Por Tauan Ambrosio (@ambrosiotauan)
O Brasil é o país mais vitorioso do futebol. As cinco estrelas bordadas no uniforme da Seleção impõem respeito, e apesar de eventuais problemas os brasileiros sempre são apontados entre os favoritos na Copa do Mundo. No entanto, apesar de inúmeras vitórias e lances de felicidade, a história do selecionado nacional também conta com derrotas marcantes nos Mundiais.
Segundo um ditado popular, “quem apanha nunca esquece”. E apesar de todas as glórias conquistadas, quando se aproxima a Copa lembramos de derrotas históricas quase na mesma medida em que celebramos os triunfos de outrora. Um sentimento bom ao lembrarmos de Pelé, Garrincha, Romário, Rivaldo e Ronaldo é rebatido por um de respeito e até certo temor quando alguns nomes que tiraram o Brasil de Mundiais vêm à mente. Neste especial vamos lembrar dos principais carrascos da Seleção no maior de todos os torneios do futebol.
O homem que silenciou o Maracanã
Apesar das fracas campanhas em 1930 e 1934, e da eliminação na semifinal em 1938, é praticamente um consenso que o primeiro grande carrasco do Brasil em Copas do Mundo é Alcides Ghiggia. O ponta-direita teve participação fundamental na conquista do título de 1950, que acabou entrando para a história comoMaracanazo. No dia 16 de julho, o camisa 7 deu o passe para Schiaffino empatar a decisão e depois marcou o gol que silenciou um Maracanã lotado de brasileiros.
Ghiggia é constantemente homenageado no Uruguai
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Kocsis: o artilheiro de fim trágico
Vestindo a tradicional camisa amarela pela primeira vez na Copa do Mundo de 1954, a seleção brasileira já contava com alguns nomes que conquistariam o título em 1958. Mas o grande time do Mundial da Suíça foi a Hungria do craque Puskas, que seria vice-campeã daquele certame. Nas quartas de final brasileiros e húngaros protagonizaram um grande encontro, tanto na parte técnica quanto na disputa.
Sem Puskas em campo, o grande nome da vitória por 4 a 2 foi o atacante Kocsis. O camisa 8 marcou dois gols no confronto que entrou para a história como “A Batalha de Berna”, nome dado por causa da violência em campo. Após o confronto, Kocsis disse: “Enquanto o jogo foi normal, marcamos quatro vezes. Éramos melhores e ganharíamos quantas vezes fosse necessário.”
Jogou pelo Ferencvaros e Honved em seu país. Vestiu a camisa do Young Boys, da Suíça, e foi ídolo do Barcelona. Pela seleção húngara, foram 75 gols em 78 partidas. Após se aposentar do futebol acabou sendo obrigado a amputar uma perna por causa de problemas de circulação. Pouco depois, foi diagnosticado com câncer no estômago e se atirou da janela da clínica em que estava internado, em Barcelona.
Pantera adia o sonho do Tri na Inglaterra
Se a Copa de 1966 é lembrada no Brasil pelo fracasso, em Portugal as memórias são melhores. Naquela edição os lusitanos foram os terceiros colocados, melhor participação em Mundiais. E foi em uma partida entre a antiga metrópole com sua ex-colônia que a Seleção acabou sendo eliminada. Eusébio, o “Pantera Negra”, marcou duas vezes na vitória por 3 a 1, que tirou os brasileiros ainda na fase de grupos.
Eusébio o pantera negra |
Maior jogador da história do Benfica, o atacante – falecido no início deste ano – marcou 41 gols em 64 compromissos pela seleção portuguesa. Após deixar a equipe de Lisboa, em 1975, passou por times do Canadá, Estados Unidos e México antes de retornar ao futebol luso para atuar por equipes mais modestas. Vestiu ainda camisas de clubes sul-africanos nos últimos anos de sua brilhante carreira.
Cruyff, a principal engrenagem da Laranja Mecânica
Em 1974 o Brasil chegava ao Mundial da Alemanha como um dos favoritos ao título, apesar de não contar mais com Pelé. Ainda contando com muitos dos jogadores que conquistaram anos antes o terceiro título para o Brasil, a Seleção acabou sendo eliminada ao perder por 2 a 0 para a Holanda, que aparecia naquela edição surpreendendo todos com o que ficou conhecido como “Carrossel Holandês”.
O principal nome daquele time era Johan Cruyff. O craque do Ajax tricampeão da Copa dos Campeões da Europa fez o segundo gol contra os brasileiros. Neeskens balançou as redes primeiro. Aquela seria a única Copa do Mundo do polêmico holandês, que não quis disputar a edição seguinte, em 1978. Cruyff também foi ídolo no Barcelona e teve passagens por clubes dos Estados Unidos.
Paolo Rossi, o destruidor de sonhos
A seleção brasileira de 1982 até hoje é considerada uma das que mais bem representou o país na Copa do Mundo. No entanto, o time comandado por Telê Santana acabou caindo na competição disputada na Espanha após uma derrota por 3 a 2 para a Itália, futura campeã. O grande carrasco naquele dia foi Paolo Rossi, autor dos três gols. Chegou a ficar dois anos sem jogar por causa de um escândalo de apostas no futebol italiano, conhecido como Totonero.
Mas Rossi pôde voltar ao futebol profissional a tempo para ser convocado pelo técnico Enzo Bearzot para a Copa do Mundo de 1982. Revelado pela Juventus, não teve grande impacto logo de cara e passou por equipes mais modestas da Itália. No ano do Mundial foi recontratado pela Velha Senhora, clube pelo qual teve mais sucessos. Também defendeu o Milan e encerrou sua carreira pelo Hellas Verona, em 1987.
Bats, o primeiro vilão francês
A Seleção que encantou o mundo em 1982 chegou um pouco envelhecida no Mundial seguinte e foi eliminada pela França nas quartas de final. Os Bleus contavam com Michel Platini e haviam sido campeões europeus em 1984, mas o grande carrasco contra o Brasil foi o goleiro Joel Bats, que defendeu um pênalti de Zico no tempo normal e um de Sócrates na disputa por penalidades após o empate por 1 a 1.
Bats defendeu a meta do Sochaux, Auxerre e Paris Saint-Germain ao longo de sua carreira. Após pendurar as luvas, passou a trabalhar como preparador de goleiros. Exercendo tal função, fez parte da comissão técnica da França na conquista da Copa do Mundo de 1998, em final disputada contra o Brasil.
Cláudio Caniggia
Claudio Caniggia |
O atacante argentino marcou o único gol nas oitavas de final da Copa de 1990, quando a Albicelesteeliminou o Brasil. Para balançar as redes de Taffarel, Caniggia contou com grande lance de Diego Maradona, o grande craque daquele time. Sua carreira em clubes é extensa, mas no auge o jogador defendeu o River Plate, Hellas Verona e Atalanta. Também vestiu as camisas de Roma, Benfica, Boca Juniors, Dundee United, Glasgow Rangers, Qatar SC e Wembley.
Zidane e Henry, o retorno dos franceses
Zidane e Henry |
Em Copas do Mundo o Brasil não tem se dado bem quando enfrenta a França. Após a eliminação em 1986, a Seleção reencontrou os Bleus na final da Copa do Mundo de 1998, sediada pelos franceses. Naquela decisão, marcada pela polêmica envolvendo a convulsão e escalação de Ronaldo, foi Zidane quem brilhou. Foram dois gols marcados por Zizou na vitória por 3 a 0.
Oito anos mais tarde Zidane voltou a brilhar contra o Brasil, ajudando a eliminar a Seleção nas quartas de final da Copa do Mundo de 2006. O camisa 10 desfilou seu bom futebol, mas o autor do único gol da partida foi Thierry Henry. O eterno ídolo do Arsenal aproveitou a desatenção da defesa brasileira para arrematar contra o gol defendido por Dida.
Sneijder, o último carrasco
Sneijder |
O Brasil saiu na frente da Holanda nas quartas de final da Copa do Mundo de 2010. Superior no primeiro tempo, o time comandado por Dunga voltou desconcentrado para a etapa derradeira e viu Wesley Sneijder fazer dois gols. Após a vitória por 2 a 1 sobre a Seleção, os holandeses passaram pelo Uruguai antes de serem derrotados pela Espanha na final. Mas 2010 não ficou marcado para Sneijder como um ano ruim. Muito pelo contrário. O camisa 10 já havia brilhado pela Internazionale de Milão no título da Champions League.
Fonte GOAL
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