Um pedido por respeito aos direitos humanos marcou o encontro de delegados do 2º Fórum dos Movimentos Sociais Mundiais realizado na Bolívia. Durante três dias, de 7 a 9 de julho, de mais de 1. 500 delegados de 40 países reuniram-se no Coliseu Municipal de Santa Cruz, onde discutiram questões como a mãe terra, terra e território, trabalho, moradia, paz, soberania e integração dos povos.
Na cidade Coliseum de Santa Rosita, os participantes
reafirmaram a importância de cuidar e preservar a Mãe Terra para o benefício de
todos, ricos e pobres.
Neste sentido, exigiram um quadro jurídico que apoie os
direitos dos povos indígenas em todo o mundo, promovendo um diálogo sincero
para superar os conflitos que atravessam comunidades de indígenas, camponesas e
afrodescendentes.
O líder da Federação de Conselhos de Bairro de La Paz, Jaime
Vera, sugeriu que os governos deveriam estabelecer uma lei que proíba lucros
com a habitação, tendo em conta que algumas pessoas têm várias casas, enquanto
os pobres não possuem nenhuma.
Ele defendeu políticas para corrigir todos os direitos
trabalhistas eliminados pelo capitalismo neoliberal como a segurança social e a
aposentadoria.
Enquanto isso, Silvia Beatriz Fernandez da delegação
anfitriã, disse que os grupos sociais não querem explorar ou ser explorados,
excluídos, só querem construir um modo de vida em que a dignidade esteja acima
de todas as coisas.
“Instamos os governos dos países ricos para que revoguem
todas as disposições que promovem a discriminação e estabeleçam medidas para
eliminar o trabalho escravo, o tráfico de seres humanos e a exploração de
crianças”, disse.
Sobre a questão da terra, os delegados exigiram o direito de
trabalhar sem serem explorados, colonizados, para garantir a antiga filosofia
do Viver Bem e da subsistência humana.
No geral, os participantes elaboraram diretrizes para
neutralizar os efeitos de um sistema que não pode garantir terra, moradia e
trabalho para todos, compromete a paz e ameaça a existência da Mãe Terra. Um
momento especial foi a participação no conclave do presidente Evo Morales, o
primeiro presidente indígena na história da Bolívia, e do papa Francisco, que
fechou com uma mensagem para os delegados presentes à plenária.
O líder do Movimento ao Socialismo (MAS), salientou a
importância de se pensar sobre o bem comum. Ele lembrou como o mais esquecido
no país, movimento camponês indígena passou da luta sindical a luta política.
Morales explicou que 20 anos de neoliberalismo saquearam o país
deliberadamente.
Desde 2006, ele disse, com a nacionalização dos recursos
naturais, especialmente os hidrocarbonetos, a situação econômica de todos os
bolivianos mudou para melhor.
Já o papa, pediu para colocar a economia a serviço do povo e
pediu ao mundo para mudar a sua visão sobre os mais pobres, deixando de lado o
individualismo, o cuidado com a terra e o respeito aos direitos dos setores
mais vulneráveis da sociedade.
Ele insistiu que, quando o capital direciona as escolhas dos
seres humanos condena, o homem torna-se um escravo, e até mesmo ameaça a
sobrevivência da Terra.
Ele reiterou que a economia deve facilitar o acesso à
educação, saúde, inovação, eventos artísticos, esporte e lazer de todos os
homens e mulheres, independentemente do sexo ou origem étnica.
Fonte: Prensa Latina
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