terça-feira, 10 de novembro de 2020

O ex-presidente Evo Morales retorna à Bolívia


O ex-presidente Evo Morales (2006-2019) voltará hoje da Argentina, o país que lhe deu asilo após o golpe de Estado, para a Bolívia.

O líder indígena reiterou sua gratidão ao governo de Alberto Fernández e ao povo argentino por recebê-lo no contexto da crise na Bolívia, fomentada pela Organização dos Estados Americanos e grupos extremistas.

'Nestes dias, lembramos que o líder indígena Tomás Katari teve que voltar a pé de Buenos Aires para Potosí para ter seus direitos como autoridade original restaurados, e também aos exilados, como Juan José Torres, que não puderam retornar. Nossa homenagem a eles', escreveu Morales em sua conta no Twitter.

Ele lembrou que o governo de facto chamou os membros do Movimento ao Socialismo (MAS) de bestas, selvagens e violentos, e advertiu que eles jamais retornariam à Bolívia, enquanto matavam, perseguiam, detinham e ateavam fogo em casas e estações de rádio.

Entretanto, Morales enfatizou que 'voltamos, pacificamente, para recuperar a pátria democrática apenas com a consciência do povo'.

Em 10 de novembro de 2019, Evo Morales renunciou ao seu posto sob pressão de altos funcionários militares e policiais, no contexto do golpe de Estado que foi justificado por uma suposta fraude nas eleições de 20 de outubro daquele ano, que foi negada por diversas análises. Dois dias depois, ele chegou ao México, onde lhe foi concedido asilo.

Um mês depois ele viajou para a Argentina, cujo governo lhe deu refúgio para proteger sua integridade física diante de ameaças e de onde continuou sua liderança do MAS.

Os líderes golpistas na Bolívia, após usurparem o poder, cometeram massacres que deixaram mais de trinta pessoas mortas e centenas feridas, levaram a cabo perseguição política contra membros do MAS e desencadearam o racismo e a discriminação contra diferentes povos indígenas.

Neste domingo Luis Arce e David Choquehunca foram investidos como presidente e vice-presidente do Estado Plurinacional após a retumbante vitória nas eleições de 18 de outubro passado.

agp/otf/bm

Via - Prensa Latina

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