Via - Folha da Manhã |
Acariciando os dias que vou trilhando, a procura sempre do bem maior
que é a sobrevivência, mesmo que
cercada de outros desejos os
quais engrandecem a alma e a sede de
viver.
Assim, nesse contexto, caminha a humanidade, sonhando,
buscando a coerência do sentido VIVER, onde
paira a dúvida de ter dúvida das
certezas que muitos acreditam incertas.
ASSIM, traduz a
incerteza da certeza do autor dos versos cantados abaixo, quando se apaixonou
em uma de suas caminhadas pelos recantos
do mundo, sempre em busca do amor platônico e voraz.
As flô de Puxinanã -
Zé da Luz, poeta que veio ao mundo como Severino de Andrade Silva e recebeu a
alcunha de Zé da Luz, das terras nordestinas, nasceu em 29 de março de 1904 em
Itabaiana, região agreste da Paraíba e faleceu no Rio de Janeiro em 12 de
fevereiro de 1965.. Nome de guerra e poesia, nome dado pela terra aos que
nascem Josés e, também, aos Severinos, que se não for Biu é seu Zé.
As flô de Puxinanã
(Paródia de As “Flô de Gerematáia” de Napoleão Menezes).
Por Zé da Luz
Três muié ou três irmã,
Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.
A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.
A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.
Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.
A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscuz de mandioca.
Dois cuscuz, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.
Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.
Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscuz!
Do Recanto das Letras - Enviado por Risonaldo Costa em
08/08/2010
Código do texto: T2426053
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