O Ministério Público da Suíça encontrou contas bancárias em
nome do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de
parentes dele naquele país. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (30)
pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Com a identificação das contas, o Ministério Público da
Suíça remeteu para a PGR a investigação aberta contra Cunha, que passará a ser
investigado no Brasil por suspeita dos crimes de lavagem de dinheiro e
corrupção e suposto recebimento de propina no âmbito da Operação Lava Jato.
"As informações do MP da Suíça relatam contas bancárias em nome de Cunha e
familiares. As investigações lá iniciaram-se em abril deste ano, e houve
bloqueio de valores", informa a procuradoria.
A quantia bloqueada não foi divulgada. De acordo com a
procuradoria, a transferência da investigação para o Brasil, por meio de acordo
de cooperação, vai permitir a efetividade das apurações, sendo que Cunha, como
brasileiro, não pode ser extraditado para outro país.
Na denúncia apresentada ao Supremo no mês passado, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que Cunha recebeu US$ 5
milhões para viabilizar a contratação, em 2006 e 2007, de dois navios-sonda
pela Petrobras com o estaleiro Samsung Heavy Industries. O negócio foi
formalizado sem licitação e ocorreu por intermediação do empresário Fernando
Soares, conhecido como Fernando Baiano, que está preso há nove meses em
Curitiba. Após a análise das acusações pelo ministro Teori Zavascki, relator
dos processos da Lava Jato no STF, caberá ao plenário do tribunal decidir se
abre ação penal contra o presidente da Câmara.
Eduardo Cunha disse que não iria comentar o procedimento
investigatório relacionado a ele. “Não vou comentar, porque não vi nada. O
doutor Antônio Fernando de Souza [advogado de defesa de Cunha] vai emitir uma
nota”, informou.
Em nota à imprensa, o advogado afirmou que “a defesa do
deputado Eduardo Cunha desconhece qualquer procedimento investigatório
realizado naquele país [Suíça]. Por tal razão, está impedida de tecer
comentários acerca dos supostos fatos noticiados. ”
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