quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Covid-19 declina em Portugal após o início da vacinação

 

A diminuição dos casos de Covid-19 em Portugal coincide com o início da vacinação contra a pandemia e marca o fim do surto no país, segundo as autoridades sanitárias.

Pelo segundo dia consecutivo, este país mostra números inferiores a dois mil infectados, uma estatística promissora de acordo com os valores anteriores.

A imunização começou no país na véspera, assim como nas demais nações da União Europeia.

Portugal vive em estado de emergência, nível máximo de alerta, em vigor até 7 de janeiro.

Nos próximos quatro meses do governo do primeiro-ministro Antonio Costa, pretende-se imunizar 950 mil pessoas contra o vírus SARS-CoV-2, causador da doença.

Por outro lado, a nova variante da Covid-19, associada ao rápido aumento das infecções no Reino Unido, foi detectada na ilha da Madeira, em pessoas que chegaram a esse território português oriundas do território insular.

O número total de infectados em Portugal ultrapassa os 394.550, enquanto os que morreram da doença letal rondam os 6.600.

Via - Prensa Latina

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Cuba exigirá teste para Covid-19 de turistas a partir de 1º de janeiro

Controle de entrada é a forma encontrada pelo governo comunista para não parar a atividade turística.


No Portal Vermelho

om o aumento no número de casos do novo coronavírus em todo mundo, muitos países têm revisado suas políticas de admissão de viajantes internacionais. Um deles é Cuba, que, a partir de 1º de janeiro, exigirá que visitantes apresentem exames PCR negativos para Covid-19, feitos antes do embarque.

O controle de entrada é a forma encontrada pelo governo comunista para não parar a atividade turística, fundamental para a economia local. Conforme as regras adotadas, o visitante deverá apresentar um teste de PCR negativo realizado 72 horas antes da chegada ao país, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em Havana. Até então, os turistas eram testados pelas próprias autoridades sanitárias cubanas ao desembarcarem no país.

A nova medida é uma tentativa do governo de deter o avanço da doença na ilha. Apesar do sucesso inicial na contenção do vírus – com uma política de isolamento e rastreamento de contato –, o país registrou um significativo aumento de casos no último mês, após a reabertura de suas fronteiras para viajantes estrangeiros.

A taxa diária de infecção per capita de Cuba é baixa – apenas 15% da média mundial, de acordo com a Our World in Data. Só que o índice dobrou no último mês, devido, sobretudo, a casos importados. Na última terça-feira, a ilha de 11 milhões de habitantes registrou um novo recorde de 142 casos positivos, quase metade deles importados, elevando o total acumulado para 10.384, com 139 mortes desde março.

Outro país com fronteiras abertas aos turistas brasileiros a anunciar novas medidas de controle migratório, por conta do aumento de casos de Covid-19, foi a Argentina. O vizinho sul-americano passou a exigir, desde sexta-feira (25), quarentena de ao menos sete dias a viajantes internacionais que entrarem em seu território até 8 de janeiro. A regra condiciona a entrada de estrangeiros a uma autorização prévia das autoridades de migração argentina – o que equivale ao fechamento de fronteiras para viagens não essenciais, como as de turistas em geral.

O governo Alberto Fernández está preocupado com o aumento da taxa de transmissão em países da região, especialmente o Brasil. Ao longo desta semana, foi especulado até o fechamento total das fronteiras. A Argentina reabriu as suas em 30 de outubro. Desde então, brasileiros precisavam apenas apresentar um teste PCR negativo para Covid-19 feito até 72 horas antes da partida, uma declaração legal preenchida eletronicamente até 48 horas do embarque e um seguro de saúde com cobertura para a doença .

Em outra atitude para barrar o avanço da doença – e também a chegada da nova variante do Sars-Cov-2 descoberta no Reino Unido –, a Argentina suspendeu voos vindos do território britânico e também de Itália, Dinamarca, Holanda e Austrália. O país sul-americano está entre os países mais atingidos pela doença. Com 44 milhões de habitantes, registra 42.234 mortes e mais de 1,5 milhão de casos de Covid-19.

 

O governo espera iniciar uma campanha de vacinação nos próximos dias, quando chegar um primeiro lote do imunizante russo Sputnik V. Na quarta-feira (23), a vacina foi autorizada pela autoridade local de medicamentos argentina com base na fase 3 de testes realizados na Rússia e sem a necessidade de ensaios clínicos adicionais.

 

A Argentina é o primeiro país da América Latina a endossar o Sputnik V. O governo Alberto Fernández também negocia a compra da vacina do laboratório Pfizer e aguarda a da AztraZeneca, além de integrar o mecanismo Covax da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Com informações do O Globo

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Hamilton Mourão, mais um bolsonarista com Covid-19

 Vice-presidente é o 16º membro do primeiro escalão do governo Bolsonaro a se infectar.


O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, 67 anos, testou positivo para Covid-19 neste domingo (27), segundo nota divulgada por sua assessoria. Ele é o 16º membro do primeiro escalão do governo Jair Bolsonaro – a começar pelo próprio presidente – a se infectar com o novo coronarvírus.

De acordo com a Vice-Presidência, o resultado foi confirmado na tarde deste domingo. A nota foi divulgada pela assessoria à noite e não contém detalhes sobre o estado de saúde de Mourão e quais sintomas apresentou. Ele ficará em isolamento no Palácio do Jaburu, residência oficial destinada ao vice-presidente.

Com o diagnóstico, Mourão passa a integrar uma extensa lista de políticos que contraíram o coronavírus. Todos os chefes de Poderes já foram infectados e se recuperaram da doença. O presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, anunciou resultado positivo para a Covid-19 em julho.

Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, contraiu a doença em março e, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, em setembro. Também em setembro, Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), foi diagnosticado com o coronavírus, dias depois de assumir a presidência da Corte.

No primeiro escalão bolsonarista, além do presidente, também testaram positivo para a Covid-19 Eduardo Pazuello (Saúde), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Milton Ribeiro (Educação), Onyx Lorenzoni (Cidadania), Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações), Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União), Braga Netto (Casa Civil), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), Marcelo Álvaro Antônio (Turismo), Fábio Faria (Comunicações) e André Mendonça (Justiça).

Com informações do G1

Via – Portal Vermelho

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Brasil fica para trás: México, Chile e Argentina vacinam antes na AL

 

A Argentina, do presidente Alberto Fernández, deve receber 300 mil doses da russa Sputnik V ainda nesta semana

Fato de o Brasil ainda não ter nem sequer assinado contrato com a Pfizer reflete a abordagem errática do governo Bolsonaro.

Numa evidência do despreparo do governo Jair Bolsonaro – e de sua negligência com a pandemia do novo coronavírus –, o Brasil não será pioneiro nem mesmo entre os países da América Latina na vacinação contra a Covid-19. México, Chile e Argentina preveem começar a aplicar a vacina em algum momento da semana que vem. A Colômbia também se preparar para receber as primeiras doses da vacina Pfizer/BioNTech.

Analistas afirmam que o governante que conseguir começar a imunização primeiro ganhará capital político e terá chances de recuperar a economia mais cedo. Em contrapartida, o fato de o Brasil ainda não ter nem sequer assinado contrato com a Pfizer reflete a abordagem errática do governo Bolsonaro.

“Governantes de todos os países estão desesperados para começar a encontrar soluções. Precisam de alguma saída ao mau humor social depois de quarentenas extensas e para a pandemia que parece não ter solução”, afirma Julio Burdman, da Universidade de Belgrano, na Argentina.

O governo mexicano anunciou que receberá as primeiras doses da vacina Pfizer/ BioNTech nesta quarta-feira (23). Não ficou claro quantas doses chegarão nesta semana, mas o objetivo é receber, até janeiro, 1,4 milhão das 34 milhões de doses encomendadas pelo governo mexicano. No total, o México assinou acordos para a compra de 198 milhões de doses. Além da Pfizer, foram assinados convênios para receber vacinas da AstraZeneca e da Sinovac.

No Chile, a expectativa é que as primeiras doses também cheguem nesta semana. O país assinou contratos para compra de 36 milhões de doses – o suficiente para vacinar o dobro da população –, sendo 10,1 milhões da vacina Pfizer/ BioNTech, 14,4 milhões da AstraZeneca, 8 milhões da aliança Covax, além da chinesa Sinovac e da Johnson & Johnson.

Na Argentina, o governo do presidente Alberto Fernández deve receber 300 mil doses da russa Sputnik V ainda nesta semana. O objetivo é imunizar 10 milhões de pessoas até fevereiro. Além da Sputnik V, o país tem contrato com a AstraZeneca, de quem comprou 22 milhões de doses, e aderiu à Covax. As negociações com a Pfizer seguem.

Já a Colômbia anunciou contrato para compra de 40 milhões de doses com a Pfizer e deve receber 1,7 milhão em fevereiro. Além disso, o governo colombiano encomendou 10 milhões de doses da AstraZeneca e 20 milhões da Covax.

No Brasil, o estado de São Paulo prevê começar a vacinação com a chinesa Coronavac em 25 de janeiro – o que ainda depende da aprovação da Anvisa. O governo federal aposta na vacina da AstraZeneca, ainda não aprovada por nenhum país, e negocia com a Pfizer. Em entrevista à TV Brasil, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que alguns grupos prioritários devem começar a receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19 no final de janeiro.

“O pioneirismo em começar a vacinação é uma vitória política para o governante que conseguir se destacar na região, com possibilidade de uma recuperação econômica mais rápida”, diz Leandro Lima, da consultoria Control Risks. “A posição do Brasil nessa corrida reflete a abordagem controversa do governo frente à pandemia. O processo é errático justamente porque tem sido alvo de disputa política interna, o que não se vê nos outros países.”

Via - Portal Vermelho

 

sábado, 26 de dezembro de 2020

Infectologista afirma que vacina precisa alcançar 80% da população

A médica Ceuci Nunes, diretora do Hospital Couto Maia, da Bahia, tem atuado diuturnamente no combate ao coronavírus.

 Ceucí Nune, diretora-geral do Icom, falou sobre os principais pontos da vacina contra Covid-19 em entrevista ao canal de comunicação da secretaria de Saúde da Bahia.

A vacina contra a Covid-19 é a esperança para muita gente em voltar à normalidade, mesmo que parcialmente. Mas nem todos estão confiantes nos imunizantes desenvolvidos em prazo recorde. Na terça-feira (22), grupos foram às ruas sem máscara para protestar contra a vacina.  A médica infectologista Ceucí Nune, diretora-geral do Instituto Couto Maia (Icom), comentou a importância da vacina.

A médica alerta para as notícias falsas circulando nas redes sociais e reforça o compromisso internacional pela busca da cura. A velocidade com que os processos foram realizados não prejudicou a eficácia e segurança do medicamento. Com a aprovação das vacinas na fase 3 dos testes, o desafio é imunizar um grande número de pessoas para que o vírus pare de circular. Para Ceucí, é preciso vacinar 80% da população.

“Não vamos ter medo da vacina, a gente precisa ter medo da doença que está matando milhões de pessoas no mundo. A vacina é a luz no fim do túnel. A gente precisa é pedir ao Ministério da Saúde, aos governantes, que consigam vacinas, as mais diversas, para todos os brasileiros”.

Confira a entrevista concedida ao portal da secretaria de Saúde da Bahia:

Pelo menos cinco vacinas diferentes foram desenvolvidas em prazo inferior a um ano. Essa velocidade causa algum tipo de insegurança em relação à vacina e sua eficácia?

À primeira vista, a gente acha que é um tempo pequeno demais. A vacina mais rápida que existiu foi a vacina da Caxumba, que foi desenvolvida em quatro anos. Mas o que a gente está vivendo é um novo momento da humanidade. É um momento em que tudo tem sido mais rápido. E a Covid-19, por ser uma pandemia, ela também precisou que essa velocidade fosse trazida para as vacinas, mas não ao custo da segurança e da eficácia, porque vários testes foram feitos com milhares de pessoas ao redor do mundo, de cada uma dessas vacinas que estão sendo colocadas e aprovadas pelas agências reguladoras. Isso é uma coisa muito boa porque as agências são muito rígidas na aprovação de vacinas.

A vacina funciona da mesma forma para todas as faixas etárias?

A gente não tem certeza disso ainda. As vacinas não foram testadas em crianças. Elas foram feitas para adultos, porque são as principais e as mais graves vítimas da Covid-19. Mas é muito possível que elas também funcionem bem em crianças. As vacinas que a gente tem até agora são reguladas. Elas são aprovadas para maiores de 18 anos.

Quem tem alergia pode tomar essas vacinas?

Quem tem alergia grave, chamada de anafilaxia e conhecida popularmente como choque anafilático, pode tomar a vacina, mas em locais apropriados para que sejam assistidas e tratadas, em caso de reação alérgica. Um exemplo são as unidades hospitalares que têm um pronto-atendimento.

No caso de quem apresentou reação alérgica, essa pessoa ainda está imunizada?

A reação alérgica não impede a imunização da pessoa. A reação alérgica tem que ser tratada na hora. O que foi visto até agora são as reações alérgicas acontecendo em alguns casos e sendo tratadas. Não foi registrada nenhuma morte por reação alérgica. E isso não impede nenhum efeito da vacina.

Todas as vacinas necessitam de ultrarrefrigeradores como os que estão sendo adquiridos pela Bahia?

A maioria das vacinas de Covid está sendo desenvolvida para ser armazenada na mesma temperatura das outras vacinas, que é de dois a oito graus centígrados. Duas dessas vacinas, as vacinas de RNA, precisam ser armazenadas em freezers de – 70º, -80º centígrados.

A Bahia tem preferência por alguma das vacinas que estão sendo desenvolvidas?

A Bahia tem já um acordo assinado com a Rússia, para a utilização da Sputnik. Mas qualquer vacina que o Ministério da Saúde vá adquirir será utilizada na população brasileira e nos baianos também.

 Quais são as contraindicações das vacinas contra a Covid?

As contraindicações das vacinas são muito poucas. Por quê? Porque elas não são vacinas de organismos vivos, como a gente tem outras vacinas no Brasil, como a febre amarela, sarampo, que são contraindicadas em pessoas com imunodeficiência. As vacinas contra a Covid não, [pois] elas são de micro-organismos inativados ou partículas de micro-organismos. Então, as pessoas que têm alergia aos componentes da vacina é que vão precisar ter um maior cuidado para utilizá-la.

Recentemente, o Reino Unido identificou uma mutação do vírus. As vacinas desenvolvidas são eficazes mesmo com essa mutação?

Os dados preliminares mostram que, mesmo com essa nova cepa do coronavírus, as vacinas são eficazes e seguras. É claro que estudos ainda estão sendo implementados, mas tudo indica que não vai afetar a vacina.

Qual a importância da vacina para a imunização em massa, e não só do indivíduo? É importante que grande parte da sociedade seja imunizada?

Vacina não é uma questão individual. É uma questão de proteção individual, mas principalmente de proteção coletiva. Para que uma vacina seja eficaz, para que a vacina impeça mesmo um grande número de casos, é preciso que cerca de 80 a 85% da população esteja vacinada.

Qual a importância da vacina, ao longo da história, no controle das grandes pandemias?

As vacinas são importantíssimas no controle de doenças infecciosas, inclusive de pandemias. Por exemplo, a H1N1, que a gente conseguiu controlar. A H1N1 ainda existe entre nós, mas numa quantidade muito pequena de casos porque nós temos anualmente a vacina da gripe, que contém também a Influenza H1N1. Isso é super importante. Nós já conseguimos erradicar do mundo a varíola, erradicar da maior parte do mundo a poliomielite, eliminar de diversos lugares o sarampo, e alcançamos uma redução enorme da catapora. Então, a vacina é de uma importância imensa para a humanidade. Inclusive é um dos quatro fatores que implicaram na sobrevida da humanidade, que passou de 40 anos no início do século XX para quase 80 anos agora.

Fonte: Secretaria de Saúde da Bahia

Via - Portal Vermelho

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Poema de Natal - Pai Narciso


Quando o sino repicando

principia anunciando

os festejos de natal

Me vem logo na lembrança

os meus tempos de criança

na história que eu vou contar,

 

Pai Narciso era um velhinho

que andava já arcadinho

se escorando num bordão

e tinha uma barba comprida bem branquinha,

que muito mais parecia um punhado de algodão.

 

E trazia no ombro curvado

um saco muito surrado

que sua mão não largava,

E era naquela sacola

que ele guardava a esmola

que povo sempre lhe dava.

 

Por alí ninguém sabia

quanto tempo já fazia

que o velhinho apareceu

Naquele rosto enrugado,

naquele olhar tão cansado,

sua história ninguém leu.

 

Só sei quando ele passava

a minha mãe me chamava

e me dizia contente:

Papai Noel vai passando,

seja bonzinho este ano

que ele te traz um presente.

 

Eu andava até doente

maluco com a idéia quente

por causa de um palhaço engraçado

que eu enxerguei na vitrina

numa loja lá da esquina

num cordão dependurado.

 

Quando natal foi chegando

minha mãe foi me chamando

e meus irmãozinhos também,

me lembro ela disse chorando:

meus filhos eu sei que este ano

o papai Noel não vem.

 

Só agora estou compreendendo

eu era muito pequeno

9 anos ou pouco mais,

Eu não tinha imaginado

que um pai desempregado

muito quer, mas nada faz.

 

Me lembrei de ir pra janela

esperei passar por ela

aquele velho arcadinho,

fui correndo pra calçada

peguei sua mão enrugada

e lhe disse com carinho:

 

Pai Noel, eu sou bonzinho,

cuido dos meus irmãozinhos,

estudo minha lição,

não esqueça meu endereço

 papai Noel, eu sei que mereço

e o senhor foi sempre bom.

 

Eu não quero pião nem bola,

nem trenzinho de mola,

nada disso eu vou querer.

É só um palhaço de cordinha

daquele lá da lojinha,

só isso eu peço procê.

 

O velho não disse nada

foi andando pra calçada

e foi embora sem se voltar,

Mas por mim eu já sabia

que o presente eu recebia

quando chegasse o natal.

 

Por fim o natal chegou,

a minha mãe muito chorou

quando foi pra nós deitar

e eu tava louco esperando

que o dia fosse clareando

pro meu palhacinho pegar.

 

E quando o dia clareou

na sandalhinha furada

nem palhacinho

nem nada

para consolar, minha dor.

 

Fiquei ali na janela

esperando passar por ela

aquele velho marvado,

Talvez ele não soubesse

que a criança nunca esquece

o presente desejado.

 

Mas olhando na calçada

 de frente a porta da entrada

 um vulto eu fui enxergar.

Pai Narciso ali estendido

de frio tinha morrido

 bem na noite de natal.

 

E atirado assim do lado

tava o saco arremendado

de outra banda o seu bordão

 e o meu palhacinho engraçado

num cordão dependurado

tava preso na sua mão.

 

E daquele dia em diante,

eu não pensei mais nenhum instante

num presente receber,

é que garro me lembrar

que foi na noite de natal

que vi papai Noel morrer...

 

Autor: José Moura Brabosa.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

O desespero bolsonarista pela presidência da Câmara dos Deputados

 

(Foto Marcos Corrêa/PR)

O presidente da Câmara dos Deputados foi além ao ironizar a conduta bolsonarista como transição do “popular” para o “populista”. Com essas formulações, Maia expôs a essência da tática do governo; no vale tudo para tentar envolver prefeitos em sua trama – muitos deles às voltas com situações de penúria por conta do descaso e da irresponsabilidade de Bolsonaro –, vale até atropelar o ministro da Economia, Paulo Guedes, que havia se oposto à PEC que tira permanentemente R$ 4 bilhões por ano do orçamento. Seria uma tesourada no seu “ajuste fiscal”, espécie de vaca sagrada da sua política macroeconômica ultraliberal.A decisão do governo Bolsonaro de confrontar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com a defesa da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 391) que aumenta em 1% os repasses do governo federal ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM), faz parte do seu vale tudo na tentativa de se apoderar daquela Casa. A manobra gerou dissonância no próprio governo, na definição de Maia um “cruzamento” entre os prefeitos e a Faria Lima (uma referência ao centro financeiro paulistano).

É possível que a contradição aparente possa ser superada, tendo em vista as vantagens que viriam com a presidência da Câmara dos Deputados em mãos bolsonaristas. O problema para o governo é exatamente as dificuldades para a sua agenda no Congresso Nacional em caso de vitória de um candidato do campo oposicionista. Pelos compromissos que estão sendo encaminhados, em caso de vitória do candidato da ampla frente que se formou contra Bolsonaro, a agenda ultraliberal enfrentará fortes resistências.

Em comunicado, os partidos de esquerda (PT, PSB, PDT e PCdoB) disseram que acertaram com Maia uma reunião com o candidato indicado, Baleia Rossi (MDB-SP), para que ele possa apresentar as “propostas e compromissos de procedimentos que nortearão sua candidatura à presidência da Casa”. “Nossos partidos continuarão buscando unidade na ação para garantir a defesa da democracia, a independência do Poder Legislativo, a derrota do autoritarismo e do obscurantismo e a proteção dos direitos do povo brasileiro”, diz o texto.

A “Faria Lima”, o “popular” e o “populista” se compõem para formar o centro do que está em jogo na disputa da presidência da Câmara dos Deputados. A manobra do governo que Maia chamou de “populista” é uma espécie de toma-lá-dá-cá, uma tentativa de golpe de mestre para garantir hoje o que ele pretende amanhã. Seria o “cruzamento” referido por Maia entre os prefeitos e a Faria Lima, a garantia de que o manifesto dos partidos de esquerda contra a pauta do governo não tenha poder de influência na agenda da Câmara dos Deputados.Já há chiadeira, nas hostes governistas, contra a proximidade de Maia com a esquerda, o que tem impedido a aprovação de alguns projetos governistas. Pode-se dizer que sim, é verdade, como no caso das privatizações, e acrescentar que em momentos de arroubos autoritários de Bolsonaro essa boa relação política, em bases democráticas, foi decisiva para enfrentá-los. E mesmo em pautas de iniciativa da Casa, como o auxílio emergencial e as ajudas às empresas vulneráveis e aos estados e municípios. Com a nova configuração, em caso de vitória da oposição, essa tendência tende a se aprofundar.

Essa movimentação das peças no tabuleiro do xadrez político em curso no país dá a medida da dimensão que a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados adquiriu. Pelo que está em jogo com a pauta do governo Bolsonaro e com as demandas decorrentes do agravamento das crises na saúde e na economia, a vitória da oposição será um passo decisivo para o avanço dos movimentos de frente ampla no sentido de fazer do bolsonarismo uma força cada vez mais isolada e enfraquecida.

Via – Portal Vermelho

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Maioria no STF permite medidas restritivas para quem não tomar vacina

 

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Supremo Tribunal Federal não determina obrigatoriedade para vacinação contra Covid-19, mas libera União, estados e municípios a aprovarem leis.

Nesta quinta-feira (17), o STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria para decidir sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a Covid-19. A corte votou pela autonomia da União, estados e municípios para aprovarem leis que restrinjam o deslocamento de quem optar por não se vacinar, mas deixou claro que a imunização forçada é proibida.

O relator, ministro Ricardo Lewandowski, argumentou a favor de “medidas indiretas” e colocou como exemplo o impedimento de frequentar determinados locais ou exercer atividades específicas. Os ministros Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Rosa Weber e Dias Toffoli acompanharam o relator.

O único a votar diferente foi o ministro Kassio Nunes Marques até o momento. O magistrado defendeu que, apesar da obrigatoriedade constitucional da vacinação, ela depende de “prévia oitiva” do Ministério da Saúde e só pode ser usada como “última medida”.

Com informações de Folha de S.Paulo

Via – Portal Vermelho

 

sábado, 19 de dezembro de 2020

Ministro do STF autoriza Maranhão comprar vacina aprovada no exterior

 A ação vai beneficiar todos os demais estados brasileiros que podem comprar vacinas aprovadas por autoridades sanitárias dos Estados Unidos, da União Europeia, da China e do Japão.

Ministro Ricardo Lewandowski - Foto: Carlos Moura/ SCO/ STF

Portal Vermelho

Em caráter liminar, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski autorizou nesta quinta-feira (16) o governo do Maranhão a comprar vacina contra Covid-19 diretamente do exterior autorizada pelas agências sanitárias. Na decisão, o ministro diz que se o governo falhar no plano de vacinação, que entregou ao próprio STF, o estado está autorizado a comprar vacina aprovada pelos órgãos correspondentes à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

“STF deferiu liminar na ação do Maranhão contra o Governo Federal para que, em caso de descumprimento do Plano Nacional de Vacinação, o Governo do Maranhão possa comprar diretamente vacinas autorizadas pela ANVISA ou por agência de outro país conforme Lei Federal 13.979/2020”, publicou o governador Flávio Dino no Twitter.

Conforme já havia informado Flávio Dino, a ação do Maranhão vai beneficiar todos os demais estados brasileiros que podem comprar vacinas aprovadas por autoridades sanitárias dos Estados Unidos, da União Europeia, da China e do Japão.

 

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Cerca de 900 índios mortos pela Covid-19 no Brasil

 

Um total de 894 membros de aldeias indígenas morreram ontem 17/12/20 de Covid-19, causados pelo coronavírus SARS-CoV-2, de acordo com o mais recente relatório da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).

Em seu ajuste, a APIB também revela que 42.192 nativos foram confirmados com a doença e 161 de suas aldeias são afetados pelo patógeno.

A entidade detalha que esses números de mortes e infecções representam o total de dados reportados pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e verificados pelo Comitê Nacional de Vida e Memória Indígena.

Entretanto, a contagem do Ministério da Saúde até o momento inclui 36.124 contaminações entre as comunidades indígenas. O governo conta também 501 mortes.

A diferença entre os números apresentados pela administração federal e a APIB resulta dos critérios adotados por cada uma.

Neste caso, a secretaria da saúde não é responsável pela infecção pelo vírus entre aqueles que não vivem na aldeia e em um contexto urbano.

A associação aponta que o primeiro caso de contaminação entre suas comunidades foi o de uma jovem de 20 anos da aldeia de Kokama, em 25 de março, no município amazônico de Santo Antônio do Içá.

Em seu site, a APIB informa que a falta de transparência nos dados do Sesai impede a identificação de muitas cidades onde ocorreram perdas humanas.

Para a APIB, além do Covid-19, as ameaças aos povos indígenas são muitas e são intensificadas pela negligência e pelos ataques da administração do Presidente Jair Bolsonaro.

'Tentativas de mudança legislativa, discurso de ódio, racismo institucional e o avanço do agronegócio sobre os territórios caracterizam a relação do governo federal com os povos indígenas brasileiros', disse ele.

De acordo com o último censo nacional, cerca de 900.000 brasileiros se reconhecem como nativos. No entanto, nas últimas décadas, os especialistas dizem que este número aumentou. Trata-se de famílias mistas que foram expulsas de seus territórios ao longo do tempo e agora estão buscando recuperar sua identidade coletiva.

Via – Prensa Latina

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Pandemia: 2ª onda já chegou e pode ser pior, diz diretor do Butantan

 

Segundo Dimas Covas, “a epidemia nunca diminuiu. Desde o começo, só vem aumentando”.

A segunda onda da pandemia de Covid-19 chegou ao Brasil, afirmou, em entrevista ao jornal Valor Econômico, o hematologista Dimas Covas, diretor-presidente do Instituto Butantan. Segundo Dimas, a nova onda poderá ter uma intensidade mais forte do que a primeira. Entre outros contratempos, não há previsão para imunizar toda a população brasileira – o que demandaria algo em torno de 360 milhões de doses.

“Já estamos numa segunda onda. Seu potencial, pelos números iniciais e pelas projeções em cima desses números, é tão grande ou até maior que a primeira”, projeta Dimas. “No momento, não há o que ser feito, é precaução. Temos que relembrar isso às pessoas que estão dando menos importância ao vírus – parece que se acostumaram ao vírus.”

De acordo com o diretor-presidente do Instituto Butantan, “é importante lembrar que a epidemia nunca diminuiu. Desde o começo, só vem aumentando. Ela migra de país para outro, aumenta num país e diminuiu noutro – mas, no geral, só se expande”.

A boa notícia é que o Brasil terá vacina 100% nacional, feita pelo Butantan, o que ajuda a reduzir custos. Trata-se da Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, cuja tecnologia está sendo transferida para o instituto. Antes que a gestão Jair Bolsonaro anunciasse uma medida provisória para requisitar todas as vacinas, o Butantan defendia que, caso a Anvisa não conceda o registro à Coronavac, governos locais podem se valer de artigo da Lei 13.979, relacionada ao Estado de Calamidade Pública.

Dimas lembra que o efeito dessa lei “foi mencionado pelo governador Flávio Dino [PCdoB-MA], numa ação no Supremo Tribunal, exatamente reforçando a possibilidade de incorporar a vacina. Nem é de vacinar – mas incorporar. Mas, para imunizar toda a população brasileira, o prazo é maior: Covas: “Estamos prevendo para o fim do ano que vem. Dependemos de uma fábrica do Butantan que está em construção e que estará pronta em outubro”.

Os estudos estão avançados, segundo o diretor-presidente do Instituto Butantan. “Na realidade, o que recebemos da China é a matéria-prima da vacina. Os demais insumos são do Butantan”, esclarece. “O que compõe toda a vacina, com exceção do princípio ativo, é do Butantan: frasco, rótulo, processo de formulação, processo de controle de qualidade, o registro, definição de farmacêutico responsável, a bula. Tanto que a vacina não é chinesa, é do Butantan.” Com isso, afirma Dimas, “o Butantan vai fornecer a vacina para toda a América Latina, se houver demanda”.

Apesar dos temores – e das fake news –, Dimas enfatiza a confiança no êxito da vacina brasileira. “Um dos pontos da equação é o risco-benefício. Se você tem vacinas relativamente seguras, mas eficazes, considerando que você tem um grande número de pessoas desenvolvendo doença grave e indo a óbito, quando você coloca esses elementos na equação, você conclui pela utilidade da vacina. Ela é efetiva no sentido de reduzir mortes e complicações.”

Quanto ao uso de máscaras, mesmo com o avanço da vacina, “certamente não” de poderá abrir mão, declara Dimas. “É um mundo tão novo, em que a cada dia você tem informações novas, notícias a respeito do próprio comportamento do vírus. Essa questão agora da reinfecção que volta a ser mencionada. Não sabemos todos os detalhes do vírus e do seu comportamento.”

Com informações do Valor Econômico

Via - Portal Vermelho

 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Ministro do STF barra isenção de impostos para importação de armas

 Deputados comemoram decisão e afirmam que Brasil precisa de vacina, não de armas.

Armas apreendidas na Operação Armagedom combate milícias na zona norte do Rio de Janeiro (Foto: Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro)


Cinco dias após o governo Bolsonaro anunciar a isenção para importação de armas de fogo, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin suspendeu, nesta segunda-feira (14),  a medida. Com isso, fica mantido o imposto de importação atual, que é de 20% sobre o valor da arma. A decisão, no entanto, ainda será submetida à análise do plenário do Supremo, em data a ser definida.

A isenção das tarifas para importação de revólveres e pistolas tinha sido publicada no último dia (9), após decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex), vinculada ao Ministério da Economia, mas só passaria a valer no próximo dia 1º de janeiro. O anúncio foi duramente criticado no Parlamento e foi alvo de um Projeto de Decreto Legislativo (PDL 536/2020) da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) para sustar a medida.

A parlamentar comemorou a decisão de Fachin em suas redes sociais. “Importante decisão! O povo precisa é de vacina”, destacou Jandira.

O vice-líder do PCdoB, deputado Márcio Jerry (MA), também destacou a notícia. “Judiciário corrigindo o absurdo do Executivo. Precisamos de vacina e não de armas”, reiterou.

A líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (AC), ao repercutir a notícia, atentou para a segurança dos ministros da Suprema Corte. Segundo ela, as milícias bolsonaristas não devem ter apreciado a decisão. “É preciso atenção redobrada dos membros do Supremo com suas seguranças. As milícias bolsonaristas, a quem o presidente atende, quando zera imposto para trazer armas e munições para o Brasil, não devem ter ficado satisfeitas com a decisão”, afirmou.

Na decisão, Fachin disse que “o risco de um aumento dramático da circulação de armas de fogo, motivado pela indução causada por fatores de ordem econômica, parece-me suficiente para que a projeção do decurso da ação justifique o deferimento da medida liminar [decisão provisória]”.

O ministro afirmou ainda que a redução a zero da alíquota do imposto de importação sobre pistolas e revólveres, por contradizer o direito à vida e o direito à segurança, viola o ordenamento constitucional brasileiro.

Fachin também destacou que a segurança dos cidadãos deve primeiramente ser garantida pelo Estado, e não pelos indivíduos.

“É possível concluir que não há, por si só, um direito irrestrito ao acesso às armas, ainda que sob o manto de um direito à legítima defesa. O direito de comprar uma arma, caso eventualmente o Estado opte por concedê-lo, somente alcança hipóteses excepcionais, naturalmente limitadas pelas obrigações que o Estado tem de proteger a vida”, disse o ministro em resposta à ação protocolada pelo PSB.

Via – Portal Vermelho

terça-feira, 15 de dezembro de 2020

O encontro do comunista Gregório Bezerra com o cangaceiro Antônio Silvino, em 1917

 

Por Roberto Arrais*

No Falou e Disse

Viajando pelo sertão do Pajeú, onde tenho realizado alguns trabalhos nas áreas ambiental e cultural, tive alguns encontros e algumas experiências extraordinárias. Uma delas foi conhecer a Fazenda Colônia, um lugar de caatinga relativamente preservada, cercada por belas paisagens de serras e recheada de páginas importantes da nossa história. Nela estão fincadas algumas das raízes do cangaço, pois foi na Fazenda Colônia, no município de Carnaíba, que nasceu Antônio Silvino, no dia 02 de fevereiro de 1875.

Batizado Manoel Baptista de Moraes, aquele que viria a ser um dos mais temidos cangaceiros a atuar em Pernambuco entre o final do século 19 e as duas primeiras décadas do século 20, ele entrou para o cangaço aos 22 anos de idade, em 1897, para vingar o assassinato do seu pai, Pedro Baptista Rufino, e adotou como ‘nome de guerra’  Antônio Silvino, em homenagem a um dos seus tios também cangaceiro.

Enquanto ‘Rifle de Ouro’ – como também era conhecido Antônio Silvino – já lutava a seu modo contra o que considerava injustiças, nascia no Sítio Mocós, em Panelas, no agreste pernambucano, no dia 13 de março de 1900, Gregório Bezerra, importante líder revolucionário.

Tive o privilégio de conviver com Gregório como companheiro de lutas e de aprendizado na defesa da causa socialista. Um homem extraordinário, um herói do povo trabalhador brasileiro que nos encantava com a sua história e o seu exemplo de abnegação e entrega à luta dos oprimidos e explorados de nossa terra e do mundo.

No seu livro Memórias, escrito durante o seu exílio em Moscou, Gregório Bezerra faz relatos ricos de humanidade e de resistência, alguns deles vividos nos porões das prisões que ele amargou durante 23 anos, em temporadas diferentes, dependendo dos golpes de Estado e da repressão que se instalava para perseguir os comunistas, socialistas e democratas, seja na década de 20, no Estado Novo, nos anos 30/40, seja no golpe civil-militar de 1964.

No ano de 1917, rico em efervescentes movimentos de lutas operárias e camponesas na Rússia, com a Insurreição popular que destituiu o Czar e, no mesmo ano, novas insurreições e combates, se consolidou a primeira Revolução Socialista liderada pelos Bolcheviques, sendo que nesse mesmo período, no Brasil, ocorria a primeira greve geral dos trabalhadores urbanos na luta pela jornada de oito horas de trabalho, descanso semanal e outras reivindicações. Muito da inspiração das lutas vinham da Revolução Russa que abalou os alicerces do mundo capitalista.

Nesta luta pelas oito horas de trabalho estava o ajudante de pedreiro Gregório Bezerra, que após enfrentar as forças policiais foi preso e encaminhado para a Casa de Detenção no Recife, hoje Casa da Cultura. Já o líder do cangaço, Antônio Silvino, foi preso em 1914.

Os dois, o comunista e o cangaceiro, tinham origem camponesa. Iniciaram-se no trabalho do roçado desde os primeiros anos de vida. Era a prática dos pais agricultores, ensinar a arte de cuidar da plantação pela pedagogia da vida, da prática, do aprender trabalhando. O seu lápis era o cabo da enxada. Era a cultura ditada pelas elites que desestimulavam os filhos de agricultores de estudarem, tal qual durante o sistema de escravidão, pois os filhos dos escravos não tinham acesso à escola; se fosse homem, ia pra enxada logo cedo e se fosse mulher, ia para as atividades domésticas. Assim continuou até quase todo o século 20.

Ambos eram valentes e revoltados, cada um do seu jeito. Enquanto Gregório Bezerra estava indignado com as difíceis condições de trabalho – a jornada era de 12, 14 horas de trabalho, pois quem ditava as leis eram os patrões – Antônio Silvino se rebelou contra o assassinato de seu pai a mando de um dos principais ‘coronéis’ da região, representante do poder político e financeiro da época.

O pai de Antônio Silvino foi assassinado em 1897, de forma covarde e brutal, na feira de Afogados da Ingazeira, por conta de algumas divergências com proprietário vizinho da Fazenda Colônia, numa disputa por uma área de água para servir aos animais. Antônio Silvino tinha apenas 22 anos, se revoltou e junto com os irmãos decidiram vingar a morte do pai. Daí nasceu o cangaceiro também conhecido como ‘Rifle de Ouro’ e ‘Robin Hood’, pois tirava dos ricos e distribuía com os pobres.

Transformou-se numa legenda por seu espírito de liderança e de valentia, mas também em razão da sua gentileza com as mulheres, crianças, as pessoas idosas, entre outros. Embora tenha sido responsabilizado por muitos crimes comprovados por testemunhos, muitos outros foram computados para ele e o seu grupo sem que ele ou seus familiares os tivessem cometido. Disso se aproveitavam as volantes – força policial – e os coronéis, que assassinavam seus adversários e imputavam os crimes a Antônio Silvino e seus seguidores.

O cangaço cresceu no Nordeste, pois era utilizado pelos poderosos nas suas brigas e disputas por terras e poder político. Desses conflitos por terras e poder nasciam as revoltas, muitas delas de natureza pacífica, como Canudos, Caldeirão, Pau de Colher e outras, porém, eram esmagadas pelo poder político local e nacional, que viam nesses movimentos exemplos de “rebeldia” e “autonomia” política contra o sistema vigente. Assim prosperaram Antônio Silvino, Lampião, Corisco, Jesuíno Brilhante e tantos outros líderes do cangaço. Era a lei de quem mais tinha poder de fogo e de dinheiro. Isso num campo fértil de miséria e fome que assolava as regiões do semiárido do Nordeste, especialmente nas épocas das secas e de estiagens.

Na sua primeira prisão, Gregório tinha 17 anos e encontrou Antônio Silvino com 42 anos, já maduro e completamente fora da cultura da violência, mas muito respeitado e temido pela sua história de vida.

Antônio Silvino aprendeu a ler e escrever na prisão, onde havia uma escola de alfabetização e de série primária, ou seja, aprendeu a ler com quase 40 anos de idade. Enquanto Gregório só veio aprender a ler quando saiu dessa sua primeira prisão, que durou quatro anos, oito meses e vinte cinco dias, sob a acusação de “perturbador da ordem pública”. O que nos mostra que o judiciário, em sua maior parte, desde sempre, tinha compromisso com os poderosos e com o capital, e não com a primazia da justiça social e “isenção” diante dos conflitos de classe. Porém, como sempre, havia as exceções, e o juiz que julgou novamente sua prisão, após esse tempo, disse no seu parecer, que “devia prender quem o prendeu”.

Gregório Bezerra foi protegido nessa prisão e teve em Antônio Silvino um dos seus principais amigos e parceiros de jornada prisional. Sua admiração foi colocada no seu livro de memória quando ele se referiu da seguinte forma ao ex-cangaceiro: “(…) Já tinha feito amizade com grande parte dos presos, entre os quais se destacava a figura legendária do cangaceiro Antônio Silvino, por quem tinha muita admiração desde a minha infância, pelo que dele se ouvia falar (…).  (…) Antônio Silvino foi o bandido mais famoso, mais popular e mais humano na história do cangaço. Não só por sua bravura na luta contra a polícia, mas também, pela tática de combate que adotou ao longo de seus vinte anos de duros e cruentos combates (…). (…) Tornei-me amigo desse caudilho sertanejo e dele recebi muitos conselhos, que muito me serviram para orientar-me no convívio com os demais presos comuns (…)”.

Essa amizade se aprofundou naquele ano de 1917, com Antônio Silvino sendo um verdadeiro conselheiro de Gregório, e também um leitor e propagador das notícias que vinham da Rússia publicada nos jornais que chegavam à cela. O que demonstrava que Silvino tinha uma boa consciência sobre os acontecimentos que ocorriam nos bastidores das lutas renhidas entre os revolucionários liderados por Lênin, no enfrentamento às forças do poder de Kerensky.

Gregório tinha passado um período no isolamento por conta de conflitos que tinha tido com outros presos com mais poder no presídio. Logo que voltou procurou Silvino, que lhe acolheu, aconselhou e trouxe boas notícias do que vinha acontecendo na Rússia que se incendiava na luta pelo socialismo. Relata Gregório Bezerra em seu livro de memórias: “(…) Por ele soube que os Bolcheviques tinham derrubado o governo, e, com o poder nas mãos, as terras nas mãos dos camponeses e as fábricas nas mãos dos trabalhadores, lutariam até o fim e não entregariam jamais o poder a ninguém. Ele acrescentava: – O povo reunido é mais poderoso do que tudo e a Revolução dos Bolcheviques vai se espalhar pelo mundo. A lei do maximalismo – era assim que se referia ao marxismo -, com um homem como este (Lênin) que está no poder, vai triunfar. Esse homem tem muito juízo e muito talento na cabeça. Ninguém pode com ele (…)”.

Eles iam se entendendo e mesmo trancafiados na cadeia compreendiam como canalizar suas revoltas, identificando-se com a classe trabalhadora, com Antônio Silvino mostrando grande compreensão em relação aos episódios que ocorriam no mundo. E ele, que tinha sido muito perseguido nas suas lutas no cangaço, compreendia também das disputas pelo poder político, e nesse aspecto ajudou muito Gregório Bezerra a sobreviver e entender o espaço em que ele estava e o que podia ou não falar.

Discorre Gregório: “(…) Antônio dizia-me essas coisas e pedia que eu guardasse segredo porque era proibido falar desses assuntos. Replicava-lhe: – Por que é proibido? Os jornais não falam? Por que não posso falar? – Ele respondeu: – Os jornais falam de um jeito e você vai falar de outro jeito; isso é proibido pelo governo, que manda seus macacos prenderem o povo. Como você já está preso vai morrer no castigo (…)”.

 Gregório saiu da prisão e foi para o Rio de Janeiro, entrou no Exército, aprendeu a ler e escrever e voltou para o Recife como sargento instrutor de tiro ao alvo e educação física. Em 1930 entrou para as fileiras do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e participou em 1935 da Insurreição contra o fascismo promovida pela Aliança Nacional Libertadora. Foi novamente preso e encaminhado para a Casa de Detenção do Recife. Logo nos primeiros dias foi colocado na enfermaria para cuidar dos ferimentos dos combates, e a primeira visita que ele recebeu foi do seu amigo de longas datas, Antônio Silvino.

Antônio Silvino fez críticas ao movimento, indicou os erros que teriam sido cometidos e alertou para a precipitação, observações que foram aceitas por Gregório Bezerra. “(…) Antônio Silvino, na intimidade, fez algumas críticas ao movimento, achando que o assalto deveria ter sido simultâneo e bem dirigido e que havíamos agido de maneira precipitada. Achava que os integralistas eram mais numerosos que os maximalistas e, além disso, tinham a proteção do governo, da igreja e dos ricos donos das terras, dos bancos e das fábricas; afirmou que sentia não ver a vitória da ‘lei do maximalismo’ porque estava no fim da vida (…)”.

Antônio Silvino recebeu indulto de sua prisão por ato do presidente Getúlio Vargas em 1937 e faleceu em 1944, no município de Campina Grande (PB).

Em 1979 a editora Civilização Brasileira publicou o livro Memórias, escrito por Gregório Bezerra. Em 2011 foi publicada nova edição pela Boitempo Editorial, acrescida com novas fotos, depoimentos e documentos. Gregório Bezerra se encantou em outubro de 1983.

Essas duas figuras tiveram encontros inusitados, e, mesmo tendo atuações distintas em suas trajetórias – o cangaço e a luta revolucionária – se aproximaram, fizeram amizade e se ajudaram na luta pela sobrevivência no presídio e nos sonhos. E, mesmo presos, mantiveram-se juntos por um mundo mais igual e “maximalista”, socialista.

*Roberto Arrais é jornalista(repórter-fotgráfico) e mestre em Gestão Pública.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Presidenta Zewde pede para garantir a paz e a integridade da Etiópia

 

A Etiópia deve hoje proteger sua paz, soberania e integridade para garantir as bases de uma sociedade democrática, próspera e inclusiva que todos nós, indistintamente, queremos construir, declarou a presidenta da nação, Sahle-Work Zewde. É urgente eliminar o ódio por motivos étnicos e superar as diferenças políticas ou religiosas que provocam conflitos e hostilidades, porque é uma das formas de estabelecer as bases de um país em constante progresso, acrescentou.

Zewde pediu a todos os etíopes que trabalhem para alcançar a estabilidade sustentável, durante seu discurso em uma cerimônia na Praça da Amizade desta capital, organizada para comemorar o XV Dia das Nações, Nacionalidades e Povos.

Precisamos ter uma linha vermelha quando se trata da integridade nacional e soberania da Etiópia, reiterou, e exortou os cidadãos, 'principalmente os jovens', a proteger o país 'de atos que tentem violar essa linha vermelha.'

Os etíopes, disse ela, devem se esforçar para investigar as causas profundas de todos os problemas, aprender com o nosso passado para agir no presente e projetar melhor o futuro, com o objetivo de alcançar uma solução razoável para os desafios nacionais.

Nenhuma propriedade cultural deve ser considerada uma fonte de conflito, mas sim um mecanismo de unidade e prosperidade. Devemos priorizar o respeito mútuo. O diálogo pacífico e as consultas civilizadas devem ser o estilo de vida de todos, disse ele.

A presidenta também garantiu que o governo trabalhará para curar as feridas causadas pela Frente de Libertação Popular de Tigray no homônimo estado regional e para ajudar as vítimas do confronto entre a facção armada dessa organização e o exército federal.

Via – Prensa Latina

sábado, 12 de dezembro de 2020

“No dia em que se debate vacina, governo isenta armas”, critica Maia

 

Rodrigo Maia - Foto: Najara Araújo/Câmara dos Deputados

Segundo o presidente da Câmara, há uma falta de prioridade por parte do governo em várias áreas, como na área econômica e no combate à pandemia.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou a isenção de impostos para importação de armas editada pelo governo. Nesta quarta-feira (9), o Ministério da Economia editou norma que descreve produtos e alíquotas aplicadas no âmbito do Mercosul para zerar alíquota do imposto aplicado importação de revólveres e pistolas.

Segundo Maia, há uma falta de prioridade por parte do governo em várias áreas, como na área econômica e no combate à pandemia.

“A falta de prioridade e de sensibilidade por parte do governo nos deixa perplexos: as pessoas perdendo as vidas, o número de infectados aumentando, os hospitais sem leitos na UTI, e nós vemos a isenção para importação de armas”, afirmou.

Via – Portal Vermelho

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Deputada quer anular isenção de tarifa para importação de armas

Jandira Feghali (PCdoB-RJ) apresentou Projeto de Decreto Legislativo para sustar medida anunciada pelo governo Bolsonaro.

Jandira Feghali - Foto: Michel Jesus/Agência Câmara

No Portal Vermelho
Por Christiane Peres

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) apresentou nesta quarta-feira (9) o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 536/2020 para sustar a decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) do governo Jair Bolsonaro que zerou o imposto para a importação de revólveres e pistolas. A decisão foi publicada na edição desta quarta-feira do Diário Oficial da União (DOU) e passa a vigorar a partir de 1º de janeiro de 2021.

“Vidas valem muito. Não é de mais armas que o Brasil precisa”, pontuou a parlamentar.

Segundo Jandira, ao isentar a importação de armas, aumenta-se o risco para a população. “Mais armas no Brasil? Isso é novamente armar a população civil brasileira. Para matar quem? Para proteger quem? Que tipo de política nós vamos fazer no Brasil isentando importação de armas? Nós estamos aumentando o risco da população brasileira. E, novamente, haverá recorte racial nessas mortes, como haverá um recorte de gênero também”, destacou.

A medida, segundo a ela, contraria ainda acordos firmados entre os países do Mercosul.

“A irrazoabilidade da medida é cristalina. Confere tratamento diferenciado para a Tarifa Externa Comum (TEC) praticada pelos membros do Mercosul para uma série de bens, contrariando acordos firmados entre os países do Mercosul e incentivando a posse e o porte de armas no Brasil. Não se vislumbra qualquer benefício com a medida, pelo contrário. Poderíamos estar discutindo a prorrogação da redução de alíquotas para o arroz, por exemplo, o que reduziria o preço e favoreceria milhões de brasileiros e brasileiros. Mas, a prioridade foi reduzir o valor para compra de armas de fogo”, justifica a parlamentar.

Antes da decisão da Camex, a alíquota para a importação de revólveres e pistolas era de 20%. Bandeira de campanha de Bolsonaro, a futura facilitação de armamento da população foi comemorada por Jair Bolsonaro em suas redes sociais. “A Camex editou resolução zerando a alíquota do imposto de importação de armas (revólveres e pistolas). A medida entra em vigor no dia 1º de janeiro de 2021”, escreveu, ao lado de uma foto sua em um estande de tiro.

Assim que a resolução foi publicada, a parlamentar foi uma das que criticou a medida no momento em que o país contabiliza mais de 178 mil mortes por Covid-19.

A bancada do PCdoB se somou à crítica e destacou o desprezo do governo pela vida dos brasileiros, priorizando a importação de armas à aquisição de vacinas contra a doença.

Fonte: PCdoB na Câmara

quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

Repercussão na Itália pela morte do ex-jogador Paolo Rossi

 

Os principais meios de comunicação italianos dedicam hoje amplos espaços à morte do ex-jogador Paolo Rossi, herói da vitória da Seleção Nacional no Mundial de 1982.

A morte, aos 64 anos, do ex-astro e comentarista esportivo das redes de televisão Rai e Mediaset, foi anunciada por sua viúva, Federica Cappelletti, por meio de seu perfil no Instagram.

Todos os meios de comunicação coincidem em destacar as qualidades humanas e esportivas de Rossi, principalmente sua atuação na Copa do Mundo da Espanha, na qual a Itália se sagrou campeã mundial pela terceira vez.

Na ocasião, Rossi foi o artilheiro do torneio com seis, três deles na partida em que a Itália eliminou o Brasil, além de outros dois contra a Polônia na semifinal e um contra a então Alemanha Ocidental na compromisso para a disputa do título, que terminou com um placar de três a um.

Via – Prensa Latina

Senado da Argentina aprova tributação sobre grandes fortunas

 


Projeto foi aprovado por 42 votos a 26; arrecadação será utilizada para combater covid-19 e financiar outras ajudar sociais.

Por Jornal GGN

O Senado da Argentina transformou em lei um encargo extraordinário aplicado aos detentores das maiores fortunas do país, com o objetivo de financiar o combate contra a covid-19 e a adoção de ajudas sociais, como a aprovação de subsídios à pobreza e créditos a pequenas e médias empresas.

A votação foi transmitida pelo YouTube na última sexta-feira, onde o Senado aprovou o chamado “aporte solidário” por 42 votos a 26 – a votação foi bastante polarizada, e foi rejeitada principalmente pela maior força de oposição, a neoliberal Juntos pela Mudança, do ex-presidente Mauricio Macri, que trata a decisão como uma medida de confisco.

A contribuição terá como foco as pessoas cujos ativos declarados ultrapassem 200 milhões de pesos (equivalente a US$ 2,35 milhões), com uma taxa progressiva de até 3,5% para ativos na Argentina e até 5,25% sobre bens fora do país.

Segundo a diretora da Administração Federal da Receita Pública, Mercedes Marcó del Pont, o tributo será cobrado “sobre quase 12 mil contribuintes, que mostram disponibilidades líquidas 25 superiores ao imposto que devem pagar”. A expectativa é que seja arrecadado o equivalente a US$ 3 bilhões.

(com informações do A Tarde)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Turismo: 2021: Ano sombrio ou promissor?

 


As expectativas são altas para os profissionais do turismo em todo o mundo para 2021, depois de um 2020 muito difícil marcado pela Covid-19, que causou uma queda acentuada nas viagens internacionais.

Por - Roberto F. Campos

No Prensa Latina

Muitos analistas acreditam que a situação pode ser revertida no próximo ano, mas outros acreditam que a verdadeira recuperação do setor virá em 2022, pois ainda há um longo caminho a percorrer para resolver a situação de saúde.

Um grupo de especialistas da Organização Mundial do Turismo (OMT) atualizou recentemente suas projeções sobre a reativação do turismo internacional.

A grande maioria dos membros desse comitê espera que isso seja uma realidade no terceiro trimestre de 2021, coincidindo com a temporada de verão no hemisfério norte. No entanto, outros 20 por cento sugerem que a recuperação só ocorrerá em 2022.

As restrições de viagens são consideradas a principal barreira para a recuperação do turismo global, junto com a lentidão para conter o novo coronavírus.

A falta de uma resposta coordenada entre os países para garantir protocolos harmonizados, bem como a deterioração do ambiente econômico, somada a outros aspectos, também são apontados como obstáculos importantes.

De acordo com dados coletados pela Organização Mundial do Turismo, nos primeiros oito meses de 2020 houve uma queda de 70% nos movimentos de turistas internacionais, o que representa 700 milhões de viagens a menos.

As perdas econômicas giram em torno de 730 bilhões de dólares, multiplicando-se por oito as experimentadas em 2009 durante a crise econômica e financeira global. Além disso, os economistas estimam em dois a quatro anos o retorno aos níveis de 2019.

O final do ano chega em meio a uma reabertura turística e de fronteiras em alguns países, enquanto em outros os surtos da pandemia forçam novas medidas restritivas por parte dos governos.

Diante desse cenário, a indústria do turismo encontra-se hoje no dilema de criar mecanismos adequados para sua recuperação ou perecimento devido à crise de saúde.

Economistas, pesquisadores e operadores de mercado concordam que, embora a situação continue muito difícil, este é um dos setores mais capazes de resistir à tempestade.

(Retirado do Orbe)

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Quatro décadas sem Lennon

Fazia frio naquela noite de dezembro, há 40 anos, quando Mark Chapman decidiu matar John Lennon só porque para entrar furtivamente na biografia de uma das figuras mais influentes da cultura pop .


Por Por Charly Morales Valido San Salvador

No Prensa Latina

Momentos antes, o membro do quarteto The Beatles havia autografado um livro para Chapman, e Chapman não tinha maneira melhor de agradecê-lo do que atirar nele cinco vezes.

Apenas 15 minutos depois, Lennon estava morto e seu ex-assassino esperava pela polícia no Edifício Dakota em Nova York. Em um bolso ele carregava uma cópia surrada do romance Catcher in the Rye, de J.D. Salinger, enquanto a poucos metros dele uma pessoa morreu e um mito nasceu...

A vida do famoso músico foi tudo menos enfadonha, e foi marcada por aquele grupo de culto que fundou em Liverpool, praticamente inclassificável, simplesmente essencial.

John Winston Lennon nasceu em 9 de outubro de 1940, no meio da Guerra Mundial. Ele cresceu sem o pai, criado por uma tia que não gostava de seus gostos musicais e com uma mãe perseguida por seus próprios demônios, cuja morte prematura deixaria uma marca nele.

Em sua adolescência, vagando pelos jardins do orfanato Strawberry Field, John encontrou seu grande amigo musical, Paul McCartney. Juntos, eles fundaram a banda Quarry Men, e também juntos montaram os The Beatles, em 1960. O resto é história...

Dos clubes decadentes de Hamburgo e Liverpool ao lotado Shea Stadium em Nova York ou ao telhado do prédio da Apple Corps, os Beatles revolucionaram o pop e deixaram hinos de geração autênticos, explorando desde os sons mais comerciais aos mais psicodélicos, místicos e rock' roll com letras sugestivas e uma produção luxuosa.

A personalidade complicada de John marcou o grupo, completado por Paul, seu amigo de longa data George Harrison e o sempre subestimado Ringo Starr.

Gênio como ácido e mordaz, Lennon deixou para trás inúmeros clássicos musicais, mas também frases inflamadas, como que os Beatles eram mais famosos que Cristo ou que eram heróis do proletariado.

A relação com Yoko Ono, iniciada em 1966, talvez tenha precipitado a separação da banda, que já era questão de tempo, mais por egos e buscas pessoais do que pelo papel do vilão que nunca abandonou a excêntrica artista japonesa.

Depois do sucesso solo de Imagine, vieram anos de pouca música e muito ativismo, sua separação e reconciliação com Yoko, a vida doméstica que ele sempre desejou e nunca teve, e a gravação de Double Fantasy, o álbum que ele estava montando quando cinco tiros à queima-roupa terminaram com sua vida. Era 8 de dezembro de 1980 e fazia frio em Nova York.

(Retirado do Orbe)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Ministro da Educação será ouvido por homofobia

 

Milton Ribeiro, pastor presbiteriano e Ministro da Educação. Foto: Reprodução

Determinação foi feita pelo ministro Dias Toffoli, do STF; dentre outras declarações, Milton Ribeiro relacionou homossexualidade com “famílias desajustadas.”

Por Jornal GGN

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou à Polícia Federal que seja agendado o depoimento do ministro da Educação, Milton Ribeiro, em investigação sobre crime de homofobia, reconhecido como forma de racismo pela Corte.

Segundo o jornal Correio Braziliense, a investigação foi aberta a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para saber se Ribeiro foi homofóbico durante entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo e publicada no dia 24 de setembro.

Na ocasião, o minstro (pastor presbiteriano) foi indagado sobre a necessidade de educação sexual na escola, onde respondeu ser favorável a abordagem de temas que impeçam que as crianças sejam molestadas e para evitar gravidez na adolescência, mas disse não ser necessário incentivar discussões de gênero. “A biologia diz que não é normal a questão de gênero. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, não concordo”, disse Ribeiro ao jornal.

“Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato e caminhar por aí. São questões de valores e princípios”, disse o ministro da Educação.

Embora o ministro tenha pedido desculpas e declarado que as afirmações foram tiradas de contexto, Ribeiro rejeitou na última semana um acordo de persecução penal com o Ministério Público.