Tess Asplund levantou o punho ao ficar frente a frente com
líderes de movimento da extrema direita em manifestação pelo domínio branco.
Tess Asplund entrenta militantes de partido neonazista
(Foto: Reprodução/Twitter)
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Por Marie Claire
Uma mulher negra de 42 anos ganhou fama na internet ao ser
fotografada no momento exato em que se posicionou contra uma marcha neonazista
na cidade de Borlänge, realizada no domingo (1º), na Suécia. Na foto,
compartilhada nas redes sociais, Tess Asplund aparece posicionada com o punho
para cima em sinal de protesto, frente a frente com um dos três líderes de um
movimento de extrema direita que reuniu 200 pessoas no país.
Após a repercussão da imagem, Asplund, que vive em
Estocolmo, explicou a razão pela qual decidiu enfrentar o grupo, que, segundo
ela, nem deveria ter tipo permissão das autoridades para expor suas ideias por
serem baseadas em ódio contra minorias.
"Claro que não deveriam ter permissão para marchar.
Eles são nazistas", disse ao jornal "The Independent". "Estão espalhando o
ódio. Querem uma região branca. Se ganharem controle do país, irão expulsar a
mim e minha família".
O partido Movimento de Resistência Nórdico (The Nordic
Resistance Movement, em inglês) é formado por um dos muitos grupos neonazistas
de popularidade crescente que tem permissão da polícia para propagar suas
ideias pelas ruas de Borlänge, a cerca de 200 Km de Estocolmo. "Esta é a
coisa mais assustadora. Havia mais de 100 deles, e isto é muito, é
assustador", disse.
O gesto de colocar o punho para cima é historicamente usado
para demonstrar solidariedade com pessoas oprimidas, e de enfrentamento a
opressores. Ele se tornou um símbolo do movimento negro nos anos 60 nos Estados
Unidos. "Fiz porque fiquei muito irritada. Parei lá e e olhei para ele, e
ele olhou de volta. Então, a polícia veio e pediu para me afastar".
O partido de direita defende a luta por um governo
nacionalista nórdico mesmo que seja necessário o "derramamento de
sangue", conforme é descrito em seu site oficial. Stefan Dangardt,
porta-voz da polícia de Borlänge, no entanto, defendeu o direito dos neonazistas
de manifestarem a ideologia. "Há uma lei constitucional na Suécia que
permite livre opinião e reunião", disse à emissora Radio Sweden.
Grupos anti-imigração e de direita têm ganhado espaço no
país escandinavo, que é tradicionalmente liberal. O partido Sweden Democrats,
um dos mais conservadores, conquistou 14% do parlamento na última eleição com
sua ideologia contra imigrantes.
Rcentemente, Partido Social Democrata, de esquerda, se
juntou a uma organização sem fins lucrativos chamada Dalarna Against Racism
para protestar na região contra as ideias extremistas e de direita. Eles
reuniram um número maior de pessoas do que os neonazistas.
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