Na última sexta-feira (27), mesmo dia em que seis campos do
pré-sal eram arrematados em leilão, a Petrobras marcava nova rodada de
negociação com os petroleiros, na tarde da sexta que vem, no Rio de Janeiro.
O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, lembra que o principal desafio, neste momento até mais importante que a questão do índice de reajuste, é manter direitos do acordo coletivo de trabalho que a empresa quer alterar ou suprimir.
O coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel, lembra que o principal desafio, neste momento até mais importante que a questão do índice de reajuste, é manter direitos do acordo coletivo de trabalho que a empresa quer alterar ou suprimir.
Em relação ao leilão, Zé Maria afirma que se confirmou tudo
o que os petroleiros vinham falando. "As empresas chegaram a pagar até 80%
de excedente de óleo ao governo. Aquele discurso do Pedro Parente (presidente
da Petrobras), de que nós 'endeusávamos' o pré-sal, caiu por terra. Outro
detalhe é que as empresas chinesas estão entrando com muita força."
Considerando o resultado de R$ 6,15 bilhões em bônus de
assinatura e estimativas de que as áreas leiloadas têm aproximadamente 12 bilhões
de barris de petróleo, o dirigente reafirma que o governo entregou o óleo do
pré-sal às multinacionais por menos de 1 centavo o litro. Ele observa ainda que
a essa política se soma a Medida Provisória (MP) 795, que dá isenções
tributárias para multinacionais importarem plataformas e outros equipamentos –
o que, segundo a FUP, acaba na prática com a política de conteúdo local.
"É um verdadeiro desmonte do setor de petróleo e gás. A
entrega do pré-sal é um dos pilares do golpe", afirma o coordenador da FUP.
Sobre a negociação, ele observa que o desafio é manter o
acordo coletivo. "O nosso grande problema hoje são as conquistas
históricas que tivemos ao longo dos anos e eles querem tirar. Querem
desestruturar o nosso acordo", diz Zé Maria, lembrando da proximidade da
entrada em vigor da Lei 13.467, de "reforma" da legislação
trabalhista. A Petrobras comunicou à FUP que irá apresentar sua proposta final
justamente na semana que antecede o dia 11, quando a lei passa a valer. Os
petroleiros interpretam isso como uma ameaça.
O coordenador da FUP observa que algumas categorias já estão
conseguindo renovar suas convenções coletivas na íntegra, sem mexer em
direitos. Mesmo alguns empresários têm preferido fazer agora e discutir os
possíveis efeitos da reforma no ano que vem, com mais segurança.
Assim que for apresentada a proposta, os trabalhadores
reunirão o Conselho Deliberativo, formado pela FUP e sindicatos filiados, para
avaliação. No início do mês, a categoria já havia rejeitado proposta que
incluía reajuste pelo INPC e redução de direitos. A data-base é 1º de setembro.
Via - Portal Vermelho
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