quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Poça D' água


...”Na rua uma poça d'água, espelho da minha mágoa, transporta o céu para o chão”...
(Newton Teixeira e Jorge Faraj)

Trecho do poema, do clássico da música popular “A Deusa da minha rua”. É composição de Newton Teixeira e Jorge Faraj, foi cantada por grandes nomes como Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Silvio Caldas entre outros. Como diriam os mais velhos, “é música dos tempos em que se tinha vergonha na cara”.

A música fala de um apaixonado morador de uma rua modesta em que havia uma mulher linda, uma Deusa, um sonho de beleza e encantamento. Descreve a rua esburacada, com poças d’água, enfatiza a modéstia desta rua e salienta, rebatendo a precária ou nenhuma pavimentação da rua, com a importante beleza de uma moradora que encanta e paralisa o olhar dos que a fitam.

Talvez você prezado leitor, não tenha a sorte do autor desta música, talvez em sua rua, não viva uma Deusa, talvez em seu portão não passe nenhuma mulher sinuosa, mas estamos certo que em algo você se identifica, temos certeza de que em sua rua há uma poça d’água, principalmente nestes tempos de crise e de chuva em abundância, evidentemente há aquela poça transportando o céu para o chão, é lindo, a poça reflete a luz da lua é de fato poético . E se em sua rua há além da poça d’água uma Deusa, parabéns coincidentemente, foi em situações como a sua, que a música A Deusa da minha rua foi escrita.

Talvez buracos na rua, sirvam para inspirar outros poemas como o clássico que hora citamos, afinal os bons poetas tiram canções até mesmos das situações adversas a exemplo de Amélia que achava bonito não ter o que comer. Quem acha que buracos na rua, poças d’água sirvam apenas para as deixar feias, aos motoristas que tiveram seus automóveis danificados, a você que já teve que ir na contra-mão para desviar de um buraco, saiba, rua feia esburacada, inspirou Newton Teixeira e Jorge Faraj fazer acontecer A Deusa da minha rua, um clássico. Quem sabe nossas ruas também faça fluir alguma poesia e desta forma termos mais um clássico? Assim diremos, “nem tudo está perdido nesta terra onde as ruas tem buracos”

Por Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Estamos quebrando preconceitos?

Os líderes eleitos em alguns países das Américas, principalmente a do Sul, vem chamando a atenção do mundo. Estamos evoluindo? Estamos quebrando as barreiras do preconceito? Ou o quadro que se desenha no continente é apenas um acaso?

O que vemos neste lado do mundo sobre lideranças governamentais é algo que até a década passada não existia. Os primeiros anos do século XXI deu início a uma nova realidade na política continental, basta ver os representantes de alguns países, estes estão se levantando do meio de uma parcela da sociedade onde jamais noutros tempos seria possível.

No Brasil, onde antes os chefes de estado eram sempre das elites, doutores, generais, sociólogos, em 2002 o resultado das eleições presidenciais embasbacou o mundo, foi eleito um retirante nordestino, torneiro mecânico e líder sindical para presidente da republica.

Três anos depois em 2005, o povo boliviano em sua maioria, anunciou ao mundo a escolha do índio Evo Morales como o maior homem de uma Bolívia onde a elite branca nunca havia deixado de mandar e governar primando por seus próprios interesses.

No Chile também em 2005 o país escreveu uma página em sua história onde quem viveu por lá nos dias do ditador Augusto Pinochet jamais poderia imaginar que tal realidade se concretizaria, uma mulher, Michele Bachellet tornou-se também presidente daquele país.

No Paraguai em 2008, um ex-bispo católico quebrou a hegemonia sexagenária do partido colorado e se tornou presidente da republica. Um ex-bispo que tantos filhos fez, que hoje é conhecido por lá como o pai da pátria.

Porém a maior surpresa veio em 2009, nos Estados Unidos onde o preconceito de cor toma proporções lamentáveis, um negro, Barack Obama se elege o presidente da nação mais poderosa do planeta, provando ao mundo que algo de muito diferente anda acontecendo nas Américas.

Estariam os povos das Américas mostrando ao mundo que as muralhas do preconceito começam ser derrubadas por este lado do globo?

No Brasil machista, se Dilma Roussef consagrar-se vitoriosa no pleito de 03 de outubro, a quebra de mais um tabu sul-americano chamará a atenção do mundo. ‘Nunca na história deste país’ uma mulher tornou-se presidente da republica.

Tais evidências mostram que, embora o preconceito ainda exista, ele não está sendo forte o suficiente para impedir que pessoas de meios sociais vítimas históricas do preconceito ganhem as eleições nas Américas.

Por aqui se deixou de seguir a etiqueta capitalista, onde é imprescindível que para ser líder tem que ser homem, branco, bonito e rico. Nas Américas essas regras caíram por terra, fugimos da ordem positivista de que somente uma elite exclusivista comandará cargos de tamanha evidência na política.

No mais, que os povos das Américas, principalmente a do Sul, continue deixando claro que por aqui os preconceitos começam a perder forças.
As escolhas sul-americanas mostram a cada eleição que o império da mesmice elitizada não é interessante.

Como diria nossos hermanos vizinhos:

¡ Que viva nuestra América gran y única !

Mateus Brandão de Souza, graduado em história pela FAFIPA.





sábado, 25 de setembro de 2010

Quero a paz no meu e-mail


É de se pasmar a tamanha insônia que tem causado nesses internautas o fato de que Dilma será a próxima presidente do Brasil. Os que não comungam com a idéia nem com o governo Lula deixaram de lado os planos governamentais de campanha e com a angustia e certeza de mais uma derrota, submergiram-se na baixaria.

A coisa está em tão baixo nível que determinados palavrões já se tornaram elogios em visto a rajada de postagens pejorativas que andam rolando pela rede.
Orkut, MSN, e-mail, Twitter e o que quer que seja andam congestionados de insultos, e postagens de acusações contra o nome da primeira mulher que governará a nação.

Até mesmo pastores evangélicos esqueceram-se da bíblia e aderiram a baixaria eleitoreira. Há um deles pelo Youtube vomitando sua aversão ao partido dos trabalhadores e inserindo na cabeça de suas ovelhas ameaças semelhantes às sete pragas do Egito caso a candidata do governo ganhe as eleições.

Se dependesse do conceito dessa parcela de parasitas da Internet, nem mesmo o próprio diabo teria mais defeito que a Dilma, e nesse desespero todo, temos que suportar postagens hostis contra esta candidata e seus eleitores. 

Nosso alento é que estamos na reta final da campanha eleitoral, na segunda-feira dia 04 de Outubro, nossas caixas de e-mail retornarão ao seu ciclo normal, onde os desocupados voltarão a postar aquelas correntes em louvor as tantas Nossas Senhoras de Barro e nós os que estamos enojados com tantas postagens banais, voltaremos a calmaria, sem a poluição visual de nossas páginas no e-mail.

Eu que tanto praguejava contra as correntes que me ameaçavam castigos severos caso as quebrassem, nem imaginava que ainda iria presenciar tanto excremento na rede.
Sabem de uma coisa?
Bons tempos àqueles onde essas mentes vazias, ocupavam-se apenas em nos mandar correntes ameaçadoras, essas tais correntes apesar de chatas, eram menos freqüentes do que essas centenas e tediosas postagens sem precisão.

Tomara que chegue logo o dia 04 de Outubro.

Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Como as Mulheres dominaram o mundo.


Conversa entre pai e filho, por volta do ano de 2031 sobre como as mulheres dominaram o mundo.
- Foi assim que tudo aconteceu, meu filho...
Elas planejaram o negócio discretamente, para que não notássemos Primeiro elas pediram igualdade entre os sexos. Os homens, bobos, nem deram muita bola para isso na ocasião. Parecia brincadeira.
Pouco a pouco, elas conquistaram cargos estratégicos: Diretoras de Orçamento, Empresárias, Chefes de Gabinete, Gerentes disso ou daquilo.
- E aí, papai?
- Ah, os homens foram muito ingênuos. Enquanto elas conversavam ao telefone durante horas a fio, eles pensavam que o assunto fosse telenovela. Triste engano. De fato, era a rebelião se expandindo nos inocentes intervalos comerciais. "Oi querida!", por exemplo, era a senha que identificava as líderes. "Celulite", eram as células que formavam a organização. Quando queriam se referir aos maridos, diziam "O regime".
- E vocês? Não perceberam nada?
- Ficávamos jogando futebol no clube, despreocupados. E o que é pior:
Continuávamos a ajudá-las quando pediam. Carregar malas no aeroporto, consertar torneiras, abrir potes de azeitona, ceder a vez nos naufrágios. Essas coisas de homem.
- Aí, veio o golpe mundial?!?
- Sim o golpe. O estopim foi o episódio Hillary-Mônica. Uma farsa. Tudo armado para desmoralizar o homem mais poderoso do mundo. Pegaram-no pelo ponto fraco, coitado. Já lhe contei, né? A esposa e a amante, que na TV posavam de rivais eram, no fundo, cúmplices de uma trama diabólica. Pobre Presidente...
- Como era mesmo o nome dele?
- William, acho. Tinha um apelido, mas esqueci... Desculpe, filho, já faz tanto tempo...
- Tudo bem, papai. Não tem importância. Continue...
- Naquela manhã a Casa Branca apareceu pintada de cor-de-rosa. Era o sinal que as mulheres do mundo inteiro aguardavam. A rebelião tinha sido vitoriosa! Então elas assumiram o poder em todo o planeta. Aquela torre do relógio em Londres chamava-se Big-Ben, e não Big-Betty, como agora... Só os homens disputavam a Copa do Mundo, sabia? Dia de desfile de moda não era feriado. Essa Secretária Geral da ONU era uma simples cantora. Depois trocou o nome, de Madonna para Mandona...
- Pai, conta mais...
- Bem filho... O resto você já sabe.
Instituíram o Robô "Troca-Pneu" como equipamento obrigatório de todos os carros...
A Lei do Já-Prá-Casa, proibindo os homens de tomar cerveja depois do trabalho...
E, é claro, a famigerada semana da TPM, uma vez por mês...
- TPM???
- Sim, TPM... A Temporada Provável de Mísseis... E quando elas ficam irritadíssimas e o mundo corre perigo de confronto nuclear...
- Sinto um frio na barriga só de pensar, pai...
- Sssshhh! Escutei barulho de carro chegando. Disfarça e continua picando essas batatas...

(Luís Fernando Veríssimo)

Mateus Brandão de Souza, graduado em história pela FAFIPA.

  


domingo, 19 de setembro de 2010

Eterna mágoa


 (Augusto dos Anjos)


O homem por sobre quem caiu a praga
Da tristeza do Mundo, o homem que é triste
Para todos os séculos existe
E nunca mais o seu pesar se apaga!

Não crê em nada, pois, nada há que traga
Consolo à Mágoa, a que só ele assiste.
Quer resistir, e quanto mais resiste
Mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga.

Sabe que sofre, mas o que não sabe
E que essa mágoa infinda assim não cabe
Na sua vida, é que essa mágoa infinda

Transpõe a vida do seu corpo inerme;
E quando esse homem se transforma em verme
É essa mágoa que o acompanha ainda!


Por Mateus Brandão de Souza, graduado em história pela FAFIPA.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Esperanças vãs.

O sonho bonito do bem comum onde viveremos todos em harmonia, onde a justiça vá de encontro aos interesses coletivo não passará de sonho.
Histórias de faz de conta, quimeras, onde cada vez mais perderá o sentido na cruel realidade formada por seres vulneráveis e corrompidos que sempre buscarão seus próprios interesses.

A realidade onde a dignidade abrace todos os cidadãos é cada vez mais inviável, nunca aconteceu e jamais acontecerá. A raça humana com seu modo de fazer política, jamais será capaz de fazer valer os princípios do bem comum. O discurso de que os interesses coletivos serão defendidos a qualquer preço, é lenda e mito, vividos somente no imaginário de sonhadores e enganadores. Esperanças inalcançáveis que servirão sempre como esteios para sustentar ou garantir a ascensão e a permanência de alguém ou alguns no domínio desta máquina falsária denominada política.

Os homens que regem o poder ou aqueles que possuem esta pretensão, buscarão primordialmente seus próprios interesses, como também, os interesses daqueles que lhes tem estreita aproximação. Pela ganância em chegar ao posto almejado em sua candidatura estes homens se unirão ou se afastarão uns dos outros como melhor lhes convier.

O que importa é o caminho mais curto para suas realizações pessoais, os que outrora eram inimigos, hoje se abraçam, quem ontem era apontado como demônio, hoje têm o aval de quem o satanizou, serão sempre assim os políticos, artistas de muitas faces que mudam seus discursos da maneira que for conveniente aos seus próprios interesses.

Entra ano e sai ano, passam-se séculos e a realidade é imutável, porém a esperança de uma realidade justa continua fomentando o imaginário de todos aqueles que dormem, sonhando com um dia triunfante, onde o bem, a bonança e a dignidade seja algo comungado por todos. São os pobres sonhadores que em sua tamanha inocência, alimentam um otimismo também imaginário de que realidade se reverterá.

O objetivo aqui não é partilhar nosso pessimismo e frustração, acreditamos até que os sonhadores sejam pessoas mais felizes do que aqueles que estão acordados assistindo a toda essa patifaria infindável regida pelos maestros da política. Estaremos cada vez mais mergulhados no lodo da desesperança onde quem pode mais chora menos e os que nada podem e muito choram jamais serão saciados e tampouco consolados.

Assim é e assim será.

Mateus Brandão de Souza, graduado em história pela FAFIPA.
                                                                                                                          

                                        

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Conflito


É... aprende-se muito com o sofrimento


Muito mesmo
Sobretudo quando este sofrimento toma as proporções de um abismo
Das muitas lições que a juventude ensina esta é uma delas
Há muitos jovens vazios porque há poucos adultos transbordando

Eu avisei
Não fui tão mal
O quanto eu sei
Eu fui leal
Não prometi milagres
E nem falei de inferno
Apenas conversamos
Do mundo que era o seu
Achei por bem lhe avisar
Que não convém se desligar
Que o mundo colorido
Não traz felicidade
Você nem deu ouvido
E até se pôs a rir
Eu percebi que me enganei
E que eu errei ao esquecer
Que não se dá conselhos
A quem já sabe tudo
E que eu já sou um velho
E devo é me calar
Você ganhou e eu perdi
Me derrotou e eu entendi
Que eu sou um velho bobo
Falando contra a droga
Você menino esperto
Que curte o que é legal

O abismo que entre nós dizem que existe
Não sei medir, não sei medir
Não sei quem de nós dois vive mais triste
Você que nem chegou e já partiu
Ou eu que já cheguei e aqui fiquei
Não sei quem de nós dois está mais certo
Você que fez deserto e coloriu
Ou eu que fiz um céu e descansei

(Padre Zezinho)

Mateus Brandão de Souza, graduado em história pela FAFIPA.

sábado, 11 de setembro de 2010

A Banca do distinto.

Por Joanna, composição de Billy Blanco.


Dedico esta postagem à um pessoal aí que se acha...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Quem paga a conta?


“A corda sempre arrebenta no lado mais fraco”.

Este ditado óbvio faz referência a ocasiões onde, dado as circunstâncias que acontecem determinadas adversidades, pessoas de menor poder aquisitivo, menor influência social e baixa posição hierárquica, arcam com a responsabilidade de pagar por erros que se quer cometeram.

Em questões de crise, por exemplo, muitas vezes, aquele que não desfruta de bom salário, é quem responde por conseqüências que ele não ocasionou. Quando uma empresa decide cortar gastos, é no bolso da maioria assalariada que ela busca sua estabilização, desta forma, confisca do empregado menos remunerado o seu complemento salarial, a hora extra. Quando a situação se torna mais drástica, a empresa vai além, recorre à demissão em massa de sua mão-de-obra barata, em meio a este revés empresarial, os que detêm melhor remuneração e posição hierárquica, não tem de seus salários, um único centavo retirado.

Ou seja, cabe a classe funcional assalariada o sacrifício de contribuir para que o caixa de sua empresa saia do vermelho, pois, assim decidem aqueles que tem em mãos o poder da regência empresarial, não há para eles maneira mais viável de sanar suas dificuldades do que apelar para o bolso do trabalhador. Partindo de ideologias anti-sociais como esta, o setor empregatício criou o famigerado banco de horas, conduta amparada em lei que afeta o “colaborador” no seu ganha pão diário.

Aliás, o termo colaborador, define exatamente o que é a classe trabalhadora, pois se há na empresa ameaças na estabilização de seu caixa, o corpo funcional de baixa renda é quem será sacrificada colaborando para o barco sair da tormenta e voltar a bonança.

Conhecem a história do boi jogado para as piranhas? É exatamente a mesma forma, haverá sempre quem será usado em sacrifício para a salvação e regozijo de outro, o revés daqueles, garantirá a sorte destes.

Quem paga o pato? Hora quem, aquele que for menor é claro, a culpa cai sobre os que não merecem. Alguma dúvida de que o sistema é injusto?

Nos reinos medievos, quando um rei tinha ganas em acumular moedas e garantir seu bem estar, era na escassez dos bolsos de seus súditos que ele ia garimpa-las, através de impostos abusivos, o rei criava um meio de seu povo suprir as necessidades palacianas.
Nem todos tiveram a mesma sorte dos compatriotas e contemporâneos de Robin Hood, aqueles, colaram-se ao herói esperando nele a possibilidade de ser feito justiça. No fim, a ação Robin-hoodiana restituiu aos pobres o que lhes foi roubado pelos ricos, tornou-se ele, príncipes dos ladrões e se foi ele uma lenda ou não, o importante é que por seus roubos ele merece muito mais de cem anos de perdão.

No entanto prezado Leitor, neste sistema que é promissor para tão poucos, neste sistema onde os poucos que tem muito, criam leis favoráveis aos seus interesses dominantes, a quem é levado ao dever de pagar a conta?
Quem é levado ao sacrifício e quem garante a sobrevivência do sistema parasita?...

Lamentavelmente são todos aqueles que nada devem e menos tem...


Mateus Brandão de Souza, graduado em história pela FAFIPA.


           

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Meteorito Bendegó.

Aquilo que nós conhecemos por estrelas cadentes, na realidade não são estrelas, são partículas de minerais que viajam pelo espaço sideral e quando uma dessas inúmeras partículas entra na atmosfera da terra, o impacto faz com que ela se torne incandescente e visível a olho nu, por isso aqui da terra temos a impressão de que a estrela está caindo.

Muitas vezes esses minérios espaciais acabam caindo na superfície da terra e quando isso acontece, os minérios são chamados de meteoritos. O maior meteorito que temos notícia de ter caído no Brasil foi encontrado na Bahia pelo menino Bernardino da Motta Botelho, nas proximidades do rio Bendegó na cidade de Monte Santo em 1784. O Rio Bendegó que fica próximo onde o meteorito foi encontrado, foi batizado com este nome pelos nativos daquela região, os índios cariris, Bendegó na língua cariri significa ‘caído do céu’.

O Bendegó pesa cinco toneladas e é o 15º maior meteorito encontrado no mundo seu formato lembra uma sela de montaria, hoje o Bendegó se encontra no Museu Nacional da Quinta da Boa vista no Rio de Janeiro. O transporte da Bahia ao Rio de Janeiro aconteceu em 1888 por ordem do Imperador D. Pedro II que achou por bem que Bendengó viesse para a então capital do país.

A retirada do meteorito do local de sua queda entristeceu os moradores de Monte Santo, pois muitos guardavam carinho e até mesmo a crença de que o Bendegó fosse uma pedra sagrada, populares da época diziam que a região sofreu uma grande estiagem e o motivo era o castigo divino pelo traslado da pedra da Bahia ao Rio. A cidade de Monte Santo oito anos mais tarde entraria para história não pelo Bendegó, mas pela Guerra de Canudos, onde Antonio Conselheiro se tornaria um dos maiores líderes populares do mundo.

Portanto se um dia você for ao Rio de Janeiro, visite o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, lá se encontra o Bendegó, até Albert Einstein já foi visitá-lo, enquanto os moradores da região de Monte Santo, reclamam a volta do Bendegó ao local de sua queda o que muito contribuiria para o turismo naquela região.

Mateus Brandão de Souza, graduado em história pela FAFIPA.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Stand By Me...



Essa cover de Stand By Me, foi gravada por artistas completamente desconhecidos num estúdio virtual em ruas ao redor do mundo. Tudo começou com uma trilha de base - vocais e violão - gravada nas ruas de Santa Mônica, Califórnia, por um músico de rua chamado Roger Ridley. A faixa então foi levada a Nova Orleans, Louisiana, onde Grandpa Elliot - um cantor cego do French Quarter - adicionou os vocais e a gaita enquanto ouvia a trilha gravada por Ridley no headphone. Na mesma cidade, Washboard Chaz adicionou percussão metalizada.

E daí em diante a coisa foge do controle - no bom sentido: os produtores levaram a mixagem resultante para a Europa, África e América do Sul, adicionando novas trilhas com múltiplos instrumentos e vocais que foram inseridos na versão final que você assiste no vídeo. Tudo feito com um simples laptop e alguns microfones.
(RNVIANA)

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Histórias de assombração

Nosso mundo é cercado de mistérios, disso ninguém discorda, até mesmo muitos incrédulos reconhecem que de fato há coisas inexplicáveis e outras esquisitas. No campo das lendas, das crendices populares e do folclore nossa região é rica, repleta de relatos curiosos que sem dúvida provocam arrepios ou frio na espinha proporcionado pelo medo.

Quem por aqui nunca ouviu falar na loira da Matão? Segundo testemunhas oculares, trata-se de uma assustadora mulher vestida de branco que costuma pegar carona ou aparecer dentro dos veículos que trafegam por este trecho da BR 376 entre Nova Londrina e Paranavaí.

No Quatro Marcos, bairro rural do município de Marilena, moradores ou conhecedores do local temem passar durante a noite por uma frondosa figueira a beira da estrada onde muitos juram ter ouvido lamúrias ou visto debaixo da referida figueira, um caixão de defunto que reluz com a claridade da lua em sua tampa.

Não estamos longe de outros contos assombrosos, quatro quilômetros separam as cidades de Nova Londrina e Marilena, a rodovia que liga uma cidade a outra é reta e aparentemente não apresenta perigos em seu percurso, porém, esta estrada é cenário de constantes acidentes e muitos deles seguidos de morte.

Neste trecho, no entanto, já foram relatadas algumas histórias assombradas onde o receio ao percorrê-lo é inevitável. Conhecedor desde minha mais terna idade do trajeto que liga os dois municípios, reconheço que esta estrada parece guardar algum mistério. Sobre os relatos já ouvidos a respeito da estrada que dá acesso à Nova Londrina e Marilena, chama-nos a atenção os seguintes:

Ciclistas solitários já afirmaram ter sentido o impacto e o peso de alguma pessoa que pulou na garupa de suas bicicletas, amedrontados, os ciclistas olham para trás e não vêem nada, apenas o peso do misterioso carona que o acompanha até determinado ponto da rodovia onde a subida é mais acentuada.

Outros que fazem o percurso a pé entre Nova Londrina e Marilena ou vice-versa, dizem já ter ouvido várias vozes de pessoas dialogando e rindo como se estivessem vindo de encontro com a pessoa que está indo em sentido contrário, por fim, conclui-se que não há ninguém, apenas a escuridão e o vazio da noite onde os alaridos do além, calam-se inexplicavelmente.
                                                                                        
E os relatos sombrios continuam, há quem diga ter cruzado com um vulto de olhos de fogo, outro já diz que ao percorrer o local, ter sido acompanhado por um desconhecido e este desconhecido cumprimenta-o pelo nome e após dizer e saber muito sobre sua vida e de sua família desaparece misteriosamente.

Há também a história e esta é a mais arrepiante, quem já tenha visto cruzar à sua frente apressadamente de um lado a outro da rodovia, determinado homem sem as duas pernas arrastando seu corpo com as mãos apoiadas no chão. Uma sena realmente de se arrepiar.

São portanto, histórias da nossa terra, mistérios desta região perdida nos confins extremos deste noroeste paranaense. Histórias como estas, curiosas, que podem ser apenas frutos da nossa imaginação ou do nosso medo, porém, embora muitos duvidem, ninguém tem coragem suficiente para tirar a limpo os tantos mistérios que nos assombram.

Quando criança, fui morador de Marilena, naquela época, não foram nem duas e nem três vezes que ouvi a história de um lobisomem  que corria os arredores e as ruas da cidade, testemunhas chegaram a afirmar que uma certa noite, foi visto um homem no cemitéio transformar-se no bicho, eu, graças a providencia divina, nada vi, mas, em Marilena, o lobisomem ganhou destaque nas rodas de bate-papo, nas salas de aula e até mesmo durante a missa, o padre da época certa vez, pediu que parassem de falar que ele tinha conhecimento de quem transformava-se em bicho e que nenhum suposto homem confessou-lhe sofrer a horrenda metamorfose.

O que podemos afirmar, no entanto, é que há muitos mistérios entre o céu e a terra, coisas que a religião arrisca explicar e que a ciência exclui a possibilidade de tais espíritos existirem, mas, a crendice popular não lhe dá ouvidos e os testemunhos sobre visagens, atravessam geraçoes...

De fato, os seres e espíritos do além podem estar por aí, ou até mesmo ao seu lado, cuidado.

Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA  e fascinado por relatos desta natureza.


Palavras chave: Histórias de assombração, lobisomem, loira da matão, Marilena, Nova Londrina.