Lançado no dia 27 de agosto nos cinemas, o longa-metragem
Que Horas Ela Volta?, dirigido por Anna Muylaert, será o representante
brasileiro no Oscar 2016, anunciou nesta quinta-feira (10) Lula Oliveira,
coordenador-geral de Articulação, Formulação e Difusão da Secretaria do
Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC). O filme concorre a uma vaga na
categoria Melhor Filme em Língua Estrangeira.
Escolhido pela Comissão Especial de Seleção do MinC, Que Horas
Ela Volta? disputou com os longas A História da Eternidade, de Camilo
Cavalcante; Alguém Qualquer, de Tristan Aronovich; Campo de Jogo, de Eryc
Rocha; Casa Grande, de Fellipe Barbosa; Entrando Numa Roubada, de André Moraes;
Estranhos, de Paulo Alcântara; e Estrada 47, de Vicente Ferraz.
Caso seja uma das nove produções estrangeiras escolhidas
pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas (entidade americana que
organiza a premiação), o filme de Muylaert pode vir a ser um dos cinco
finalistas que disputarão o prêmio cujo vencedor será anunciado na tradicional
festa em Hollywood, nos Estados Unidos, em fevereiro do próximo ano.
Que Horas Ela Volta? já ganhou prêmios nos festivais de
Sundance, nos Estados Unidos, e de Berlim, na Alemanha, e teve os direitos de
distribuição vendidos para mais de 20 países. Além de Regina Casé primorosa no
papel principal, o elenco traz Michel Joelsas (de O Ano em que Meus Pais Saíram
de Férias), Camila Márdila, Karine Teles e o escritor, autor de histórias em
quadrinhos, dramaturgo e ator Lourenço Mutarelli.
A trama conta a história de Val (Regina Casé), que deixa a
filha Jéssica (Camila Márdila) no interior de Pernambuco para trabalhar em São
Paulo e garantir à menina melhores condições de vida. Por isso virou babá de Fabinho
(Michel Joelsas) e passou a morar integralmente com a família abastada no
bairro paulistano do Morumbi.
O problema começa quando o adolescente vai prestar o
vestibular mais concorrido do país, a Fuvest. E Jéssica também. Quando a menina
pobre que cresceu no Nordeste informa que pretende disputar uma vaga da
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, pedindo ajuda para ir à São Paulo,
a patroa de Val comenta, irônica: "Esta país está mudando mesmo,
hein".
Inicialmente, os patrões de Val acolhem a filha da
empregada, mas as coisas começam a mudar de figura quando a Jéssica passa a
questionar a hierarquia ali estabelecida. Val “é de casa”. Mesmo estando longe
da sua, sabe quem pode entrar na sala, que mesa deve usar para comer, que
piscina na casa dos outros é proibido e que não pode tomar o sorvete preferido
dos donos da casa. Mesmo assim, os patrões insistem em dizer que ela é
praticamente da família.
Jéssica, por sua vez, reivindica papel de hóspede, e não de
serviçal. E expõe uma das faces da juventude incluída socialmente nos últimos
anos, que não aceita como paradigma o Brasil pior de outrora. O Brasil melhor
de hoje ainda é pouco para ela.
Entre os filmes cotados para disputar uma vaga na categoria
Melhor Filme em Língua Estrangeira estão o francês Dheepan, de Jacques Audiard;
o mexicano Güeros, de Alonso Ruiz Palacios; o húngaro Son of Saul, de László
Nemes; e o turco Mustang, de Deniz Gamze Ergüven.
Via - Portal Vermelho
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