sábado, 30 de junho de 2018

Dilma denuncia ataque mundial à democracia durante congresso sindical na Inglaterra

Em Liverpool, ex-presidenta fez um chamado à resistência mundial pela liberdade de Lula e recebeu medalha de honra.

“Foi um golpe contra a igualdade social. Vou ser clara: Lula é um prisioneiro político. É inocente, é o candidato legítimo", disse Dilma / Foto: Ant Clausen

A ex-presidenta Dilma Rousseff denunciou, nesta quarta-feira (20), em Liverpool, Inglaterra, o golpe de Estado no Brasil e a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva, caracterizados por ela como parte de um ataque mundial à democracia.

A fala ocorreu no Congresso Mundial da UNI Global Union, entidade sindical que representa mais de 20 milhões de trabalhadoras e trabalhadoras do ramo de serviços.

“Os nossos adversários compreenderam que seríamos capazes de ganhar as eleições desde que fossem livres e justas, e o programa de reforma que executamos tinha apoio significativo. Eles querem corroer a democracia brasileira”, disse Rousseff, que também fez um chamado à resistência global.

A ex-presidenta, que recebeu o Prêmio Liberdade da organização sindical, disse que a perseguição sofrida por ela e Lula faz parte de uma campanha difamatória que tenta acabar com a esquerda brasileira.

“Vou ser clara: Lula é um prisioneiro político. É inocente. Para nós, é o candidato legítimo, então, porque haveríamos de o substituir?”, disse. “Isto não é apenas sobre Lula. Lula representa uma ideia; simboliza a esperança. Ele é o instrumento mais forte contra o golpe”.

Os mais de 2 mil líderes trabalhistas de todas a partes do mundo presentes ao congresso se comprometeram a manifestar-se pela liberdade de Lula em suas localidades.

“O presidente Lula tirou milhões de brasileiros da pobreza e é, atualmente, vítima de perseguição política. O movimento trabalhista no Brasil e de todo o mundo exige que a democracia e o Estado de Direito sejam respeitados. Lula deve ser libertado”, disse Marcio Monzane, secretário regional da UNI Américas.

Edição: Diego Sartorato

LAIS BARBOSA PARRA – A BELA DA SEMANA


Em um céu de beldades, uma estrela cintila o seu brilho mais intenso, o lume da beleza feminina, o brilho que encanta e que fascina, uma estrela de luz própria que desfila diante de nossas retinas nos deixando inebriados, tomados pelo êxtase de contemplar estes seres plenos da formosura mais cativante...

Sublime beleza é a dela, nascida talvez num dia de inspiração dos Deuses, num dia de esmero dos anjos, num dia em que encantar os mortais era o propósito dos seres divinos... Deu-se assim o nascimento daquela que foi moldada com o capricho divino, nasceu neste dia, Laís Barbosa Parra...

A beleza que descreve mulheres fascinantes não é exclusividade dos contos ou das histórias de encantamento... A fascinação fez-se real, uma vez em Diamante do Norte ou Paranavaí, cidades onde respectivamente ela reside e estuda, você poderá alumbrar-se com o encanto maior que te deixará fascinado, você poderá deparar-se, com a bela Laís Parra, beldade de beleza sem par cujo a imagem fala por si.

Quisera relatar em palavras aquilo que para os olhos é agradável, porém a apreciação quando tamanha não se resume em frases, não se detalha em dizeres, não se define em escritas, quando assim, a maneira correta da definição está no prazer da contemplação, no gosto de olhar para a imagem que vivifica as pupilas, diante de tal ocasião, nos calamos, pois Laís Barbosa Parra compõe o seleto grupo das escolhidas...

Na obrigação de descrevermos o que é perfeito, a mulher sempre nos servirá de inspiração, contemplaremos a precisão de seus detalhes, nos moldes que definem com precisão divina a inefável beleza exposta nesta que hora nos confia a oportunidade de seguirmos louvando a supremacia feminina...

E aqui estamos, colocando em evidência a beleza destas tantas mulheres, cada qual donas de suas virtudes, mostrando aos quatro cantos do mundo que de onde estamos podemos provar que a beleza das Deusas alheias ao nosso meio, não torna menor a formosura destas do nosso convívio e contemporaneidade. Aqui está Laís Barbosa Parra, garantindo que neste noroeste extremo a beleza feminina se difunde pela maestria da imagem de mulheres semelhantes a esta que na ocasião homenageamos mantém ativo este espaço onde propaga-se a formosura da mulher...

Ela é o charme e a elegância que dá a qualquer ambiente um toque de classe, ela é digna de reverência, os bons adjetivos não lhe estão ausentes, poder vê-la neste panteão de belas é uma honra, respeitemo-na, Laís Barbosa Parra é a Bela da Semana.

*LAÍS BARBOSA PARRA – Diamante do Norte – PR  - Filha de José Carlos Parra e Rozana Barboza Parra. Laís é torcedora do São Paulo e está cursando Educação Física na UNESPAR em Paranavaí.



sexta-feira, 29 de junho de 2018

Projetos de lei tentam restringir ainda mais o direito ao aborto legal

Apesar da legislação brasileira já ser bastante conservadora, nos últimos anos, dezenas de projetos de lei tentam restringir ainda mais o direito ao aborto no Brasil, ou mesmo proibi-lo por completo.

Lula Marques/FotosPúblicas
É o caso do PL 7.443/2006, de autoria do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), que propõe tornar a prática crime hediondo. O projeto, atualmente, aguarda o parecer do Relator na Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CMULHER) para ser votado.

Outro caso é o do PL 478/2007, conhecido como o Estatuto do Nasciturno. O projeto foi denunciado pela advogada Ana Lúcia Keunecke, integrante da DeFEMde Rede Feminista de Juristas, na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).

No entanto, o PL continua em trâmite. E está pronto para ser discutido na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados.

A advogada alerta que o mais perigoso entre os projetos em trâmite é a Proposta de Emenda à Constituição nº25/2015. Apresentada pelo senador Magno Malta (PR-ES).

O documento já foi assinado por 27 senadores e aguarda designação de relator na CCJC. A PEC pretende mudar a redação do artigo 5º da Constituição Federal para todos são iguais perante a lei "desde a concepção".

"Todos os dias tem uma legislação que tenta impedir a mulher de abortar. Por exemplo: todos os projetos de lei que tratam sobre a infância, tentam enfiar um artigo contra o aborto ou legislando contra o corpo da mulher. Isso acontece semanalmente. Os movimentos sociais não têm força para barrar isso. Mas, eu acredito que, se todos os setores se unissem, como aconteceu na Argentina, teriam muita mais força e voz do que a parte que é contra a vida das mulheres", explicou Keunecke.

Realidade social

A advogada Ana Lúcia Keunecke conta que a DeFEMde já encaminhou inúmeras mulheres vítimas de estupro para o hospital Pérola Byington, em São Paulo, o mais importante serviço de aborto legal do país.

"O aborto legal não funciona no Brasil. A maioria dos estados não atende essas mulheres. Elas vêm de diversas partes do país por não conseguir realizá-los em suas cidades. Mesmo assim, o Ministério da Saúde expediu uma declaração, em 2016, dizendo que todos os hospitais do país estavam aptos a realizar esse procedimento", disse Keunecke.

A advogada afirma que até mesmo as mulheres que sofrem abortamento espontâneo são desrespeitadas no sistema de saúde brasileiro.

"Até que o profissional verifique se aquele aborto foi provocado ou não pela mulher, ela é submetida à tortura. Ela não tem direito a ver o feto, ele é descartado como material cirúrgico e a mãe fica na sala com outras mulheres que acabaram de ter bebê. Mas quando ela faz um aborto clandestino, o feto é considerado um sujeito de direito e aquela mulher, uma criminosa. Então, não estamos falando da preservação da vida do feto ou não, e sim de uma sociedade que criminaliza a mulher quando ela escolhe sobre seus processos reprodutivos", apontou.

O coordenador do hospital Pérola Byington, o médico Jefferson Drezett, acredita que, para além de posições a favor ou contra, a descriminalização do aborto é uma necessidade.

"A proibição do aborto não tem nenhum efeito em reduzir sua prática, mas tem mostrado um efeito muito grande na mortalidade de mulheres. Não há como acreditar que a proibição pode trazer algum benefício à sociedade brasileira. Proibir o aborto não demove das mulheres a necessidade de recorrer ao procedimento. A questão é que hoje as mulheres não têm o direito de decidir quais são as circunstâncias em que devem fazer essa escolha, o Estado brasileiro decide isso", afirmou.

Ao longo de mais de duas décadas no serviço do hospital Pérola Byington, Drezett já presenciou mais de 2.000 abortos legais, em situações que chegam, frequentemente, ao extremo de uma gravidez infantil por estupro incestuoso.

O médico destaca, entretanto, que os números do hospital estão muito aquém da quantidade de mulheres que deveriam ser auxiliadas pelo procedimento legal no país. Isto, devido à subnotificação de estupro e à falta de conhecimento do serviço. Por esse motivo, o hospital se tornou referência na realização do procedimento.

"No Pérola Byington o respeito sempre foi uma convicção muito forte, uma maneira de como a gente entendia nosso papel. Nós temos acúmulos de desrespeito aos direitos das mulheres em todas as instituições. O Sistema Único de Saúde (SUS) tem um papel fundamental de organizar esse atendimento. Mas a gente percebe um descaso enorme do poder público em lidar com essas questões", disse o médico.

A opinião científica, de profissionais da área de saúde, e o relato das advogadas, que representam mulheres vítimas das inúmeras violências que envolvem o aborto clandestino, não comove os políticos brasileiros, pelo contrário, a ofensiva conservadora tenta restringir cada vez mais o acesso ao aborto legal.

Fonte: Brasil de Fato

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Ao celebrar título, capitão do Corinthians protesta contra morte de Marielle

Ao celebrar o título da Liga Ouro de basquete, o armador Corinthians, Gustavinho, aproveitou a comemoração para protestar e relembrar que na sexta-feira completou 100 dias da morte da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista, Anderson Pedro Gomes.


Na decisão da Liga Ouro, o Corinthians venceu o jogo 4 da série de melhor de cinco na decisão diante do São José, por 74 a 63. No momento em que foi erguer a taça de campeão do torneio, que dá ao clube o direito de disputar a primeira divisão da NBB, o jogador exibiu uma camisa com a pergunta: "Quem matou Marielle?"

"É importante a gente se posicionar, lutar pelos direitos humanos. Há um tempo atrás, nós lutamos contra uma medida provisória do Temer. Nos unimos, fizemos uma faixa, todos os jogadores apoiaram: 'esporte + cultura = segurança'. Hoje (sexta-feira), fazem 100 dias que a Marielle morreu. Uma lutadora dos direitos humanos. É importante a gente se posicionar, não ficar calado. Quando temos oportunidade, precisamos representar essas pessoas que lutam pelas minorias", explicou o camisa 10, em entrevista ao Globo Esporte.

Marielle e seu motorista foram executados em 14 de março e o caso não foi esclarecido pela polícia.

Do Portal Vermelho, com informações de agências

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Um em cada 4 copos de suco de laranja vem do Brasil; trabalhadores ganham 2,1% do preço final

Estudo mostra como grandes supermercados dos EUA e da Europa lucram bilhões sem que isso signifique melhora de vida para trabalhadores rurais



A Oxfam divulgou um estudo global que mostra como um dos produtos mais conhecidos do agronegócio brasileiro, o suco de laranja, é, ao mesmo tempo, responsável pela pobreza de homens e mulheres trabalhadoras rurais e pequenos agricultores. Um em cada 4 copos de suco de laranja bebidos no mundo é brasileiro; no entanto, os trabalhadores ganham apenas 2,1% do preço final na prateleira dos supermercados; os pequenos agricultores, 3,1%.

O estudo critica a forma como os grandes supermercados dos Estados Unidos e da Europa estão lucrando bilhões sem que isso signifique uma melhora na situação dos trabalhadores e pequenos agricultores que produzem os alimentos. Os supermercados ficam com uma quantidade cada vez maior do dinheiro que seus consumidores gastam em suas lojas –em alguns casos, esse valor chega a 50%, enquanto a parcela que fica com os trabalhadores e produtores rurais pode ser menos de 5%.

A Oxfam pesquisou produtos importantes na agricultura de vários países: o cacau, na Costa do Marfim; o arroz e o atum em lata, na Tailândia; o café, na Colômbia; o feijão verde, no Quênia; a banana, no Equador; o chá, na Índia; a uva, na África do Sul; o tomate, em Marrocos; o abacate, no Peru e o camarão, no Vietnã, além da laranja brasileira. Em todos eles, a remuneração para os trabalhadores e pequenos produtores em relação ao preço final não chega a 5%.

Os dados são estarrecedores: seriam necessários mais de 4 mil anos para um trabalhador que atua no processamento de camarão na Indonésia ou Tailândia ganhar o mesmo que um típico executivo de um supermercado norte-americano ganha em um ano. Apenas 10% do que os três maiores supermercados dos EUA pagaram a seus acionistas em 2016 seria o suficiente para pagar um salário digno a 600 mil trabalhadores que atuam no processamento de camarão na Tailândia. 90% das mulheres que trabalham no cultivo de uva na África do Sul entrevistadas afirmaram não terem tido o suficiente para comer no mês anterior.

“O setor privado tem o potencial para tirar milhões de pessoas da pobreza, mas os grandes supermercados europeus e norte-americanos estão acumulando riquezas sobre o trabalho degradante de homens e mulheres no campo”, afirma Katia Maia, diretora-executiva da Oxfam Brasil. “Em muitos casos, devolver 1 ou 2% do preço de varejo –e isso pode significar alguns centavos apenas– poderia mudar a vida das milhares de pessoas que hoje produzem nosso alimento, mas mal têm o que comer.”

“Os supermercados precisam enxergar sua responsabilidade sobre o que vem acontecendo no outro extremo de sua cadeia produtiva, onde estão trabalhadores e pequenos e médios produtores”, explica o assessor de políticas da Oxfam Brasil, Gustavo Ferroni. “Com o poder de compra que possuem, eles podem definir direta e indiretamente as condições de produção, exigindo, por exemplo, o compromisso de seus fornecedores para acabar com jornadas exaustivas, empregos informais, trabalho escravo e outras condições desumanas no campo.”

O cultivo da laranja no interior de São Paulo já foi alvo de denúncias de trabalho escravo pelo Ministério Público do Trabalho. Gigante do setor, a Sucocítrico Cutrale teve seu nome estampado entre as 132 empresas autuadas na “lista suja” do trabalho escravo no ano passado por manter trabalhadores em condição análoga à escravidão. As fazendas do grupo já foram multadas diversas vezes pelo MPT em Campinas pelas más condições impostas aos trabalhadores.

A última condenação, em fevereiro deste ano, obrigou a empresa a pagar 300 mil reais em danos coletivos por manter os trabalhadores sem período de repouso e trabalhando em feriados nacionais; sem local para refeição e descanso, sem condições adequadas de higiene e conforto; sem água potável; sem instalações sanitárias conforme a norma; sem segurança no transporte; sem equipamentos de proteção individual necessários para o manuseio de agrotóxicos; e sem registro em carteira de trabalho, entre outras infrações.

A Oxfam lançou uma campanha para pressionar os grandes supermercados e governos de todo o mundo a atuarem com firmeza contra a precariedade do trabalho no campo, exigindo maior transparência sobre a procedência dos alimentos, fim da discriminação contra as mulheres e garantia de que agricultores e produtores recebam uma parcela mais justa do que é pago pelos consumidores no varejo. Uma das soluções por parte do poder público, é estabelecer uma política de preço mínimo para as commodities agrícolas, o que beneficia os pequenos agricultores.

Para os agricultores, a sugestão da organização são as ações coletivas, que ampliam o poder de negociação de pequenos agricultores e trabalhadores. Segundo o estudo, os pequenos agricultores obtêm fatias muito maiores do preço final ao consumidor –em torno de 26%– quando estão organizados em cooperativas que podem atingir economias de escala até o ponto de exportação, em comparação com aqueles que não estão e ficam
com apenas cerca de 4%.

Com informações da Oxfam e do MPT em Campinas

terça-feira, 26 de junho de 2018

Por que a unificação das Alemanhas destruiu o futebol do lado Oriental?

Logo após a queda do Muro, jogadores do lado Oriental eram maioria na seleção; hoje apenas um titular vem da ex-Alemanha comunista.

OS CAPITÃES BERND BRANSCH, DA ALEMANHA ORIENTAL, E FRANZ BECKENBAUER, DA OCIDENTAL, EM 1974. FOTO: REPRODUÇÃO
Por Per Urlaub, no The Conversation*
Tradução: Cynara Menezes

A Alemanha é uma potência do futebol. No entanto, apenas um jogador da seleção que está competindo na Copa do Mundo da Rússia, o meio-campista Toni Kroos, veio da Alemanha Oriental.

Por um período de mais de 40 anos durante o século 20, a Alemanha esteve dividida em dois países separados, Oriental e Ocidental. Mas já se passaram 30 anos desde que a reunificação aconteceu, e qualquer um poderia achar que as disparidades regionais diminuíram. Então por que atualmente o futebol alemão é tão dominado por jogadores e clubes oriundos do lado Ocidental? E o que este desequilíbrio diz sobre a situação da reunificação alemã?

Durante a guerra fria, dos anos 1940 até outubro de 1990, a Alemanha Ocidental capitalista foi aliada dos Estados Unidos, enquanto a comunista Alemanha Oriental era aliada da União Soviética. Após a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, as potências vitoriosas desmantelaram todas as organizações esportivas do país.

Alguns anos depois, o governo da Alemanha Oriental reintroduziu o futebol amador como parte do programa de educação física no trabalho nas grandes cooperativas controladas pelo Estado que surgiram após a estatização da economia. Enquanto isso, no início dos anos 1960, uma liga de futebol profissional, a Bundesliga, era criada no lado Ocidental.

Diferentemente do que acontecia em sua correspondente Ocidental, cujos clubes funcionavam como empresas comerciais, os times da Alemanha Oriental eram organizações fortemente controladas pelo Estado socialista. O governo da Alemanha Oriental realmente investiu nos esportes. Mas eles priorizavam os atletas olímpicos do país, não os times de futebol.

Alguns times de futebol alemães orientais, como o 1. FC Magdeburg, conquistaram considerável sucesso em competições internacionais. O ápice do futebol do país foi o gol de Jürgen Sparwasser que deu a vitória à Alemanha Oriental contra a Ocidental durante a Copa do Mundo de 1974. A Alemanha Ocidental perdeu em casa. A maioria dos alemães orientais acima dos 50 é capaz de dizer exatamente onde estava quando viu esse gol; é o “momento Kennedy” da geração deles.


Para poder competir com clubes internacionais da Europa Ocidental capitalista que podiam contratar jogadores do mundo todo, os times alemães orientais investiram em operações de recrutamento locais e em escolinhas de futebol, que identificavam e cultivavam o talento doméstico. Muitos destes jogadores amadureceram justo no momento da reunificação do país.

No verão de 1990, nove meses após a queda do muro de Berlim, a seleção alemã –inteiramente composta de alemães ocidentais– ganhou a Copa do Mundo da Itália. Como as associações de futebol do Ocidente e do Oriente ainda não haviam se tornado uma só, nenhum jogador alemão oriental esteve em campo durante o torneio.

Após o jogo, o treinador Franz Beckenbauer orgulhosamente previu que a futura vinda de jogadores do lado Leste do rio Elba tornaria a seleção da Alemanha unificada imbatível por anos. Beckenbauer estava certo? Ja und nein.

A equipe da Alemanha unificada certamente não se tornou imbatível durante os anos 1990. No entanto, os jogadores da Alemanha Oriental de fato se juntaram a seus pares alemães ocidentais na seleção. Na verdade, apenas 9 dos 20 jogadores da seleção de 2002 tinham raízes ocidentais.

Os alemães orientais que jogaram no time da Alemanha unificada nas duas décadas após a reunificação nasceram todos entre a metade dos anos 1960 até o final dos 1970. Todos tinham sido descobertos e treinados pelos programas de desenvolvimento de jovens da Alemanha Oriental.

TONI KROOS, O ÚNICO “ALEMÃO ORIENTAL” DA SELEÇÃO. FOTO: LARS BARON/FIFA
O que aconteceu? Por que –com a exceção de Kroos– nenhum destes jogadores da atual equipe nacional alemã vem da parte Leste do país? A resposta está na economia. Após a queda do muro de Berlim, os melhores jogadores orientais imediatamente se juntaram aos times no lado Ocidental que podiam pagar a eles salários mais altos. Ao mesmo tempo, como aconteceu com as economias de outros países ex-soviéticos que fizeram a transição do comunismo para o capitalismo, a rápida reorganização da economia da Alemanha Oriental levou ao colapso indústrias inteiras.

Os times da Alemanha Oriental sentiram o golpe. Nem um só clube do lado Oriental conseguiu estabelecer uma presença permanente na Bundesliga, a primeira divisão alemã. Sem receber subsídios governamentais e incapazes de obter dinheiro de acordos com a televisão e parceiros privados como sua irmã Ocidental, os clubes orientais foram forçados a reduzir radicalmente suas escolinhas.

Kroos naturalmente é o ponto fora da curva. Mas ele deve pouco aos times de futebol da Alemanha Oriental. Seu pai, Roland Kroos, foi um treinador de futebol. Roland não só identificou o potencial do filho, como foi capaz de desenvolver os talentos de seu garoto. Quando Kroos era um adolescente, seu pai o colocou na escolinha de um dos mais exitosos impérios do futebol, o Bayern de Munique. Foi no Ocidente que Toni –apelidado pelo pai de “projeto familiar”– amadureceu como jogador antes de se transferir para o Real Madrid, onde joga quando não está atuando na seleção.

Hoje, o domínio do Ocidente no futebol alemão simboliza as divisões econômicas do país. Como muitas outras indústrias, o futebol da Alemanha Ocidental saiu na frente após a unificação. O desequilíbrio geográfico no futebol alemão é emblemático das não admitidas desigualdades econômicas entre Oriente e Ocidente que persistem até hoje.

*Per Urlaub é pró-reitor de Escolas de Línguas e Professor Associado do Middlebury College

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Por que há poucos técnicos negros? A pergunta que a Seleção do Senegal levou para a Copa


A seleção senegalesa tem sido tema de notícias e discussões nesta Copa do Mundo. Mas em vez de tática, vigor físico, gols de placa ou caneladas, o que chamou a atenção no escrete africano foi a presença do técnico Aliou Cissé, o único negro entre os 32 participantes no torneio.

Aliou Cissé, técnico do Senegal na Copa da Rússia. Foto: Wikimedia Common
Por *Marcos Sacramento
No DCM

O predomínio de treinadores brancos à frente dos times de futebol, inclusive de seleções da África negra, é um fato concreto. Dos 20 clubes que disputam a primeira divisão do campeonato brasileiro de futebol deste ano, apenas Roger Machado, do Palmeiras, e Jair Ventura, no comando do Santos, são negros.

Isso leva ao seguinte questionamento: por que há poucos técnicos negros em um esporte em que eles têm presença expressiva entre os atletas?

As razões não são muito explícitas. Uma matéria do The Guardian abordou o assunto em 2014, e se não chegou a uma conclusão, pelo menos jogou alguma luz em busca de respostas para a pergunta.

De acordo com o Guardian, naquele ano havia somente quatro técnicos negros ou representantes de minorias étnicas entre os 92 clubes da Premier League e da Football League, que englobam as quatro primeiras divisões do futebol inglês. O número significa menos de 5% do total. Por outro lado, entre os jogadores a presença de negros fica na casa dos 25%.

A matéria cita um estudo do pesquisador Steven Bradbury, que se debruçou sobre o tema. Uma das hipóteses que ele levanta é que o filtro racial começa ainda dentro dos campos, pelo menos nos casos dos técnicos que foram ex-jogadores. Dentre os treinadores que começaram a carreira como atletas, um bom número deles ostentou a braçadeira de capitão, posto de liderança e interlocução com a comissão técnica.

E este status, segundo Bradbury, é dado com mais frequência aos jogadores brancos, reproduzindo o estereótipo de que estes seriam mais cerebrais, em oposição aos negros, cujo destaque seria o vigor físico.

Por aqui, um dos exemplos mais emblemáticos deste fenômeno é Andrade, único técnico negro a conquistar o campeonato brasileiro de futebol, em 2009, pelo Flamengo. Mesmo com o título e o histórico no clube – volante clássico, com passes elegantes e precisos, é um dos heróis do clube rubro-negro – foi demitido no ano seguinte à conquista do título, apesar do índice de 76% de aproveitamento.

Seguiu treinando times de menor expressão, como Brasiliense e Paysandu, até decidir dar um tempo na profissão de técnico. Junto com Cristóvão Borges, ex-jogador e técnico com passagens por Fluminense e Vasco, e Lula Pereira, que treinou o Flamengo, engrossa a galeria de técnicos negros atualmente sem emprego.

Pode ser que futuramente eles voltem a atuar, e somados à entrada de novos nomes no mercado, como Roger Machado e Jair Ventura, contribuam para que as estatísticas raciais referentes aos treinadores se aproximem da realidade de dentro dos gramados.

Mas considerando que o futebol é gerenciado por homens brancos e que o posto de técnico, embora instável, seja um espaço privilegiado de poder, não dá para ter esperança de mudanças radicais neste cenário.

Caso existam, os avanços virão de forma lenta, gradual e segura, bem ao gosto dos atuais donos do poder.

*Marcos Sacramento, capixaba de Vitória, é jornalista. Goleiro mediano no tempo da faculdade, só piorou desde então. Orgulha-se de não saber bater pandeiro nem palmas para programas de TV ruins.

domingo, 24 de junho de 2018

Nova Londrina é contemplada com utilitário para atender agricultura familiar

Via - Ministério do Desenvolvimento Social
O ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, esteve na última segunda-feira (18) em Curitiba onde entregou 25 veículos que serão utilizados no transporte de alimentos das pequenas propriedades. 

Os carros vão atender às Unidades de Distribuição da Agricultura Familiar (UDAF). O município de Nova Londrina foi beneficiado com um carro.

De acordo com o secretário de Educação de Nova Londrina, Roberto Mitsuro Tsunokawa, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) tem o objetivo de estimular a agricultura familiar. “Isso gera renda e garante preço justo para a agricultura familiar. Esses produtos serão entregues nas escolas em Centros Municipais de Educação Infantis e fará parte da merenda”, disse Tsunokawa.

O secretário explicou que o veículo ajudará fortalecer a agricultura familiar no município de Nova Londrina. Tsunokawa comentou que o veículo facilitará a logística na distribuição dos alimentos produzidos através da agricultura familiar.

O prefeito Otávio Henrique Grendene Bono (Vico) destacou que o programa do Governo Federal vai garantir melhores preços com melhor qualidade dos produtos. “Teremos alimentação saudável para as crianças atendidas em nossas instituições de ensino”, concluiu Vico.


sábado, 23 de junho de 2018

LÉINHA TEIXEIRA – A BELA DA SEMANA


Contemplar a beleza é vitimar-se pela sedução causada tão somente na imagem da bela mulher, daquela mulher sabedora de seus predicados, daquela que tem ciência dos seus caprichos, apreciar tamanha formosura é embriagar-se de um colírio sublime oriundo do corpo, das formas e das curvas que falam por si, é banhar as retinas na imagem que causa admiração, é sobremaneira, entregar-se ao encanto incontestável que procede de quem ganhou da genética a graça de fascinar...

Que culpa tem as belas por serem belas? Que censura fará o crime de impedir que a suas belezas sejam propagadas em suas grandezas de detalhes?  Léinha Teixeira compõe este seleto grupo, ela que por ser bela tem cadeira cativa onde impera a supremacia feminina, no panteão onde reinam as musas tem o formato de seus pés, ela é testemunho de que a mulher quando bela tem em si algo de supra-humano...

Descrevê-la está fora das possibilidades, pois, ela, ela supera a si e a tantas outras, falar de Léinha é falar do que é inefável, Léinha é presença nos cérebros dos que viajam, Léinha é devaneio no pensamento dos desejosos que talvez nem se dão conta que uma bela mulher tem tudo de Deusa...

Os belos poemas se assimilam a sinuosidade de seu corpo, ela é obra de uma arquitetura divina, desenhada, moldada e esculpida em linhas e curvas num molde sem igual, com um pincel ímpar cujo o único propósito é seduzir e consequentemente causar... Nos concílios sobre a beleza feminina, inevitavelmente há o nome de Léinha...

É saudável sua imagem, a inteligência sublime que tudo fez e que é dona da genética, certamente não apontou a sedução como um pecado, pecado seria deixar de louvar a natureza lindamente retratada em mulheres com os dotes de Léinha Teixeira...

Ela é estrela que cintila no céu das belas o lume que nenhuma outra estrela tem, o pedestal das belas é pisado por seus formosos pés, pés de Léinha que tem para si uma infinidade de fãs abduzidos por sua beleza extraterrena.

Apreciemos, pois, a fascinação procedente desta majestade, ela é sinônimo de sedução, ela é a mais bela entre tantas outras belas, ela integra a grandeza feminina, ela é a prova fidedigna da supremacia da mulher. Um brinde ao nosso privilégio, por tal suntuosidade nos confiar sua imagem e nome...  O culto a divindade da mulher está garantido, Léinha Teixeira é a Bela da Semana.


*WANDERLÉIA TEIXEIRA CAMPOS –Nova Londrina/PR – Filha de Celita Teixeira Campos. Wanderléia é do signo de Leão e torce pelo Corinthians.


sexta-feira, 22 de junho de 2018

Temer aniquila o esporte brasileiro

O Brasil retrocedeu 20 anos em dois com o governo Temer. E o esporte brasileiro é a mais recente vítima da destruição do país praticada pelos que tomaram o governo em 2016. Ao editar a Medida Provisória (MP) nº 841, publicada em 12 de junho, o governo federal iguala o esporte a tantas outras áreas terrivelmente afetadas por medidas de austeridade cruéis.

Por *Carina Vitral e *Ricardo Leyser

Com o pretexto de aportar recursos ao Fundo Nacional de Segurança Pública, a MP praticamente extingue a destinação social dos recursos da arrecadação das loterias federais. A legislação vigente até a MP garantia um determinado volume desse dinheiro para financiar o esporte, educação, cultura e outras áreas. No esporte, o montante era redistribuído para as secretarias municipais e estaduais e para entidades esportivas que desenvolvem projetos de esporte educacional e participativo. No caso das entidades que promovem o esporte escolar e universitário, bem como a formação de atletas de base, o governo ceifou o repasse, o que atinge diretamente uma parcela da juventude brasileira que pratica esporte como complemento educacional.

Calcula-se que o esporte brasileiro vai perder mais de 500 milhões de reais por ano, sendo que, desse total, cerca de 230 milhões são perdas do Ministério do Esporte, o que representa em torno de 30% do orçamento atual da pasta, que já vinha sofrendo redução nos últimos dois anos.

Em 2003, quando o presidente Lula criou o ministério, o esporte era relegado a apêndice do turismo. A pasta cresceu, à medida que o governo compreendia a relevância da prática esportiva para a sociedade e para a economia do país. O orçamento do órgão aumentou de 52,2 milhões de reais em 2004 para 1,4 bilhão em 2015 – abarcando recursos para os eventos esportivos que o Brasil sediou. Algo inimaginável no início dos anos 2000.

À época, enquanto procurava estruturar o sistema nacional do esporte e aumentava a dotação orçamentária da União, o próprio governo, junto com organizações do segmento e o Congresso Nacional, buscou novas fontes, como a Lei de Incentivo, para aumentar o financiamento do esporte. Entre as verbas existentes estava a destinação de uma fatia da arrecadação das loterias para o próprio ministério, governos estaduais e municipais e entidades esportivas, para aplicação prioritária em esporte escolar, formação de atletas e outras ações de estímulo ao esporte de base. É essa fonte que o governo Temer está secando.

Na tentativa de angariar legitimidade e mostrar serviço, o presidente lançou mão de factoides como a intervenção federal no Rio de Janeiro e a criação de um ministério provisório da Segurança Pública (que o Congresso Nacional transformou em permanente). Sim, o país atravessa uma crise gravíssima na segurança pública. Mas essas medidas açodadas e paliativas não combatem a violência pela raiz. A segurança da sociedade deve ser garantida com investimento em políticas públicas duradouras e de largo alcance. É necessário combater a desigualdade social, gerar emprego, assegurar direitos e garantir oportunidades às pessoas, sobretudo às crianças e aos jovens.

Mas Temer faz o contrário, em todas as áreas. A reforma trabalhista e a lei da terceirização eliminam a proteção da CLT aos trabalhadores, rebaixam salários e estimulam a precarização do trabalho. A PEC 95 congelou por 20 anos os gastos sociais, principalmente em educação e saúde. Programas importantes como o Farmácia Popular e o Ciência sem Fronteiras foram enterrados, e o Minha Casa Minha vida teve o orçamento destroçado para a faixa mais pobre da população.

O Brasil voltou ao Mapa da Fome da ONU, do qual tinha saído durante o governo Lula. O país que antes distribuía renda às famílias mais vulneráveis agora convive com aumento da pobreza extrema. O salário mínimo agora fica abaixo da inflação. O botijão de gás custa quase 10% do salário mínimo, e milhares de famílias voltaram a usar fogão a lenha. O desemprego se tornou um flagelo social. Como haver paz nesse cenário? Paradoxalmente, as áreas prejudicadas com os cortes feitos pela MP têm (ou deveriam ter) impacto positivo no combate à violência e, consequentemente, na solução de problemas da segurança pública. Portanto, a alardeada intenção de resolver a segurança pública nos termos propostos pelo governo é uma falácia.

Se Temer fez tudo isso com milhões de brasileiros, por que o esporte passaria incólume? Muitas pessoas pensavam que Temer faria um governo sem os defeitos atribuídos a Dilma, porém o que se vê é que ele piorou o que estava ruim e destruiu o que era positivo. Qual vantagem teve o Brasil nessa troca? Políticas sociais para a maioria, que abrange o esporte e os esportistas, não cabem nesse projeto perverso que desmonta o país. Com esse governo, sofremos um 7x1 a cada dia. É preciso reverter a medida provisória naquilo que é prejudicial ao esporte, à educação, à cultura e outras áreas relevantes ao desenvolvimento nacional.

*Carina Vitral, presidente da União Nacional dos Estudantes de 2015 a 2017, hoje preside a União da Juventude Socialista

*Ricardo Leyser, ministro do Esporte em 2016, foi secretário de Esporte Educacional e de Alto Rendimento do Ministério do Esporte, entre outras funções que desempenhou na pasta de 2003 a 2016

quarta-feira, 20 de junho de 2018

As ditaduras começam com a comunicação caluniosa, diz Papa

Na missa na Casa Santa Marta, o Papa recordou a sedução o poder destrutivo da comunicação caluniosa.


Para Francisco, a história de Nabot é paradigmática da história de Jesus, de Santo Estevão e de todos os mártires que foram condenados usando um cenário de calúnias. Mas é também paradigmática do modo de proceder de tantas pessoas de “tantos chefes de Estado ou de governo”. Começa com uma mentira e, “depois de destruir seja uma pessoa, seja uma situação com aquela calúnia”, se julga e se condena.

Para Francisco, as ditaduras adulteram a comunicação: "Também hoje, em muitos países, se usa este método: destruir a livre comunicação”. Por exemplo, pensemos: há uma lei da mídia, da comunicação, se cancela aquela lei; se concede todo o aparato da comunicação a uma empresa, a uma sociedade que faz calúnia, diz falsidades, enfraquece a vida democrática. Depois vêm os juízes a julgar essas instituições enfraquecidas, essas pessoas destruídas, condenam e assim vai avante uma ditadura. As ditaduras, todas, começaram assim, adulterando a comunicação, para colocar a comunicação nas mãos de uma pessoa sem escrúpulo, de um governo sem escrúpulo.

“Também na vida cotidiana é assim”, destacou o Papa: se quero destruir uma pessoa, “começo com a comunicação: falar mal, caluniar, dizer escândalos”:

E comunicar escândalos é um fato que tem uma enorme sedução, uma grande sedução. Seduz-se com os escândalos. As boas notícias não são sedutoras: “Sim, mas que belo o que fez!” E passa… Mas um escândalo: “Mas você viu! Viu isso! Você viu o que aquele lá fez? Esta situação… Mas não pode, não se pode ir avante assim!” E assim a comunicação cresce, e aquela pessoa, aquela instituição, aquele país acaba na ruína. No final, não se julgam as pessoas. Julgam-se as ruínas das pessoas ou das instituições, porque não se podem defender.

Do Portal Vermelho, com Vaticano News

terça-feira, 19 de junho de 2018

Chico Buarque e Martinho da Vila convocam Festival Lula Livre

Os cantores Chico Buarque e Martinho da Vila, juntamente com o teólogo Leonardo Boff e o jornalista e escritor Eric Nepomuceno, anunciaram a realização do Festival Lula Livre, um grande ato em defesa da liberdade do ex-presidente que será dia 28 de julho, nos Arcos da Lapa, no centro do Rio de Janeiro.

Foto: Mídia Ninja

A convocatória é assinada também pelos jornalistas Fernando Morais, Hildegard Angel, o cartunista Ziraldo, a atriz Lucélia Santos, o diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, e o cineasta Luiz Carlos Barreto. No texto, eles convocam artistas e "todos os setores democráticos da sociedade", em "frente ampla e irrestrita", para pedir a "imediata libertação" de Lula.

"Pedir a imediata libertação de Luiz Inácio Lula da Silva não significa apenas um gesto de solidariedade ao mais popular presidente deste nosso país. Significa também um gesto de solidariedade a todos nós, brasileiros e brasileiras. Um gesto de exigência para que se respeite a Justiça, pilar básico de qualquer sistema minimamente democrático", diz um trecho do documento.

O texto também denúncia as irregularidades e abusos do processo contra o ex-presdiente classificando como "um erro jurídico sem limites".

"Não havia, na primeira instância – leia-se Curitiba –, uma única e mísera prova dos crimes dos quais ele foi acusado. Não se trata de opinião, mas de constatação. O mesmo se deu na segunda instância, o TRF-4, onde prevaleceu a ausência de provas, demonstrando que se tratou claramente de manobra jurídica, armada e efetivada diante da complacência de todas as demais instâncias", enfatiza outro trecho.

"Nós nos opomos rigorosamente à arbitrariedade a que Lula está submetido, e que deve cessar de imediato. Queremos sua liberdade já. Entendemos ser direito invulnerável dos 146 milhões de eleitores poderem optar inclusive por não votar nele", acrescenta.

E conclui: "Assim, unidos numa frente ampla e irrestrita, realizaremos no dia 28 de julho, na Praça dos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, o mesmo tipo de evento que vem sendo realizado em diferentes cidades de diferentes países: o Festical Lula Livre".

Do Portal Vermelho

segunda-feira, 18 de junho de 2018

Contas na Suíça: do nazismo ao futebol

O país representado pela primeira seleção a ser enfrentada pelo Brasil na Copa é conhecida por diversos produtos: chocolates, queijos, canivetes e relógios. A importância econômica de nenhum desses, entretanto, se equipara ao peso de seu sistema financeiro.

Banco Nacional da Suíça foi questionado após a Segunda Guerra Mundial por ter recebido ouro saqueado por nazistas.

Por Rafael Tatemoto

Os bancos representavam 10,5% do Produto Interno suíço em 2014, segundo dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Para comparação, o percentual da vizinha alemã era 3,6%. As mais de 200 instituições financeiras que operam na Suíça concentram um quarto de todos os depósitos de estrangeiros no mundo.

Historicamente, a Suíça passou a atrair as reservas de estrangeiros por conta do sigilo fiscal. Ou seja, o país mantinha os dados de seus correntistas em segredo. A lei que instituiu punições à violação do sigilo foi instituída em 1934. Foi a partir da Segunda Guerra Mundial que o volume de recursos destinados à Suíça aumentou.

A maior parte do ouro capturado pelos nazistas foi depositado no Banco Nacional Suíço. A informação apenas seria confirmada anos depois, em março de 2002. Na data, foi lançado o relatório final da Comissão Bergier, formada pelo governo suíço em 1996, após contínuas críticas da comunidade internacional ao papel da Suíça durante a Guerra.

Em 2014, a Suíça fechou um acordo para se adequar aos padrões da OCDE em diversas áreas, o que exigiu o fim dos padrão bancário baseado no sigilo fiscal. As alterações rumo ao fim do segredo de quem são os correntistas no país, entretanto, só começaram a ser aplicadas neste ano.

Neste intervalo de quatro anos, as contas suíças estiveram presentes em diversos escândalos brasileiros. Em 2015, o país bloqueou as contas de diversos dirigentes da Fifa (Federação Internacional de Futebol) - entre eles os brasileiros Ricardo Teixeira e José Maria Marín – a pedido de órgãos de investigação dos EUA.

A entidade internacional do futebol tem sede na própria Suíça, país que hospeda diversos outros órgãos – como Organização Internacional do Trabalho, Organização Mundial da Saúde, Unicef – por conta de seu histórico de neutralidade geopolítica. A mesma "neutralidade" que serviu como um dos argumento da Suíça durante o pós-Guerra para tentar justificar a razão pela qual recebeu o ouro do nazismo.

Via – Portal Vermelho

domingo, 17 de junho de 2018

Grécia e Macedônia encerram 27 anos de disputa

Com o acordo que altera o nome da ex-república iugoslava, Grécia se compromete a retirar seu veto à entrada da Macedônia na União Europeia e na Otan.

Premiês macedônio, Zozab Zaev, e grego, Alexis Tsipras após firmarem acordo
Os ministros do Exterior de Grécia, Nikos Kotzias, e Macedônia, Nikola Dimitrov, assinaram, neste domingo 17, um acordo histórico para alterar o nome da ex-república iugoslava, que passará a ser chamada de República da Macedônia do Norte. O documento abre ao país o caminho para adesão à União Europeia e à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Realizada à margem do lago fronteiriço de Prespes, a cerimônia teve a participação também dos primeiros-ministros grego, Alexis Zipras, e macedônio, Zoran Zaev, além do negociador da ONU Matthew Nimetz e da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.

 "Cumprimos hoje o nosso dever patriótico”, afirmou Tsipras, classificando o acordo de "passo histórico para fechar as feridas do passado, para abrir o caminho para a cooperação dos dois países, dos Balcãs e de toda a Europa".

O tratado, que deve entrar em vigor dentro de seis meses, coloca um fim a uma disputa de 27 anos. Com o acordo, a Grécia se compromete a retirar seu veto à entrada da Macedônia na União Europeia e na Otan.

Atenas era contra a utilização do nome Macedônia pelo país, temendo que isso poderia levar a nação vizinha a reivindicar o território de mesmo nome localizado no norte da Grécia. A ex-república iugoslava, por sua vez, tem aspirações de entrar na UE e na Otan, o que vinha sendo dificultado pelo veto da Grécia, membro das duas organizações.

No lado macedônio, o acordo deve ainda ser ratificado pelo Parlamento, aprovado por referendo e incluído numa emenda constitucional. O texto será em seguida submetido à ratificação do Parlamento grego.

Entretanto, ainda há resistência ao acordo. Os conservadores da oposição grega alegam que o socialista Tsipras não tem autoridade para assinar tal tratado com a Macedônia. Na noite do sábado, o chefe de governo grego conseguiu superar uma moção de confiança convocada pelos conservadores no Parlamento.

Dezenas de nacionalistas gregos e macedônios protestaram neste domingo em ambos os lados da fronteira no momento em que o acordo era assinado. Na noite anterior, a polícia grega usou spray de pimenta para controlar dezenas de manifestantes que ameaçaram invadir o Parlamento em Atenas.

Deutsche Welle.

sábado, 16 de junho de 2018

LARISA GABRIELLY – A BELA DA SEMANA


O encanto que mais fascina é aquele que procede da imagem feminina, é o doce encanto que paralisa nosso olhar fazendo com que nossa atenção viaje por cada centímetro de traços que dão forma a formosura da mulher... Quando então presos por estes delineares de curvas e silhuetas, a inebriante hipnose nos toma os sentidos, e se tal beleza tem na Luz dos olhos um tom esverdeado, aí ficamos completamente cativos com a inegável supremacia destes seres dotados de fascinação... 

Em meio ao grupo invejável dessas seletas criaturas, está Larisa Gabrielly, e são nos detalhes que a constituem que louvamos a beleza feminina semanalmente decantada neste espaço.

Talvez seja tarefa vã, enaltecer e evidenciar aquilo que é óbvio, tentar externar aquilo que naturalmente nos salta aos olhos, porém, é falando do óbvio que aclaramos a necessidade de apontarmos as qualidades fisionômicas daquela que nasceu na condição privilegiada de mulher bonita.

O bons ventos a trouxeram até nós, no glorioso chão de nossa terra, pisado por pés de outras tantas belas, surge a admirável Larisa, ela que tem nos olhos a cor da sedução quando o assunto é beleza, eis que ela chega até aqui, como adorno principal desta página referência no trabalho de expor o encanto de nossas musas.

Evidenciar a beleza feminina é além de uma tradição, uma obrigatoriedade, um reconhecimento a elas, ainda mais, é uma questão de apreciação, a beleza feminina salta aos olhos, é como um colírio suave aprazível a qualquer pupila, o intuito no entanto, é louvar estas criaturas que pelo fato de nascer mulher já são grandes, quando então belas, elas tornam-se Deusas...

É sem dúvida um bom gosto apreciar a beleza feminina, todos os olhares que a elas são dirigidos, é uma forma de culto aos encantos contidos nestas representantes exclusivas da superioridade humana da qual Larisa Gabrielly faz parte.

O mundo é delas e para elas, não importa a cor de seus cabelos, muito menos a pigmentação de suas peles, na mulher há a essência da perfeição e nesta impecabilidade está também a notável Larisa, definindo em cada um de seus traços a exatidão do que melhor expressa a beleza feminina.
Portanto, é justo afirmarmos que a beleza tem por nome Larisa, ela é ponto de referência, ela é meta. Aquilo que uma infinidade de mulheres querem ser, ela é.

Deleitemo-nos as retinas com a imagem de Larisa , á ela nossa gratidão por nos proporcionar este privilégio, gratos somos por sua confiança e a certeza de que estamos grandemente orgulhosos por ela estar aqui.

A beleza, no entanto se fez mulher, tem olhos verdes que quando o tempo anuncia chuva eles ficam azulados, ela é uma graça sem par, apreciemo-na em demasia tal formosura só tende a fazer-nos bem, nossos olhos são gratos,  Larisa Gabrielly  é a Bela da Semana.

*LARISA GABRIELI GONSALES DA SILVA – Nova Londrina/PR – Filha de Sandra Aparecida Gonsales de Souza e Aparecido Firmino da Silva. Larisa é corinthiana e está cursando 3° Ensino Médio no Colégio Estadual Ary João Dresch.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Argentinas celebram legalização do aborto na Câmara como final de Copa do Mundo

Por 129 a 125, Câmara aprova legalização da interrupção da gravidez não desejada, que será gratuita e segura; projeto vai agora ao Senado.


Martín Fernández Lorenzo
Com Rocini Fernández

Enquanto no Brasil a direita quer proibir o aborto até mesmo em caso de estupro, na Argentina acaba de passar na Câmara um projeto que permite a legalização da interrupção da gravidez não desejada, que será gratuita e segura, na rede pública de saúde. A vitória foi apertada, por 129 votos a favor e 125 contra. Agora, o Senado irá definir se vira lei. Isso se tornou possível porque o feminismo é o movimento mais revolucionário da última década no país. Milhões de mulheres foram às ruas com seus lenços verdes, o símbolo que as caracteriza, apoiar a legalização.

Houve surpresas, incluindo o voto favorável dos deputados Fernando Iglesias e Daniel Lipovetzky, defensores intransigentes do PRO (Proposta Republicana), de direita, que foram até aplaudidos pelo kirchnerismo, uma situação que raramente voltará a acontecer. Do outro lado, Jose Luis Gioja, da Frente para a Vitória e ex-presidente do PJ (Partido Justicialista), votou contra por ser “peronista” e por ser “uma lei contraditória”. Má jogada política.

Uma das líderes do PRO, Elisa Carrió, que votou contra, declarou à imprensa: “Sei que as mulheres morrem, mas eu votarei não”. Para a vice-presidente da nação, Gabriela Michetti, os países ricos vão mais uma vez criminalizar o aborto porque “nascem poucas crianças”. Não é de surpreender que a bandeira pedindo esta penalidade congregue o catolicismo mais conservador, o mesmo que defendeu exterminar os índios considerados “hereges”.

O debate foi feroz, 24 horas. Algumas barbaridades foram ditas, como o deputado do PRO Alfredo Olmedo, que disparou: “Se você, como mulher, ‘lembrar’, oito meses, depois que foi estuprada, este projeto vai lhe permitir matar o menino”. Depois, declarou à imprensa que, se a lei for aprovada, ele proporia “fazer um cemitério para as vítimas de abortos”.

Mas essa afirmação não foi a mais aberrante. Estela Regidor, do UCR,  disse: “Certamente muitos de vocês têm animais de estimação. O que acontece quando uma cadela engravida? Não a levamos ao veterinário para fazer um aborto.” Mas o mais perverso foi o chefe do bloco PRO, Nicolás Massot, cuja família tinha laços com a ditadura, no bate-boca com o deputado Juan Cabandié, filho de desaparecidos: “Nunca em uma democracia fomos tão longe, Juan”. A deputada Mayra Mendoza rebateu: “Mas vocês foram incentivados durante a ditadura”. E ele respondeu:
“Nem naquela época, Mayra, nem naquela época fomos tão longe”, respondeu Massot, que escolheu falar sobre a ditadura na primeira pessoa do plural: “nós”. Vileza é pouco.

Antes da votação, Diego Maradona enviou uma mensagem aos deputados. Em um móvel com o jornalista Victor Hugo Morales, da Rússia, o treinador disse:” Temos de proteger a mulher. A mulher não pode que arriscar sua vida toda vez que precisa ir a um açougueiro tirar um bebê. Isso é criminoso. O que eu gostaria de pedir aos votantes é que deem uma chance a essa mulher de escolher democraticamente “. Recorde-se que Maradona tem uma tatuagem de “Che” Guevara, e coincidentemente hoje são os 90 anos do nascimento de Che. Yo no creo en las brujas, pero…

Em uma economia devastada, com um povo extremamente empobrecido, hoje os argentinos podem cantar a vitória, mesmo que por um momento. As mulheres transformaram o sistema. O projeto promovido por Macri, que não só não participou em nenhum momento do debate como declarou publicamente que não estava a favor, hoje deve ser uma dor de cabeça para o presidente. Poucos pensaram que ele ia passar, e que esta era uma cortina de fumaça para desviar o foco sobre o problema fundamental que nós, argentinos temos, que é não poder chegar a pagar as contas no fim do mês. Estávamos errados. Foi aprovado.

Estima-se que cerca de 500 mil abortos sejam realizados por ano na Argentina. A ideia da proposta de legalizar o aborto é melhorar este problema em termos de saúde. Não é uma questão ética ou moral: não existe mulher que goste de realizar abortos. “A comunidade científica internacional diz que, para cada aborto que provoca internação em países onde o aborto é criminalizado, mais de dez que foram feitas sem complicações. Na Argentina, temos cerca de 60 mil internações em hospitais públicos por abortos inseguros. Basta fazer as contas”, diz o médico Mario Sebastiani, um obstetra com 40 anos de profissão. “Na minha primeira prática em Larcade Hospital, San Miguel, eu vi mulheres morrerem de abortos inseguros. Percorri o país e posso garantir que, ainda hoje, embora tenha se difundido o uso do misoprostol para o aborto, ainda se usa , em desespero, agulha de tricô, o talo da salsa ou pílula de permanganato, que causa uma terrível úlcera vaginal.”

De acordo com o Ministério da Saúde, desde a volta da democracia na Argentina, 3030 mulheres morreram devido a abortos inseguros e, em 2013, cerca de 49 mil foram internadas em hospitais públicos por complicações relacionadas à interrupção da gravidez. Mais precisamente, cerca de 135 mulheres foram hospitalizadas por dia sobre este assunto. Destas, duas em cada 10 tinham 19 anos ou menos e três em cada 10 tinham entre 20 e 24 anos de idade. Em 2016 –o último dado disponível–, 245 mulheres grávidas morreram; em 43 desses casos, inclui diretamente o “aborto” como causa da morte

Veremos se, quando a lei for aprovada, o presidente será incentivado a vetá-la como fez com o veto à lei que eliminava as taxas sobre os serviços básicos. A dúvida é se Macri terá coragem de enfrentar essas guerreiras de rua com seus “pañuelos” verdes. Se ousar fazê-lo, prepare-se para que virem o congresso de cabeça para baixo. Com essas mulheres não se brinca. Hoje ganhou o feminismo, ganhou a saúde, ganhou a igualdade, ganhou todo o país, mas também ganhou a América do Sul, enquanto nos aproximamos da lei já em vigor no Uruguai, e esperamos que se espalhe para toda a região. Obrigado, senhoras. Orgulho nacional.



quinta-feira, 14 de junho de 2018

FoxSports bomba nas redes ao colocar a primeira mulher para narrar um jogo de Copa

Ela foi vencedora do concurso “Narra Quem Sabe”, feito pelo canal de esportes, para que pudesse escolher narradoras para o Mundial.


O canal FoxSports inovou e colocou a primeira mulher da história do país a narrar uma Copa. A jornalista mineira Isabelly Morais estreou no jogo entre Rússia e Arábia Saudita, na abertura da Copa do Mundo e não faltou gol pra ela gritar, pois o jogo acabou 5 x 1 para os anfitriões.

Ela foi vencedora do concurso “Narra Quem Sabe”, feito pelo canal de esportes, para que pudesse escolher narradoras para o Mundial. O desempenho dela gerou muita repercussão nas redes.

A ideia partiu de um projeto voltado exclusivamente para o público feminino e batizado de Narra Quem Sabe. Com a iniciativa, 3 mulheres foram escolhidas para trabalhar em todos os jogos da Seleção Brasileira como narradoras da Copa 2018. Elas também vão narrar as semifinais e a final da competição.

A curadora e idealizadora do projeto é a jornalista Vanessa Riche, que falou com o Huffpost em março deste ano. De acordo com ela, até então, já haviam chegado à emissora “200 narrações de todo o Brasil por e-mail e mais 80 meninas já gravaram na nossa cabine no shopping”, conta.

Na visão de Riche, a iniciativa da Fox Sports abrirá caminho para que as mulheres superem o preconceito que ainda existe em parte da imprensa contra a ala feminina que trabalha no esporte, especialmente no futebol.

Para assistir a narração de Isabelly Moraes, clique AQUI.

No Fórum
Via- Contesto Livre.

Comissão de Ética aplica reprimenda a ex-presidente da EBC por ofensa a Taís Araújo

Órgão da presidência faz "censura ética" a jornalista Laerte Rimoli por compartilhar postagens "discriminatórias" no Dia da Consciência Negra.


A comissão de Ética Pública da presidência decidiu aplicar uma censura ética ao ex-presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Laerte Rimoli, por debochar da atriz Taís Araújo em pleno Dia da Consciência Negra, ano passado. Rimoli compartilhou nas redes sociais memes ofensivos à atriz após ela ter divulgado um vídeo onde criticava o racismo na sociedade. “No Brasil, a cor do meu filho faz as pessoas mudarem de calçada”, disse, em referência ao pré-julgamento dos negros apenas pela cor da pele, feito pela polícia, inclusive.

Em uma das montagens compartilhadas pelo ex-presidente da EBC, uma garotinha aparecia fugindo em pânico com a atriz e seu filho ao fundo e a legenda: “quando você percebe que é o filho da Taís Araújo na calçada”. Em novembro do ano passado, a Comissão de Ética da presidência havia pedido esclarecimentos sobre o assunto a Rimoli.

Nesta terça-feira, foi divulgado que três membros da comissão consideraram o conteúdo da postagem discriminatório e afrontoso ao Código de Conduta da Alta Administração Federal. Já outros dois conselheiros avaliaram que a manifestação era humorística, ainda que de mau gosto, mas não caracterizadora de violação ética. Não cabe pedido de revisão ou recurso da decisão. A censura ética é uma espécie de reprimenda da administração pública que fica marcada no currículo do agente público.

Ouvido pela Agência Brasil, o ex-presidente da EBC disse que respeita a decisão do colegiado, mas que a considera exagerada. Informou também que estuda com advogados as medidas cabíveis. Na época, após muitas críticas, Rimoli acabou se desculpando com a atriz e sua família por ter compartilhado “um post inadequado”.


No mês passado, um outro processo contra Rimoli, que analisava suposta restrição de cobertura ao assassinato de Marielle Franco, foi arquivado por decisão unânime do colegiado.

Com informações da Agência Brasil