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quinta-feira, 31 de março de 2022

Chankillo, o observatório solar mais antigo da América


Vi no UFO Um Fenómeno de Contato

Chankillo, o observatório solar mais antigo da América construído por uma cultura desconhecida. Muito antes de os incas chegarem ao poder no Peru e começarem a celebrar seu deus sol, uma civilização pouco conhecida estava construindo o mais antigo observatório astronômico conhecido nas Américas. Chankillo.

 Vista aérea do templo fortificado de Chankillo. Crédito: Serviço Aerofotográfico Nacional, Lima. Embora não sejam tão antigas quanto Stonehenge ou sítios de pedra semelhantes, essas ruínas antigas, conhecidas como Chankillo, são consideradas uma "obra-prima do gênio criativo humano", com características únicas não vistas em nenhum outro lugar do mundo. Localizado no deserto costeiro do Peru, o sítio arqueológico contém uma fileira de 13 torres de pedra, que juntas traçam o horizonte de uma colina, de norte a sul, como um sorriso dentuço.

Além dessa estrutura notável, conhecida como as Treze Torres, as ruínas do observatório também incluem um complexo de três paredes no topo da colina chamado Templo Fortificado e dois complexos de edifícios chamados Observatório e Centro Administrativo.

Concluído há mais de 2.300 anos e abandonado no primeiro século dC, o local permaneceu um mistério para os viajantes por séculos. Somente quando as escavações oficiais começaram, no início do século 21, os arqueólogos perceberam o que estavam vendo. 13 torres Contra uma paisagem desértica estéril e em plena luz do dia, as estruturas de pedra no topo da colina, que se estendem por cerca de 300 metros, não parecem muito.

Mas o nascer e o pôr do sol são outra história. À medida que o Sol nasce no leste, um orbe de luz emerge em algum lugar ao longo da crista das torres. À medida que o ano avança, o mesmo acontece com a posição do nascer do sol, quase como se a luz estivesse passando o fio dental no horizonte cheio de dentes. No solstício de verão, por exemplo, o amanhecer surge à direita da torre mais à direita.

Enquanto no solstício de inverno, a aurora surge para a sinistra torre mais à esquerda.

As Torres Chankillo foram colocadas com tanto cuidado que, quando um espectador fica em um ponto de observação específico abaixo do cume, ele pode prever a época do ano em dois ou três dias com base apenas no nascer ou no pôr do sol. O ponto de observação olhando para o oeste em direção ao cume - a estrutura do Observatório - usa o pôr do sol.

No que se acredita ser o ponto de observação leste, tudo o que resta é o contorno de pedra incompleto de uma sala, mas está em um local simétrico e teria usado o nascer do sol. O equinócio de setembro, por exemplo, é definido quando o Sol se põe entre a sexta e a sétima torre, como mostra a imagem abaixo:





 

quarta-feira, 30 de março de 2022

Poço mal assombrado - Majestade e Imperador


 A assombração vista no Rio Tigre...

Segundo Pedro Roberto, (Pedro Majestade Tardiolli), antigo morador de Nova Londrina e componente da dupla Majestade e Imperador, a música "Poço mal assombrado"  é composição dos próprios integrantes da referida dupla e a visão da assombração se deu em uma pescaria no Rio do Tigre na cidade de Nova Londrina, no extremo noroeste do Paraná. 

A seguir o áudio da música postada pelo canal "Pra Sempre Sertanejo" do Youtube, juntamente com a letra a qual encontramos no site Letras.


Tem gente que não acredita

Em caso de assombração

Mas comigo aconteceu

Lá pra banda do sertão

 

À noite eu ia pescar

Com muita satisfação

Na barranca do rio Tigre

No Poço do Mangueirão

 

Há muitos anos atrás

Diziam no povoado

No Poço do Mangueirão

Morreu um homem afogado

 

Então ninguém mais pescou

No poço mal assombrado

Eu falei, não tenho medo

Eu vou pescar sossegado

 

Eu falei pra minha mãe

Esta noite eu vou pescar

No Poço do Mangueirão

Até o dia clarear

 

Quero ver se a assombração

Tem peito pra me enfrentar

Se acaso ela aparecer

Na água vou lhe jogar

 

Cheguei na beira do poço

Pisando bem devagar

A noite estava escura

Porque não tinha luar

 

Joguei meu anzol na água

E fiquei a esperar

Era meia-noite em ponto

Começou a trovejar

 

De repente eu senti

Na vara um grande puxão

Ao tirar o anzol da água

Doeu meu coração

 

O meu corpo arrepiou

Eu fiquei paralisado

Ao ver um grande esqueleto

No anzol dependurado

 

Joguei a vara na água

E saí na disparada

Pois a minha valentia

Para mim não valeu nada

 

Levei um susto tremendo

Quase que perdi a fala

Falo com sinceridade

Não abuso mais de nada


Composição: Imperador / Majestade.


terça-feira, 29 de março de 2022

Se os tubarões fossem homens

 


Se os tubarões fossem homens, perguntou ao senhor K. a filha de sua senhoria, eles seriam mais amáveis com os peixinhos? Certamente, disse ele. Se os tubarões fossem homens, construiriam no mar grandes gaiolas para os peixes pequenos, com todo tipo de alimento, tanto animal quanto vegetal. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca e tomariam toda espécie de medidas sanitárias.

Se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, lhe fariam imediatamente um curativo, para que não morresse antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem melancólicos, haveria grandes festas aquáticas de vez em quando, pois os peixinhos alegres tem melhor sabor do que os tristes. Naturalmente haveria também escolas nas gaiolas. Nessas escolas os peixinhos aprenderiam como nadar para a goela dos tubarões. Precisariam saber geografia, por exemplo, para localizar os grandes tubarões que vagueiam descansadamente pelo mar.

O mais importante seria, naturalmente, a formação moral dos peixinhos. Eles seriam informados de que nada existe de mais belo e mais sublime do que um peixinho que se sacrifica contente, e que todos deveriam crer nos tubarões, sobretudo quando dissessem que cuidam de sua felicidade futura. Os peixinhos saberiam que este futuro só estaria assegurado se estudassem docilmente.

Acima de tudo, os peixinhos deveriam evitar toda inclinação baixa, materialista, egoísta e marxista, e avisar imediatamente os tubarões, se um deles mostrasse tais tendências. Se os tubarões fossem homens, naturalmente fariam guerras entre si, para conquistar gaiolas e peixinhos estrangeiros. Nessas guerras eles fariam lutar os seus peixinhos, e lhes ensinariam que há uma enorme diferença entre eles e os peixinhos dos outros tubarões.

Os peixinhos, iriam proclamar, são notoriamente mudos, mas silenciam em línguas diferentes, e por isso não podem se entender. Cada peixinho que na guerra matasse alguns outros, inimigos, que silenciam em outra língua, seria condecorado com uma pequena medalha de argaço e receberia um título de herói. Se os tubarões fossem homens, naturalmente haveria também arte entre eles. Haveria belos quadros, representando os dentes dos tubarões em cores soberbas, e suas goelas como jardim que se brinca deliciosamente.

Os teatros do fundo do mar mostrariam valorosos peixinhos nadando com entusiasmo para as gargantas dos tubarões, e a música seria tão bela, que seus acordes todos os peixinhos, como orquestra na frente, sonhando, embalados, nos pensamentos mais doces, se precipitariam nas gargantas dos tubarões. Também não faltaria uma religião, se os tubarões fossem homens. Ela ensinaria que a verdadeira vida dos peixinhos começa apenas na barriga dos tubarões. Além disso, se os tubarões fossem homens também acabaria a idéia de que os peixinhos são iguais entre si.

Alguns deles se tornariam funcionários e seriam colocados acima dos outros. Aqueles ligeiramente maiores poderiam inclusive comer os menores. Isso seria agradável para os tubarões, pois eles teriam com maior freqüência, bocados maiores para comer. E os peixinhos maiores detentores de cargos, cuidariam da ordem entre os peixinhos, tornando-se professores, oficiais, construtores de gaiolas, etc. Em suma, haveria uma civilização no mar, se os tubarões fossem homens."

(Bertolt Brecht)

segunda-feira, 28 de março de 2022

O Tempo

 


Por Mario Quintana  

 A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!

Quando de vê, já é sexta-feira!

Quando se vê, já é natal…

Quando se vê, já terminou o ano…

Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.

Quando se vê passaram 50 anos!

Agora é tarde demais para ser reprovado…

Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…

Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…

E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.

Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.

A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

quinta-feira, 24 de março de 2022

Marilena, querida Marilena...




Sei que no mapa existem

Lugares que valem a pena

Formosuras naturais

Famosos cartões postais

Rincões de beleza plena

Porém, cá com meus botões,

Vivo a pensar nesta cena

Doce água destes rios

Paraná Paranapanema

Eu tenho um tanto de dó

Piedade ou até pena

De quem diz conhecer o mundo

Serra, planície e mar profundo

Mas, não conhece Marilena...


Por Mateus Brandão de Souza

quarta-feira, 23 de março de 2022

MINHA ALMA ESTÁ EM BRISA

 


Por Mário de Andrade

Contei meus anos e descobri que tenho menos tempo para viver a partir daqui, do que o que eu vivi até agora.

Eu me sinto como aquela criança que ganhou um pacote de doces; O primeiro comeu com prazer, mas quando percebeu que havia poucos, começou a saboreá-los profundamente.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis ​​em que são discutidos estatutos, regras, procedimentos e regulamentos internos, sabendo que nada será alcançado.

Não tenho mais tempo para apoiar pessoas absurdas que, apesar da idade cronológica, não cresceram.

Meu tempo é muito curto para discutir títulos. Eu quero a essência, minha alma está com pressa … Sem muitos doces no pacote …

Quero viver ao lado de pessoas humanas, muito humanas. Que sabem rir dos seus erros. Que não ficam inchadas, com seus triunfos. Que não se consideram eleitos antes do tempo. Que não ficam longe de suas responsabilidades. Que defendem a dignidade humana. E querem andar do lado da verdade e da honestidade.

O essencial é o que faz a vida valer a pena.

Quero cercar-me de pessoas que sabem tocar os corações das pessoas …

Pessoas a quem os golpes da vida, ensinaram a crescer com toques suaves na alma

Sim … Estou com pressa … Estou com pressa para viver com a intensidade que só a maturidade pode dar.

Eu pretendo não desperdiçar nenhum dos doces que eu tenha ou ganhe… Tenho certeza de que eles serão mais requintados do que os que comi até agora.

Meu objetivo é chegar ao fim satisfeito e em paz com meus entes queridos e com a minha consciência.

Nós temos duas vidas e a segunda começa quando você percebe que você só tem uma…

terça-feira, 22 de março de 2022

Nós combinamos!

 


Alguém o questiona:

- Está feliz?

Responde ele sorridente:

- Sim. Estou!

Agora o menino que era tão sincero deu pra mentir. Só observo. Quem o puxara conversa sai à francesa... Ele fica sério mais uma vez. Pergunto-me: Por que ele mente para si mesmo? Não vejo resposta, o pergunto:

- Está tudo bem?

- Sim, está!

- Não parece!

- Oras, por quê?

- Porque sim. Por que mentiu?

- Eu menti? Quando?

- Agora mesmo, para aquele sujeito que saiu sem se despedir.

- Não menti, não! Por que você diz isso? Deu para beber agora?

- Não, não bebi, bêbados não vêem a realidade.

- E você vê?

- Sim, principalmente quando as pessoas metem tão mal quanto você!

Ele balançou a cabeça num gesto de indecisão e me perguntou:

- Você está muito ocupado?

E foi assim que nossa amizade começou. Eu o ouvi atenciosamente tudo que se passava e por um momento tive vontade de abraçá-lo e apertá-lo fortemente.

Era amizade, a mais sincera, eu sei. Tinha a pureza dos anjos e uma maturidade incrível. Fui logo dando palpites, palpites não, opiniões, seus problemas eram tão confusos, mas não media esforços para ajudá-lo e ojudei muito, quase tudo tinha uma diquinha minha. Um dia ele olhou profundamente em meus olhos e disse:

- Eu encontro minhas respostas em você! Não sei mais o que seria de mim sem você por perto.

Eu, meio grato, meio envaidecido, meio envergonhado o respondo num tom vermelho:

- E a minha melhor ocupação é te ajudar, meu maior prazer é mostrar-te o caminho. Se te faço feliz, saiba, eu reflito você!

Daquele dia em diante eu sabia que seríamos eternos e que a melhor parte de mim seria para fazê-lo sorrir.

Meu nome? Tempo, e o dele, Amor.

Dandhara Jordana.

segunda-feira, 21 de março de 2022

Qual o tamanho do seu preconceito?

 

Por Luana Costa


Que todos temos preconceito sobre cor, raça, religião, posição social... Isso já sabemos. Mas até onde vai o seu?
O preconceito não é simplesmente excluir alguém por ser negro, é também quando você acha que alguém não é capaz de pagar a conta por estar "mal vestido" ou por pensar que uma pessoa que nunca estudou seja ignorante.

                O preconceito está em alta, desde que a homossexualidade virou tema das conversas convencionas e das discussões do senado, as pessoas se revoltaram, rasgaram o smoking e tiraram as sandálias, e já começaram a falar o que realmente escondiam por trás dos sorrisos falsos da modéstia.

 A mulher adota o cachorro de rua, ignorando o mendigo. O político compra uma ambulância nova e deixa faltar remédios e equipamentos no hospital. A hipocrisia como mãe do pré-conceito!

                Quantas vezes você não foi numa loja nova e aparentemente elegante e foi ignorada pelas vendedoras só por estar de shorts e chinelo? Esse conceito de seguir idéias alheias é se esquivar de objetivos importantes. Há muito mais na vida que ser estúpido com alguém por não ser do jeito que você gostaria.

             O preconceito não é de hoje, nem deixará de ser amanhã, não é só isso ou aquilo é além do que enxergamos, e suas conseqüências podem ser traumáticas e ainda catastróficas. Nunca se sabe o tamanho que as coisas podem levar, então dar uma oportunidade antes de julgar alguém pode ser benefico.

quinta-feira, 17 de março de 2022

“Futebol, política e religião não se discute!”



Por Dandhara Jordana

Como assim não se discute?

Se tudo no mundo tem uma política, inclusive futebol e religião! Discute-se sim. Oras, quem foi que inventou essa frase sem sentido? Deve ter sido um medroso, um fracassado qualquer!

Não é porque pensamos diferente que devemos nos calar para não ofender o outro. Estou falando de discutir não de desrespeitar a idéia do próximo. Se eu torço praquele time, se eu sigo aquela religião, se eu sou a favor ou contra a um partido político eu tenho os meus motivos e devo sim os expor e saber por que tuas opiniões são contrárias as minhas. Não sou obrigada a concordar, mas preciso, no mínimo, saber por que você pensa de tal modo.

Uma coisa é certa “quando um burro fala o outro abaixa a orelha”! Nada mais justo. Defender a minha tese e tentar te convencer a pensar como eu pensão é uma conseqüência natural dos fatos.

Somos livres e vivemos em um país “democrático” e cada qual deve se posicionar diante das situações do jeito mais favorável a si. Ao contrário do que muitos acham discutir não significa brigar, principalmente quando a discussão ocorre entre pessoas inteligentes. Fica a dica!

DANDHARA JORDANA DE ASSIS OLIVEIRA

quarta-feira, 16 de março de 2022

As sandálias pretas

 


Coisas lindas que andam por ai: “As sandálias pretas”, um texto de Marisel Hilerio, que foi divulgado como sendo de Gabriel Garcia Márquez. Um convite para viver melhor a vida.

Por Marisel Hilerio (*)

A última vez que dei um calçado de presente para minha mãe, foram umas sandálias pretas.

Ela usou as tais sandálias no mesmo dia. Quando percebi isto, me surpreendi. Afinal, eu havia comprado aquelas sandálias pensando que ela as usaria num “dia especial” e lhe perguntei: “Por que estrear tão rápido?”

Ela me respondeu: “Ah, e seu eu morrer amanhã? ... Outra pessoa vai estrear. Não filho, é melhor estrear hoje mesmo!”

Dois meses depois minha mãe faleceu.

Hoje lembrei novamente das sandálias pretas que dei para minha mãe, já desgastadas, e me perguntei:

- O que estamos esperando para estrear?

- O que é um dia especial? ... Sendo que a vida se vive uma só vez.

- Assim passamos a vida ... esperando pelo momento adequado, pelo momento certo, pelo dia especial para estrear aquilo que nos fará sentir melhor.

- Quanta gente chegou até aqui sem dizer o que quer, sem vestir o que gosta, sem ter voltado a algum lugar ou sem ter pedido perdão?

- Amores que nunca aconteceram ... por esperar o momento certo para revelar?

- Os casamentos que terminaram porque o outro ... não pediu “perdão” primeiro?

- Os amigos que deixaram de conversar ... por um mal entendido?

- A família que não voltou a se reunir ... porque não achou uma data?

- Os sonhos que ficaram em sonhos ... por esperar uma oportunidade?

- As pessoas honestas que perdemos ... porque eram sinceras e isso nos magoou?

- E se não chegar o amanhã?

- O que deixaste de estrear ... para que outro estreie?

- Quem você deixou ... para outra pessoa amar?

- Que palavras você não pronunciou?

- Com que perdão no peito você ficou?

- A quem você deve uma explicação?

- A quem você deveria ter dado uma chance?

- Para quem você deveria ter fechado a porta, sem nunca olhar para trás?

- Que aventuras você deixou de fazer?

Guardamos palavras não usadas, companhias, sentimentos, sonhos ... só pelo medo do fracasso, por vergonha ou pior, por orgulho!

E assim acalmamos nossos batimentos cardíacos, sem nos darmos conta que ficamos inertes diante da vida, por esperar o amanhã.

O AMANHÃ não existe ... é apenas uma esperança, uma ideia que pode não acontecer, só temos ... o HOJE.

Estreie seus sapatos antes que outro o faça ... lute pelo que você ama, lute pelos seus sonhos e viva tentando antes que outro se atreva a fazer melhor.

Lembre-se:

- Viva a Vida!

- Em todas as manhãs, quando abrimos os olhos nesta terra de “loucos”, é como se Deus está nos dizendo: “Vamos! ... Continue! ... Atreva-se a tentar, arrisque ... Talvez este seja o dia, e se você falhar, não se preocupe ... Eu estarei aqui, e se você vencer ... também. 

Hoje estive no mesmo lugar onde está o seu corpo, em silencio e com lágrimas nos olhos lembrei-me das sandálias pretas ... e lembrei que eu queria usar uns mocassins coloridos e por medo que molhassem ... não usei!

E daí se eles molhassem? ... Deixe que sequem.

E se estragarem? ... Eu os terei usado.

E daí se não puder mais usá-los? ... Eu tentei.

Agora, estava aqui pensando:

HOJE é um bom dia para calçar uns sapatos novos.

Para começar a tornar seus sonhos em realidade.

Você ainda tem algo para estrear?

(*) Marisel Hilerio Rivera é escritora porto riquenha

terça-feira, 15 de março de 2022

Tia Rosa

Por Luana Costa 


Luana Costa
Tenho saudades dela
Do sorriso tímido,da juventude bela
Do carinho e amor que foram marcados em mim como herança
e a mania de lavar a louça
Do rosto não me lembro, cuja esperança é vê-la em sonhos

Ela não podia falar,mas sua voz doce ouvia-se apenas pelo seu olhar
Tão pouco podia me ouvir,compreendia apenas pelo meu sorriso
Apaixonada por um mundo limitado e tão pouco aproveitado
Não, não a conheci
Tinha eu apenas três anos quando a deixei de ver

Vejo-a como um anjo no meu coração
Chorei tanto pela saudade que tenho 
De alguém cuja personalidade sinto, mas não me recordo
Rosa, foi tão cedo para um lugar que não alcanço
Roubou-me as memórias, cujo sofrimento me parece maior

Vinte e três anos de uma vida que não pôde viver mais
Vinte e um anos de um coração que sente sua falta

Teria ela hoje, quarenta e um anos
Casada e com imensos filhos, pois adorava crianças
E eu a adoraria, seria para mim a 'grande tia'
Não que deixe de o ser, para mim ela ainda vive no meu coração


(Homenagem a minha tia Rosa
Cuja personalidade não pude desfrutar por muito tempo,
mas suficiente para ama-la. Saudades)

Luana Costa em  em Marcas do Tempo

segunda-feira, 14 de março de 2022

Poça d'água

 


...”Na rua uma poça d'água, espelho da minha mágoa, transporta o céu para o chão”...

(Newton Teixeira e Jorge Faraj)

Trecho do poema, do clássico da música popular “A Deusa da minha rua”. É composição de Newton Teixeira e Jorge Faraj, foi cantada por grandes nomes como Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Silvio Caldas entre outros. Como diriam os mais velhos, “é música dos tempos em que se tinha vergonha na cara”.

A música fala de um apaixonado morador de uma rua modesta em que havia uma mulher linda, uma Deusa, um sonho de beleza e encantamento. Descreve a rua esburacada, com poças d’água, enfatiza a modéstia desta rua e salienta, rebatendo a precária ou nenhuma pavimentação da rua, com a importante beleza de uma moradora que encanta e paralisa o olhar dos que a fitam.

Talvez você prezado leitor, não tenha a sorte do autor desta música, talvez em sua rua, não viva uma Deusa, talvez em seu portão não passe nenhuma mulher sinuosa, mas estamos certo que em algo você se identifica, temos certeza de que em sua rua há uma poça d’água, principalmente nestes tempos de crise e de chuva em abundância, evidentemente há aquela poça transportando o céu para o chão, é lindo, a poça reflete a luz da lua é de fato poético . E se em sua rua há além da poça d’água uma Deusa, parabéns coincidentemente, foi em situações como a sua, que a música A Deusa da minha rua foi escrita.

Talvez buracos na rua, sirvam para inspirar outros poemas como o clássico que hora citamos, afinal os bons poetas tiram canções até mesmos das situações adversas a exemplo de Amélia que achava bonito não ter o que comer. Quem acha que buracos na rua, poças d’água sirvam apenas para as deixar feias, aos motoristas que tiveram seus automóveis danificados, a você que já teve que ir na contra-mão para desviar de um buraco, saiba, rua feia esburacada, inspirou Newton Teixeira e Jorge Faraj fazer acontecer A Deusa da minha rua, um clássico. Quem sabe nossas ruas também faça fluir alguma poesia e desta forma termos mais um clássico? Assim diremos, “nem tudo está perdido nesta terra onde as ruas tem buracos”

 Por Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.

sexta-feira, 11 de março de 2022

Combustíveis da Petrobrás dão novo salto: desde janeiro de 2021, preços da gasolina sobem 13 vezes e o do diesel, 11

General Joaquim Silva Luna, presidente da Petrobras. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Escalada dos preços - Gasolina e diesel da Petrobrás têm maior alta desde janeiro de 2021

Por Alessandra Martins*

No Viomundo

O aumento de 18,7% da gasolina e de 24,9% do diesel S-10, anunciado hoje (10/03) pela Petrobrás, é o maior reajuste promovido pela estatal desde janeiro de 2021, quando teve início a escalada dos preços dos combustíveis no país.

É a segunda vez neste ano que a Petrobrás sobe o valor da gasolina e do diesel vendidos em suas refinarias.

O primeiro reajuste foi em 12 de janeiro, com alta de 4,9% no preço da gasolina e de 8,1% no litro do diesel S-10.

Com esse novo aumento, a gasolina deverá ultrapassar os R$ 7 na média nacional e o diesel poderá chegar ao valor médio de R$ 6,46 nos postos de abastecimento.

Levantamento do Observatório Social da Petrobrás (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), aponta que desde janeiro do ano passado o maior aumento havia sido registrado em 19 de fevereiro de 2021.

Na época, a gasolina ficou 10,2% mais cara e o diesel, 15,2%.

Nesse período, incluindo a alta de hoje, a Petrobrás já aumentou 13 vezes o preço da gasolina e 11 vezes o do diesel.

Apesar do novo reajuste, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, privatizada em dezembro do ano passado, continua com os preços acima da média da estatal.

A Acelen, gestora de Mataripe, vende o litro da gasolina 6,8% e do diesel 2,8% acima da média da Petrobrás. Em relação à gasolina, é o maior preço entre todas as refinarias do país.

“Os combustíveis já foram responsáveis por praticamente metade da inflação do ano passado. Em 2021 a Petrobrás vendeu petróleo e produtos derivados pelos maiores preços de sua história, como apontam os demonstrativos financeiros da companhia, inclusive gerando lucro acima dos R$ 100 bilhões. Temos muito petróleo e um grande parque de refino e não precisamos ser reféns dos preços internacionais. A Petrobrás tem condições de segurar os preços em prol da população brasileira, sem que isso lhe gere prejuízo”, afirma Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps).

*Alessandra Martins é jornalista, assessora de Imprensa do Observatório Social da Petrobrás (OSP).

quinta-feira, 10 de março de 2022

Indicador de emprego cai ao pior nível desde agosto de 2020

 


De acordo com o FGV Ibre, o pior desempenho foi do indicador de Situação Atual dos Negócios da Indústria.

Por Mariana Mainenti

No Portal Vermelho

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) do FGV IBRE piorou pelo quarto mês consecutivo, cedendo 1,4 ponto em fevereiro, para 75,1 pontos, menor nível desde agosto de 2020 (74,8 pontos). Em médias móveis trimestrais, o IAEmp também caiu, desta vez, 2,6 pontos, para 77,8 pontos, informou nesta terça-feira (8), o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre).

“O IAEmp voltou a cair em fevereiro, seguindo a tendência negativa dos últimos meses. Os últimos resultados sugerem que a recuperação do mercado de trabalho deve ser mais lenta do que a ocorrida em 2021, para o mercado de trabalho. O ambiente macroeconômico difícil e potenciais riscos de aumento da incerteza global, não permitem vislumbrar uma mudança na trajetória do indicador no curto prazo”, afirmou Rodolpho Tobler, economista do FGV IBRE, em comunicado da fundação.


De acordo com o FGV Ibre, no mês de fevereiro, todos os componentes do IAEmp contribuíram negativamente para o resultado, exceto o indicador que mede a Situação Atual dos Negócios no setor de Serviços, cuja contribuição foi de 0,5 ponto. O principal destaque negativo foi o indicador de Situação Atual dos Negócios da Indústria, que reduziu 1,0 ponto a variação do IAEmp no mês. Além disso, os indicadores que medem a Tendência dos Negócios nos próximos seis meses e as intenções de contratação nos próximos três meses (Emprego Previsto), ambos no setor de Serviços, contribuíram-0,3 e -0,3 ponto, respectivamente para a variação do indicador.



Com informações do portal da FGV Ibre

quarta-feira, 9 de março de 2022

Luciana Rafagnin: Todo dia é dia de barrar a violência contra as mulheres

Rafagnin: "Temos inúmeras possibilidades de quebrar com esse fluxo de violência e de desigualdades estruturais". Foto: Divulgação

”Temos de incorporar às nossas ambições de evolução da sociedade o compromisso de homens para barrar os retrocessos e o avanço desenfreado e reativo da violência contra as mulheres”, aponta Rafagnin.

PT Nacional

Incorporamos no calendário de lutas e de organização das mulheres, em seus diferentes espaços de atuação, as reflexões e mobilizações do 8 de março, dia internacional da mulher, que são necessárias e importantes para a conscientização coletiva e para a transformação da realidade, muito a partir do resgate histórico do ativismo de tantas e tantas mulheres, antes de nós, que construíram com resistente bravura as bases dos direitos, das conquistas e dos avanços sociais que temos hoje.

Isso precisa continuar, sem dúvida, no sentido de aumentar a visibilidade e o protagonismo das mulheres, só que temos de incorporar também às nossas metas e ambições de evolução da sociedade a conscientização e o compromisso de homens para barrar os retrocessos e o avanço desenfreado e reativo da violência contra as mulheres.

É papel também nosso e daqueles companheiros conscientes e comprometidos com a erradicação de todas as formas de violência de gênero e de violência contra as mulheres a chamada de atenção para a violação de direitos humanos, o aconselhamento, a denúncia e a responsabilização de quem ainda insiste em reproduzir as relações desiguais, discriminatórias e misóginas da cultura machista e do patriarcado.

Essa reprodução bate indistintamente na porta de todos e precisamos lembrar os companheiros homens que são pais, filhos, irmãos, amigos, colegas de trabalho, maridos e namorados de outras mulheres os riscos embutidos na perpetuação desse mal e desse atraso bárbaro do desrespeito e das violências.

Uma das formas mais cruéis e invisíveis é pela banalização, que, por sua vez, se sustenta na impunidade e na omissão.

Não se trata apenas de denunciar, mas de assumir a responsabilidade de estancar a semente dessa violência no momento em que o melhor amigo, parente, conhecido faz aquela piadinha

ou comentário nojento, quando julga ou ofende uma mulher pelo que ela veste, como se apresenta, quando se acha no direito de importunar, quando critica ou interrompe uma colega de trabalho pelos mesmos motivos que não calaria ou questionaria um colega homem ou ainda quando ouve o vizinho, familiar, desconhecido na rua ofender e até desrespeitar e agredir a companheira, sem se incomodar com isso.

Temos inúmeras possibilidades de quebrar com esse fluxo de violência e de desigualdades estruturais e não é vergonha se manifestar quando a oportunidade se impõe à nossa frente, muito pelo contrário.

A banalização ou ostentação chegou ao ponto de uma figura pública, na última semana, se referir às mulheres ucranianas, vítimas e refugiadas da guerra em seu país, como “fáceis” de serem violadas por serem “pobres”.

O fato do noticiário repercutir essa postura abominável, por se tratar de algo que aconteceu, não choca tanto quanto imaginar a aceitação desse pensamento nefasto por inúmeras pessoas que comentam aberta ou anonimamente nas redes sociais em defesa desse crime, aumentando sua espetacularização.

Pior, trata-se de um candidato a cargo público de grande responsabilidade institucional, que pretende ter nas mãos o comando das políticas, inclusive as de segurança pública, do seu estado.

Nesta pandemia, ficou evidente o perigo de a sociedade permitir que pessoas com tamanha perversidade detenham o poder público de ditar comportamentos sociais.

Milhares de pessoas tiveram suas vidas ceifadas pelo descaso, pela ignorância, irresponsabilidade e pela confusão instaurados.

As mulheres, em 2018, lideraram uma grande mobilização para protestar diante do iminente perigo. Muitos homens também se somaram nessa corrente, mas não foi o suficiente.

Neste último final de semana, como se repete no país todo, mais uma mulher foi morta em episódio hediondo de violência doméstica e familiar em Francisco Beltrão.

O crime ainda é objeto de apuração das autoridades, mas já engrossa as estatísticas que colocam o Brasil no vergonhoso 5° lugar no ranking de feminicídios no mundo.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em 2020, houve um aumento de 22% nesses crimes e, no primeiro semestre do ano passado, o Brasil atingiu o maior patamar desde 2017, com cerca de quatro feminicídios por dia em média.

Temos, portanto, uma figura pública que encontra na pobreza o ambiente permissivo e facilitado para a prática do crime sexual e, isso, num país em que 20 milhões de pessoas passam fome e 117 milhões sofrem algum tipo de insegurança alimentar.

Vamos precisar de toda reação possível diante da banalização desse discurso, somar todos os esforços e consciências de homens e de mulheres, que buscam mudar a seguinte realidade: uma mulher é vítima de estupro a cada dez minutos, cerca de 100 feminicídios ocorrem por mês no país, uma travesti ou mulher trans é assassinada a cada dois dias no Brasil e em que 30 mulheres sofrem agressão física por hora.

Por isso, precisamos juntar forças com todas as pessoas cientes da sua responsabilidade de respeitar e de ensinar o respeito às mulheres para ampliar essa conversa, essa luta e essa conscientização.

Vamos fazer uma onda transformadora que começa no menor gesto e na grande ação individual de manifestar simplesmente: “Basta! Isso acaba aqui”!

* Luciana Rafagnin é agricultora familiar, cientista política e deputada estadual pelo PT do Paraná.

Via - Viomundo

terça-feira, 8 de março de 2022

Vivaldo Barbosa: Lembrem-se da crise dos mísseis em Cuba que quase gerou uma guerra nuclear

 

A guerra só foi evitada, porque alguns líderes se comportaram como estadistas, entre os quais Nikita Kruschev, da então União Soviética, e John Kennedy, presidente dos EUA


No Viomundo

Quando, em 1962, a humanidade tremeu diante da crise que se criou acerca dos mísseis que se instalavam em Cuba, com a possibilidade de uma guerra nuclear mundial, o mundo foi salvo pelas atitudes de alguns dirigentes que se portaram como estadistas.

Agora, sofremos com o cenário de guerra na Ucrânia, assistimos a alguns horrores de guerra, embora limitada, e o pior: estamos sem estadistas.

Quando o Governo Kennedy descobriu que mísseis estavam sendo instalados em Cuba pelos russos, a poucas milhas do território americano, reagiu de forma enérgica, assumindo as últimas consequências. Com muita justificativa.

Por outro lado, Cuba e Fidel precisavam se garantir contra outra invasão da Ilha, como aquela na Baía do Porcos, arranjada pela administração anterior de Eisenhower.

Ele era grande figura daqueles tempos, a começar pelo fato de ter comandado as forças que derrotaram Hitler até ter sido o Presidente americano que cobrou o imposto de renda mais elevado dos ricos. Mas deixou passar os que adoravam fazer guerras.

Kennedy manteve a firmeza, mas soube negociar.

Kruschev, o líder russo, soube tirar proveito da situação e obteve compromisso do próprio irmão de Kennedy e de seu Ministro da Justiça em negociação direta: Cuba não seria invadida e os americanos retirariam seus mísseis da Turquia e de outras áreas, que era certamente o que os russos queriam quando estavam instalando seus mísseis em Cuba.

Os mísseis voltaram para casa e o mundo respirou em paz. Com estadistas, mesmo com muitos defeitos de cada lado, é outra coisa.

Agora, a OTAN, aliança militar que não deveria existir para o bem da paz, sob o comando americano, instala bases e se implanta em diversos países ao redor da Rússia, assentada em governos pequenos e medíocres, eleitos em processos confusos a partir do fim da União Soviética.

A Rússia, já machucada pela extinção de um sistema político que ela comandava desde 1917, que havia gerado a segunda economia do mundo, grande população, imenso território, tecnologia avançada, vê-se cercada mais de perto na Ucrânia, com inimigos declarados que poderiam até usar armas nucleares, parte para o horror da guerra. Guerra que a humanidade já não mais imagina vivenciar.

Pela ausência de estadistas, a humanidade já havia amargado guerras estúpidas, idiotas, desde a Coreia e a cruel Guerra do Vietnã até mais recentes na Iugoslávia, Kosovo, Iraque, Líbia, Afeganistão e a pobre gente que sofre no Iêmen sob as armas sauditas/americanas.

Paira outro mal sobre todas as nossas cabeças: o aumento do fascismo nas áreas acobertadas pela OTAN, como se evidenciam nos grupos neonazistas na Ucrânia, com conexões malévolas até no Brasil,

Falta um estadista na Europa, à semelhança de De Gaulle, que se imponha diante do poder dos Estados Unidos para dizer aos americanos e aos russos que é preciso ter polos de equilíbrio no mundo, que se respeitam e dialogam para o bem da humanidade, e que nenhum país pode ser encurralado.

Acima de tudo, que seja capaz de conter essas áreas fascistas que se avolumam, se espalham e ganham poder armado.

A Europa teria este grande papel, mas está subjugada, sem estratégia própria à altura da sua história, sua economia e valor do seu povo.

Nos faz lembrar novamente Eisenhower: todos submetidos aos interesses da indústria armamentista, agora de braços dados com o sistema financeiro.


*Vivaldo Barbosa foi deputado federal Constituinte e secretário da Justiça do governo Leonel Brizola, no RJ. É advogado e professor aposentado da UNIRIO.

segunda-feira, 7 de março de 2022

Lenda do futebol egípcio à Fifa: A decisão de excluir a Rússia de torneios internacionais deve ser aplicada também a Israel

 


O ex-jogador e hoje comentarista esportivo Mohammed Aboutrika, lenda do futebol egípcio, sugeriu que, pelos critérios adotados, a FIFA deveria impor às equipes israelenses as mesmas sanções que foram impostas às equipes russas – ou seja, a exclusão de qualquer competição internacional.

É a velha história de dois pesos e duas medidas.

Os horrores da guerra são injustificáveis em qualquer canto, mas mesmo as maiores crises humanitárias não passam de moedas de troca nas mãos das grandes potências ocidentais e de suas organizações.

Não é à toa que alguns jogadores árabes estão se recusando em campo a prestar aquela solidariedade cênica, imposta pela cartolagem, à Ucrânia.

Isso está bem longe de ser uma falta de empatia ou de solidariedade.

É coerência, consciência; uma manifestação legítima de indignação e revolta por toda uma história de marginalização e indiferença dos organismos internacionais em relação à violência cometida pelo Ocidente contra os povos do Oriente Médio, da África e de outros tantos lugares que foram destroçados e já nem geram mais comoção.

No fim das contas, o que o povo ucraniano tem de diferente do povo palestino?

Via - Viomundo

quinta-feira, 3 de março de 2022

Poeta Romano da mãe Dágua


 No Catingueira Notícia

ANTÔNIO ROMANO Caluetê, 1840–1891, é o mesmo Romano da Mãe D’Água, porque nascera e residia no Saco da Mãe D’Água, no município de Teixeira, Paraíba. Era irmão do cangaceiro-cantador Veríssimo do Teixeira e pai de Josué Romano, cantador famosíssimo. Chamavam-no também de Romano do Teixeira, o Grande Romano. Foi o mais célebre cantador do seu tempo. Ficaram memoráveis nos fastos da cantoria o desafio e Romano com Manuel Carneiro, em Pindoba, Pernambuco, e o combate com Inácio da Catingueira, no mercado-público de Patos, Paraíba, e que durou oito dias, segundo Rodrigues de Carvalho. Faleceu a 1º de março de 1891, repentinamente, trabalhando no seu roçado num domingo.

Num embate de Josué Romano com Manuel Serrador, o filho do cantador afamado assim apregoou as glórias paternas:

Eu me chamo Josué, Filho do Grande Romano, O cantador mais temido Que houve no gênero humano: Tinha a ciência da abelha, Tinha a força do oceano!...

Romano conhecia as ciências populares e delas tirava efeito seguro. Seus versos estão deturpados e dissolvidos nas gestas de outros cantadores. Raros serão os verdadeiros, entre os muitos apontados como autênticos pela tradição.

Um fato curioso de sua vida foi a visita que fez ao irmão Veríssimo na cadeia de Teixeira. Veríssimo era cangaceiro da quadrilha de Viriato. Condenado a sete anos de prisão, passou-os tocando viola e cantando desafio com ele mesmo. Romano foi visitá-lo e o comandante do destacamento, sertanejo autêntico, permitiu um encontro dos dois, de viola em punho, dentro da cadeia. E cantaram juntos, como se estivessem num pátio de fazenda, em noite de lua, sob aplausos.

INÁCIO DA CATINGUEIRA, negro escravo do fazendeiro Manuel Luiz, cantador lendário e citado orgulhosamente por todos os improvisadores do sertão. Seus dotes de espírito, a rapidez fulminante das respostas, a graças dos remoques, a fertilidade dos recursos poéticos, a espantosa resistêcia vocal, ficaram celebrados perpetuamente. Sendo negro e analfabeto não trepidou enfrentar os maiores cantadores do seu tempo, debatendo-se heroicamente e vencendo quase todos. Foi o único homem que conseguiu derrubar Romano da Mãe D’Água, depois de cantarem juntos oito dias em Patos, luta que é a página mais falada nos anais da cantoria sertaneja. O Grande Negro nasceu no dia de santo Inácio Loiola, 31 de julho, na fazenda e povoação de Catingueira, perto de Teixeira, Ribeira do Piancó, Paraiba, e faleceu aí, sexagenário, em fins de 1879.

(Extraído de CASCUDO, Luís da Câmara. Vaqueiros e Cantadores, p. 169, 170, 256-258)

Nenenzin Pereira.

terça-feira, 1 de março de 2022

Inácio da Catingueira

 


Sem sobrenome por ser filho de pai desconhecido, o maior fenômeno da cultura popular de Catingueira, nasceu aos 31 de julho, dia em que a igreja homenageia o Santo Inácio de Loiola, do ano de 1845. Sua Mãe, uma negra africana de nome Catarina, só foi batizada em 1902, pelo Bispo Dom Adauto, época em que já contava 118 anos de idade. Seu genitor, segundo alguns indicativos, era um homem branco, residente na região. Por esse motivo, há quem discorde das informações de que Inácio da Catingueira era puramente negro e sim mestiço, de cor escura mas de pele fina, cabelos corridos, conservando um pequeno cavanhaque e um bigodinho acanhado. Afirmam, que era simpático, de estatura satisfatória, olhos pretos e dispondo de uma voz forte e agradável. Seu instrumento era um pandeiro, que até hoje prevalece nas emboladas de coco, enfeitado com um laço de fita, guizos de prata de dois mil réis e tampo de couro cru, retinindo a cadência de seus versos quentes e empolgantes.

O nome em destaque nasceu no Sítio Marrecas, como escravo de Manoel Luiz de Abreu, mas, também, foi cativo por herança de Francisco Fidié Rodrigues de Sousa, genro do mesmo. No inventário, Inácio da Catingueira, constou como bem, em valor de valor de 1.200$000 (um conto e duzentos mil réis). Tal partilha foi procedida na residência do senhor Nicolau Lopes da Silva, filho da viúva Ana Joaquina da Silva, em 13 de fevereiro de 1875, oportunidade em que Inácio da Catingueira já contava 30 anos de idade e era considerado um imenso bem humano. No dia 22 de março, em seguida à partilha, o inventário foi homologado pelo Juiz, Dr. João Tavares de Melo Cavalcante Filho. O Histórico documento encerrou-se com distribuição das custas aos serventuários da justiça, em 21 de abril do mesmo ano.

Inácio da Catingueira, que analfabeto, teve como grande trunfo para conseguir a liberdade, o talento poético, com o qual sensibilizou o seu senhor. Não chegava a ser impedido de se ausentar da morada para qualquer viagem, por mais que demorasse e, ainda por cima, era dono de tudo o que conseguia como humilde artista.

O acontecimento que o tornou conhecido é tido também, como a maior peleja entre dois cantores já ocorrida na região. O desafiante seria outro poeta, não escravo e já afamado, conhecido por Romano da Mãe D água e tal embate se daria na cidade de Patos. Contudo, a primeira vez que se deparou, com aquele que seria um parceiro por muito tempo, registrou-se na casa de Firmino Aires, oportunidade em que se fazia acompanhar de um grupo proveniente de sua terra. O objetivo era apenas conhecer, o homem tido como grande mestre. Levando para a presença do Rei dos Cantores, empunhando o seu pandeiro, o negro saiu -se com essa:

 Senhores que aqui estão

Me tirem de um engano

Me apontem com o dedo

Quem é Francisco Romano

Pois eu ando no seu piso

Já não sei a quantos anos

Surpreendido, Romano devolveu-lhe o seguinte verso:

 Senhor me diga o seu nome

Que eu quero ser sabedor

Se é solteiro ou casado

Aonde é morador

Se acaso for cativo,

diga quem é seu senhor

 

Sem qualquer rodeio Inácio finalizou:

 Seu Romano eu sou cativo

Do senhor Mane Luiz

Sou solteiro, de palavra

Que só sustenta o que diz

Inácio da Catingueira

Sou um escravo feliz.

 O célebre desafio entre os dois cantadores e que sagrou Inácio o campeão inconteste, durou oito dias, garantindo público, em Praça Pública de Patos, nas redondezas da tradicional feira, nas proximidades da Igreja da Conceição. A partir daí, por onde passava a dupla arregimentava verdadeiras multidões.

 Inácio da Catingueira veio a falecer acometido de Pneumonia, em conseqüência de trabalhos no campo, época da queima de brocas, com pouco mais de trinta e três anos de idade. Seu corpo não foi sepultado na Fazenda, como de praxe faziam com os escravos. Repousa em uma Praça, no centro da cidade, a qual leva o seu nome, tendo, inclusive, uma estátua em sua homenagem. Em vida já manifestava o temor da certeza de que um dia deixaria a sua terra querida, a dedicou quase todos os temas dos seus improvisos, antecipando o espírito saudoso, em versos como este:

 Tenho pena de deixar

A Serra da Catingueira

A Fazenda Bela Vista

A maior dessa ribeira

O Riacho do Poção,

As quebradas do Teixeira.

São lições como esta que conseguem ampliar, cada vez mais, a genialidade de Catingueira, mostrando que é a humildade a maior das virtudes. Passaram-se quase 123 anos da morte do fenômeno e a poeira do tempo não conseguiu sequer embaçar, na memória do povo, a lembrança de Inácio, sempre atrelada ao nome de sua terra. Foi um grande exemplo que resistiu a todas as intempéries para mostrar que a grandiosidade não está contida no que se tem, mas naquilo que se consegue como conquista do esforço próprio. Pitadas de sofrimento, determinação e coragem, como ingredientes da maior culinária humana.

Via - Poesia de Cordel

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