A despeito da Lava Jato, Lula ainda reina nos pesadelos
tucanos e de todos aqueles que o pretendem fora do páreo.
Nestes 126 anos da história republicana do País há pouca
coisa no mundo político comparável à reação conservadora de agora, marcada pela
campanha contra o ex-presidente Lula. Sustentada pela mídia, a onda é movida
principalmente por razões eleitorais. Essa perseguição foi comparada
recentemente por Eva Vilma, talentosa e corajosa atriz, como uma “caça às
bruxas”. Implacável.
A Operação Lava Jato tem feito a pauta principal ser
cumprida às cegas pelos veículos de comunicação. Televisão, revista, jornal e,
também, emissoras de rádio integram esse monopólio. Essa estranha confraria
antidemocrática mantém distância de várias regras profissionais do jornalismo
honesto. Nesse jogo vale a mentira, e não a verdade.
Por que Lula?
A resposta está identificada e consolidada em alguns números
surpreendentes trazidos pelas pesquisas eleitorais, como mostra, por exemplo, a
última sondagem do Datafolha.
Após quatro vitórias consecutivas do PT comandadas por Lula,
na disputa pela Presidência da República, ele tornou-se o fantasma da oposição
na eleição de 2018. Não há outra opção viável para o PT e, também, para a
esquerda. E tudo pode ser facilitado por uma oposição forte quanto golpista e
frágil dentro das regras legais do combate eleitoral.
Lula, apesar da queda, ainda é considerado o melhor
presidente da história do Brasil para o mesmo eleitor.
A pesquisa indica que o ex-presidente sofre, no momento,
forte rejeição de 49% do eleitorado. A rejeição, construída em mais de dois
anos pela Lava Jato, não se expressa com clareza, porém, nos resultados de um
confronto nas urnas. Isso porque, se a eleição fosse hoje, Lula disputaria o 2º
turno nos quatro cenários propostos na pesquisa dos possíveis candidatos com
chances de vitória.
Na disputa presidencial está firme no segundo lugar, em
empate técnico com Aécio e Marina, dentro da margem de erro de 2 pontos
porcentuais para mais ou para menos.
O quarto cenário da pesquisa aponta um fato preocupante para
o PSDB e aliados. Os três presidenciáveis tucanos, os senadores Aécio Neves e
José Serra e governador paulista Geraldo Alckmin, somam juntos 32 % dos votos.
Muito pouco. Serra e Alckmin podem pular do ninho tucano onde o nome dominante
até agora é o de Aécio. O PMDB pode abrigar Serra e o PSB entregar a
candidatura a Alckmin.
Quando olha para 2018, a oposição não sonha. Tem pesadelos.
A resistência do ousado metalúrgico, apesar de um grande
desgaste político, certamente impressiona a oposição e a empurra pelo caminho
tresloucado do golpismo: a deposição de Dilma e a prisão de Lula.
Maurício Dias
No CartaCapital
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