovens, nem sempre merecedores de uma sobrevida. Mas os jovens são força de trabalho, votos de cabresto e elementos úteis nas manifestações animalescas contra a quarentena dentro de seus carros importados.

Os mais velhos, além de já terem vivido seu tempo, segundo o governo custam caro ao Estado. Logo esse Estado que eles querem acabar. A previdência pena para pagar essa grana que poderia estar sendo usada na criação de novas fabricas de armas ou em investimentos na bolsa de valores. Além de tudo, para eles, velhos são feios, não produzem e nem sexo mais fazem.

Mentira deslavada. Produzo como nunca produzi antes, acompanho e critico essa realidade de merda que somos obrigados a engolir. Me sinto bonito, magro e saudável e considero o sexo indispensável tanto como respirar.

Me pego fantasiando o pior. Ir para as ruas escondido, durante a noite para escapar das blitzes anti-idosos. Furgões carregados de velhinhos que teimam em sair levados para os abrigos de segurança máxima e sendo abandonados à própria sorte e a própria solidão.

Fico tão indignado com esse jeito tosco que o brasileiro trata o que já passou. Temos uma das mais belas histórias na MPB, no cinema, na literatura, no teatro, na arquitetura e na pintura. Somos criativos e convivemos com nossos idosos geniais o tempo todo. Agora mesmo perdemos vários deles que demonstram isso. Moraes Moreira com 72, Rubem Fonseca com 94, Garcia-Roza com 84, Rubinho do Zimbo Trio com 87 e por aí vai. Como diria Nelson Rodrigues no seu habitual exagero frasístico genial, “jovens, envelheçam!”

Nem tanto lá, nem tanto cá. Sempre fui a favor dos jovens. Sempre os respeitei e entendi porque sempre me senti jovem, apesar de não ser mais, na idade. Mas agora que os jovens estão sendo contrapostos aos idosos para promover essa escolha de Sofia cruel e que interessa a certos grupos, serei capaz de chefiar a revolta dos idosos contra essa perseguição nazista que se organiza. Segregar assim os mais velhos é determinar o fim da história para este país que já despreza tanto o seu passado.

Iremos para as trincheiras e defenderemos nosso direito de morrer quando a hora chegar e não quando interessar ao mercado. Como diria Moraes Moreira, “chegou a hora desta gente experiente mostrar seu valor”.



sábado, 18 de abril de 2020

Reduzir salários aprofunda crise. A falta de um projeto de nação está escancarada


Carteira de trabalho. Foto: Marcello Casal/Agência Brasil
Por Vitor Nuzzi
No DCM

Para o professor-doutor Antonio Corrêa de Lacerda, embora ainda seja difícil prever a extensão e os efeitos da pandemia na economia e na crise global, é possível afirmar que pelo menos uma das ações adotadas até agora pelo governo brasileiro é equivocada: editar uma medida provisória que permite redução salarial, caso da MP 936, questionada, inclusive, no Supremo Tribunal Federal.

É um “auto-engano”, define o também diretor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Ciências Atuariais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (FEA/PUC-SP) e presidente do Conselho Federal de Economia. “Sem salário, não há consumo. Sem consumo, não há produção e sem produção não há emprego.” A medida pode trazer um alívio imediato, mas vai aprofundar a crise, avalia.

Autor do livro O Mito da Austeridade (Editora Contracorrente), Lacerda critica o recorrente pensamento ortodoxo, do ajuste fiscal a qualquer preço e de menor presença do Estado na economia. “No Brasil, são aplicadas políticas que poucos ainda defendem mundialmente.” A pandemia do coronavírus escancara esse erro.

Tamanho da crise:

Com a pandemia, há alguma previsão possível de se fazer a esta altura, considerando que a economia já dava sinais de crise?
Na verdade, a profundidade e extensão da crise brasileira vão depender do mesmo processo internacional, do tamanho da crise sanitária e da eficácia e dimensão das medidas do governo para combatê-las.

Especificamente para o Brasil, qual é o cenário? O que esperar do mercado de trabalho, por exemplo?
O quadro de recessão (queda do PIB) está dado. Não se sabe ainda de quanto, mas podemos prognosticar algo entre -3% e -6%, a depender dos aspectos levantados na questão anterior. O desemprego aumentará. Menos consumo, menor produção, menos emprego, em um ciclo vicioso. Daí a importância de medidas para compensar a recessão, pelo menos em parte.

As medidas apresentadas até agora pelo governo são suficientes?
Embora na direção correta, ainda são muito tímidas, tardias e insuficientes relativamente à crise que se prenuncia. É preciso mais volume de recursos e maior efetividade a agilidade na sua execução.

Qual sua visão sobre a Medida Provisória 936, que permite redução de salários? Não deveria haver um esforço para preservar a renda neste momento, além da sobrevivência das empresas?
Reduzir salário é uma falsa solução. Um autoengano. Pode amenizar a situação da empresa, no curto prazo. Mas sem salário não há consumo. Sem consumo não há produção e sem produção não há emprego. Ou seja, do ponto de vista macroeconômico reduzir salário não resolve, pelo contrário, aprofunda a crise. Uma alternativa seria cobrir a diferença com recursos do Estado, o que de certa forma está proposto, mas de forma limitada.

O “mercado” na Berlinda:

“O que restou da indústria brasileira”, como o senhor diz, é dependente de insumos da China. O país está pagando pela falta de política industrial?
A ausência de um projeto de nação que contemple uma abordagem ampla de desenvolvimento está ausente há um bom tempo. Em momento de crise, como agora, na pandemia, isso fica mais evidente na economia. Destruímos nossa capacidade de industrialização e isso faz muita falta. Dependemos de importação não só de aparelhos sofisticados, mas de material médico básico, como luvas, máscaras e respiradores, por exemplo.

Muito se fala, agora – em meio à pandemia –, na presença do Estado para recuperar a economia. Isso põe na berlinda a visão ortodoxa do ajuste fiscal a qualquer preço, ou é apenas uma “concessão” momentânea?
A história já mostrou que a visão ortodoxa liberal, a corrente principal do pensamento econômico sempre ressurge, apesar das evidências em contrário da sua eficácia. No Brasil, então, são aplicadas politicas que poucos ainda defendem mundialmente. A reversão atual é circunstancial, pois a visão predominante entre os agentes financeiros e sua influência no debate público é a contrária.

E quanto ao papel anticíclico dos bancos públicos? Os recentes ataques não comprometeram a capacidade do setor de fomentar investimentos?
Totalmente. Perdeu-se um tempo precioso em busca de uma suposta “caixa-preta” nos empréstimos do BNDES, que já foi oficialmente descartada, inclusive pelos seus dirigentes atuais. Mas, no tempo das fake news e da pós-verdade, isso sempre retorna, empobrecendo o debate do papel crucial dos bancos públicos no Brasil.

Dólar e outras moedas:

Apesar das “brechas” abertas agora, emergencialmente, a chamada emenda do teto de gastos atrapalha o combate à crise e mesmo uma possível retomada, mais à frente?
A Emenda Constitucional 95, cuja aprovação em 2016 foi um equívoco, precisa ser revertida. É um absurdo colocar todos os gastos públicos na mesma cesta, inclusive investimentos em infraestrutura e os sociais. Ainda mais, congelá-los por 20 anos!

Até onde vai a alta do dólar, ou, no nosso caso, a desvalorização do real? Que consequências isso traz para nossa balança comercial?
Ninguém sabe. Na crise o dólar se valoriza frente às demais moedas e o real vai junto. Enquanto durar a crise, haverá volatilidade. As consequências são: encarecimento dos importados e, em tese, um incentivo às exportações. Mas isso não é automático, depende de aproveitar as importações mais caras para reconverter a indústria. E as exportações dependem de compradores. Como o mercado internacional está mais retraído e mais competitivo, isso vai depender também das nossas estratégias comerciais.

Por que o sr. considera equivocada a comparação entre orçamento público e orçamento doméstico, tão presente na mídia brasileira?
Aqui não se trata de opinião, mas constatação. O orçamento das famílias e o das empresas têm que se adaptar à receita, especialmente na crise. Mas o Estado detém o monopólio de emissão de títulos da dívida e de moeda, além de obrigações que lhe são atribuídas pela Constituição Federal. Portanto, a comparação, embora usual e que serve de justificativa para a “austeridade”, não é cabível.


sexta-feira, 17 de abril de 2020

Por coronavírus, países começam a acumular alimentos, ameaçando comércio global


Será esse o início de uma onda de nacionalismo alimentar que interromperá ainda mais as cadeias de suprimentos e os fluxos comerciais?


Não são apenas os compradores de supermercado que estão acumulando itens de despensa. Alguns governos estão se movendo para garantir o abastecimento doméstico de alimentos durante a pandemia de conoravírus.

O Cazaquistão, um dos maiores exportadores mundiais de farinha de trigo, proibiu a exportação desse produto junto com outros, incluindo cenoura, açúcar e batata. O Vietnã suspendeu temporariamente novos contratos de exportação de arroz. A Sérvia interrompeu o fluxo de seu óleo de girassol e outros bens, enquanto a Rússia está deixando a porta aberta para proibições de embarques e disse que está avaliando a situação semanalmente.

Para ser perfeitamente claro, houve apenas alguns movimentos e nenhum sinal claro de que haja muito mais no horizonte. Ainda assim, o que está acontecendo levantou uma questão: será esse o início de uma onda de nacionalismo alimentar que interromperá ainda mais as cadeias de suprimentos e os fluxos comerciais?

“Nós já estamos começando a ver isso acontecendo – e tudo o que podemos ver é que o bloqueio vai piorar”, disse Tim Benton, diretor de pesquisa em riscos emergentes do centro de estudos Chatham House, em Londres.

Embora o suprimento de alimentos seja amplo, os obstáculos logísticos estão dificultando a obtenção de produtos onde eles precisam estar, pois o coronavírus desencadeia medidas sem precedentes, compras de pânico e a ameaça de interrupções trabalhistas.

Os consumidores em todo o mundo ainda estão carregando suas despensas – e as conseqüências econômicas do vírus estão apenas começando. O espectro de mais restrições comerciais está despertando memórias de como o protecionismo pode acabar causando mais mal do que bem. Esse ditado soa especialmente verdadeiro agora, já que os movimentos seriam movidos pela ansiedade e não feitos em resposta a falhas na colheita ou outros problemas de suprimento.

Atualmente, muitos governos têm adotado medidas extremas, estabelecendo toques de recolher e limites para as multidões ou mesmo para as pessoas que se aventuram em busca de algo além de adquirir itens essenciais. Isso pode se espalhar para a política alimentar, disse Ann Berg, consultora independente e comerciante agrícola veterana que iniciou sua carreira na Louis Dreyfus Co. em 1974.

“Você pode ver racionamento em tempo de guerra, controle de preços e estoque doméstico”, disse ela.

Algumas nações estão aumentando suas reservas estratégicas. A China, maior produtor e consumidor de arroz, comprometeu-se a comprar mais do que nunca sua colheita doméstica, mesmo que o governo já possua grandes estoques de arroz e trigo, o suficiente para um ano de consumo.

Importadores importantes de trigo, como Argélia e Turquia, também fizeram novas licitações, e Marrocos disse que a suspensão dos direitos de importação de trigo duraria até meados de junho.

À medida que os governos adotam abordagens nacionalistas, correm o risco de interromper um sistema internacional que se tornou cada vez mais interconectado nas últimas décadas.

O Cazaquistão já havia interrompido as exportações de outros alimentos básicos, como trigo sarraceno e cebola, antes da ação desta semana para cortar os embarques de farinha de trigo. Essa ação mais recente foi um passo muito maior, com o potencial de afetar empresas em todo o mundo que dependem dos suprimentos para fazer pão.

Para algumas commodities, um punhado de países, ou até menos, compõe a maior parte dos suprimentos exportáveis. Interrupções nessas remessas teriam grandes ramificações globais. Tomemos, por exemplo, a Rússia, que emergiu como o maior exportador mundial de trigo e um fornecedor importante para o norte da África. O Vietnã é o terceiro maior exportador de arroz, enviando muitas de suas cargas para as Filipinas.

“Se os governos não estão trabalhando coletivamente e cooperativamente para garantir que haja um suprimento global, se eles estão apenas colocando suas nações em primeiro lugar, você pode acabar em uma situação em que as coisas pioram”, disse Benton, da Chatham House.

“Se você está em pânico comprando no mercado para a colheita do ano que vem, os preços subirão e, à medida que os preços subirem, os formuladores de políticas entrarão em pânico”, disse ele.

E contas de supermercado mais altas podem ter grandes implicações. Os custos do pão têm uma longa história de agitação e instabilidade política. Durante os picos de preços de alimentos de 2011 e 2008, houve tumultos em mais de 30 países da África, Ásia e Oriente Médio.

“Sem o suprimento de alimentos, as sociedades simplesmente quebram totalmente”, disse Benton.

Diferentemente de períodos anteriores de inflação crescente de alimentos, os inventários globais de culturas básicas como milho, trigo, soja e arroz são abundantes, disse Dan Kowalski, vice-presidente de pesquisa do CoBank, um credor de US $ 145 bilhões para o setor agrícola, acrescentando que não espera Ganhos “dramáticos” para os preços agora.

Enquanto os picos da última década foram causados ​​inicialmente por problemas climáticos para as culturas, as políticas exacerbaram as consequências. Em 2010, a Rússia experimentou uma onda de calor recorde que danificou a safra de trigo. O governo respondeu proibindo as exportações para garantir que os consumidores domésticos tivessem o suficiente.

A medida das Nações Unidas dos preços globais de alimentos atingiu um recorde em fevereiro de 2011.

“Dado o problema que estamos enfrentando agora, não é o momento de implementar esses tipos de políticas”, disse Maximo Torero, economista-chefe da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. “Pelo contrário, é o momento de cooperar e coordenar.”

Obviamente, as poucas proibições em vigor podem não durar, e os sinais de um retorno ao normal podem impedir os países de tomar medidas drásticas. Quando os consumidores começam a ver mais produtos nas prateleiras, eles podem parar de acumular, permitindo que os governos recuem. A X5 Retail, a maior mercearia da Rússia, disse que a demanda por alimentos básicos está começando a se estabilizar. Nos EUA, grandes lojas como o Walmart Inc. reduziram o horário das lojas para permitir que os trabalhadores reabastecessem.

Enquanto isso, alguns preços de alimentos já começaram a subir por causa do aumento nas compras.

Os contratos futuros de trigo em Chicago, referência mundial, subiram mais de 8% em março, à medida que os consumidores compram farinha. A carne bovina no atacado dos EUA subiu esta semana mais alta desde 2015, e os preços dos ovos estão mais altos.

Ao mesmo tempo, o dólar está subindo contra uma série de moedas de mercados emergentes. Isso reduz o poder de compra dos países que enviam mercadorias, que geralmente são cotadas em dólares.

No final, sempre que há uma interrupção por qualquer motivo, Berg disse: “são os países menos desenvolvidos, com moedas fracas, que se machucam mais”.






quinta-feira, 16 de abril de 2020

O mundo ficará novamente iluminado


Por Perpétua Almeida

Renasceremos novas mulheres e novos homens pós-quarentena. Não haverá escuridão. Esperancemos!

Nasci em um seringal no interior do Acre e somente aos 14 anos descobri o que era energia elétrica. Quando chegava a noite, nossa casa era iluminada por um lampião. Era uma luz tênue, sem esplendor, mas ao mesmo tempo, cumpria bem seu papel e não nos deixava ficar no breu. O alaranjado tímido que se espalhava entre as paredes de madeira era também um clarão de esperança.

Nesses últimos dias, mesmo com luz elétrica em casa, me senti de volta aos anos em que eu usava lampião: vi uma luz fraca ser acesa em meio à escuridão. É perceptível que com a chegada do novo coronavírus ao mundo, muita coisa se apagou. Nossos planos precisaram ser refeitos, novas rotas foram traçadas, outros jeitos de seguir a vida foram desenhados. Entretanto, não à toa, consigo ver o candeeiro mais forte agora com o isolamento. Vejo que muitas famílias se reaproximaram, estão se conhecendo mais, se ajudando nas tarefas diárias, se redescobrindo.

A saudade também tem visitado muitos lares, é verdade. Pais e filhos que não podem se ver, netos que não podem visitar os avós, casais que estão em casas diferentes, primos que não brincam juntos no fim de semana. Quem mora sozinho tem aproveitado da própria companhia e aguarda ansiosamente a oportunidade de um abraço. Nesse momento, precisamos ficar distantes uns dos outros para voltarmos a ficar perto mais rápido.

Como uma ironia do destino, esse período de quarentena coincidiu com a quaresma e com a Páscoa. Nos 40 dias que Jesus passou sozinho no deserto, viveu muitas dificuldades e teve seu lado humano colocado à prova. No coração do homem que também era Deus, havia o entendimento de que era preciso passar por aquelas provações. No nosso coração, feito apenas de carne e sem nenhuma divindade, pode surgir vez ou outra o questionamento do porquê de enfrentarmos toda essa batalha.

Cada um encontrará dentro de si mesmo essa reposta, mas eu me adianto e ouso dizer que ela só será descoberta se vista com os olhos da esperança. Esperança de uma nova vida, de um novo mundo, de nossa humanidade transformada. Esperança de que o bem vencerá o mal, de que juntos somos mais fortes e de que precisamos cuidar a todo o momento de quem a gente ama – especialmente do planeta.

Este cuidado, inclusive, aprendi desde muito cedo com a minha família e depois no convento das Irmãs Dominicanas. Mais tarde, ao me tornar deputada, tendo vivido na pele as dores e as necessidades dos mais simples, passei a ter a oportunidade de lutar pelo bem da população. E sigo neste caminho até hoje.

Desde o dia em que tomamos conhecimento de que o novo coronavírus era uma ameaça para nosso país, eu, juntamente com a bancada dos deputados do meu partido, o PCdoB, nos unimos a outros parlamentares que querem trabalhar em prol dos brasileiros. Tornar a vida dos mais necessitados menos difícil nesses tempos é o que me guia.

Com muita luta, nós, do Congresso Nacional, aprovamos o Auxílio Emergencial de até R$ 1.200. Tenho batalhado por mais médicos nas cidades, tenho me esforçado para garantir o mínimo de dignidade às pessoas e tenho me dedicado a encontrar saídas para que trabalhadores e empresas atravessem esse período turbulento com mais tranquilidade. No que depender de mim, tenham certeza, ninguém sairá prejudicado. Estamos todos juntos.

Hoje é Páscoa, dia de celebrar a ressureição de Jesus e de renascermos junto a Ele, dia de perdoar (aos outros e a si mesmo), de ressignificar, de deixar para trás pesos e dores desnecessárias. O momento pede união. Aos que podem estar em família, que vejam o amor renascer dentro de casa. Aos que estão sozinhos, que se sintam acompanhados por aqueles que os amam e encurtem a distância física por meio de ligações, videochamadas ou mensagens de texto.

Renasceremos novas mulheres e novos homens pós-quarentena. A luz do lampião, que um dia também foi a luz da esperança em minha vida, iluminará novamente o mundo. Não haverá escuridão. Esperancemos!

Uma feliz e abençoada Páscoa a todos nós!




quarta-feira, 15 de abril de 2020

Itaú Unibanco doará R$ 1 bilhão para combate ao coronavírus


Recursos serão administrados pela fundação do banco e por um grupo de especialistas em saúde, diz site


O Itaú Unibanco doará 1 bilhão de reais para combater a pandemia de coronavírus, informou a agência Reuters neste domingo (12).

Segundo o site, os recursos serão administrados pela fundação do banco e por um grupo de especialistas em saúde.

Um e-mail do banco indicou que seu presidente-executivo, Candido Bracher, fez o anúncio por teleconferência na segunda-feira (13).


terça-feira, 14 de abril de 2020

Mapa do coronavírus no Paraná

Para acompanhar os casos do coronavírus por cada município do estado, clique AQUI.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Paraná registra 62 novos casos e quatro óbitos por coronavírus


Em caso de dúvida, ligue para a ouvidoria do SUS no Paraná: 0800 644 4414 ou pelo WhatsApp (41) 3330-4414.

A cidade de Santa Mônica registrou um caso positivo da Covid -19.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou neste domingo (11) 62 novos casos de coronavírus e quatro óbitos no estado. Agora o Paraná tem 750 confirmações e 31 óbitos.

As novas confirmações foram registradas nos municípios de Ibema (10), Jussara (1), Guaraniaçu (1), Cascavel (2), Curitiba (23), Almirante Tamandaré (2), Assis Chateaubriand (1), Londrina (7), Araruna (1), Campina Grande do Sul (2), Santa Mônica (1), Cianorte (1), Verê (1), Maringá (1), Terra Boa (1), Campo Mourão (1), São José dos Pinhais (2), Campo Largo (1), Santa Fé (1), Paranaguá (1) e Bandeirantes (1).

As mortes ocorreram nos municípios de Jussara, Campo Largo, Londrina e Curitiba. Um homem de 72 anos de Jussara, Norte do Paraná, foi internado no dia 29/03 em um hospital em São Paulo, fora do Estado, vindo a óbito na última terça-feira (7). Uma paciente de 95 anos residia em Londrina, possuía comorbidades e veio a óbito neste sábado (11). Já em Campo Largo, um homem de 53 anos, faleceu na última quarta-feira (8), tendo o resultado positivo para a doença neste sábado (11). No município de Curitiba, uma senhora de 94 anos faleceu nesta terça-feira (7), o resultado positivo para a Covid-19 saiu na sexta-feira (10) segundo o Laboratório Central do Estado (Lacen/PR).

DADOS – Dos 750 casos confirmados no Paraná, 12 não residem no Estado. Dos 31 óbitos, um não residia no Estado. Outros  6.202 casos foram descartados e 472 estão em investigação.

São 117 pacientes internados, 69 em Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) e 48 em leitos clínicos. O número de pacientes já liberados do tratamento será atualizado no início da próxima semana.


domingo, 12 de abril de 2020

No domingo de Páscoa, Papa escreve aos movimentos populares: "Continuem a luta"

Papa Francisco durante sua primeira visita à Bolívia, em 2015, ao lado de crianças bolivianas e do então presidente Evo Morales - Vincenzo Pinto / AFP
Em carta, o líder ressalta o papel das organizações sociais de cultivar a esperança e a solidariedade durante a pandemia.

Redação

"Continuem a luta e se cuidem como irmãos. Rezo por vocês, rezo com vocês", expressa o Papa Francisco em carta destinada às e aos integrantes dos movimentos populares e organizações sociais de todo o mundo, divulgada neste domingo de Páscoa (12).

Na data em que milhões de cristãos celebram a Ressurreição de Cristo, o pontífice destina suas orações àqueles que dedicam suas vidas à transformação social, atuando a partir de suas comunidades.

"Penso nas pessoas, sobretudo nas mulheres, que multiplicam o pão nos restaurantes comunitários, cozinhando com duas cebolas e um pacote de arroz um delicioso refogado para centenas de crianças; penso nos doentes, penso nos idosos. Nunca aparecem nos grandes meios de comunicação. Tampouco aparecem os camponeses e agricultores familiares que seguem lavrando para produzir alimentos saudáveis sem destruir a natureza, sem monopolizar ou negociar com a necessidade do povo. Quero que vocês saibam que nosso Pai Celestial olha por vocês, os valoriza, reconhece e os fortalece em sua escolha", escreve.


Com palavras emocionantes, que expressam sua proximidade com os movimentos populares, recordando encontros ocorridos no Vaticano e em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, o Papa Francisco enaltece o trabalho realizado por essas organizações em meio à pandemia do novo coronavírus.

"Se a luta contra a covid-19 é uma guerra, vocês são um verdadeiro exército invisível lutando nas perigosas trincheiras. Um exército que conta apenas com as armas da solidariedade, da esperança e do sentido de comunidade que renasce nestes dias nos quais ninguém se salva sozinho. Vocês são, para mim, como lhes disse em nossos encontros, verdadeiros poetas sociais que, a partir das periferias esquecidas, criam soluções dignas para os problemas mais urgentes dos excluídos", afirma.

No documento, ele recorda a situação de vulnerabilidade enfrentada pela população mais pobre, sem-teto, presos, migrantes, trabalhadores informais, para os quais, em suas palavras, "as quarentenas se tornam insuportáveis" por não contarem com garantias legais que os protejam.

Para o líder da Igreja Católica, a crise desencadeada pela pandemia é uma oportunidade da humanidade repensar seus padrões de produção e consumo, orientados pela competição, individualismo e "lucro desmedido para poucos".

"Quero que pensemos no projeto de desenvolvimento humano integral que almejamos, centrado no protagonismo dos Povos em toda a sua diversidade e o acesso universal a esses três T que vocês defendem: terra, teto e trabalho. Espero que este momento de perigo nos tire do piloto automático, agite nossas consciências adormecidas e permita uma transformação humanista e ecológica que coloque fim à idolatria do dinheiro e coloque a dignidade e a vida no centro", suplica.

Na mensagem, o pontífice ainda direciona suas críticas ao mercado e aos "paradigmas tecnocráticos" que, segundo ele, orientam muitos governos ao redor do mundo e "não são suficientes para abordar esta crise nem os outros grandes problemas da humanidade".

Para Francisco, neste contexto em que a epidemia traz à tona e acirra as desigualdades, os movimentos e organizações populares devem ser reconhecidos, porque são os responsáveis por transformar as crises e privações "em promessa de vida para suas famílias e comunidades", com modéstia, dignidade, esforço e solidariedade.

Devido às medidas sanitárias recomendadas pela Organização Mundial da Saúde para combater a propagação da doença, neste domingo (12), as celebrações litúrgicas do Vaticano serão realizadas sem os fiéis na Praça de São Pedro devido à pandemia do novo coronavírus.




quarta-feira, 8 de abril de 2020

BOLÍVIA - "Foi um golpe ao índio, à população e pelo lítio", denuncia Evo Morales

Em entrevista à Fórum, ex-presidente boliviano fala sobre golpe contra seu governo e interesses estadunidenses no país.

"Tenho certeza que o partido vai voltar ao governo e vamos voltar a implementar políticas que priorizam o povo", afirma Evo Morales. - ABI
Marina Duarte de Souza
Brasil de Fato | São Paulo (SP)

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, afastado por um golpe de Estado no final de 2019, participou na manhã deste sábado (4) do programa Fórum Onze e Meia para falar sobre o golpe de Estado que sofreu no final de 2019.

O líder popular boliviano relembrou que desde que seu partido político, Movimento para o Socialismo-Instrumento Político pela Soberania dos Povos (MAS-IPSP), foi eleito, houve sucessivas tentativas de golpe da direita à democracia do país, todas elas com “mãos dos Estados Unidos por trás”.

“Os últimos movimentos não são diferentes de outros golpes de direita e fascistas insuflados pelos Estados Unidos. Na verdade, o golpe foi contra um outro modelo econômico da Bolívia sem FMI, sem capital estrangeiro, que mostrou que outra Bolívia é possível. Essa independência foi uma afronta ao imperialismo”, explica o ex-presidente.

Morales enfatiza que “foi um golpe ao índio, à população e pelo lítio”, ao explicar que o governo estadunidense “nunca perdoou” o fato de o governo boliviano ter definido uma política econômica de produção autônoma e independente em torno da exploração das jazidas da matéria prima para as baterias de equipamentos eletrônicos e veículos elétricos. O país possui a maior área do mineral do mundo.

:: As multinacionais, o valioso lítio da Bolívia e a urgência de um golpe ::

Morales afirmou que a renúncia à presidência e a posterior saída da Bolívia foi uma medida de proteção ao povo boliviano, uma vez que as forças golpistas da polícia militar, forças armadas e extrema direita, apoiadas pelos Estados Unidos, ameaçavam “derramar sangue”.

“Até o momento das eleições não havia irmão e irmã que tivesse sido baleado. Para mim, o direito à vida está acima de tudo. Mas a partir do dia seguinte das eleições aumentou a violência e começaram a aparecer os casos de mortes a bala, quando 35 pessoas foram assassinadas nas ruas. Houve uma conversa entre as lideranças politicas do governo e do partido para que de fato renunciasse, deixasse o país para tentar conter a violência da extrema direita”.

Após narrar os episódios que se seguiram para que conseguisse sair do país, o ex-presidente conta que atualmente, as pesquisas indicam que se houvesse eleições hoje o MAS-IPSP teria mais de 50% dos votos. Ele considera que a população que apoiou o golpe já se arrependeu e que há incertezas sobre os próximos dias, já que com a epidemia do novo coronavírus, as eleições, marcadas para 3 de maio, foram canceladas.

“Esperamos que os políticos no poder tenham consideração pela população e tentem cuidar da sua saúde e necessidades. Tenho certeza que o partido vai voltar ao governo e vamos voltar a implementar políticas que priorizam o povo, os índios, os trabalhadores, contra o poder imperialista”, reafirma Morales.

Enquanto a Bolívia espera por eleições, o governo golpista segue violando direitos humanos e a legislação do país.


Edição: Mauro Ramos


terça-feira, 7 de abril de 2020

Preocupação de Bolsonaro com o combate a fome é falsa

Capitão reformado diz que isolamento social causará falta de alimentos, mas governo nunca pautou o assunto.

Combate à fome nunca foi prioridade do governo de Jair Bolsonaro. - Agência Brasil/ Arquivo
Nara Lacerda
Brasil de Fato | São Paulo (SP)

Quem escuta as afirmações de Jair Bolsonaro contra o isolamento social para controle do coronavírus pode imaginar que o combate à fome, de alguma forma, seja pauta do governo federal. A temática, no entanto, nunca fez parte do repertório do capitão reformado, nem mesmo durante a campanha eleitoral. Se hoje Bolsonaro fala que “A Fome mata mais que o vírus”, há menos de um ano ele negava o problema no Brasil. Em julho do ano passado, chegou a dizer que, com base “no que a gente vê por aí” não há pessoas que sofrem com a escassez de alimentos no país.

“Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira. Você não vê gente, mesmo pobre, pelas ruas com um físico esquelético como a gente vê em alguns outros países aí pelo mundo”

A falta de preocupação com uma das parcelas mais vulneráveis da população vem sendo traduzida em um desmonte de órgãos e políticas sociais para o combate ao problema. No primeiro mês ocupando o Palácio do Planalto, Bolsonaro extinguiu o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional a partir de uma Medida Provisória. O órgão fazia parte do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional  e contava com a participação da sociedade civil na formulação de políticas públicas de acesso à nutrição adequada. 

A nutricionista e pesquisadora Elisabetta Recine, indicada pela sociedade civil como presidenta do Consea em 2017, afirma que foi feita uma análise dos planos de governo durante a campanha eleitoral  e que o planejamento de Bolsonaro não contemplava o assunto.  Ela ressalta que dados do IBGE vem mostrando que a curva de retirada das pessoas da pobreza e da extrema pobreza no Brasil está caindo e atualmente 35 milhões de brasileiros encaram o problema.

“Quando esses programas e essas políticas são enfraquecidos, a estrutura desigual do Brasil se recompõe rapidamente. As pessoas que estavam, ao longo de uma década e meia, saindo da faixa da pobreza e da extrema pobreza, voltam imediatamente, porque não dá tempo de elas estruturem as suas vidas para terem resiliência diante de uma situação como essa.”

Ela explica que, mesmo as políticas emergenciais para transferência de renda que vem sendo anunciadas terão dificuldades de implementação.

“Quando a pandemia chega ao Brasil, ela chega em um momento de extrema fragilidade de políticas públicas. O que já era ruim chegam em um contexto em que o Brasil não tem margem de manobra para lidar com isso. O conjunto de conselhos de políticas públicas foi extinto. Ele é a ponte do poder público com a sociedade. É dentro do espaço de participação e de controle social que a sociedade civil tem condições de colocar suas demandas, suas propostas, seus olhares da realidade. Foi aprovada a proposta de renda mínima, por exemplo, mas há  um monte de gente fora do cadastro único e o governo não consegue acessar essas pessoas porque ele não tem canais.”

O professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e coordenador da Rede Brasileira de Pesquisa, Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, Renato Maluf, afirma que o governo não tem compromisso com o combate à fome. Ele cita a postura adotada diante da lei de transferência de renda emergencial, aprovada pelo congresso. A equipe de Bolsonaro chegou a sugerir metade do valor proposto pelos parlamentares. Não houve esforço para aprovação imediata do texto, no que parece ser uma estratégia da área econômica.

“A questão é que fomos assaltados por grupos, alguns até com feições de gangue. É mais do que desmontar programas, estão desmontando o Estado. Essa é a intenção última e maior. Olha esse episódio da renda básica. É escandaloso ver o governo dizer que não consegue liberar o dinheiro. A imagem que eu tenho é o Paulo Guedes e sua turma  se apegando até onde puder em um dos últimos instrumentos de poder que eles tinham. Um ministro da economia que teve uma proposta aprovada contra a vontade dele, em um processo do qual ele não participou e vai ser obrigado a assinar o cheque? Isso para ele é a morte.”

Segundo Renato, a pandemia expõe o desmonte das diversas políticas sociais, praticado pelo governo do capitão reformado. O coronavírus mostra que a atuação do poder público é essencial e que a lógica privatista cai por terra diante de crises desse porte

“O que a pandemia está mostrando é que o estado é absolutamente essencial e que a lógica privada ou privatista é capaz de produzir muitos danos e não é capaz de enfrentar problemas públicos (...) Não venha o Bolsonaro dizer que está sensibilizado com a fome. Se estivesse mesmo não teria feito as maldades ele fez ao longo do governo.”

Sociedade civil apresenta propostas

Frente à crise, cerca de 150 organizações da sociedade civil elaboraram um documento com propostas de ações emergenciais (Clique aqui para ler o documento na integra).  A agilidade na implementação da renda básica emergencial está entre elas. O texto cita também a necessidade de criação de comitês emergenciais para o combate à fome, a recomposição imediata do orçamento da saúde e a garantia do abastecimento alimentar.

Sem a disposição do governo federal para o diálogo, a proposta será apresentada para o Congresso Nacional e enviada para que conselhos estaduais e municipais discutam o tema com os governos locais.

Elisabetta afirma que a pandemia dá visibilidade a escolhas feitas pelo governo de maneira brutal.

“O governo federal, do ponto de vista da sua hierarquia maior, está de costas para a agenda de segurança alimentar e nutricional desde que a presidenta Dilma Rousseff foi retirada da presidência. Durante um certo tempo cumprimos a nossa função de manter o diálogo, mas a medida provisória que extinguiu o Consea foi um recado único e não há diálogo com o governo federal.”

O documento propõe também a revogação da emenda do teto de gastos, a Continuidade e adequação das estratégias do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), por meio da distribuição direta de alimentos às famílias, políticas emergenciais para agricultura familiar e pescadores artesanais. As organizações ressaltam  que a solução passa necessariamente pela recomposição dos mecanismos de assistência social, desmontados pelo governo.

“Essa emergência deixará graves consequências e ninguém mais poderá fechar os olhos frente a essa realidade. Os danos serão maiores ou menores dependendo da vontade política e capacidade de resposta dos governantes e de cada um de nós.” Ressalta o texto.

Edição: Marina Selerges