De ponta a ponta, o Brasil vestiu verde-amarelo, saiu às ruas em festa e vibrou com a vitória de virada contra a Croácia na abertura da Copa do Mundo; dois gols de Neymar, escolhido o nome do jogo pela Fifa, e um de Oscar ultrapassaram o gol contra inicial de Marcelo; em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza manifestações de protesto foram atos de minorias; esquema de segurança funcionou à perfeição, sem truculência; lotado, Itaquerão passou no teste; presidente Dilma Rousseff, de dedos cruzados, ocupou camarote com chefes de Estado e gritou com a torcida a cada gol; que os pessimistas escutem bem alto: na #copadascopas, a esperança está vencendo o medo!
247 – O povo brasileiro saiu de novo às ruas – e agora numa festa verde-amarela de ponta a ponta do País. Ao longo desta quinta-feira 12, em todo o Brasil o que se viu foram reuniões numerosas em praças públicas, atenção coletiva focada no jogo de abertura da Copa do Mundo, Brasil e Croácia, tensão pelo início em desvantagem e uma grande explosão de alegria com os dois gols de Neymar e um de Oscar. Os pessimistas perderam.
O placar de 3 a 1 foi o elemento determinante do dia, mas em nenhum momento o fantasma do vandalismo se materializou nas praças públicas. Ao contrário das previsões catastrofistas, que chegaram a pedir uma torcida contra a Seleção Brasileira, como fez o colunista global Arnaldo Jabor, a esperança de uma Copa de paz e alegria venceu o medo disseminado pelos formadores da opinião pública conservadora. O povo deu de ombros para a sinistrose e firmou sua aposta na alegria.
Houve, sim, pela manhã e no início da tarde, protestos realizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Fortaleza. Mas minoritários cada um e todos eles. Uma jornalista e uma produtora da rede americana de tevê CNN ficaram levemente feridas durante a cobertura de um protesto sem bandeira aparente diante de uma estação do metrô paulistano, mas com zero gravidade e sem consequência política ou midiática. Houve, ainda, um carro virado na capital cearense. E só.
Nada houve nem de perto assemelhado com o que os 'velhos do Restelo' de plantão pudessem comemorar como manifestações de protesto em massa. Ao contrário, as ruas se encheram de crianças, famílias, jovens, adultos, sorrisos, abraços e confraternização. Os pontos de Fun Fests organizadas em nome da Fifa ficaram repletos de torcedores em todas as 12 cidades-sedes. Entre shows musicais e telões com a transmissão da partida, o público se divertiu. Foi tão simples assim.
VIGILÃNCIA OSTENSIVA A FAVOR DO PÚBLICO - O forte esquema de segurança articulado pelo governo federal, que mobiliza cerca de 160 mil homens, entre tropas do Exército, Marinha e Aeronáutica, além de policiais federais, militares e civis funcionou em dimensão nacional. O policiamento ostensivo, sem dúvida, tanto à volta do Itaquerão, em São Paulo, como nos principais pontos de concentração popular nas outras capitais, instalou um clima de vigilância e segurança a favor da população.
Se já não havia espaço, antes da bola rolar, para protestos numerosos, após o início do jogo uma corrente nacional positiva uniu corações e mentes. Não é exagero. Foi, 'apenas', a Copa do Mundo que começara a ser disputada no país do futebol. Dá para entender facilmente, certo? Essa gente brasileira simplesmente ama futebol. É isso, não mais que isso.
Ainda que alguns não queiram ver, por miopia ideológica ou vontade política inconfessável, trata-se a Copa do Mundo no Brasil de um fato histórico. O Mundial é o maior evento global já sediado pelo país – e a trajetória que vai se estender pelos próximos 30 dias começou a ser vencida com um passo certo. O estádio do Itaquerão passou no teste, saiu bonito nas lentes da mídia global e não registrou problemas de acesso e dispersão. A crítica não pode ser feita por aí. Tudo correu bem.
Os milhares de estrangeiros que estão chegando e já estão dentro do Brasil, a começar pelas 31 seleções estrangeiras que, ao lado da brasileira, disputam a Copa, não parecem nada menos que encantados por estarem aqui. Na falta dos protestos, as imagens que vão seguindo pelo mundo nas asas da imprensa internacional são de um país em festa. E que vai recebendo de braços abertos, como é de seu costume, todos os que chegam em paz.
Antes mesmo antes da vitória do Brasil por 3 a 1 contra a Croácia, a Copa do Mundo produziu cenas que nenhum outro país do mundo poderia oferecer. Índios dançaram com os jogadores alemães na Bahia, os craques holandeses que passearam pelas areias de Ipanema, no Rio de Janeiro, já no dia seguinte estavam se divertindo dentro do mar, como fazem todos os bons turistas. Em Santos, no litoral de São Paulo, o ônibus quebrado não foi problema para os atletas mexicanos, que, despreocupados, foram em táxis bater bola no Centro de Treinamento Rei Pelé. Até o camisa 10 inglês Wayne Rooney, hospedado com sua delegação em Manaus, elogiou o palco amazonense da Copa.
PESQUISA GLOBAL MOSTRA GANHO DE IMAGEM - Divulgada ontem, pesquisa global feita em 37 países atesta o que aqui estava obnubilado: a imagem do Brasil no mundo ganhou, sim,em positividade com a organização da Copa do Mundo. E muito. De acordo com o levantamento do Pew Research Center, pelo menos metade da população de 24 países entre os 37 pesquisados tem uma visão favorável do país. Os índices crescem entre o público mais jovem. Na média de todas as regiões pesquisas, a imagem positiva do Brasil é de 54%. Instituto bastante respeitado no mundo, o Pew detalha que no Reino Unido, por exemplo, nada menos que 71% dos mais jovens, entre 18 e 24 anos, avaliam favoravelmente o Brasil. O instituto ouviu 41.408 pessoas, entre 17 de março e 23 de maio deste ano, para chegar a essas conclusões.
Durante a Copa, com as imagens que apenas começam a ser transmitidas pela televisão para estimadas 3 bilhões de pessoas, a visão mundial sobre o Brasil tende a se tornar ainda mais positiva. Um quadro que começou a ser pintado, nas cores verde e amarela, logo na abertura da competição. A Copa das copas está no ar. Com festa, paz e gols.
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