O país representado pela primeira seleção a ser enfrentada
pelo Brasil na Copa é conhecida por diversos produtos: chocolates, queijos,
canivetes e relógios. A importância econômica de nenhum desses, entretanto, se
equipara ao peso de seu sistema financeiro.
Banco Nacional da Suíça foi questionado após a Segunda Guerra Mundial por ter recebido ouro saqueado por nazistas. |
Por Rafael Tatemoto
Os bancos representavam 10,5% do Produto Interno suíço em
2014, segundo dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico). Para comparação, o percentual da vizinha alemã era 3,6%. As mais de
200 instituições financeiras que operam na Suíça concentram um quarto de todos
os depósitos de estrangeiros no mundo.
Historicamente, a Suíça passou a atrair as reservas de
estrangeiros por conta do sigilo fiscal. Ou seja, o país mantinha os dados de
seus correntistas em segredo. A lei que instituiu punições à violação do sigilo
foi instituída em 1934. Foi a partir da Segunda Guerra Mundial que o volume de
recursos destinados à Suíça aumentou.
A maior parte do ouro capturado pelos nazistas foi
depositado no Banco Nacional Suíço. A informação apenas seria confirmada anos
depois, em março de 2002. Na data, foi lançado o relatório final da Comissão
Bergier, formada pelo governo suíço em 1996, após contínuas críticas da
comunidade internacional ao papel da Suíça durante a Guerra.
Em 2014, a Suíça fechou um acordo para se adequar aos
padrões da OCDE em diversas áreas, o que exigiu o fim dos padrão bancário
baseado no sigilo fiscal. As alterações rumo ao fim do segredo de quem são os
correntistas no país, entretanto, só começaram a ser aplicadas neste ano.
Neste intervalo de quatro anos, as contas suíças estiveram
presentes em diversos escândalos brasileiros. Em 2015, o país bloqueou as
contas de diversos dirigentes da Fifa (Federação Internacional de Futebol) -
entre eles os brasileiros Ricardo Teixeira e José Maria Marín – a pedido de
órgãos de investigação dos EUA.
A entidade internacional do futebol tem sede na própria
Suíça, país que hospeda diversos outros órgãos – como Organização Internacional
do Trabalho, Organização Mundial da Saúde, Unicef – por conta de seu histórico
de neutralidade geopolítica. A mesma "neutralidade" que serviu como
um dos argumento da Suíça durante o pós-Guerra para tentar justificar a razão
pela qual recebeu o ouro do nazismo.
Via – Portal Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário