terça-feira, 24 de novembro de 2020

ONU denuncia racismo no Brasil após assassinato de negro


A representação das Nações Unidas no Brasil denunciou as dimensões do racismo que prevalecem hoje no país, após a morte do negro João Alberto Silveira Freitas, que foi espancado até a morte por dois seguranças brancos.

Análises iniciais garantem que, devido ao espancamento de cinco minutos, Silveira Freitas morreu sufocado na noite de quinta-feira em um supermercado do Carrefour em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.

Uma testemunha registrou o ataque em um celular e as imagens aparecem nas redes sociais. Os dois agressores, um de 24 e outro de 30, foram presos no local.

Em nota pública, a ONU expressa solidariedade à família de Silveira Freitas.

Ele garante que 'a morte violenta do homem, às vésperas da data em que se comemora o Dia da Consciência Negra (20 de novembro) no Brasil, é um ato que evidencia as várias dimensões do racismo e das desigualdades existentes no Brasil. a estrutura social brasileira '.

Ele ressalta que 'dados oficiais indicam que, a cada 100 homicídios no país, 75 são de negros'.

Insiste em que o debate sobre a eliminação do racismo e da discriminação é, portanto, 'urgente e necessário, e que dele participe todo e qualquer agente da sociedade, inclusive o setor privado'.

No comunicado, o organismo internacional apela 'às autoridades brasileiras' para que garantam uma investigação completa e rápida do caso, e que haja 'punição adequada aos responsáveis', 'reparação integral à família da vítima' e 'adoção de medidas para evitar que situações semelhantes voltem a acontecer. '

A ONU Brasil convida todos os integrantes do gigante sul-americano a participarem ativamente da construção de uma sociedade igualitária e livre de racismo. 'A vida dos negros é importante e não pode ser deixada para trás', destaca.

O crime de Silveira Freitas, às vésperas do Dia Nacional da Consciência Negra, gerou protestos em várias cidades.

Segundo Roberta Bertoldo, do segundo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de Porto Alegre, os dois agentes de segurança do mercado serão acusados ​​de triplo homicídio, por motivos inúteis e por não darem oportunidade à vítima de se defender.

Neste sábado, o soldador de 40 anos foi enterrado em uma breve cerimônia e uma bandeira azul de seu clube de futebol favorito, o São José, foi estendida sobre seu caixão.

Via – Prensa Latina

Nenhum comentário:

Postar um comentário