BRASÍLIA - O governo brasileiro espera vender até US$ 1,2
bilhão de carne bovina para a China no próximo ano, agora que o governo chinês
derrubou a barreira imposta ao produto brasileiro.
Dessa forma, o Brasil espera fornecer mais da metade da
carne bovina que a China compra de fora, como acontece com as exportações de
soja do Brasil para seu parceiro de Brics.
"Com a abertura do mercado, nossa expectativa em 2015 é
de exportar de US$ 800 a US$ 1,2 bilhão de dólares de carne bovina para o
mercado chinês", afirmou ontem o ministro da Agricultura, Neri Geller.
O fim do embargo, que vigora desde 2012, foi acordado entre
Dilma Rousseff e o presidente chinês, Xi Jinping, na manhã de ontem, no Palácio
do Planalto. Segundo Geller, as vendas serão retomadas dentro de um mês.
EXPORTAÇÕES - Em 2011, antes do embargo, o Brasil exportou
para a china US$ 37,7 milhões.
Quando a China abriu seu mercado para a carne bovina
brasileira, em 2009, o Brasil vendeu a seu parceiro comercial apenas US$ 2,5
milhões. Nesse ano, a China comprou US$ 44,6 milhões em carne bovina, de todo o
mundo.
Em 2012, o país importou US$ 255 milhões de carne bovina. Em
2013, a compra foi de US$ 1,3 bilhão. O governo brasileiro espera uma expansão
de 30% a 35% nas compras do produto em 2014.
É em cima dessa evolução nas importações de carne bovina por
parte da China que o Brasil projeta a sua participação nesse mercado agora
recuperado.
Se a expectativa se confirmar, as importações para a China
vão representar cerca de 20% de toda a carne bovina que o Brasil vende -em
2013, foram US$ 6,6 bilhões.
O atual principal comprador de carne bovina é Hong Kong,
região administrativa especial da China. No primeiro semestre, a região comprou
US$ 700 milhões de carne bovina brasileira.
O Brasil tem oito frigoríficos já habilitados para vender
para a China. Segundo Geller, há nove na lista para serem habilitados.
Inspetores chineses vêm para o país nos próximos dias para
ver as condições dos frigoríficos brasileiros.
Barreira por causa da Vaca Louca
A China impôs a barreira à carne bovina brasileira após um
caso atípico da doença da vaca louca, no Paraná, confirmado em dezembro 2012.
Nesse caso, o tipo da doença era o de menor risco à saúde
humana --quando o gado desenvolve o mal espontaneamente, sem ser infectado pela
ração.
A Arábia Saudita, que também impôs embargo por conta desse
caso, ainda não desfez a barreira à carne bovina brasileira.
O Brasil registrou outro caso atípico da doença, em Mato
Grosso, esse ano. Por conta desse caso, Irã e Peru suspenderam as compras de
frigoríficos do Mato Grosso. Segundo Geller, as discussões com esses países
estão avançadas.
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