Eis aqui mais um trabalho que fiz em parceria com JÔ OLIVEIRA.
O livreto LENDAS BRASILEIRAS EM CORDEL, onde narro em cordel as lendas da MÃE
DO OURO, CURUPIRA, BOTO COR-DE-ROSA e A MULA SEM CABEÇA. O trabalho foi feito
por encomenda dos CORREIOS que lançou quatro selos de Jô Oliveira referentes à
essas lendas do povo brasileiro. A seguir, trechos da LENDA DO CURUPIRA:
A LENDA DO CURUPIRA EM CORDEL
Autor: Arievaldo Viana – Desenhos: Jô Oliveira
1 - A poesia é um dom
Que a musa divina inspira
É a pepita que ofusca
O cascalho da mentira
Peço ajuda ao universo
Para narrar, no meu verso,
A lenda do Curupira.
2 - Tem os cabelos vermelhos
Dentes de rara beleza
Verdes como a esmeralda
Luz de vagalume acesa
Não gosta de caçador
É o gênio protetor
Das coisas da Natureza.
3 - Diz a lenda que um índio
Um dia, por distração,
Adormeceu na floresta
E acordou de supetão
Na sua frente sorria
O Curupira e queria
Comer o seu coração.
4 - O caçador já matara
Ali alguns animais
Então concebeu um plano
Astucioso e sagaz
Um coração lhe arranjou
O Curupira provou
E sorriu, pedindo mais.
5 - Um coração de macaco
O caçador lhe entregou
O Curupira comeu
O coração e gostou,
O caçador respondeu:
- Agora me dê o seu;
Que o meu você devorou...
6 - O Curupira inocente
Agiu com todo respeito
Pediu a faca do índio
E cravou no próprio peito
Depois ficou estirado
E o caçador assombrado
Saiu depressa, sem jeito.
7 - Por muito tempo o tal índio
Não queria mais caçar
Por mais que os seus amigos
Viessem lhe convidar
Ele inventava desculpa
No peito trazia a culpa
Medo, tristeza e pesar.
8 - A filha do caçador
Pediu a ele um colar
O índio, pai devotado,
Resolveu ir procurar
Os dentes do Curupira
Brilhantes como safira
Para a filhinha enfeitar.
9 - Achou o crânio do gênio
E ali mesmo procurou
Bater com ele na pedra
Mas logo que o tocou
De uma maneira funesta
O espírito da floresta
Depressa ressuscitou.
10 - O Curupira entendeu
Que ele fosse o responsável
Por sua ressurreição
E de modo muito amável
Deu-lhe um arco pra caçada
E uma flecha encantada
De valor inestimável.
(...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário