O operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras,
Fernando Baiano, assinou o acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral
da República. A informação foi publicada nesta quinta-feira (10) pelo jornal
Valor Econômico e confirmada pelo O Globo.
O acordo com a PGR prevê, pelo menos, oito anexos aonde ele
detalhará sua participação no esquema da Petrobras. O lobista deve continuar
preso na Polícia Federal até novembro.
De acordo com o consultor e delator Julio Camargo, Baiano é
“sócio oculto” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e teria
recebido propinas de US$ 10 milhões pelos contratos dos navios-sondas. Desses,
US$ 5 milhões teria ido para Cunha. O presidente da Câmara nega a acusação.
Baiano passou a quarta-feira prestando depoimentos na sede
da Polícia Federal em Curitiba. A reportagem apurou que o operador já falou
sobre três dos oito anexos inicialmente previstos no acordo. Entre os temas
acordados, está a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. E a
participação de políticos ligados ao PMDB no esquema.
Durante os dois meses de negociações para colaborar com a
Justiça, Baiano adiantou aos investigadores de que o pagamento de propina
relativas a refinaria americana não seu deu em 2006, quando a Petrobras comprou
50% da refinaria da Astra Oil. E, sim, durante as negociações para compra dos
outros 50% da empresa a partir de 2008.
O acordo de Baiano pode alavancar outra colaboração
emperrada na PGR: a do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor
Cerveró.
Isso porque Baiano não soube explicar em detalhes como as
negociações para a aprovação de Pasadena foram feitas internamente na
Petrobras. Cerveró se comprometeu a entregar dados de como dirigentes da
estatal participaram do esquema montando para a compra de Pasadena.
Fernando Baiano é apontado pelo doleiro Alberto Youssef e
outros colaboradores como o operador do PMDB no esquema de corrupção na
Petrobras. Teria sido ele o operador de propinas do principal partido da base
aliada do governo Dilma.
Via Brasil 29
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