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quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Mário de Andrade: O Peru de Natal

 


Portal Vermelho

Leia o conto do escritor modernista que celebra a felicidade de uma família numa ceia de Natal, apesar do luto.

Publicado originalmente em 1942, na Revista da Academia Paulista de Letras, O Peru de Natal é um dos contos mais conhecidos do escritor modernista Mário de Andrade (1893-1945). Em 1947, dois anos após a morte de Mário, o conto foi incluído na antologia póstuma Contos Novos (1947).

O Peru de Natal gira em torno de uma família enlutada pela perda do pai. Quando chega o Natal, o jovem Juca, de 19 anos, propõe aos parentes que comam peru na ceia. Após protestos iniciais, a família adere à ideia e vive um Natal único – “minha mãe, minha tia, nós, todos alagados de felicidade”.

“Ia escrever ‘felicidade gustativa’, mas não era só isso não”, relata Juca. “Era uma felicidade maiúscula, um amor de todos, um esquecimento de outros parentescos distraidores do grande amor familiar.

Confira abaixo a íntegra do conto.

O Peru de Natal

(Mário de Andrade)

O nosso primeiro Natal de família, depois da morte de meu pai acontecida cinco meses antes, foi de consequências decisivas para a felicidade familiar. Nós sempre fôramos familiarmente felizes, nesse sentido muito abstrato da felicidade: gente honesta, sem crimes, lar sem brigas internas nem graves dificuldades econômicas. Mas, devido principalmente à natureza cinzenta de meu pai, ser desprovido de qualquer lirismo, de uma exemplaridade incapaz, acolchoado no medíocre, sempre nos faltara aquele aproveitamento da vida, aquele gosto pelas felicidades materiais, um vinho bom, uma estação de águas, aquisição de geladeira, coisas assim. Meu pai fora de um bom errado, quase dramático, o puro-sangue dos desmancha-prazeres.

Morreu meu pai, sentimos muito, etc. Quando chegamos nas proximidades do Natal, eu já estava que não podia mais pra afastar aquela memória obstruente do morto, que parecia ter sistematizado pra sempre a obrigação de uma lembrança dolorosa em cada almoço, em cada gesto mínimo da família. Uma vez que eu sugerira à mamãe a ideia dela ir ver uma fita no cinema, o que resultou foram lágrimas. Onde se viu ir ao cinema, de luto pesado! A dor já estava sendo cultivada pelas aparências, e eu, que sempre gostara apenas regularmente de meu pai, mais por instinto de filho que por espontaneidade de amor, me via a ponto de aborrecer o bom do morto.

Foi decerto por isto que me nasceu, esta sim, espontaneamente, a ideia de fazer uma das minhas chamadas “loucuras”. Essa fora aliás, e desde muito cedo, a minha esplêndida conquista contra o ambiente familiar. Desde cedinho, desde os tempos de ginásio, em que arranjava regularmente uma reprovação todos os anos; desde o beijo às escondidas, numa prima, aos dez anos, descoberto por Tia Velha, uma detestável de tia; e principalmente desde as lições que dei ou recebi, não sei, de uma criada de parentes: eu consegui no reformatório do lar e na vasta parentagem, a fama conciliatória de “louco”. “É doido, coitado!” falavam. Meus pais falavam com certa tristeza condescendente, o resto da parentagem buscando exemplo para os filhos e provavelmente com aquele prazer dos que se convencem de alguma superioridade. Não tinham doidos entre os filhos. Pois foi o que me salvou, essa fama. Fiz tudo o que a vida me apresentou e o meu ser exigia para se realizar com integridade. E me deixaram fazer tudo, porque eu era doido, coitado. Resultou disso uma existência sem complexos, de que não posso me queixar um nada.

Era costume sempre, na família, a ceia de Natal. Ceia reles, já se imagina: ceia tipo meu pai, castanhas, figos, passas, depois da Missa do Galo. Empanturrados de amêndoas e nozes (quanto discutimos os três manos por causa dos quebra-nozes…), empanturrados de castanhas e monotonias, a gente se abraçava e ia pra cama. Foi lembrando isso que arrebentei com uma das minhas “loucuras”:

– Bom, no Natal, quero comer peru.

Houve um desses espantos que ninguém não imagina. Logo minha tia solteirona e santa, que morava conosco, advertiu que não podíamos convidar ninguém por causa do luto.

– Mas quem falou de convidar ninguém! essa mania… Quando é que a gente já comeu peru em nossa vida! Peru aqui em casa é prato de festa, vem toda essa parentada do diabo…

– Meu filho, não fale assim…

– Pois falo, pronto!

E descarreguei minha gelada indiferença pela nossa parentagem infinita, diz-que vinda de bandeirantes, que bem me importa! Era mesmo o momento pra desenvolver minha teoria de doido, coitado, não perdi a ocasião. Me deu de sopetão uma ternura imensa por mamãe e titia, minhas duas mães, três com minha irmã, as três mães que sempre me divinizaram a vida. Era sempre aquilo: vinha aniversário de alguém e só então faziam peru naquela casa. Peru era prato de festa: uma imundície de parentes já preparados pela tradição, invadiam a casa por causa do peru, das empadinhas e dos doces. Minhas três mães, três dias antes já não sabiam da vida senão trabalhar, trabalhar no preparo de doces e frios finíssimos de bem feitos, a parentagem devorava tudo e ainda levava embrulhinhos pros que não tinham podido vir. As minhas três mães mal podiam de exaustas. Do peru, só no enterro dos ossos, no dia seguinte, é que mamãe com titia ainda provavam num naco de perna, vago, escuro, perdido no arroz alvo. E isso mesmo era mamãe quem servia, catava tudo pro velho e pros filhos. Na verdade ninguém sabia de fato o que era peru em nossa casa, peru resto de festa.

Não, não se convidava ninguém, era um peru pra nós, cinco pessoas. E havia de ser com duas farofas, a gorda com os miúdos, e a seca, douradinha, com bastante manteiga. Queria o papo recheado só com a farofa gorda, em que havíamos de ajuntar ameixa preta, nozes e um cálice de xerez, como aprendera na casa da Rose, muito minha companheira. Está claro que omiti onde aprendera a receita, mas todos desconfiaram. E ficaram logo naquele ar de incenso assoprado, se não seria tentação do Dianho aproveitar receita tão gostosa. E cerveja bem gelada, eu garantia quase gritando. É certo que com meus “gostos”, já bastante afinados fora do lar, pensei primeiro num vinho bom, completamente francês. Mas a ternura por mamãe venceu o doido, mamãe adorava cerveja.

Quando acabei meus projetos, notei bem, todos estavam felicíssimos, num desejo danado de fazer aquela loucura em que eu estourara. Bem que sabiam, era loucura sim, mas todos se faziam imaginar que eu sozinho é que estava desejando muito aquilo e havia jeito fácil de empurrarem pra cima de mim a… culpa de seus desejos enormes. Sorriam se entreolhando, tímidos como pombas desgarradas, até que minha irmã resolveu o consentimento geral:

– É louco mesmo!…

Comprou-se o peru, fez-se o peru, etc. E depois de uma Missa do Galo bem mal rezada, se deu o nosso mais maravilhoso Natal. Fora engraçado: assim que me lembrara de que finalmente ia fazer mamãe comer peru, não fizera outra coisa aqueles dias que pensar nela, sentir ternura por ela, amar minha velhinha adorada. E meus manos também, estavam no mesmo ritmo violento de amor, todos dominados pela felicidade nova que o peru vinha imprimindo na família. De modo que, ainda disfarçando as coisas, deixei muito sossegado que mamãe cortasse todo o peito do peru. Um momento aliás, ela parou, feito fatias um dos lados do peito da ave, não resistindo àquelas leis de economia que sempre a tinham entorpecido numa quase pobreza sem razão.

– Não senhora, corte inteiro! Só eu como tudo isso!

Era mentira. O amor familiar estava por tal forma incandescente em mim, que até era capaz de comer pouco, só-pra que os outros quatro comessem demais. E o diapasão dos outros era o mesmo. Aquele peru comido a sós, redescobria em cada um o que a quotidianidade abafara por completo, amor, paixão de mãe, paixão de filhos. Deus me perdoe mas estou pensando em Jesus… Naquela casa de burgueses bem modestos, estava se realizando um milagre digno do Natal de um Deus. O peito do peru ficou inteiramente reduzido a fatias amplas.

– Eu que sirvo!

“É louco, mesmo” pois por que havia de servir, se sempre mamãe servira naquela casa! Entre risos, os grandes pratos cheios foram passados pra mim e principiei uma distribuição heroica, enquanto mandava meu mano servir a cerveja. Tomei conta logo de um pedaço admirável da “casca”, cheio de gordura e pus no prato. E depois vastas fatias brancas. A voz severizada de mamãe cortou o espaço angustiado com que todos aspiravam pela sua parte no peru:

– Se lembre de seus manos, Juca!

Quando que ela havia de imaginar, a pobre! que aquele era o prato dela, da Mãe, da minha amiga maltratada, que sabia da Rose, que sabia meus crimes, a que eu só lembrava de comunicar o que fazia sofrer! O prato ficou sublime.

– Mamãe, este é o da senhora! Não! não passe não!

Foi quando ela não pode mais com tanta comoção e principiou chorando. Minha tia também, logo percebendo que o novo prato sublime seria o dela, entrou no refrão das lágrimas. E minha irmã, que jamais viu lágrima sem abrir a torneirinha também, se esparramou no choro. Então principiei dizendo muitos desaforos pra não chorar também, tinha dezenove anos… Diabo de família besta que via peru e chorava! coisas assim. Todos se esforçavam por sorrir, mas agora é que a alegria se tornara impossível. É que o pranto evocara por associação a imagem indesejável de meu pai morto. Meu pai, com sua figura cinzenta, vinha pra sempre estragar nosso Natal, fiquei danado.

Bom, principiou-se a comer em silêncio, lutuosos, e o peru estava perfeito. A carne mansa, de um tecido muito tênue boiava fagueira entre os sabores das farofas e do presunto, de vez em quando ferida, inquietada e redesejada, pela intervenção mais violenta da ameixa preta e o estorvo petulante dos pedacinhos de noz. Mas papai sentado ali, gigantesco, incompleto, uma censura, uma chaga, uma incapacidade. E o peru, estava tão gostoso, mamãe por fim sabendo que peru era manjar mesmo digno do Jesusinho nascido.

Principiou uma luta baixa entre o peru e o vulto de papai. Imaginei que gabar o peru era fortalecê-lo na luta, e, está claro, eu tomara decididamente o partido do peru. Mas os defuntos têm meios visguentos, muito hipócritas de vencer: nem bem gabei o peru que a imagem de papai cresceu vitoriosa, insuportavelmente obstruidora.

– Só falta seu pai…

Eu nem comia, nem podia mais gostar daquele peru perfeito, tanto que me interessava aquela luta entre os dois mortos. Cheguei a odiar papai. E nem sei que inspiração genial, de repente me tornou hipócrita e político. Naquele instante que hoje me parece decisivo da nossa família, tomei aparentemente o partido de meu pai. Fingi, triste:

– É mesmo… Mas papai, que queria tanto bem a gente, que morreu de tanto trabalhar pra nós, papai lá no céu há de estar contente… (hesitei, mas resolvi não mencionar mais o peru) contente de ver nós todos reunidos em família.

E todos principiaram muito calmos, falando de papai. A imagem dele foi diminuindo, diminuindo e virou uma estrelinha brilhante do céu. Agora todos comiam o peru com sensualidade, porque papai fora muito bom, sempre se sacrificara tanto por nós, fora um santo que “vocês, meus filhos, nunca poderão pagar o que devem a seu pai”, um santo. Papai virara santo, uma contemplação agradável, uma inestorvável estrelinha do céu. Não prejudicava mais ninguém, puro objeto de contemplação suave. O único morto ali era o peru, dominador, completamente vitorioso.

Minha mãe, minha tia, nós, todos alagados de felicidade. Ia escrever “felicidade gustativa”, mas não era só isso não. Era uma felicidade maiúscula, um amor de todos, um esquecimento

de outros parentescos distraidores do grande amor familiar. E foi, sei que foi aquele primeiro peru comido no recesso da família, o início de um amor novo, reacomodado, mais completo, mais rico e inventivo, mais complacente e cuidadoso de si. Nasceu de então uma felicidade familiar pra nós que, não sou exclusivista, alguns a terão assim grande, porém mais intensa que a nossa me é impossível conceber.

Mamãe comeu tanto peru que um momento imaginei, aquilo podia lhe fazer mal. Mas logo pensei: ah, que faça! mesmo que ela morra, mas pelo menos que uma vez na vida coma peru de verdade!

A tamanha falta de egoísmo me transportara o nosso infinito amor… Depois vieram umas uvas leves e uns doces, que lá na minha terra levam o nome de “bem-casados”. Mas nem mesmo este nome perigoso se associou à lembrança de meu pai, que o peru já convertera em dignidade, em coisa certa, em culto puro de contemplação.

Levantamos. Eram quase duas horas, todos alegres, bambeados por duas garrafas de cerveja. Todos iam deitar, dormir ou mexer na cama, pouco importa, porque é bom uma insônia feliz. O diabo é que a Rose, católica antes de ser Rose, prometera me esperar com uma champanha. Pra poder sair, menti, falei que ia a uma festa de amigo, beijei mamãe e pisquei pra ela, modo de contar onde é que ia e fazê-la sofrer seu bocado. As outras duas mulheres beijei sem piscar. E agora, Rose!…

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Boas Festas: o “hino” do Natal que nasceu da solidão de Assis Valente

 

O compositor Assis Valente e uma de suas principais intérpretes, Carmem Miranda

Primeira “letra triste” do compositor seria gravada por Carlos Galhardo, Novos Baianos e outros.

Por Vitor Nuzzi

Via – Portal Vermelho

O baiano José de Assis Valente tinha 24 anos em 1932, já vivia há quatro no Rio de Janeiro e estava sozinho e deprimido na noite de 24 de dezembro, véspera do Natal. Viu uma folhinha de calendário na parede, em um quarto de pensão em Niterói, pegou papel e lápis, começou a escrever:

Anoiteceu, o sino gemeu

E a gente ficou

Feliz a rezar…

Naquela noite solitária, estava nascendo uma das mais conhecidas canções populares do Brasil, que alguns consideram o “hino” do Natal. Segundo o biógrafo Gonçalo Junior (autor de Quem Samba Tem Alegria, publicado em 2014), que descreveu a cena acima, foi a primeira “letra triste” escrita por Assis Valente. Boas Festas seria gravada no ano seguinte por Carlos Galhardo. Nos anos 1970, ganhou versão dos Novos Baianos.

O mesmo grupo interpretou outro sucesso do compositor, mais um hino, desta vez, à irreverência: Brasil Pandeiro, de 1941. Assis compôs pensando na musa Carmen Miranda, que não a gravou, para decepção do autor. O registro original é dos Anjos do Inferno. Quem também gravou Assis foi Maria Bethânia (Camisa Listrada).



Mas Carmen gravou outras obras, como a original E o Mundo Não se Acabou, sátira ao sempre anunciado fim do planeta. Assis também tinha um agudo lado cronista, como mostram, por exemplo, Recenseamento e Para Onde Irá o Brasil, que ganhou orquestração de Pixinguinha em gravação de 1933 (e chegou a provocar sua prisão, porque alguém viu subversão na obra). Mestre Pixinguinha gravou Cai, Cai, Balão, mais uma canção assinada por Assis.

Vida incerta

Intérpretes como Orlando Silva, Nara Leão (Fez Bobagem) e Ademilde Fonseca, entre outros, também registraram ao microfone composições de Assis Valente, um dos grandes criadores brasileiros, que ganhou a vida fazendo próteses.

Vida que, no caso de Assis Valente, sempre oscilou delicadamente entre alegria e tristeza. Até que ele decidiu pôr fim a tudo, no final da tarde de 11 de março de 1958, uma terça chuvosa

no Rio, em um parquinho onde hoje se situa o largo da Glória, na zona sul carioca. Endividado e entristecido, avisou a várias pessoas que aquele era o último dia.

Publicado originalmente na Rede Brasil Atual

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Com Bolsonaro, Brasil tem 2º menor salário mínimo da América do Sul

 


Em ranking da CNN, País fica atrás de nações mais pobres, como Paraguai e Bolívia.

Via- Portal Vermelho

O valor em dólar do salário mínimo na América do Sul revela mais um retrocesso do governo Jair Bolsonaro. Conforme levantamento da CNN, o Brasil tem hoje o segundo menor piso salarial da região, apesar de ser o país sul-americano mais rico, industrializado e desenvolvido.

No País, sob efeito do bolsonarismo e da desvalorização do dólar, o valor do mínimo é de US$ 213,17 por mês. O país perde nesse quesito para nações menores, como Argentina (US$ 298,03), Chile (de US$ 282,56 a US$ 438,36), Paraguai (US$ 330,81) e Bolívia (US$ 313,96).

Os valores levam em conta apenas a conversão do salário local para o dólar. Não consideram, por exemplo, o poder de compra, ou seja, a capacidade de compra de cada US$ 1 em relação ao nível de custos locais. Países com moedas que desvalorizaram demais frente ao dólar em relação às outras, caso do Brasil em 2021, acabam vendo seu mínimo perdendo posições na comparação feita em moeda internacional.

Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), o salário mínimo é entendido como a quantidade mínima que se deve pagar a um trabalhador, de maneira obrigatória, pelas atividades que tenha desempenhado em determinado período de tempo. “A finalidade do estabelecimento do salário mínimo é proteger os trabalhadores contra o pagamento de remunerações indevidamente baixas”, explica a OIT.

Além disso, o mínimo pode ser uma ferramenta de política social com o objetivo de diminuir a pobreza e a desigualdade. Ele não pode ser reduzido “nem em virtude de acordo coletivos e nem de um acordo individual”, acrescenta o organismo.

Com informações da CNN Brasil

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Thereza de Marzo: a primeira piloto do Brasil

 


Por Bruno Mesko Dias

Foram muitos anos e acontecimentos para chegar a história atual da aviação brasileira. E tudo isso se deve a diversas pessoas que contribuíram para essa evolução. Entre aeronautas e aeroviários, houveram mulheres que, assim como os homens, também tiveram presença nos campos de aviação e foram personagens principais em muitos desses feitos. Uma destas mulheres se chama Thereza de Marzo, a primeira mulher piloto do Brasil.

As mulheres que em pleno século 21 estão cada vez mais presentes comandando as cabines de aviões, devem ao mérito das primeiras aviadoras e também acompanhantes de voo, que ultrapassaram medos e limites impostos pela sociedade da época, para provar que não só tinham capacidade de estar naquelas posições, como mereciam seu lugar naquele espaço, se tornando verdadeiros exemplos para a atualidade. Portanto, um salve a Thereza de Marzo, figura feminina precursora em pilotagem de aeronave no Brasil, considerada a primeira mulher brasileira a voar sozinha.

História de Thereza de Marzo

Nascida na cidade de São Paulo no dia 04 de agosto de 1903, Thereza foi a primeira mulher piloto na história da aviação brasileira, oficialmente uma aviadora brevetada do país. Apesar do forte machismo da época e das dificuldades em que as mulheres enfrentavam para assumir qualquer posto profissional, já que eram apenas classificadas como esposas, mães e domésticas, enfrentou bravamente seu sonho de voar, conquistando então seu Brevê (um documento que dá permissão para pilotar aviões civis e militares em território nacional e internacional) que foi reconhecido pela Federação Aeronáutica e pelo Aeroclube do Brasil, documento de nº 76, no dia 08 de abril de 1922.

De origem italiana, com pais imigrantes e mais seis irmãos, Thereza deu o ponta pé para a realização de seu sonho aos 17 anos. Seus pais não a apoiaram, então teve que pagar por contra própria o curso de pilotagem, decidiu assim rifar sua Vitrola aos familiares para conseguir dinheiro e se matricular na escola de aviação, que também era frequentada pelos irmãos, que foram pilotos, João e Enrico Robba, que voaram na 1ª Guerra Mundial, e puderam auxiliar a irmã em sua conquista.

Thereza pagou 600 mil réis por dez horas de voo, que foram divididas em algumas aulas, seus professores faziam muitas viagem e por conta disso quem se tornou seu instrutor foi Fritz Roeler, um piloto alemão e engenheiro mecânico, que mais tarde veio a virar seu marido. No teste, Thereza passou no exame sem dificuldades, voou em um avião de modelo Caudron G.3 de 120 HP com motor rotativo, fabricado na França. Ficou 40 minutos pelo céu da cidade de Santos e executou com êxito as manobras obrigatórias, mesmo sendo em uma pista pequena conseguiu impressionar a todos que ali estavam. Isso tudo ocorreu no dia 17 de março de 1922, se tornando assim a primeira mulher brasileira a voar sozinha. Nesse dia quem examinava seu teste eram os deputados Amadeu Saraiva e Manoel Franco, além do Doutor Luiz Ferreira Guimarães, que era o diretor do Aeroclube do Brasil.

Rumos tomados após o casamento

 Na data do dia 25 de setembro de 1926, Thereza casou-se com Fritz Roesler, seu instrutor. O casamento fez Thereza se distanciar dos aviões, pois o marido se revelou muito ciumento, não permitindo-a trabalhar no meio de outros, nem a pilotar. Acabou se acomodando e ficou apenas com o cargo de mulher de aviador. Na época havia o Código Civil de 1916 que impunha que mulheres casadas deveriam ter autorização para realizar algumas atividades, o que a dificultava ainda mais de qualquer possível rebeldia.

Por conta dos velhos preconceitos Thereza deixou de voar e conta a história que chegou a ouvir do marido, que: “Um aviador na família já bastava!”. Abandonou assim uma trajetória de muitas horas de voo e de um reide aéreo (Incursão aérea rápida sobre outro território) que conseguiu realizar entre São Paulo e Santos na época das comemorações do centenário da Independência.

Assim seu único trabalho se tornou estar ao lado do marido quando iam atrás de empreendimentos em relação a aviação. Nesse quesito incluíram-se na caminhada deles a criação da Escola de Pilotagem e do Clube de Planadores, no Campo de Marte, na cidade de São Paulo e a construção dos primeiros planadores EAY-101 e aviões “Paulistinha” EAY-201, modelo que o marido havia projeto baseado na versão americana do Taylor Cub.

Seu casamento durou 45 anos e o fim se deu por conta da morte do marido. No ano de 1976, com 73 anos de idade, Thereza recebeu condecoração da Ordem do Mérito Aeronáutico com uma medalha de ouro. Morreu aos 83 anos, dez anos depois da honra recebida, em 9 de fevereiro de 1986, e está sepultada no cemitério do Araçá, junto ao marido, em São Paulo. Não há relatos sobre o casal ter tido filhos.

Feitos históricos de Thereza de Marzo

 Em 1923 teve ideia de construir um hangar no Ipiranga, porém não havia recursos e para conseguir o dinheiro pediu doações em praça pública, em Santos, cidade do litoral do estado de São Paulo. Após conseguir a quantia necessária o hangar foi inaugurado e nele também a Escola de Aviação Ypiranga. Mas infelizmente, ambos foram desativados pouco tempo depois.

Já em 1924, durante a Revolução, ocorreu o confisco dos aviões particulares do marido, pois para manter as aeronaves em solo tinha um custo muito elevado. A mesma chegou a pedir ajuda ao presidente da república da época, Washington Luiz, e que, como consta na história, recebeu a resposta de: “Não quero contribuir para seu suicídio!”.

Thereza di Marzo chegou a ser cicerone (pessoa que mostra e explica a visitantes ou a turistas rotas, pontos turísticos e características de um lugar) de aviadores portugueses, os mesmos que ficaram conhecidos por terem realizado a primeira travessia aérea do Atlântico Sul.

Ela também criou as chamadas “Tardes de Aviação”, nas quais realizava voos panorâmicos com passageiros, para fim de lazer, podendo assim matar a saudade de pilotar.

Por fim ela registrou oficialmente 350 horas e 54 minutos de voo em caderneta, sendo que na verdade acumulou muito mais, porém o marido não contabilizava por não achar necessária a esposa ter esses registros em documentos. E assim foi a história de uma grande figura feminina que ficará eternamente memorizada na construção da trajetória da aviação brasileira.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

EUA: especialistas alertam para maior risco de infecção no Natal

 

Diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, Dr. Anthony S. Fauci, durante um briefing de atualização de coronavírus nos EUA (Foto oficial da Casa Branca por Andrea Hanks)

Anthony Fauci diz que variante Ômicron “devasta o mundo”. Infectologista apela ao uso de máscara e à vacinação com a dose de reforço, à medida que antecipam um aumento brusco do número de casos.

No Portal Vermelho

O principal especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos (EUA), Anthony Fauci, alertou para o maior risco de transmissão da variante Ômicron com as viagens de Natal, afirmando que a nova cepa está “devastando o mundo”. Especialistas norte-americanos apelam ao uso de máscara e à vacinação com a dose de reforço, à medida que antecipam um aumento brusco do número de casos nas próximas semanas.

Em entrevista ao programa Meet the Press, da NBC, Fauci, alertou para a “capacidade extraordinária de disseminação” da variante Ômicron e para o maior risco de infecção, mesmo em pessoas vacinadas.

“Uma coisa que está clara é a extraordinária capacidade [da Ômicron] de propagação, a sua capacidade de transmissibilidade”, disse Fauci. “Ela está devastando o mundo”, afirmou.

Fauci explicou que a nova variante do vírus SARS-CoV-2 tem período de duplicação de dois a três dias em certas regiões do país, o que significa que se irá tornar dominante nos EUA.

“Vai ser difícil. Não podemos fugir desse cenário porque, com a Ômicron, enfrentaremos semanas e meses difíceis, à medida que avançamos no inverno. Vamos assistir a uma pressão significativa em algumas regiões do país, no sistema hospitalar, principalmente nas áreas onde existe baixo nível de vacinação”, explicou.

Com a aproximação da época festiva, os especialistas alertam para o maior risco de disseminação e de infecção pela nova variante. Apesar de não recomendaram aos vacinados que cancelem as viagens, apelam apenas para  que viajem com cuidado.

Apelo à vacinação

O alerta de Fauci ocorre após uma semana em que os EUA ultrapassaram as 800 mil mortes por covid-19 e assistiram a um aumento de 17% nos casos e de 9% nos óbitos.

Francis Collins, diretor do Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH), disse ao programa Face the Nation, da CBS, que o número de casos de infecção pela variante Ômicron aumentará de forma significativa nas duas próximas semanas e deixou um apelo à vacinação.

“Se foi vacinado e recebeu a dose de reforço, está muito bem protegido contra o Ômicron, que pode causar doença grave. Qualquer um que esteja a ouvir esta mensagem e pertença aos 60% dos norte-americanos que são elegíveis para uma dose de reforço mas não o fizeram, esta é a semana para fazê-lo. Não esperem”, apelou Collins. Fauci e outros especialistas explicam que a imunização por si só não evitará a disseminação da Ômicron, mas estão confiantes de que o risco de doença grave ou de morte é amplamente reduzido com a vacinação.

Collins mostrou-se preocupado com os 27% dos norte-americanos que ainda não receberam nenhuma dose da vacina contra a covid-19. “A Ômicron é uma versão totalmente nova [do vírus] e tão diferente que tem as propriedades para evitar os benefícios das vacinas e de outras medidas que tomamos”, afirmou o diretor do NIH.

O presidente norte-americano, Joe Biden, planeja fazer um discurso nesta terça-feira (21) sobre a evolução da covid-19 no país. Fauci antecipou alguns dos pontos que poderão ser abordados no discurso de Biden: “O presidente vai enfatizar várias coisas: a vacinação com a dose de reforço, vacinar as crianças, disponibilizar mais testes e equipes de urgência, porque sabemos que vai haver maior necessidade de internações”.

Em algumas regiões dos EUA, os hospitais estão ficando novamente superlotados com doentes de covid e a expectativa, segundo os especialistas, é que as coisas piorem.

A variante Ômicron já foi detectada em 43 dos 50 estados norte-americanos e em 90 países até o momento.

Com informações da Reuters

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Ômicron se espalha mais rápido, atingindo recuperados e vacinados, diz OMS

 

Cerca de 50 milhões de norte-americanos ainda não se vacinaram contra a covid-19


Diante do avanço da ômicron, entidade referência em saúde reforça a necessidade de dose de reforço para idosos e pessoas com outras doenças.

Por Tiago Pereira, da RBA

São Paulo – “Há evidências consistentes de que a ômicron está se espalhando significativamente mais rápido do que a variante delta” afirmou nesta segunda-feira (20) o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom. Em entrevista coletiva, em Genebra, na Suíça, ele alertou para o risco da nova variante causar infecções entre vacinados e pessoas que se recuperaram da covid-19. “É mais provável que as pessoas vacinadas ou recuperadas da covid-19 possam ser infectadas ou reinfectadas”, acrescentou.

Nesse sentido, a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, classificou como “pouco inteligente” subestimar a gravidade da ômicron. “É provavelmente pouco inteligente relaxar e pensar que esta é uma variante leve, que não causará uma doença severa. Penso que, com os números subindo, todos os sistemas de saúde estarão sob pressão”, declarou.

Essa percepção da ômicron como mais leve, segundo ela, seria em função de um estudo realizado na África do Sul. O levantamento, feito por uma rede de saúde privada em parceria com o Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul (SAMRC), identificou menor percentual de internação pela nova variante. No entanto, de acordo com a cientista-chefe da OMS, pode haver uma “impressão enganosa” devido aos altos níveis de imunidade causados pelas ondas de infecção que antecederam a ômicron.

Assim como o diretor-geral da OMS, Soumya disse que a variante está evitando com sucesso “certas respostas imunológicas”. Em função disso, ela orienta que os países que já estão aplicando doses de reforço devem priorizar pessoas com sistema imunológico mais fracos. Por outro lado, a cientista disse não acreditar que as vacinas contra a covid-19 “se tornarão completamente ineficazes”.

“Estragos” nos Estados Unidos

O conselheiro da Casa Branca sobre a covid-19, o médico Anthony Fauci também afirmou que “este vírus é extraordinário”, referindo-se à ômicron. Ontem (19), em entrevistas às principais redes de TV norte-americanas – CNN, NBC News, Fox News –, Fauci também alertou contra o excesso de otimismo sobre a suposta menor gravidade da variante. Ele insistiu para que os habitantes dos Estados Unidos se vacinem.

De acordo com o jornal The New York Times, cerca de 50 milhões de norte-americanos ainda não se vacinaram, ao mesm tempo em que sobram imunizantes no país. Para os que já tomaram as duas doses, Fauci apelou para que procurem também a dose de reforço.

Ele teme os “estragos” que a nova variante pode causar, tanto nos Estados Unidos, como ao redor do mundo. No hemisfério norte, o temor é com o provável aumento do números de novos casos, internações e óbitos com a chegada do inverno. As regiões do interior dos Estados Unidos representam risco ainda maior, em razão de concentrarem maior número de não vacinados.

Se medidas de prevenção não forem adotadas, Fauci prevê que os hospitais devem ficar “muito sobrecarregados” em duas semanas. Além da vacina, o médico destacou que os testes PCR também serão importantes aliados, para evitar que o Natal de 2021 repita a explosão de casos no ano passado.

A orientação é que as pessoas se submetam à testagem, caso pretendam comparecer a celebrações em ambientes fechados. Também sugeriu evitar reuniões se não houver certeza de que todos os convidados foram imunizados.

Cancelamentos e restrições

Em Nova York, os casos novos de covid-19 aumentaram 60% na semana encerrada no domingo, em relação à semana anterior. Durante esse período, três dias seguidos com recordes de casos. Na última sexta-feira (17), o estado registrou 21 mil novos casos, maior número em quase um ano. Diante do novo surto da doença, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse que acompanhará a situação nos próximos dias, para então decidir sobre a manutenção ou suspensão da tradicional festa de Ano Novo na avenida Times Square.

Em função do avanço da doença, a Liga Norte-Americana de Basquete (NBA) cancelou dois jogos que ocorreriam neste domingo (19). Chega a sete o total de partidas já suspensas, em função do aumento de casos de covid-19 em diversas cidades americanas. Entre casos confirmados e suspeitos, a entidade afastou 70 jogadores, de acordo com levantamento da rede de TV CBS. A lista inclui astros como como Kevin Durant e James Harden. Por sua vez, teatros da Broadway também suspenderam apresentações por pelo menos uma semana.

Ômicron no Brasil

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou, no início da tarde desta segunda, o primeiro caso da variante ômicron no Rio de Janeiro. De acordo com a prefeitura da capital, trata-se de mulher de 27 anos, residente em Chicago, nos Estados Unidos. Ela buscou atendimento em unidade de saúde municipal assim que chegou ao Brasil, na segunda-feira passada (13). A entidade divulgou hoje o resultado do sequenciamento genômico da amostra da paciente.

Também hoje, a Secretaria de Saúde de Porto Alegre confirmou dois novos caso da ômicron. Ao todo, chega a nove o total de casos confirmados da nova variante na capital gaúcha. Os dois casos são de viajantes procedentes do exterior, sendo uma moradora de Porto Alegre e a outra, turista. Em todo o país, as autoridades já identificaram 34 casos da ômicron. São Paulo lidera, com 18 infecções confirmadas.

Enquanto isso, o Brasil registrou nas últimas 24 horas mais 70 mortes pela covid-19. No entanto, como vem ocorrendo há mais de 10 dias, os números estão defasados. Novamente seis estados (Acre, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Tocantins) não enviaram dados. Segundo os órgãos de governo, os problemas ainda decorrem da instabilidade no sistema do Ministério da Saúde desde um suposto ataque hacker.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o ConecteSUS deve voltar a funcionar na próxima quarta-feira (22). Com o apagão parcial de dados, o total de óbitos confirmados chegou a 617.873.

Além disso, em tais condições de insegurança de dados, as autoridades regionais confirmaram 2.094 novos casos no mesmo período. A coleta de dados é feita pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Os casos oficiais registrados seguem em torno de de 22,2 milhões (22.215.856).

Números da covid-19 no Brasil. Fonte: Conass



terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Vacinação de crianças é fundamental para controle da pandemia, defendem cientistas

 

A epidemiologista e professora titular da Ufes, Ethel Maciel, destaca que a vacinação das crianças é fundamental para o controle da pandemia e para garantir uma volta às aulas segura em 2022


Apesar da urgência, imunização ainda não tem data para começar. Posição do governo Bolsonaro preocupa a comunidade de especialistas principalmente diante da chegada da ômicron. “Temos que iniciar o mais rápido possível”, alerta Mellanie Fontes-Dutra

Por Rodrigo Gomes | Rede Brasil Atual

São Paulo – Autorizada nesta quinta-feira (16) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a imunização de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 com a vacina da Pfizer segue sem data para começar. O governo de Jair Bolsonaro não adiantou a compra dos imunizantes específicos para essa faixa etária e nem iniciou as negociações com a farmacêutica. E vem dando indícios que deve protelar a decisão o máximo possível.

Ainda ontem, o presidente da República afirmou que gostaria de divulgar a identidades dos servidores da Anvisa que participaram do processo de análise. Nesta sexta-feira (17), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou ao canal CNN que pretende abrir uma audiência pública para consultar a sociedade sobre a vacinação infantil. A postura do governo, contudo, preocupa a comunidade científica, principalmente diante da variante ômicron. A avaliação é que o governo possa estar colocando essa população em risco e retardando o controle da pandemia no Brasil.

“Fico bastante preocupada com uma situação assim pois a gente poderia já ter avançado bastante nas negociações e nos contratos. Especialmente pensando agora na chegada da ômicron no país. É muito importante que a gente imunize o mais rápido possível a maior porcentagem da população alvo”, destaca a coordenadora da Rede Análise Covid-19, Mellanie Fontes-Dutra. “Que possa haver uma articulação rápida entre o Ministério da Saúde e a Pfizer para o envio dessas doses. Temos que iniciar o mais rápido possível essa vacinação tão necessária para o enfrentamento (da pandemia) e proteção desse público pediátrico”.

A covid em crianças

Segundo os técnicos, a vacina da Pfizer apresentou eficácia superior a 90% em crianças na faixa etária de 5 a 11 anos, com apenas um terço da dose utilizada em adultos. Os dados são relativos à imunização de 2.268 crianças que receberam duas doses da vacina ou placebo, com três semanas de intervalo. Como a formulação é diferente, deverá ser elaborada uma orientação específica para a vacinação de crianças e a Pfizer vai produzir embalagens diferentes das que identificam o imunizante utilizado em adultos. As sociedades brasileiras de Infectologia, de Imunologia, de Pediatria, de Imunizações e de Pneumologia e Tisiologia apresentaram pareceres técnicos apoiando a aprovação.

Em um vídeo exibido durante a reunião da Anvisa, o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações e presidente do departamento de imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Renato Kfouri, destacou o alto risco que as crianças correm com a doença causada pelo coronavírus. “Só a covid-19 nessa população de crianças e adolescentes mata mais do que todas as doenças do calendário infantil somadas anualmente. Outros fatores para colaborar essa recomendação (da vacina) é o risco de Síndrome Inflamatória Multissistêmica, o risco de covid longa, de hospitalizações e toda a carga da doença que não é negligenciável na população pediátrica, especialmente entre crianças de 5 a 11 anos”, advertiu Kfouri.

Em 22 meses de pandemia, cerca de 2.500 crianças morreram devido a complicações da covid-19. Doenças tipicamente infantis como coqueluche, diarréia, sarampo, gripe e meningite, somadas, causam, em média, 1.500 mortes de crianças por ano.

Vacinação é segura

A epidemiologista e professora titular da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, destaca que a vacinação das crianças é fundamental para o controle da pandemia e para garantir uma volta às aulas segura em 2022. “Nós sabemos que a educação sofreu impactos grandes e ter nesse momento a aprovação para que essa faixa etária também seja incluída nos grupos prioritários da vacinação é muito importante para ampliar a cobertura vacinal e auxiliar o país a conseguir uma diminuição da transmissão (do vírus)”, pontua. “As crianças, mesmo tendo quadro da doença menos grave – ainda que o Brasil tenha tido muitas mortes pela covid –, alimentam essa cadeia de transmissão e infectam outras crianças, adultos, adolescentes, a sua família e isso vai mantendo o vírus circulando.”

Ela destaca ainda que a vacinação de milhões de crianças nos Estados Unidos comprova que o imunizante é seguro. E reforça que a vacinação nesse grupo provocou menos casos de reações adversas do que os registrados em adultos. “São mais de 5 milhões de crianças que já receberam a vacina sem efeitos adversos graves”, frisa.

 Confira a íntegra da reportagem

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Esquerda vence neofascismo na eleição do Chile

 

Gabriel Boric é eleito presidente do Chile

Gabriel Boric é eleito presidente do Chile, apesar de ficar em segundo no primeiro turno, em eleição polarizada com extrema-direita.

Por Cezar Xavier

Via – Portal Vermelho

O candidato de esquerda Gabriel Boric foi eleito presidente do Chile neste domingo (19). Aos 35 anos, Boric é deputado e ex-líder estudantil e está filiado ao partido Convergência Social. O adversário nas urnas foi o advogado José Antonio Kast, de extrema-direita e filiado ao Partido Republicano. Kast já reconheceu a derrota e ligou para Boric para parabenizá-lo pela vitória, o que é considerado uma surpresa, já que a extrema-direita não costuma reconhecer derrotas, mas acusar fraude.

Kast ligando para Boric surpreendeu pelo comportamento incomum na extrema-direita

Até as 19h30 deste domingo, com 96,75% das urnas apuradas, Boric tinha 55,81% dos votos, contra 44,19% de Kast. A vitória ocorre apesar de, no primeiro turno, Boric ter obtido menos votos que Kast. Boric havia ficado em segundo lugar no primeiro turno, com 25,82% contra 27,91%. Como nenhum dos candidatos conseguiu uma liderança folgada no primeiro turno, de mais de 50%, foram disputar os eleitores mais moderados e indecisos.

A eleição de Boric se soma a vitórias de outros candidatos de esquerda na América Latina, como as de Alberto Fernández, na Argentina, Luis Arce, na Bolívia, e Pedro Castillo, no Peru. Quando esteve em Buenos Aires, nos dias 10 e 11 de dezembro, o ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu a militantes e sindicalistas argentinos que torcessem por uma vitória de Boric. Tudo isso, gera uma enorme oposição a Bolsonaro no continente.

Polarização

Gabriel Boric, de esquerda, e José Antonio Kast, de extrema-direita, representaram lados opostos do espectro político e disputaram cada voto do eleitorado. Enquanto um cresceu na

esteira dos protestos antineoliberais de 2019, o outro garantiu apoio nos setores da “lei e ordem” contra os manifestantes.

Boric tem um viés progressista em temas sociais e morais e defendeu “um Estado de bem-estar” ao estilo europeu na área econômica. Kast apoia um modelo econômico neoliberal e tem uma visão ultraconservadora em temas sociais, com oposição ao aborto e ao casamento de pessoas do mesmo gênero.

O socialista também defende reformas constitucionais que garantam direitos sociais que hoje são negados aos mais pobres, como previdência, saúde e educação públicas. Kast vem com a mesma agenda pinochetista de sempre, defesa das grandes empresas com redução de impostos e regulações, privatizações, e total ausência de gastos em direitos sociais como aposentadores.

Ambos tiveram que lidar com temas densos como a elaboração da nova Constituição, pós ditadura, exigida pelos chilenos nas turbulentas manifestações. Como outras economias globais, o Chile enfrenta as dificuldades pós-pandemia, com inflação crescente. O PIB encolheu 6 pontos percentuais em 2020, devido ao impacto da Covid, que também causou a perda de 1 milhão de empregos, e o nível de pobreza, por sua vez, foi de 8,1% em 2019 para 12,2% em 2021 .

Entre outros problemas com os quais terá de lidar o novo presidente estão a continuidade da ótima política de combate à pandemia de coronavírus, atualmente com 85% da população totalmente imunizada, o encaminhamento do processo da Assembleia Constituinte até sua aprovação em outubro e a tentativa de estabelecer uma relação harmoniosa com o Congresso, no qual não há uma maioria clara.

No Chile, o voto é facultativo. Nas duas últimas grandes eleições, a participação não passou de 50% do total de eleitores.

O processo eleitoral decorreu com altas temperaturas na zona central, grande congestionamento de trânsito em redor das assembleias de voto e questionamentos de autarcas e opositores devido à suposta baixa frequência ou ausência de transportes públicos em algumas cidades. A Ministra dos Transportes e Telecomunicações, Gloria Hutt, pediu desculpas pelo funcionamento do sistema.

 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

A Cabeça de Pedra da Guatemala que a história quer esquecer

 


Há mais de meio século, nas profundezas das selvas da Guatemala, uma gigantesca cabeça de pedra foi descoberta.  A face possuía traços finos, lábios finos e um grande nariz, e sua face estava voltada para o céu. A face mostrava traços caucasianos, os quais não são consistentes com qualquer tipo de raça pré-hispânica nas Américas.  A descoberta rapidamente atraiu a atenção, mas também rapidamente caiu nas páginas esquecidas da história.

Notícias da descoberta primeiramente emergiram quando o Dr. Oscar Rafael Padilla Lara, um doutor em filosofia, advogado e notário púbico, recebeu uma foto da cabeça em 1987, junto com uma descrição de que a foto havia sido tirada na década de 1950 pelos proprietários da terra onde a cabeça foi encontrada, e que ela estava localizada em “algum lugar na selva da Guatemala”.

A foto e a história foram publicadas num pequeno artigo numa periódico chamado ‘Ancient Skies‘, que foi lido pelo então conhecido explorador e escritor David Hatcher Childress, o qual procurou descobrir mais a respeito da misteriosa cabeça.  Ele encontrou o Dr. Padilla, o qual reportou ter encontrado os proprietários da terra, a família Biener, onde o monólito havia sido encontrado.  O local ficava a 10 quilômetros de um pequeno vilarejo em La Democracia, no sul da Guatelama.

Porém, o Dr. Padilla disse que ficou desesperado quando chegou ao local e descobriu que o sítio arqueológico havia sido destruído: “Ele foi destruído por revolucionários há aproximadamente 10 anos.  Tínhamos localizado a estátua tarde demais.  Ela foi usada para prática de tiro ao alvo pelos rebeldes anti-governo.  Isto desconfigurou a estátua, bem como a Esfinge Egípcia perdeu seu nariz pelos turcos, só que de forma pior”, disse ele.  Os olhos, nariz e boca haviam desaparecido por completo.  Padilla foi capaz de medir a altura como tendo entre 4 a 6 metros, com a cabeça acima de um grosso pescoço. Padilla não retornou ao local, devido aos ataques armados entre as forças governamentais e os rebeldes na região.

A destruição da cabeça significou que a história teve uma morte rápida, até que foi visitada novamente alguns anos atrás pelos produtores do “Revelations of the Mayans 2012 and Beyond” (Revelações dos Maias 2012 e Além), os quais usaram as fotos para alegar que extraterrestres tinham contato com civilizações do passado. O produtor publicou um documento escrito pelo arqueólogo guatemalteco, Hector E. Majia, o qual escreveu: “Certifico que este monumento não apresenta nenhuma característica dos Maias, Nahuatl, Olmec, e nem qualquer outra civilização pré-hispânica.  Ela foi criada por uma civilização extraordinária e superior, com um conhecimento extraordinária da qual não há registro neste planeta”.

Contudo, longe de ajudar a causa e a investigação do monólito, esta publicação somente serviu para ter um efeito oposto, jogando toda a história nas mãos de uma audiência jusficadamente cética, a qual pensou que isto se tratava somente de um golpe de publicidade.  Até mesmo a própria carta foi duvidada, com algumas pessoas dizendo que não era genuína.

Mesmo assim, parece que a cabeça gigante realmente existiu e não há evidência que sugira o fato da foto original não ter sido autêntica, ou de que o relato do Dr. Padilla tenha sido falso.  Assim, presumindo-se que tenha sido real, as questões permanecem: De onde ela veio? Quem a fez?  Por que foi feita?

A região onde a cabeça de pedra teria sido encontrada, La Democracia, já é famosa por suas cabeças de pedra, as quais, como outras cabeças encontradas na selva, também estão voltadas para o céu.  Sabe-se que estas foram criadas pela civilização Olmec, a qual floresceu entre 1400 a 400 A.C.  A terra dos Olmecs ficava nas terras baixas do Golfo do México; porém os artefatos, monumentos, iconografia e desenhos do estilo Olmec têm sido encontrado em sítios a centenas de quilômetros fora do coração Olmec, inclusive em La Democracia.

Todavia, a cabeça de pedra mostrada na foto dos anos 50 não compartilha as mesmas características ou estilo das cabeças Olmec.  O falecido Phillip Coppens, autor belga, comentarista de rádio e TV sobre assuntos da história alternativa, levantou a questão da cabeça “ser uma anomalia do período Olmec, ou se é parte de outra cultura – desconhecida – que ocorreu antes ou depois dos Olmecs, e que a cabeça Padilla tenha sido o único artefato identificado até agora”.

Cabeça de pedra Olmec, típica da região

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Cabeça de pedra Olmec, típica da região. Note a diferença entre os traços desta cabeça com a da foto acima.

Outras questões têm sido postuladas, inclusive se a estrutura foi somente uma cabeça, ou se havia um corpo abaixo dela, como as estátuas da Ilha de Páscoa, e se a cabeça de pedra está conectada a qualquer outra estrutura da região.  Seria interessante saber as respostas destas questões, mas infelizmente parece que a publicidade ao redor do filme “Revelations of the Mayans 2012 and Beyond” somente serviu para enterrar a história mais profundamente.  Talvez um ambicioso explorador irá dar continuidade à história e investigar mais profundamente para descobrir a verdade deste enigmático monumento.


No Ovni Hoje

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

EDUCAÇÃO AMEAÇADA

 


Como vem se estruturando uma coalizão conservadora em defesa da “escola neutra.”

Por Amanda Mendonça e Pâmella Passos

Da Mórula Editorial

O Brasil vivencia nos últimos anos uma conjuntura que reúne episódios graves e constantes de ataques aos direitos humanos. Somado a este fator temos a retirada de direitos sociais básicos, como o acesso a alimentação, moradia, saúde, educação e trabalho. Um cenário onde o desmonte do Estado, a desproteção social e a insegurança da população são direcionados para uma suposta ameaça de destruição da família e da ordem moral hegemônica.

Assim, sentimentos como o medo, o temor de uma possível mudança nas estruturas sociais conhecidas pela maioria da população, vêm sendo produzidos e acionados como parte do projeto de poder em curso no país. Uma parcela significativa deste projeto, que garante sua existência, consiste na construção de um inimigo. E é neste contexto que o “professor doutrinador”, ou o novo inimigo, ganhou notoriedade nos últimos anos no Brasil.

Para falar sobre a construção deste novo inimigo, Pâmella Passos e Amanda Mendonça recuperam a trajetória de um dos grandes responsáveis por esta invenção: o Movimento Escola sem Partido (MESP). Tal movimento, ao defender uma suposta neutralidade pedagógica, acusa educadores de influenciar seus alunos exercendo sobre eles um poder de persuasão comparado a uma patologia. O MESP passou a reunir uma diversidade de atores, combinando, fundamentalmente, setores da direita intelectual e partidária do país, a cúpula religiosa cristã e setores do empresariado brasileiro — uma atuação combinada de agentes através de uma coalizão conservadora em defesa da “escola neutra”. Consolida-se um cenário em que a família está em risco, a educação das crianças corre perigo e o professor é parte importante desta ameaça.

Através de pequenos exemplos, as autoras desenvolvem um quadro sobre as perseguições a docentes no Brasil, identificando o período de acirramento destas perseguições, os principais argumentos e ferramentas. Este texto busca contribuir com análises de como tais perseguições ocorrem e na produção futura de dados sobre em que segmentos de ensino, áreas de conhecimento e regiões do país (pequenas e grandes cidades) elas vêm acontecendo com mais frequência.

No Jornal GGN

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

Negros são 82,7% dos mortos em ações policiais em seis estados monitorados

 

Uma pessoa negra é morta pela polícia a cada quatro horas, diz Rede de Observatórios da Segurança.


Pesquisa da Rede de Observatórios de Segurança revela que uma pessoa negra é morta pela polícia a cada quatro horas.

Por Cezar Xavier

No Portal Vermelho

-Rio de Janeiro é o estado que possui o maior número de pessoas negras mortas pela polícia

-SP, estado mais populoso do país, é o segundo em número de mortes  Com 98%, Bahia apresenta a maior porcentagem de negros mortos por agentes.

Em Salvador, Fortaleza e Recife 100% dos mortos em ações policiais são negros.

-PE mais que dobrou o número de mortos pela polícia e 97% dessas pessoas são negras

-No CE, negros tem sete vezes mais chances de morrer que não negros.

-Número de negros mortos pela polícia ultrapassa 90% no Piauí.

-Maranhão tem apagão de dados e não acompanha a cor dos mortos pela polícia .

Estas são algumas das conclusões da pesquisa da Rede de Observatórios da Segurança com sete estados monitorados.

A cada quatro horas uma pessoa negra é morta em ações policiais na Bahia, no Ceará, no Piauí, em Pernambuco, no Rio de Janeiro e em São Paulo. É o que mostra o estudo Pele alvo: a cor da violência policial elaborado pela Rede de Observatórios da Segurança, publicado nesta terça-feira (14). Os estados são seis dos sete que são monitorados pela rede. O sétimo é o Maranhão, onde o governo não acompanha a cor das vítimas da violência, o que para a entidade é “uma outra forma de racismo institucional”.

O trabalho é resultado de dados referentes ao ano de 2020, que foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. Pela segunda vez, a Rede de Observatórios analisa os números das secretarias de segurança dos estados monitorados. A primeira foi no ano passado.

Conforme a pesquisa, mesmo “em um contexto de crise sanitária mundial, o racismo não dá trégua e, pelo contrário, mata ainda mais, tanto por vírus como por tiro”. O estudo apontou que, entre as 2.653 mortes provocadas pela polícia, com informação racial nos seis estados da rede, 82,7% delas eram pessoas negras.

O Rio de Janeiro mais uma vez foi o estado com mais mortes de pessoas negras em ações policiais. No caso dos 1.092 mortos que tiveram a cor/raça informada, 939 registros eram de pessoas negras. Apesar disso, a Bahia novamente apresentou a maior porcentagem de mortes de pessoas negras por agentes do estado, sendo a polícia mais letal do Nordeste. Pernambuco teve um aumento de 53% de mortes provocadas por ação de agentes do estado, passando de 93% para 97% de pessoas negras entre as vítimas de um ano para o outro.

Nesta edição, a Rede de Observatórios de Segurança, pela primeira vez, apresenta também os números das capitais e constatou que 100% dos mortos pela polícia em Recife, em Fortaleza e em Salvador eram pessoas negras. Em Teresina foram 94% e no Rio de Janeiro 90% de negros mortos pelas polícias.

Para a rede, a proporção de negros mortos pela polícia frente à sua proporção na população “é a imagem mais contundente do racismo que estrutura a atividade policial. Em todos os estados, a presença de negros entre os mortos pela polícia é bem maior do que na composição populacional dos estados, mostrando que a morte pela ponta de um fuzil carregado por um policial atinge de maneira desproporcional os negros em relação aos não negros”.

Bahia

De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Santo Antônio de Jesus, na Bahia, é a cidade em que mais pessoas negras morrem em ações policiais no Brasil. Entre os que possuem o maior número de mortos, o estado ocupa a terceira posição (595 mortos). O Rio de Janeiro aparece em primeiro lugar (939) e, em segundo, São Paulo (488), que é o estado mais populoso do Brasil. A pesquisa mostrou ainda que a polícia da Bahia, entre todos os estados da rede, é a que apresenta o maior percentual de pessoas negras mortas em ações policiais, com 98%, enquanto que na capital Salvador todas as vítimas da polícia são negras.

Ceará

O estudo Pele alvo: a cor da violência policial indicou que, no Ceará, negros tem sete vezes mais chances de serem mortos do que os não negros. Lá, no percentual da população em geral, 62,3% correspondem a negros, mas entre as vítimas de agentes estatais, pessoas negras atingiram 87,2%. A rede destacou que a constatação ocorreu mesmo com o estado sendo “um dos que mais acumulam problemas com relação ao acompanhamento da cor das vítimas. São 106 vítimas incolores contra 39 com identificação racial”. Na capital Fortaleza, 100% dos mortos pela polícia com identificação racial são negros.

Maranhão

No Maranhão, A rede chamou atenção para a dificuldade em obter resultados no estado por causa da falta de acompanhamento da cor das vítimas de policiais. No entanto, foi possível verificar que o número de pessoas vitimadas por policiais no Maranhão, no total, subiu de 72, em 2019, para 97, em 2020. “A variação entre um ano e outro foi de 35%”.

Pernambuco

Em Pernambuco, 113 pessoas foram vítimas de ações policiais no estado. Entre elas, 109 eram pessoas negras, três brancas, e em um caso não foi identificada a cor da pele. Em 2019, o total de pessoas mortas pela polícia no estado atingiu 74 casos, dos quais 93% eram negras.

Piauí

No Piauí, o percentual de vítimas da violência letal da polícia, de pessoas negras, alcançou 91%. Com 94% de letalidade da população negra por atividade policial, a capital Teresina ficou em terceiro lugar entre as monitoradas.

Rio de Janeiro

Ainda que permaneça como o estado que mais registra mortes em ações e intervenções das polícias, o Rio de Janeiro anotou 1.245 mortes no ano de 2020, o que representa uma redução de 31% em relação a 2019. No entanto, “o valor é o terceiro maior registro de toda a série histórica”. As pessoas negras são 86% entre os mortos pela polícia. A capital também é a com o maior número total de mortes (415). No município, 90% dos mortos em ações policiais são negros.

São Paulo

Em 2020, São Paulo teve 814 mortos pela polícia. Do total de homicídios, 770 ocorrências tiveram registro de raça das vítimas e em 63,4% dos casos, eram negras. Outra informação que a pesquisa revelou é que a proporção de pardos (5,4%) e de pretos (29,4%) entre os mortos é quase o dobro do percentual desse mesmo grupo na população paulista. Já entre os brancos, que representam 64% da população de São Paulo, são 36% entre os mortos pela polícia. Na capital, o percentual de negros mortos pela polícia é de 69%, no entanto, em número de casos, o município (317) só perde para o do Rio de Janeiro (415).

Rede de Observatórios

Depois de fazer a produção de dados em cinco estados, a Rede de Observatórios, que é um projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), com apoio da Fundação Ford, no segundo semestre deste ano, ampliou o estudo para o Maranhão e o Piauí. Para isso, se juntaram ao trabalho, a Rede de Estudos Periféricos, da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e do Instituto Federal do Maranhão (IFMA); o Núcleo de Pesquisas sobre Crianças, Adolescentes e Jovens, da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e a Iniciativa Negra por uma Nova Política sobre Drogas (INNPD); além do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop); do Laboratório de Estudos da Violência (LEV/UFC) e ao Núcleo de Estudos da Violência (NEV/USP).

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

 


Por Willian Novaes 

No Socialista Morena

Fabiano e Baleia voltaram à realidade na primavera de 2021.

Renasceram da dureza da vida, dos tempos sombrios. Do cinismo do capitalismo. Da crueldade de quem manda no país.

A tristeza de vidas secas em tempos tão modernos é de acabar com os sonhos e esperanças. Ande nas ruas, olhe pro lado do seu visor e veja as latas sendo aquecidas por braseiros em plenas avenidas milionárias. Os acampamentos dos sem teto, sem comida e sem dignidade estão espalhados por tudo o que é canto. A fome que sempre existiu agora agiganta em nosso Brasil desgovernado de 2021.

Lembro de uma mulher rica me afirmando que índio não serve para nada. Juro que quando ouvi isso não entendi, mas que merda ela está falando. Discutíamos o papel dos sem-terra, aí com raiva nos olhos ela gritou:

–Pior que os sem-terra são os índios.

FABIANO E BALEIA POR ALDEMIR MARTINS EM 1963

Ela falava com frieza e hoje entendo ainda mais aquela fala de quem enfeitou a casa para promover esse presidente genocida. Imaginando ela olhando com desprezo essa foto de uma criança yanomami de 8 anos que pesa apenas 12 quilos em 2021.

A fragilidade desse corpinho me choca, junto com a manchete de ontem do UOL, das pessoas que desmaiam de fome em plena primavera de 2021 em São Paulo.

Eis um Brasil que assola os mais carentes, ainda mata os jovens negros e periféricos, beneficia os mesmos de sempre, que vivem na sua ignorância e maldade com visitas esporádicas para Miami.

Dizem que um país nunca morre, hoje tenho dúvidas…

domingo, 12 de dezembro de 2021

Cearense Teresa Santos disputa hoje o Miss Universo 2021

 

Cearense Teresa Santos, de 23 anos, é a vencedora do Miss Universo Brasil 2021 — Foto: Divulgação

Via - G1

70ª edição do maior concurso de beleza do mundo será transmitida diretamente de Eilat, em Israel, a partir de 21h deste domingo (12).

A cearense Teresa Santos disputará, na noite deste domingo (12), o Miss Universo 2021. A 70ª edição do evento começa a partir de 21h (horário de Brasília) e ocorrerá na cidade de Eilat, em Israel. Teresa irá disputar o maior concurso de beleza mundial com outras 79 concorrentes. Ela é apontada como uma das favoritas para vencer.

Na terça-feira, ela apresentou o look escolhido como traje típico para representar o Brasil durante o desfile: um macacão pintado à mão, rebordado em vidrilhos, com apliques de cristal, inspirado no pau-brasil. A peça tem uma estrutura natural de vime, para reproduzir as copas da árvore.

Em maio deste ano, a gaúcha Julia Gama ficou em segundo lugar na competição geral, perdendo para a mexicana Andrea Meza, que terá um dos reinados mais curtos da história do concurso. Até agora, só duas brasileiras venceram o Miss Universo. Foram elas a gaúcha Ieda Maria Vargas, em 1963, e a baiana Martha Vasconcellos, cinco anos depois.

Natural de Fortaleza, mas criada no município de Maranguape e com raízes na Bahia, Teresa participou da competição interna no Brasil pela segunda vez e foi nomeada a representante em 9 de novembro. A jovem, estudante de psicologia, afirmou após a vitória que quer usar a repercussão para falar sobre a importância da saúde mental1

Veja mais detalhes clicando AQUI

quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Áustria libera vacinados, mas mantém lockdown

 


Por Beatriz Castro

O governo da Áustria anunciou que a partir do dia 13 de dezembro vai manter o lockdown apenas para as pessoas que ainda não se vacinaram contra o novo coronavírus.

Desde o dia 22 de novembro o país está em confinamento generalizado, com fechamento de bares, restaurantes, atividades culturais e o comércio não essencial. Agora, o país pretende relaxar as medidas para as pessoas já imunizadas ou recém-curadas da doença.

O novo chanceler da Áustria, Karl Nehammer, afirmou que o lockdown para toda a população “tirou um incentivo para a vacinação”. O chefe do governo não descartou a possibilidade de que estados com um grande número de pessoas infectadas pelo vírus mantenham restrições para todos.

Com o relaxamento das regras, apenas a população não vacinada será proibida de não sair de casa por motivos não essenciais..

Reabertura do comércio não essencial na Áustria

Lojas, cinemas e bares serão reabertos e poderão receber pessoas imunizadas ou recém-curadas da Covid. Segundo dados oficiais, a Áustria registrou 4,2 mil casos do novo coronavírus no dia de hoje, distante do pico de quase 16 mil visto em meados de novembro.

Mesmo assim o número de pacientes na UTI, 670, é o maior registrado no ano. O governo já anunciou que tornará a vacinação obrigatória a partir de 1º de fevereiro de 2022 e prepara um projeto de lei com multas de 600 euros (R$ 3,8 mil pela cotação atual) por trimestre para quem não se imunizar.

A obrigatoriedade da vacina não valerá para jovens com menos de 14 anos, mulheres grávidas, pessoas curadas da Covid há menos de 180 dias ou que não possam ser imunizadas.

Via - DCM

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