Anahy Biancolini Nóbrega foi conduzida à função nesta semana, no mesmo evento de sua formatura e também da soldado Jéssika Motta Dias. As duas passaram por estágio de 98 dias e agora integram a Rotam do 20º BPM
Polícia Militar do Paraná tem pela primeira vez em sua história uma mulher como comandante da ROTAM. Na foto, a tenente Anahy Biancolini Nóbrega - Foto: Feliphe Aires/PMPR
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CURITIBA - A tenente Anahy Biancolini Nóbrega é a primeira
mulher no Paraná a assumir o comando de um pelotão da Rondas Ostensivas Tático
Móvel (Rotam), da Polícia Militar.
Ela foi conduzida à função nesta semana, no mesmo evento de
sua formatura e também da soldado Jéssika Motta Dias. As duas passaram por
estágio de 98 dias e agora integram a Rotam do 20º Batalhão de Polícia Militar,
pertencente ao 1º Comando Regional da PM, em Curitiba, do qual já faz parte a
soldado Marcia Falkievicz, que há 2 anos está na unidade.
“A melhor palavra que eu posso dizer é orgulho, primeiro por
já pertencer ao 20º BPM, que sempre que foi a minha escolha, e também por estar
à frente de um dos pelotões da Rotam. Tivemos todo o apoio e nos sentimos
realmente acolhidas, sem haver em nenhum momento tratamento diferente por
sermos mulheres.
Somos todos policiais militares e temos nossas dificuldades,
independente de ser homem ou mulher”, afirma.
Para a soldado Jéssika, que integrará a equipe da tenente
Anahy, entrar para a Rotam é uma conquista. “Foi cansativo e muito puxado, mas
foram 98 dias que valeram a pena. Tenho cinco anos de polícia e desde que me
formei minha vontade era vir para a Rotam. Para isso, passei antes pela
Radiopatrulha (RPA). Foram quatro anos de espera e quase 100 dias de estágio
até este dia chegar.
Em vários momentos pensei em desistir. No último dia houve
medo de não conseguir fazer a prova e ao mesmo tempo uma sensação de euforia
para que tudo terminasse logo e eu pudesse conquistar este braçal tão
almejado”, ressalta.
De acordo com a tenente Anahy, mais do que uma conquista
histórica, chegar a este posto mostra que todos podem atingir seus objetivos.
“A pessoa tem que correr atrás, realmente querer. Algumas
coisas ficam para trás para que outras melhores venham. Acredito que a policial
feminina tem que lutar para conquistar seu espaço, não apenas dentro da
corporação, mas em qualquer outro lugar. Para ter reconhecimento é preciso
chegar e mostrar que você é capaz, assim não existirá preconceito”, lembrou.
A soldado Jéssika também destacou que o preconceito vem das
pessoas de fora, pois dentro da corporação receberam todo o apoio para que
concluíssem o curso. “Mesmo com a entrada de muitas mulheres na corporação, o
serviço operacional (nas ruas) ainda é difícil. Porém não vejo preconceito
dentro da PM. É uma batalha nossa ter que mostrar todos os dias que somos
capazes”, acrescenta.
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