Lideranças evangélicas divulgaram ontem (28) um manifesto em
que pedem a saída do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara
dos Deputados. No manifesto, assinado por 117 líderes, os evangélicos afirmam
que “as ações do deputado Eduardo Cunha, atual presidente da Câmara dos
Deputados e que se identifica como evangélico, merecem repúdio”.
As lideranças fundamentam o pedido de saída de Cunha da
presidência da Câmara em “denúncias de corrupção e envio de recursos públicos
para contas no exterior”. No manifesto, elas dizem que as denúncias
“inviabilizam a permanência do deputado Eduardo Cunha no cargo que ocupa, uma
vez que não há coerência e base ética necessária a uma pessoa com
responsabilidade pública”.
Segundo os líderes, o movimento encampa várias igrejas, é
suprapartidário e defende a ética cristã. Ao protocolar o documento na Câmara,
eles disseram que vão continuar coletando assinaturas pela saída de Cunha.
“Como evangélicos, não concordamos com as práticas de corrupção, e queremos
manifestar aqui o nosso pedido de saída”, disse o pastor Welinton da Silva, da
Igreja Metodista de Brasília (DF).
O grupo diz ainda que se opõe “enfaticamente” ao apoio a
Cunha por deputados da bancada evangélica e lideranças religiosas. “A igreja
que elegeu Eduardo cunha, o eleitor cristão que o elegeu, vem hoje se
manifestar para que ele saia do cargo, pois ele não está cumprindo com os
princípios éticos cristãos”, afirmou o pastor Herbert Alencar, Comunidade Sara
Nossa Terra de Brasília (DF).
De acordo com o documento, nos últimos anos, há uma forte
tendência, “a partir da crescente visibilidade política de lideranças eleitas,
em diferentes níveis, de homogeneizar essa pluralidade e apresentá-la como se
tais representantes fossem a voz dos evangélicos”.
“Afirmamos que, frente a casos como o que protagoniza o
atual presidente da Câmara dos Deputados, a corrupção não é a marca distintiva
da política para os evangélicos. Ela é a marca de certa "safra" de
representantes. Mas os evangélicos não somos assim e não podemos mais deixar
que nos identifiquem como tal”, diz ainda o manifesto.
O grupo também disse estar preocupado “com o atual momento
da sociedade brasileira, marcado por uma aguda crise política”. As lideranças
afirmam que “esse quadro se traduz nos conflitos institucionais entre os
Poderes da República, resultado também de um modelo de governabilidade frágil,
que precisa ser revisto através de uma profunda reforma política”.
Via Blog Dag Vulpi
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