O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo disse, nesta segunda-feira (16), que a defesa da ex-presidentA Dilma Rousseff usará a delação do operador financeiro Lúcio Funaro para pedir a anulação do impeachment.
Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR),
Funaro afirma que a destituição de Dilma foi comprada na Câmara pelo então
presidente da Casa, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), em votação ocorrida em
abril do ano passado.
Segundo o doleiro, Cunha pediu R$ 1 milhão para repassar a
parlamentares para que estes votassem a favor do impeachment. O deputado Aníbal
Gomes (PMDB-CE) teria sido um dos beneficiários da propina. O parlamentar, que
faltou à sessão que votou o impeachment, nega a informação.
Veja a nota da defesa de Dilma Rousseff, assinada por
Cardozo:
1. Desde o início do processo de impeachment, a defesa da
presidenta eleita Dilma Rousseff tem sustentado que o processo de impeachment
que a afastou da Presidência da República é nulo, em razão de decisões ilegais
e imorais tomadas pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e por todos os
parlamentares que queriam evitar “a sangria da classe política brasileira”.
2. Agora, na delação premiada do senhor Lúcio Funaro, ficou
demonstrado que o ex-deputado Eduardo Cunha comprou votos de parlamentares em
favor do impeachment.
3 – A defesa de Dilma Rousseff irá requerer, nesta
terça-feira, 17 de outubro, a juntada dessa prova nos autos do mandado de
segurança, ainda não julgado pelo STF, em que se pede a anulação da decisão que
cassou o mandato de uma presidenta legitimamente eleita.
4. Entendemos que na defesa da Constituição e do Estado
Democrático de Direito, o Poder Judiciário não poderá deixar de se pronunciar a
respeito, determinando a anulação do impeachment de Dilma Rousseff, por notório
desvio de poder e pela ausência de qualquer prova de que tenha praticado crimes
de responsabilidade.
José Eduardo Cardozo
Nenhum comentário:
Postar um comentário