quarta-feira, 1 de março de 2023

Insumo usado na produção de cachaça pode prevenir doença que atinge milhões de pessoas

 


Conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores das universidades de São Paulo (USP) e Federal de Minas Gerais (UFMG).

Por Lucas Vasques

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Um estudo desenvolvido com camundongos machos por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apresentou uma conclusão supreendente: uma dose diária do probiótico Saccharomyces cerevisiae UFMG A-905, isolado da produção de cachaça, pode prevenir asma.

A doença se caracteriza pela inflamação das vias aéreas, limitação do fluxo de ar e remodelamento brônquico. Afeta mais de 330 milhões de pessoas no mundo.

Os resultados do trabalho foram publicados na revista Probiotics and Antimicrobial Proteins, de acordo com reportagem de Julia Moióli, na Agência Fapesp.

Tratamentos funcionais com probióticos para prevenir ou tratar doenças de pele, gastrointestinais, neurológicas e alérgicas, por exemplo, despertam cada vez mais interesse. Porém, ainda faltam estudos que definam dose e regime de administração ideais para atingir os benefícios aguardados.

Era justamente o caso da S. cerevisiae UFMG A-905, levedura usada na produção de cachaça, cerveja e pão. Seu potencial para atenuar sintomas da asma em camundongos já era conhecido. Contudo, era imprescindível obter mais detalhes a respeito de como aproveitá-la.

O novo estudo da USP e da UFMG aponta que o ideal é ingerir uma dose diária na concentração de 109 UFC/ml (Unidades Formadoras de Colônias por mililitro da solução administrada aos roedores).

“É preciso entender que os probióticos funcionam como medicamentos, ou seja, não adianta tomar de vez em quando ou na dose inadequada”, relatou Marcos de Carvalho Borges, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP e orientador do estudo.

Pesquisadores querem desenvolver produtos alimentícios com o probiótico

Com o término dos estudos em animais, o objetivo passa a ser esclarecer os mecanismos envolvidos no efeito benéfico da S. cerevisiae UFMG A-905 e observá-la em humanos.

Para dar mais este passo importante, o grupo de pesquisadores não deseja criar um simples comprimido com a solução. Eles querem desenvolver produtos alimentícios fermentados com o probiótico.

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