sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Cerca de 900 índios mortos pela Covid-19 no Brasil

 

Um total de 894 membros de aldeias indígenas morreram ontem 17/12/20 de Covid-19, causados pelo coronavírus SARS-CoV-2, de acordo com o mais recente relatório da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

Em seu ajuste, a APIB também revela que 42.192 nativos foram confirmados com a doença e 161 de suas aldeias são afetados pelo patógeno.

A entidade detalha que esses números de mortes e infecções representam o total de dados reportados pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e verificados pelo Comitê Nacional de Vida e Memória Indígena.

Entretanto, a contagem do Ministério da Saúde até o momento inclui 36.124 contaminações entre as comunidades indígenas. O governo conta também 501 mortes.

A diferença entre os números apresentados pela administração federal e a APIB resulta dos critérios adotados por cada uma.

Neste caso, a secretaria da saúde não é responsável pela infecção pelo vírus entre aqueles que não vivem na aldeia e em um contexto urbano.

A associação aponta que o primeiro caso de contaminação entre suas comunidades foi o de uma jovem de 20 anos da aldeia de Kokama, em 25 de março, no município amazônico de Santo Antônio do Içá.

Em seu site, a APIB informa que a falta de transparência nos dados do Sesai impede a identificação de muitas cidades onde ocorreram perdas humanas.

Para a APIB, além do Covid-19, as ameaças aos povos indígenas são muitas e são intensificadas pela negligência e pelos ataques da administração do Presidente Jair Bolsonaro.

'Tentativas de mudança legislativa, discurso de ódio, racismo institucional e o avanço do agronegócio sobre os territórios caracterizam a relação do governo federal com os povos indígenas brasileiros', disse ele.

De acordo com o último censo nacional, cerca de 900.000 brasileiros se reconhecem como nativos. No entanto, nas últimas décadas, os especialistas dizem que este número aumentou. Trata-se de famílias mistas que foram expulsas de seus territórios ao longo do tempo e agora estão buscando recuperar sua identidade coletiva.

Via – Prensa Latina

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