Na missa na Casa Santa Marta, o Papa recordou a sedução o
poder destrutivo da comunicação caluniosa.
Para Francisco, a história de Nabot é paradigmática da
história de Jesus, de Santo Estevão e de todos os mártires que foram condenados
usando um cenário de calúnias. Mas é também paradigmática do modo de proceder
de tantas pessoas de “tantos chefes de Estado ou de governo”. Começa com uma
mentira e, “depois de destruir seja uma pessoa, seja uma situação com aquela
calúnia”, se julga e se condena.
Para Francisco, as ditaduras adulteram a comunicação:
"Também hoje, em muitos países, se usa este método: destruir a livre
comunicação”. Por exemplo, pensemos: há uma lei da mídia, da comunicação, se
cancela aquela lei; se concede todo o aparato da comunicação a uma empresa, a
uma sociedade que faz calúnia, diz falsidades, enfraquece a vida democrática.
Depois vêm os juízes a julgar essas instituições enfraquecidas, essas pessoas
destruídas, condenam e assim vai avante uma ditadura. As ditaduras, todas, começaram
assim, adulterando a comunicação, para colocar a comunicação nas mãos de uma
pessoa sem escrúpulo, de um governo sem escrúpulo.
“Também na vida cotidiana é assim”, destacou o Papa: se
quero destruir uma pessoa, “começo com a comunicação: falar mal, caluniar,
dizer escândalos”:
E comunicar escândalos é um fato que tem uma enorme sedução,
uma grande sedução. Seduz-se com os escândalos. As boas notícias não são
sedutoras: “Sim, mas que belo o que fez!” E passa… Mas um escândalo: “Mas você
viu! Viu isso! Você viu o que aquele lá fez? Esta situação… Mas não pode, não
se pode ir avante assim!” E assim a comunicação cresce, e aquela pessoa, aquela
instituição, aquele país acaba na ruína. No final, não se julgam as pessoas.
Julgam-se as ruínas das pessoas ou das instituições, porque não se podem
defender.
Do Portal Vermelho, com Vaticano News
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