Apesar do número de mortes de crianças com menos de cinco
anos ter caído de 12,7 milhões por ano em 1990 para 5,9 milhões em 2015, desde
1990 até 2015 o mundo perdeu 236 milhões de vidas nesta faixa etária, mais do
que toda a população brasileira. Entretanto, o Brasil é um dos poucos países
que tem o que comemorar: reduziu 73% das mortes.
Brasil está acima da média mundial na redução da mortalidade infantil |
Segundo o relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o país conseguiu alcançar a meta estipulada pela ONU por meio dos Objetivos do Milênio e, em 25 anos, o Brasil conseguiu reduzir em mais de um terço as mortes de crianças, uma queda de 73% da mortalidade na infância. Em 1990 eram registradas 61 mortes para cada mil crianças menores de cinco anos. O número caiu para 16 mortes (a cada cem mil) após esse período.
O governo federal já havia adiantado os números no ano passado, quando foi divulgado o 5º Relatório Nacional de Acompanhamento. Isso quer dizer que a meta foi atingida antes do prazo estipulado pela ONU.
Estratégias de combate à mortalidade
De acordo com o relatório, uma combinação de estratégias governamentais contribuiu para combater de forma efetiva a mortalidade infantil. Além do Bolsa Família, foram citados o Sistema Único de Saúde (SUS) com foco na atenção primária de saúde, a melhoria no atendimento materno e ao recém-nascido e esforços para prestar assistência à saúde no nível comunitário.
“Há duas razões principais para a redução da mortalidade na infância no Brasil: a expansão do acesso à saúde primária e o Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do mundo”, afirma o coordenador de saúde infantil do Ministério da Saúde brasileiro, Paulo Vicente Bonilha de Almeida. “O Programa Nacional de Imunização aumentou as taxas de vacinação entre as crianças brasileiras e o Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno mais do que quadruplicou a amamentação.”
Já no início do governo Lula, o então presidente afirmou que todo brasileiro tinha direito a no mínimo três refeições por dia, e implantou um grande programa de transferência de renda que hoje é reconhecido mundialmente. O governo Dilma ampliou o Bolsa Família que já beneficiou 14 milhões de famílias (50 milhões de pessoas). O Bolsa Família promove a inclusão e a cidadania das pessoas mais carentes e, principalmente, é um programa social que combate a fome e a mortalidade infantil, contribuindo com a redução dessas mortes.
Em setembro do ano passado, ao abrir a 69ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, a presidenta Dilma Rousseff apresentou ao mundo as ações afirmativas promovidas pelo Brasil na redução da desigualdade e comemorou a retirada do país do “mapa da fome”, conforme anunciado, naquele ano, pela FAO, braço da ONU para Alimentação e Agricultura. “Essa mudança foi resultado de uma política econômica que criou 21 milhões empregos, valorizou o salário básico, aumentando em 71% seu poder de compra. Com isso, reduziu a desigualdade. Trinta e seis milhões de brasileiros deixaram a miséria desde 2003; 22 milhões somente em meu governo. Para esse resultado contribuíram também políticas sociais e de transferência de renda reunidas no Plano Brasil Sem Miséria”, disse Dilma.
Mortalidade mundial
Apesar do índice de mortalidade infantil apresentar quedas contínuas desde 1990, o mundo ainda não está fazendo o suficiente para prevenir novas mortes e até mesmo alcançar a meta. Um número alarmante de dezesseis mil crianças com menos de cinco anos de cidade morre todos os dias no mundo.
A principal causa da morte é a pobreza extrema, caracterizada pela falta de alimentos, de ingestão de vitaminas, minerais e nutrientes. Essa ausência de comida debilita o sistema imunológico e leva à morte.
Os conflitos também são responsáveis pelo enorme índice de mortalidade infantil. Os refugiados estão expostos a uma maior ameaça de insegurança alimentar, desnutrição e doenças.
No Brasil
Segundo o relatório da ONU, na esfera regional, o quadro brasileiro é ainda insatisfatório. O relatório aponta que em 32 municípios o índice de mortes infantis supera 80 para cada 1.000 crianças nascidas. Além disso, destacou que, comparado a outros bebês brasileiros, as crianças indígenas no país têm o dobro de chances de morrer antes do seu primeiro ano de vida.
Recém-nascidos
O relatório destaca que o grande desafio continua sendo o período do nascimento. Em torno a 45% das mortes infantis ocorrem no período neonatal, ou seja, casos ocorrem antes que a criança complete um mês de vida. As mortes das crianças menores de cinco anos geralmente são causadas por pneumonia, diarreia, sepse e malária. Mas cerca de metade é associada à desnutrição.
Via Portal Vermelho
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