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terça-feira, 31 de maio de 2022

Divididos pela ganância do possuir

 Não é de hoje que o dinheiro tornou-se a causa da discórdia e da desunião entre os homens. Quanto mais se tem, mais se quer, quanto mais possuem, menos se aceita repartir.

Da fonte que gera o vil metal, onde homens se matam para possuí-la e comandá-la se proporciona, se alimenta e se gera muitos desafetos.

Quem se apodera do “osso”, não quer largá-lo, pois o abundante tutano, aguça a fome dos insaciáveis glutões do dinheiro. Não é de hoje que as cifras tem sido a causa da desgraça deste mundo cão, onde homens e mulheres se destroem, se difamam e se matam, não é de agora que o capital assolou valores morais e éticos, neste instante, as mentes mesquinhas, estão maquinando suas trapaças, elaborando seus planos, uns para tomar, outros para manter em suas mãos a teta açucarada que destila o leite e o mel do prazer carnal.

O dinheiro proporciona o poder, deste nasce uma ilusória sensação de imortalidade, de ser indestrutível, inatingível, inabalável. Com o poder, o homem se acha no direito de fazer e acontecer, de executar o que lhe vem na mente.

Com o dinheiro, o homem corre perigo, por este mesmo dinheiro, ele perde a sua paz, a ansiedade de possuir riquezas tem sido ao homem algo fatal para aquilo que ele tem de mais precioso, a sua própria saúde e a sua própria vida.

Mortos de sede pela posse das moedas, a ganância faz de determinados homens seres desprezíveis, nojentos e nauseantes. É impossível suportá-los, tão esganados são, que se tornam repugnantes, seu egoísmo se aflora pelos poros de suas peles. Sua voracidade é tanta, que a ninguém mais engana, todos sabem de suas intenções, que seus intuitos são unicamente em seus próprios interesses, são tidos por maléficos.

Portanto, é hora de trocá-los, de deitá-os fora e escrevermos uma história plausível num futuro que começa hoje, é hora de nos conscientizarmos que a união pelo bem comum é possível. Bons ventos podem nos soprar e que estes ventos levem para longe a ameaça da mesmice entediante em que erroneamente pensam que estamos habituados e conformados.

É preciso mudar tudo, pois também não é de hoje que temos a consciência de que nada se tem a perder quando nada se possui, quando a exclusão nos faz carentes das condições básicas de dignidade humana, é preciso nos unirmos para uma inversão da realidade.

Que venham até nós dias melhores, mas para isto, temos nós que criarmos condições que viabilizem a chegada destes melhores dias e isto só será possível com o ajuntamento de nossas forças. É grande o número daqueles que estão cansados de assistir a encenação dos cães, ladrando e brigando pela posse do mesmo osso.

O velho amado e combatido Marx dizia: “Proletários de todo mundo, uni-vos”.  
Uma nova realidade é possível, não é conto da carochinha nem histórias do faz de conta, basta trabalharmos em prol do bem comum onde juntos poderemos quebrar os grilhões desta cadeia que nos marginaliza.

Abaixo os egoístas, é possível combate-los. Pensemos nisso.

Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.

segunda-feira, 30 de maio de 2022

A grande esperança

Zilo e Zalo/Saudade Sertaneja
A classe roceira e a classe operária ansiosas esperam a reforma agrária
Sabendo que ela dará solução para situação que está precária
Saindo projeto no chão brasileiro que cada roceiro plante sua área
E nesta miséria ninguém viveria pois a produção já aumentaria
Quinhentos por cento até na pecuária.

Esta grande crise que a tempo surgiu maltrata o caboclo ferindo seu brio
Dentro de um país rico e altaneiro morrem brasileiros de fome ou de frio
Em nossas cidades ricas em imóveis milhões de automóveis já se produziu
Enquanto o coitado do pobre operário vive apertado ganhando salário
Que sobe depois que tudo subiu.

Nosso lavrador que vive do chão só tem a metade de sua produção
Por que a semente que ele semeia tem que ser a meia com o seu patrão
O nosso roceiro vive num dilema pois o problema não tem solução
Porque o ricaço que vive folgado acha que o projeto se for assinado
Estará ferindo a Constituição.

A grande esperança o povo conduz pedir a Jesus pela oração
Pra guiar o pobre por onde ele trilha e para as famílias não faltar o pão
Que Ele não deixe o capitalismo levar ao abismo a nossa nação
A desigualdade que existe é tamanha enquanto o ricaço não sabe o que ganha
O pobre do pobre vive de tostão.

(Goiá - Francisco Lázaro - Cantada por Zilo e Zalo)


O texto acima é a letra da música que tem por título “A grande esperança”, é antiga, porém trata de um assunto recente em nossa história, a questão da reforma agrária, a exclusão social que o sistema capitalista proporciona e a concentração de riqueza nas mãos de uma minoria. A composição é de Goiá e Francisco Lázaro, a música foi gravada e interpretada pela dupla Zilo e Zalo, ambos compositores e cantores, são clássicos no gênero da música caipira, gênero este que enriquece a diversificada manifestação cultural do nosso país. Com uma crítica ácida ao sistema capitalista, a dupla e os compositores na época, enfrentaram problemas com a censura imposta pela ditadura militar, a música foi então vetada, proibida de ser tocada e comercializada em 1965, pelo então presidente Castelo Branco, uma época em que os militares travaram guerra contra os comunistas, por criticar o capitalismo e ser favorável a reforma agrária a música foi considerada subversiva. Foi, no entanto, apenas mais uma das tantas formas de indignação, caladas pela mão opressora da classe dominante e ditatorial que manchou nossa história política nos cobrindo de revolta, luto e vergonha.

Por: Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.

sexta-feira, 27 de maio de 2022

O PROFETA GENTILEZA

 

É típico nas cidades haver uma pessoa de destaque, são figuras urbanas, geralmente são andarilhos, doidos mansos ou agressivos que por sua personalidade forte e sua constante presença em locais públicos, fazem parte do cotidiano das pessoas e acabam se tornando patrimônios da cidade onde moram.



A cidade do Rio de Janeiro jamais terá outro personagem que se iguale a José Datrino, conhecido popularmente como “O Profeta Gentileza”. Figura de destaque na cidade do Rio de Janeiro, o profeta gentileza adotou uma filosofia de vida onde a fraternidade o amor e a salvação dos homens seria  alcançada através da gentileza, “gentileza gera gentileza”.
Desta forma José Datrino criticava e denunciava o mundo regido pelo capeta capital que vende e destrói tudo, o andarilho anunciava a gentileza como o remédio de todos os males.

Vestia-se de branco, cajado em uma das mãos, barbas longas, gentileza era o típico profeta descrito em livros, pensador e crítico do sistema e do modo de vida ganancioso dos homens e da opressão, gentileza pregava sua filosofia pelas ruas do Rio até Niterói, Andava pelos transportes públicos e escreveu nas pilastras do viaduto que vai do cemitério do Caju até a rodoviária do Novo Rio, mensagens de otimismo ou denunciando as mazelas do mundo.

Enquanto viveu, o profeta gentileza adquiriu admiradores de todos os níveis sociais, artistas, políticos intelectuais e anônimos guardavam de qualquer forma algum carinho ou atenção pelo atípico cidadão que adotou um sistema de vida singular naquela cidade. Gentileza morreu em 1996 por morte natural, vândalos picharam seus escritos nos murais e pilastras do viaduto onde gentileza deu o seu recado, mais tarde os murais foram pintados de cinza o que apagou os escritos deixados pelo profeta.

O fato revoltou a sociedade, porém em 1999 a prefeitura do Rio de Janeiro encabeçou o movimento “Rio com gentileza” objetivando recuperar os escritos deixados pelo profeta, no ano 2000 os escritos nos murais foi recuperados e suas mensagens sempre em verde e amarelo foram mantidas e são zeladas como patrimônio histórico da cidade.

Na música, o profeta foi homenageado por Gonzaguinha e Marisa Monte, ambas as obras tem o título gentileza. O Professor Leonardo Guelman publicou no ano 2000 o livro “Tempo de Gentileza” pela editora da Universidade Federal Fluminense onde conta a história do profeta e filosofo das ruas do Rio.

José Datrino por sua vez alertava as pessoas a se desviarem dos seus descaminhos e adotassem a solidariedade através da gentileza entre as pessoas.
Com certeza todos nós precisamos aprender o que tanto nos ensinou o profeta Gentileza.
Salve José Datrino. Viva Gentileza.

Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA

quinta-feira, 26 de maio de 2022

TANTO HORROR PERANTE OS CÉUS

 


Quando se perde a confiança em alguém, de fato esta confiança estará para sempre arruinada, não haverá  eficácia nem recurso capaz de restitui-la, será como nódoa indelével em lençol branco. Assim como o gato escaldado que por medo, evita a água ainda que ela esteja fria, aquele que traiu despertará no traído, o mesmo receio do felino pela água.

Até onde vai a honestidade de um ser humano? Por que será que a honestidade é tão vulnerável às tentações? Onde estarão os justos pelos quais deveríamos confiar? Por onde andam aqueles que não se deixarão levar pelas seduções do vil metal e pela grandeza de seus egoísmos?

Por que céus, a carne é mais forte que a consciência? Pela vulnerabilidade destes humanos que em vão querem posar de imaculados, é que perecemos. É por isso que presenciamos, lemos e ouvimos sobre práticas humanas que assolam uma sociedade.

É devido aos corruptíveis tomados pelo câncer do egoísmo é que a base da pirâmide social sofre as consequências de atos falhos, praticados por uma tripulação voltada aos interesses somente daqueles que estão inseridos dentro de um estreito círculo composto de aves de uma só plumagem.

Quem está à margem desta ilha onde alguns tiram benefício próprio, é toda uma sociedade, esta sociedade pois, estagna-se na mediocridade do descaso e amarga as péssimas condições de sobrevivência que lhe é imposta.

Quantos horrores esperam uma sociedade fustigada pela desatenção de suas necessidades mínimas...
Quem nos livrará das laçadas daqueles que agem de má fé? das práticas intencionais feitas por quem ao contrário, deveria suprir aos anseios sociais?

Porém, quem deveria nos assistir, assiste aos seus próprios caprichos e aos caprichos de uma minoria tida como privilegiada por estar inserida na parte interior de seu estreito círculo.

Até quando triunfarão os ímpios?

Até onde seremos vítimas de arapucas armadas nas surdinas por aqueles que destroem nossa dignidade?

Conclamo em alto e bom som, Povo, Povo, acautelai-vos e uni-vos pelos seus propósitos, pois os usurpadores da nossa dignidade, a muito estão unidos, zelando pelos propósitos que só interessam a eles.

Pensemos nisso... Unidos venceremos.

Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.

quarta-feira, 25 de maio de 2022

UM DIA DE MERDA

 Aeroporto Santos Dumont, 15:30. Senti um pequeno mal estar causado por uma cólica intestinal, mas nada que uma urinada ou uma barrigada não aliviasse. Mas, atrasado para chegar ao ônibus que me levaria para o Galeão, de onde partiria o vôo para Miami, resolvi segurar as pontas. Afinal de contas são só uns 15 minutos de busão. “Chegando lá, tenho tempo de sobra para dar aquela mijadinha esperta, tranqüilo”. O avião só sairia às 16:30.


Entrando no ônibus, sem sanitários, senti a primeira contração e tomei consciência de que minha gravidez fecal chegara ao nono mês e que faria um parto de cócoras assim que entrasse no banheiro do aeroporto. Virei para o meu amigo que me acompanhava e, sutil, falei: “Cara, mal posso esperar para chegar na merda do aeroporto porque preciso largar um barro”. Nesse momento, senti um urubu beliscando minha cueca, mas botei a força de vontade para trabalhar e segurei a onda. O ônibus nem tinha começado a andar quando, para meu desespero, uma voz disse pelo alto falante: “Senhoras e senhores, nossa viagem entre os dois aeroportos levará em torno de 1 hora, devido às obras na pista”. Aí o urubu ficou maluco querendo sair a qualquer custo. Fiz um esforço hercúleo para segurar o trem merda que estava para chegar na estação ânus a qualquer momento. Suava em bicas.

Meu amigo percebeu e, como bom amigo que era, aproveitou para tirar um sarro. O alívio provisório veio em forma de bolhas estomacais, indicando que pelo menos por enquanto as coisas tinham se acomodado. Tentava me distrair vendo TV, mas só conseguia pensar em um banheiro, não com uma privada, mas com um vaso sanitário tão branco e tão limpo que alguém poderia botar seu almoço nele. E o papel higiênico então: branco e macio, com textura e perfume e, ops, senti um volume almofadado entre meu traseiro e o assento do ônibus e percebi, consternado, que havia cagado. Um cocô sólido e comprido daqueles que dão orgulho de pai ao seu autor. Daqueles que dá vontade de ligar pros amigos e parentes e convidá-los a apreciar na privada. Tão perfeita obra, dava pra expor em uma bienal. Mas sem dúvida, a situação tava tensa. Olhei para o meu amigo, procurando um pouco de solidariedade, e confessei sério: “Cara, caguei”.

Quando meu amigo parou de rir, uns cinco minutos depois, aconselhou-me a relaxar, pois agora estava tudo sob controle. “Que se dane, me limpo no aeroporto” – pensei. “Pior que isso não fico”. Mal o ônibus entrou em movimento, a cólica recomeçou forte. Arregalei os olhos, segurei-me na cadeira, mas não pude evitar e, sem muita cerimônia ou anunciação, veio a segunda leva de merda. Dessa vez, como uma pasta morna. Foi merda para tudo que é lado, borrando, esquentando e melando a bunda, cueca, barra da camisa, pernas, panturrilha, calças, meias e pés. E mais uma cólica anunciando mais merda, agora líquida, das que queimam o fiofó do freguês ao sair rumo à liberdade. E depois um peido tipo bufa, que eu nem tentei segurar, afinal de contas o que era um peidinho para quem já estava todo cagado. Já o peido seguinte, foi do tipo que pesa. E me caguei pela quarta vez.

Lembrei de um amigo que certa vez estava com tanta caganeira que resolveu botar modess na cueca, mas colocou as linhas adesivas viradas para cima e quando foi tirá-lo levou metade dos pêlos do rabo junto. Mas era tarde demais para tal artifício absorvente. Tinha menstruado tanta merda que nem uma bomba de cisterna poderia me ajudar a limpar a sujeirada. Finalmente cheguei ao aeroporto e, saindo apressado com passos curtinhos, supliquei ao meu amigo que apanhasse minha mala no bagageiro do ônibus e a levasse ao sanitário do aeroporto para que eu pudesse trocar de roupas. Corri ao banheiro e, entrando de boxe em boxe, constatei a falta de papel higiênico em todos os cinco.

Olhei para cima e blasfemei: “Agora chega, né?” Entrei no último, sem papel mesmo, e tirei a roupa toda para analisar minha situação (que conclui como sendo o fundo do poço) e esperar pela minha salvação, com roupas limpinhas e cheirosinhas e com ela uma lufada de dignidade no meu dia.

Meu amigo entrou no banheiro com pressa, tinha feito o “check-in” e ia correndo tentar segurar o vôo. Jogou por cima do boxe o cartão de embarque e uma maleta de mão e saiu antes de qualquer protesto de minha parte. Ele tinha despachado a mala com roupas. Na mala de mão só tinha um pulôver de gola “V”. A temperatura em Miami era de aproximadamente 35 graus.

Desesperado, comecei a analisar quais de minhas roupas seriam, de algum modo, aproveitáveis. Minha cueca joguei no lixo. A camisa era história. As calças estavam deploráveis e, assim como minhas meias, mudaram de cor tingidas pela merda. Meus sapatos estavam nota 3, numa escala de 1 a 10. Teria que improvisar. A invenção é mãe da necessidade, então transformei uma simples privada em uma magnífica máquina de lavar. Virei a calça do lado avesso, segurei-a pela barra, e mergulhei a parte atingida na água. Comecei a dar descarga até que o grosso da merda se desprendeu.

Estava pronto para embarcar. Saí do banheiro e atravessei o aeroporto em direção ao portão de embarque trajando sapatos sem meias, as calças do lado avesso e molhadas da cintura ao joelho (não exatamente limpas) e o pulôver gola “V”, sem camisa. Mas caminhava com a dignidade de um lorde.

Embarquei no avião, onde todos os passageiros estavam esperando “O RAPAZ QUE ESTAVA NO BANHEIRO” e atravessei todo o corredor até o meu assento, ao lado do meu amigo que sorria. A aeromoça se aproximou e perguntou se precisava de algo. Eu cheguei a pensar em pedir 120 toalhinhas perfumadas para disfarçar o cheiro de fossa transbordante e uma gilete para cortar os pulsos, mas decidi não pedir: “Nada, obrigado. Eu só queria esquecer este dia de merda!”

(Texto de autoria desconhecida porém é também atribuído a Luís Fernando Veríssimo.)

Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.

terça-feira, 24 de maio de 2022

As ciências humanas e a generalização do ateísmo sobre os seus

 Tal qual ao medievalismo, onde quem questionasse, negasse ou lesse fora da cartilha da igreja católica era tido por herege, bruxa ou satânico e conseqüentemente era lançado na fogueira da “santa inquisição”, assim é a repulsa comportamental religiosa de muitos fanáticos contra aqueles que hoje em dia, metem-se no direito de questionar as religiões ou escolher fazer um curso de humanas para sua formação pessoal. Para os ignorantes religiosos, a partir do momento em que uma pessoa escolhe fazer um curso de história, filosofia, sociologia ou qualquer outro do campo de humanas, tal pessoa já se torna ateu empedernido e irremediavelmente é associada ao diabo.


Primeiro, há alguns pontos a serem observados sobre esta associação de ateus a Satanás e a equivocada intenção de fazer parecer que, quem nega a Deus, infalivelmente está associado a Satanás, o que é uma grotesca mentira, pois para o ateu, não existe nenhum e nem outro.

Conversando com alguns ateus, aprende-se que não há como associá-los ao diabo, pois os ditos ateus, da mesma forma que não professam a fé teológica, conseqüentemente, negam a existência de um outro ser contrário, a alguma deidade, erram os que dizem que os ateus são obrigatoriamente maus ou do diabo, porque o ateu, não crê na existência nem de Deus nem do diabo, tanto Deus quanto o outro, são para eles, criações do imaginário humano, e a crença é coisa que até o próprio satanás possui, pois a bíblia dos cristãos é clara e franca em alguns de seus versículos quando diz que os demônios são crentes.

Querem sanar a dúvida? Vamos a um exemplo onde a bíblia afirma que o diabo acredita em DeusVocê crê que há um Deus, fazes bem, os demônios também creem  e se estremecem. (Livro de Tiago, capítulo 2 versículo 19 – Desta feita, percebe-se que os extremos, Deus e diabo, um crê na existência do outro e em outras ocasiões eles até travam diálogos, como em Jó, quando Deus pergunta a Satanás de onde ele vem e  o próprio Satanás responde: “De rodear a terra e percorrer por ela”- (Jó – 1, 7-8).

Portanto, religiosamente falando, não há como associar um ateu à fé, para o ateu, Deus e diabo não existem e tudo não passa de uma história absurda onde a criação desta lenda, relata a briga de dois personagens e seus asseclas e ambos guerreiam por almas. Algo inadmissível para a mente pensante destes que não professam fé em mitos ou seres invisíveis.

Outro engano a ser observado, é a generalização, quem faz humanas, não é obrigatoriamente um ateu, os dedos fazem parte de uma mesma mão, mas nem todos são iguais e há uma diferença considerável entre o polegar e o mindinho. Os que conceituam por ateus todos os historiadores, filósofos, etc., não imaginam que há padres e pastores evangélicos que tem formação em humanas, vários exemplos de padres e pastores historiadores e filósofos que diferentemente do que pensam, não se transformaram em ateus e continuaram firmes em sua fé.

Mas esta hipótese de associar o diabo ao ateísmo é um erro grotesco da mesma forma que taxar por ateu qualquer um que tenha formação em história ou em qualquer outro campo de humanas, não são necessariamente ateus, os sem religiões e não são satânicos os que se confessam ateus.

É preciso, portanto, desassociar esta ideia do mau que recai sobre historiadores, filósofos etc., pois, independente de serem crentes, agnósticos ou ateus, eles não estão conseqüentemente associados a qualquer entidade a qual as religiões abominam.

Os presídios, os congressos, os senados em todo mundo, estão cheios de cristãos e religiosos confessos, homens corrompidos, o que prova que ser mau caráter, não é obrigatoriamente uma característica comportamental de qualquer um que não tenha fé em espíritos, mitos, lendas ou qualquer outra coisa não palpável.

Vale portanto estar em alerta, o ateísmo não é unânime entre o povo de humanas e nem todos seguem o mesmo ponto de vista, sendo que o respeito deve ser mútuo, impor a fé ou a não fé a outrem, é desnecessário, inconveniente e fatalmente gera contendas e polêmicas.

Não existe neste caso um modelo único a ser seguido, em humanas, cada um é o que acredita ou o que desacredita e assim sucessivamente. O que deve imperar é a liberdade de pensamento e que o questionar esteja sempre como um direito a ser exercido sem que este ou aquele seja punido por dele fazer uso. 

Viva o pensamento livre.

Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.                

segunda-feira, 23 de maio de 2022

COISAS QUE O TEMPO ENSINA

 


Com o tempo você aprende, que não adianta torcer pelo coiote, ele jamais pegará o papa-léguas...

Que o seriado Chaves, por mais que seja repetitivo, nunca sairá da moda...

 

Com o tempo você aprende, que um chefe bem humorado, vale mais que ouro em pó...

Com o tempo você aprende, que caneta boa de verdade, é a Bic cor azul...

Que não é maldade nem preconceito, dizer que fusca não é carro...

 

Com o tempo você aprende, que nada é maior do que esperança de pobre...

Que você será mais respeitado pelo seu dinheiro que pelo seu caráter...

 

Com o tempo você aprende, que honestidade na política é igual perna de cobra...

Que beber outro refrigerante de cola que não seja a coca, é o mesmo que beber Biotônico Fontoura...

 

Com o tempo você aprende, que enquanto existir fé, existirão oportunistas pedindo dinheiro...

E que no mundo, se cria tudo...

 

Com o tempo você aprende, que a única coisa que um rico deseja de um pobre, é a distância...

Que é mais fácil um cigano se casar com uma alienígena do que você ganhar na loteria...

 

Com o tempo você aprende, que é mais fácil nascer dentes em uma galinha, do que vergonha em cara de traíra...

Que não existe navalha mais cortante, do que língua de gente fofoqueira...

 

Com o tempo você aprende, que é mentira, o trabalho não dignifica o homem...

Que não existe nada mais terrível, do que gente metida a besta quando coberta de razão...

 

Com o tempo você aprende, que morte, cheiro de cú e puxa-saco, são as três terríveis coisas impossíveis de se dar fim...

E que conta, não se paga, se administra...

 

Com o tempo você aprende, que nem sempre quem chora, mama...

Que seus pais, tinham razão, e você quebrou a cara por não ter escutado os conselhos que eles te davam...

 

Com o tempo você aprende que preparo algum dá segurança absoluta nas acidentais adversidades...

E que desgraça, nunca é pouca e jamais é bobagem...

 

Com o tempo você aprende, que focinho de porco não é tomada...

Que barata esperta, não cruza galinheiro...

Com o tempo você aprende, que os pequenos frascos, não guardam somente os melhores perfumes, guardam também, os piores venenos...

Que para se chegar ao céu, é preciso antes passar pelo inferno...

 

Com o tempo você aprende que a maior de todas as riquezas é a vida saudável...

Que viver feliz para sempre, são lorotas dos contos de fadas...

Com o tempo você aprende, que a língua é o chicote da bunda...

Que ter uma vida desregrada, não significa viver intensamente...

 

Com o tempo você aprende, que no cemitério está cheio de homens violentos,

E que os metidos a brabos, não tem tempo de embranquecer os cabelos...

Com o tempo você aprende, o que ele muito tem ensinado, mas nem todos sacam as dicas desse sábio professor...


Observai o tempo, ele é um grande mestre... Que a nossa estrada na faculdade da vida, seja a menos escabrosa possível. Que o tempo possa nos ser suficiente, para fazer de nós, pessoas experientes...

Viva o Tempo.


Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Alienígenas curam quatro crianças com câncer

 


Eles estão aparecendo em quartos de hospital para pacientes agonizantes, tocando em suas testas e curando-os de câncer terminal ! Esse é o incrível relatório de 14 doutores altamente respeitados e membros do Pyrenees Hospital de Los Niños em Andorra, Espanha. Eles viram extraterrestres de 1.5 m de altura usar sua "magia" em quatro crianças doentes terminais no período de um mês. "Eu não pude acreditar em meus olhos", disse a enfermeira noturna Lupe Montoya que estava trabalhando no setor de oncologia do hospital das crianças durante a primeira visita alienígena. "Eu estava preenchendo relatórios quando vi duas pequenas criaturas caminharem na minha direção. 

No princípio eu pensei que duas das crianças estavam fora de suas camas e assim eu me levantei para levá-las de volta para os seus quartos. Mas quando me aproximei vi eles não eram humanos. Tinham uma cor castanha, com cabeça e olhos amendoados grandes. Eles não pareciam com nada encontrado nesse planeta. Eu tive medo porque eles pareciam muito misteriosos. Mas ao mesmo tempo eu sentia um tipo de inteligência amorosa nesses estranhos olhos".

A enfermeira Montoya diz que as criaturas entraram no quarto de Juan Lopez, um menino de 7 anos, que esperava-se que morresse de leucemia dentro de uma semana. Ela alertou o guarda de segurança e chamou o Dr. Tomas Ruiz que estava cuidando de outro paciente.

Desde aquela noite, Maria Munoz, 9 anos, Anita Pena, 8 anos e Hector Gomez, 9 anos, todos diagnosticados como doentes terminais, também foram curados pelas criaturas desconhecidas. Os 14 membros do staff do hospital viram os seres executar os milagres.

"Há um padrão para essas visitas", diz Dr. Ruiz. "Elas sempre acontecem ao redor 1h da manhã, os alienígenas sempre entram em pares e sempre curam com um toque na testa". Dr. Diego Garcia, famoso metafísico e pesquisador dos aparecimentos de alienígenas há mais de 30 anos, diz que há muito tempo as Montanhas dos Pirineus são conhecidas por sua grande atividade de OVNIs.

Os alienígenas estavam ao lado da cama. Parecia existir um laço místico entre eles e o menino. Um dos seres tocou a testa de Juan, com suavidade, com seu dedo longo e ele foi cercado imediatamente por uma luminosa aura. Quando os alienígenas deixaram o hospital, os doutores radiografaram e examinaram Juan. Ele estava completamente livre do câncer.

Via Maicon Viezzer

quarta-feira, 18 de maio de 2022

Marilena Chauí: da tragédia grega à democracia

 


A tragédia grega é uma instituição político-social de cunho democrático – uma reflexão que a cidade faz sobre o nascimento da democracia

Por Marilena Chauí

No Portal Vermelho

Entre os séculos 5 e 4 antes de Cristo, a Grécia encena suas maiores tragédias. Como gênero teatral, a tragédia é encenada em dois espaços: o palco (onde ficam os atores profissionais que, falando em prosa, representam deuses, heróis e heroínas); e o coro (onde ficam o grupo de pessoas que não são atores profissionais e que, cantando em verso, narram e comentam o que se passa no palco).

A palavra encontra-se, assim, dividida – a prosa no palco e o verso no coro. O que significa essa divisão da palavra? Que a tragédia é uma instituição político-social de cunho democrático – uma reflexão que a cidade faz sobre o nascimento da democracia. No palco, estão deuses e personagens do mundo aristocrático – reis, rainhas, príncipes e suas famílias, definidos pelos valores da aristocracia, isto é, pela coragem na guerra, pela beleza física ou pelos laços de sangue ou de família.

Mas o coro é um colégio de cidadãos, que, comentando as ações que transcorrem no palco, avalia, julga e dialoga com as personagens aristocráticas. Dessa maneira, a divisão cênica da palavra visa marcar a diferença entre o passado aristocrático (que está no palco) e o presente democrático (que está no coro).

Que ação se desenvolve no palco? Uma sequência de crimes sangrentos impostos pela lei da aristocracia, que exige que um crime sangrento no interior da família seja vingado por outro crime igualmente sangrento no seu interior. O ponto inicial da tragédia é sempre um parricídio (como no caso de Édipo), um fratricídio (como no caso de Antígona), um infanticídio (como no caso de Ifigênia), um adultério seguido de assassinato (como no caso de Medeia) e assim por diante.

Esse crime inicial narra a exigência imposta pelos deuses de que ele seja vingado por um outro crime tão sangrento quanto ele. Ora, esse novo crime, por sua vez, exige reparação por meio de um novo crime sangrento. A sequência de crimes sangrentos no interior da família é interminável, revelando que a lei de uma sociedade aristocrática pertence a um espaço privado, a família, e se realiza como vingança sem fim. Uma das funções políticas da tragédia é mostrar que essa lei precisa – e pode – ter um fim.

De fato, as tragédias costumam ser escritas formando trilogias. Na terceira peça, os deuses – que desde a primeira determinaram a obrigatoriedade da vingança – se reúnem e discutem se, afinal, devem continuar impondo essa lei aos mortais ou se cabe aos mortais julgar os próprios mortais, criando suas leis e seus tribunais.

Os deuses decidem que os mortais julguem os mortais, passando do espaço privado da família para o espaço público da cidade. Assim, por exemplo, na terceira peça da trilogia Oréstia, de Ésquilo, a deusa Atena recomenda aos atenienses, seu povo, que assumam a responsabilidade pública pela Justiça:

“Cidadãos de Atenas, como ireis julgar agora, pela primeira vez, um crime sangrento, escutai a lei do vosso tribunal. Sobre esse rochedo de ares, doravante sentar-se-á perpetuamente o tribunal, que fará ouvir o julgamento de todo homicídio. Este rochedo é chamado de Areópago. Aqui, o deus Respeito e seu irmão, o deus Temor, noite e dia, igualmente manterão os cidadãos longe do crime enquanto conservarem inalteradas as leis. Não mancheis a pureza das leis com a impureza dos estratagemas. Guardai bem e com reverência a vossa forma de governo. Nem anarquia, nem despotismo – eis a regra que aconselho à cidade observar com respeito.”

(Texto baseado em palestra proferida pela autora no mini-curso “Democracia: história, formas e possibilidades”, promovido pela Boitempo em outubro de 2019)

terça-feira, 17 de maio de 2022

Tomara

 

No Edublin

Por Ana Jácomo

No Pensador

Tomara que os olhos de inverno das circunstâncias mais doídas não sejam capazes de encobrir por muito tempo os nossos olhos de sol. Que toda vez que o nosso coração se resfriar à beça, e a respiração se fizer áspera demais, a gente possa descobrir maneiras para cuidar dele com o carinho todo que ele merece. Que lá no fundo mais fundo do mais fundo abismo nos reste sempre uma brecha qualquer, ínfima, tímida, para ver também um bocadinho de céu. 

Tomara que os nossos enganos mais devastadores não nos roubem o entusiasmo para semear de novo. Que a lembrança dos pés feridos quando, valentes, descalçamos os sentimentos, não nos tire a coragem de sentir confiança. Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente. 

Que o medo exista, porque ele existe, mas que não tenha tamanho para ceifar o nosso amor. Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. 

Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria. 

Tomara que apesar dos apesares todos, dos pesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz. Tomara.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Máscaras deixarão de ser obrigatórias em aviões e voos na União Europeia na próxima semana

Máscaras deixarão de ser obrigatórias nos aeroportos e voos na União Europeia, mas recomendação de uso permanece - Ian LANGSDON / EPA POOL / AFP

 Autoridades sanitárias do bloco lembram, porém, que acessório ainda é uma das melhores proteções contra o coronavírus.

A Agência Europeia para a Segurança da Aviação (Easa) e o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) informaram nesta quarta-feira (11/05) que, a partir da próxima segunda, deixam de recomendar máscaras obrigatórias em voos e aeroportos da União Europeia (UE).

Num comunicado conjunto a Easa e o ECDC afirmam que vão "retirar a recomendação de uso obrigatório de máscaras médicas nos aeroportos e a bordo de voos". As entidades lembram, entretanto, que a máscara "continua a ser uma das melhores proteções contra a transmissão" do Sars-Cov-2, principalmente para pessoas mais vulneráveis.

"A atualização do Protocolo Conjunto sobre Segurança Sanitária na Aviação tem em conta os últimos desenvolvimentos da pandemia, em particular os níveis de vacinação e a imunidade adquirida naturalmente e a suspensão das restrições num número crescente de países europeus", justificam as agências da UE.

A partir da próxima semana, espera-se que as regras sobre uso de máscara variem, com o ECDC recomendando que as companhias aéreas incentivem os passageiros a usar os acessórios em voos de ou para destinos onde o uso de máscara no transporte público ainda é obrigatório.

Também os passageiros vulneráveis devem continuar a usar máscara, independentemente das regras, defendem Easa e ECDC, especificando que, nesses casos, deve ser usada uma máscara do tipo FFP2/N95/KN95, "que oferece um nível de proteção mais elevado do que uma máscara cirúrgica padrão".

"Passo para normalização das viagens aéreas"

Citado pela nota, o diretor executivo da Easa, Patrick Ky, destaca que, "a partir da próxima semana, as máscaras deixarão de ser obrigatórias nas viagens aéreas em todos os casos, alinhando-se amplamente com as novas exigências das autoridades nacionais em toda a Europa em matéria de transportes públicos".

"Para os passageiros e tripulações aéreas, este é um grande passo adiante para normalização das viagens aéreas", afirma Ky, pedindo aos passageiros, porém, que se comportem "de forma responsável e respeitem as escolhas dos outros à sua volta".

Nas diretrizes divulgadas, está incluída também uma "flexibilização das medidas mais rigorosas sobre as operações aéreas, o que ajudará a aliviar o fardo sobre a indústria, mantendo ao mesmo tempo medidas apropriadas em vigor", adiantam as agências da UE.

"Embora o uso obrigatório de máscara em todas as situações não seja mais recomendado, é importante estar ciente de que, juntamente com o distanciamento físico e a boa higiene das mãos, este é um dos melhores métodos para reduzir a transmissão", alertou a diretora do ECDC, Andrea Ammon.

A medida é anunciada num momento em que as máscaras deixam de ser obrigatórias em muitos países-membros da UE e em suas respectivas companhias aéreas.

Em abril, várias companhias aéreas dos Estados Unidos disseram que as máscaras não eram mais necessárias a bordo depois que um juiz federal da Flórida decidiu que a determinação sobre o transporte público é ilegal.

Via - Brasil de Fato


quinta-feira, 12 de maio de 2022

SUS fará exames contra o câncer em mulheres a partir da puberdade

 

Vanessa destaca no Senado campanha Outubro Rosa, pela prevenção do câncer de mama (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Projeto da ex-senadora Vanessa Grazziotin foi sancionado e agora virou a Lei número 14.335, de 10 de maio de 2022. A nova regra vai facilitar o diagnóstico precoce de três tipos de câncer: mama, colo uterino e colorretal

Por Iram Alfaia

No Portal Vermelho

Após sanção presidencial, projeto da ex-senador Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) agora virou a Lei número 14.335, de 10 de maio de 2022. A nova regra determina a realização de exames no Sistema Único de Saúde (SUS) de mamografia, citopatologia e a colonoscopia em todas as mulheres a partir da puberdade, independentemente da idade.

No estágio anterior, isso só era assegurado às mulheres a partir dos 40 anos ou no início da vida sexual. O objetivo da nova norma é assegurar diagnóstico precoce do câncer, tratamento efetivo e menos despesa para o SUS.

As mulheres diagnósticas com câncer de mama, colo uterino e colorretal, por exemplo, serão melhores tratadas e evitarão procedimentos longos e complexos, o que também resultará em maior economia ao SUS.

A autora do projeto, que é pré-candidata a deputada federal, considera a efetivação do projeto uma das maiores conquistas na área da saúde da mulher. Ela lembrou que o Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama, do Ministério da Saúde, só recomenda esse exame, para fins de rastreamento ou de detecção precoce, em mulheres de 50 a 69 anos.

“Para mulheres na faixa dos 40 aos 49, o Programa indica a mamografia apenas se o exame clínico anual das mamas sugerir alguma alteração. Já para mulheres com risco elevado de câncer de mama, o rastreamento por mamografia anual deve ser feito a partir dos 35 anos de idade”, explicou a ex-senadora.

No projeto, Vanessa defendeu que uma lei não deveria definir idade ou faixa etária a partir da qual determinada ação de saúde deve ser ofertada.

“Os critérios a serem considerados para tal definição estão sujeitos a alterações decorrentes do desenvolvimento tecnológico e do cenário epidemiológico. Por isso, novas técnicas ou novos exames que futuramente vierem a ser utilizados para o rastreamento de câncer de mama poderão ser indicados para idades diferentes das atualmente recomendadas”, justificou.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Colômbia: golpes no Uribismo e avanço da esquerda a semanas da eleição

 


Possibilidade de que uma coalizão de esquerda alcance pela primeira vez o poder na Colômbia fez soar todos os alarmes nas fileiras da direita e dos grandes poderes.

Por Roberto Montoya

No Portal Vermelho

Dura semana para o Uribismo. À tensa e violenta situação que a Colômbia vive antes do primeiro turno das eleições presidenciais do próximo 29 de maio, na qual o candidato informal do Uribismo e do resto da direita, Federico Gutiérrez, competirá contra o líder da esquerda, Gustavo Petro, se somaram nos últimos dias duros reveses para a direita.

 O ex-presidente Álvaro Uribe, onipresente na política colombiana durante os últimos 20 anos, mentor do atual presidente Iván Duque e do candidato Federico Gutiérrez, deve ir a julgamento por suposta compra de testemunhas e fraude processual. Uribe não contava com essa decisão, dando como garantido que a juíza Carmen Ortiz confirmaria o pedido do Ministério Público para arquivar o processo aberto em 2018 pelo Supremo Tribunal de Justiça, processo que noticiamos na altura nestas mesmas páginas.

 Tanto em 2018 quanto em 2020 a Corte entendeu que havia testemunhos e provas contundentes de que três ex-paramilitares de extrema direita presos haviam sido subornados dentro da prisão por enviados de Uribe, para que testemunhassem contra o senador de esquerda Iván Cepeda. Este se tornou o principal flagelo do Uribismo.

 Cepeda havia apresentado uma acusação sólida, com testemunhos e provas documentais, sobre a coexistência de Uribe e seu regime com o narcoparamilitarismo de extrema-direita que devastou a Colômbia durante anos, causando a morte de milhares de pessoas. Uribe, esse homem premiado e condecorado tantas vezes na Espanha, agora está judicialmente encurralado, e embora seus advogados ainda tentem apelar perante a Câmara Penal do Tribunal Superior de Bogotá, dificilmente conseguirão uma decisão antes das eleições de 29 de maio.

Para piorar a situação, o candidato da esquerda, Gustavo Petro, líder do Pacto Histórico, tem realizado comícios de sua campanha eleitoral às portas de alguns dos grandes latifúndios de Uribe na região de Córdoba, apontando as propriedades como exemplo de terras improdutivas dos latifundiários colombianos que ele propõe expropriar. O líder do Pacto Histórico, que se apresenta como um defensor da soberania alimentar, sustenta que enquanto o país importa muitos dos alimentos que consome, há na Colômbia milhões de hectares férteis de terras que não são trabalhadas, nas mãos de latifundiários como Uribe.

 Membro do movimento guerrilheiro M19 nos anos 70, Petro se tornou um pesadelo para o Uribismo e as forças armadas. Acompanhado da poderosa ativista da causa ambiental e feminista Francia Márquez, os dois aparecem hoje subindo nas pesquisas, enquanto Guetiérrez estagna.

 Márquez, uma mulher negra que obteve grande apoio nas primárias, é quem mais faz campanha contra a exploração de petróleo, propondo um plano para reduzir progressivamente sua produção e promover energias renováveis. Ela também traz à campanha uma postura feminista contundente que compensa certa ambiguidade que Petro mantém sobre o tema.

 A tensão aumenta à medida que a data das eleições se aproxima. O próprio comandante do Exército, o general Zapateiro, entrou na polêmica eleitoral, atacando Petro depois do candidato denunciar que vários altos oficiais militares estão na folha de pagamento do Clã do Golfo, um dos mais poderosos grupos de narcotráfico do país.

Longe de repreender o general por fazer declarações políticas que violam a Constituição, o presidente Iván Duque, violando por sua vez a Lei Eleitoral, saiu em sua defesa, reivindicando a honra e o papel das forças armadas na luta contra os narcotraficantes e atacando o candidato de esquerda.

 O Uribismo, temeroso pelo avanço nas pesquisas da candidatura Petro-Márquez, tenta, numa corrida contra o tempo, avançar no Congresso uma reforma da lei de transferência de poder para impedi-los de acessar informações sigilosas de segurança nacional caso cheguem ao poder.

 Gustavo Petro sabe que há muito tempo há um preço por sua cabeça, e nestes dias sua equipe de campanha o convenceu a cancelar alguns dos atos de sua campanha frente a avisos credíveis da polícia de que se preparavam atentados contra sua vida.

 O Centro Democrático, partido do outrora poderoso Álvaro Uribe e seu discípulo, o presidente Duque, não apresentou um candidato próprio nestas eleições após sua demolidora derrota nas eleições legislativas de março passado, e deixou a decisão final nas mãos de suas bases, embora ninguém duvide que Gutiérrez, à frente da coalizão direitista Coalizão Equipo por Colombia, seja seu candidato, seu “cavalo de Troia. Muitos Uribistas já indicaram sua intenção de votar por ele.

 Gutiérrez, que militou nas fileiras do Uribismo e que ao ser eleito prefeito de Medellín dedicou seu triunfo a Uribe, necessita desses votos, mas ao mesmo tempo tenta não parecer uma marionete, como foi Duque. O Uribismo afunda cada dia mais.

 Dias atrás, e cinco anos depois da assinatura do acordo de paz entre a guerrilha das Farc e o governo de Juan Manuel Santos, que tanto Uribe quanto Duque rechaçaram e boicotaram, a Colômbia escutou pela primeira vez o testemunho de 11 militares, dentre eles um general, dois coronéis e dois tenente-coronéis, que reconheceram que assassinaram 120 camponeses para que passassem como guerrilheiros mortos em combate.

 Os crimes, conhecidos como falsos positivos, foram cometidos neste caso em Catacumbo, uma região que faz fronteira com a Venezuela, no departamento Norte de Santander, mas outras zonas da Colômbia, como Meta, Casanare, Antioquía e Huila também viveram essa guerra suja do governo.

 Em troca dos assassinatos recebiam promoções, recompensas econômicas e outros benefícios. Com o fim de melhorar as estatísticas oficiais do êxito militar, o governo Álvaro Uribe (2002-2010) aprovou em 2005 uma diretiva militar interna para incentivar as detenções ou mortes de guerrilheiros. Estes 11 militares concretamente estão envolvidos no Caso 03, de assassinatos e desaparecimentos forçados apresentados como baixas em combate por agentes do Estado, acusados de crimes de guerra e crimes de lesa-humanidade entre janeiro de 2007 e 2008 pelo tribunal da Jurisdição Especial para a Paz (JEP).

 O tribunal os convocou no fim de março deste ano para audiências onde seus testemunhos se intercalaram com os dos familiares de suas vítimas. Néstor Gutiérrez, um suboficial acusado de vários dos assassinatos de Catacumbo, reconheceu ante os familiares de Javier Peñuela: “era um camponês, sim, digo isso em público hoje e aqui, e como todos os seus familiares era um homem de bem. Seu único pecado foi descer à cidade para arrancar um dente.”

 Lá foi detido, levado a outra região onde foi executado; tiraram suas roupas, as queimaram e puseram nele uniformes da guerrilha. “Assassinamos pessoas inocentes, camponeses”. Um após o outro, foram ouvidos os depoimentos dos parentes dos assassinados e depois os de seus assassinos.

 A JEP tem milhares destes crimes registrados, mais de 6,4 mil falsos positivos, uma prática que teve maior intensidade durante os anos em que Juan Manuel Santos era ministro da Defesa de Uribe, entre 2006 e 2009. Santos, que chegaria à presidência em 2010 pelas mãos de Uribe, de quem depois se afastou, foi nomeado Prêmio Nobel da Paz por promover os Acordos de Paz de 2016 com a guerrilha.

 Em junho de 2021, ele pediu perdão pela primeira vez quando questionado pela Comissão da Verdade por esses eventos: “Isso nunca deveria ter acontecido. Reconheço e peço desculpas a todas as mães e a todas as suas famílias, vítimas deste horror, do fundo da minha alma.”

 Santos disse que a princípio não acreditou nas terríveis denúncias que os familiares das vítimas faziam sobre os crimes cometidos pelo Exército contra civis inocentes, mas as organizações de direitos humanos consideraram as palavras do ex-presidente pouco críveis. Consideram que era impossível, sendo ministro da Defesa e conhecendo a longa história de crimes cometidos pelas forças armadas colombianas, e apontam que sequer ordenou uma investigação sobre tantas denúncias similares, até que seu mandato se aproximasse do fim.

 Até o momento Santos conseguiu não ser investigado pela Justiça e, na Espanha e em outros países, tem mantido uma imagem de férreo defensor dos direitos humanos. Mas a sinistra prática dos “falsos positivos” parece não ter ficado para trás.

 A última matança protagonizada pelo Exército de Iván Duque ocorreu no último 28 de março, na zona fronteiriça entre Colômbia e Equador, na comunidade de Alto Remanso, de cerca de 250 habitantes, totalmente abandonada pelo Estado, onde habitualmente se movem dois grupos dissidentes das Farc que se negaram a entregar suas armas. São os chamados Comandos Bolivarianos de Fronteira (CBF) e a Frente Primeira Carolina Ramírez, que se enfrentam pelo controle do território.

 Na comunidade se celebrava o terceiro dia de um bazar comunitário, com festa, baile, comidas, bebidas, futebol e rinha de galos, no qual participavam dezenas de pessoas, inclusive de outras comunidades, quando forças militares mascaradas e vestidas de petro, emboscadas ao redor da região, começaram a disparar indiscriminadamente. Ao menos 11 pessoas foram mortas, entre elas mulheres e um adolescente, além do governador indígena da região, Pablo Panduro Coquinche, o presidente da Junta de Ação Comunal (JAC), Divier Hernández e sua esposa, Ana María Sarriz, que estava grávida, além do ex-guerrilheiro desmobilizado Jhon Jairo Silva Mutumbajoy.

 Tanto o comandante do Exército, Zapateiro, como o presidente Duque, apresentaram a “operação antiterrorista” como um grande feito militar, assegurando que na festa havia guerrilheiros, que oito deles foram mortos e que os outros três morreram por ter disparado contra a ação militar. A versão de toda a comunidade de Alto Remanso rechaça totalmente essa versão, e acusa os militares de terem disparado contra civis crendo que havia combatentes das dissidências das FARC nas festas.

 Membro de organizações camponesas como a Moviccaap, jornalistas e peritos do Ministério Público que chegaram várias horas depois ao local descobriram que os cadáveres foram manipulados, trocados de lugar, e que alguns corpos com grandes manchas de sangue foram colocados em coletes à prova de balas grosseiramente imaculados, com armas longas deixadas ao lado deles.

 David Melo Cruz, advogado das vítimas e membro da Fundação Liderança e Paz de Putumayo, suspeita que o Exército confundiu um dos participantes da festa com Carlos Emilio Loaiza, codinome Bruno, líder guerrilheiro que buscavam capturar, e que por isso começaram a disparar.

 O presidente Duque repetiu rapidamente na sua conta de Twitter a versão do ministério da Defesa: “foram neutralizados onze integrantes das dissidências das Farc”. No entanto, nem o Ministério Público nem a Defensoria do Povo aceitam essa versão, e uma investigação que ameaça converter-se em um escândalo de grandes proporções às portas das eleições foi iniciada.

 O candidato presidencial da esquerda, Petro, contestou o tuíte do presidente: “não é neutralização, senhor presidente Duque, é assassinato. Não eram onze integrantes das Farc, eram camponeses e indígenas civis desarmados, inclusive crianças. É um crime de guerra de seu governo. Em meu governo vamos pôr fim definitivamente aos ‘falsos positivos’”.

 Por sua vez, Sergio Fajardo, ex-prefeito de Medellín e candidato centrista da Coalizão Centro Esperanza, disse que “um exército não pode matar civis, roubar e manipular corpos; um governo não pode apresentar uma ação desproporcional e vil como uma operação bem-sucedida”. Se ele não for para o segundo turno das eleições presidenciais, é dado como certo que ele pedirá o voto de seus seguidores para Petro, enquanto o Partido Liberal do ex-presidente César Gaviria anunciou já oficialmente que apoiará a candidatura de Federico Gutiérrez, o candidato direitista da Coalizão Equipo por Colombia.

 Também Ingrid Betancourt, ex-refém das FARC e candidata do partido Oxígeno Verde, que conta com somente 1,1% das intenções de voto, declarou que “um falso positivo é a violação dos direitos humanos mais atroz da história recente, não pode haver impunidade”, mas não esclareceu a que candidato dará seu apoio.

 A tensão é máxima na Colômbia. O ministro da Defesa terá que comparecer ao Congresso para explicar a matança de Alto Remanso, enquanto se sucedem as declarações de militares hostis a Petro e crescem os rumores de golpe de Estado.

 Gustavo Petro se viu obrigado, no último 2 de maio, a suspender sua visita aos departamentos do Eixo Cafeeiro colombiano depois de saber da existência de um plano para matá-lo. Segundo a equipe de segurança do líder da coalizão Pacto Histórico, a informação foi recebida de primeira mão de fontes na zona, e indicava que o grupo de narcotraficantes e sicários La Cordillera preparava o atentado.

 O La Cordillera é um poderoso grupo que opera nos departamentos de Quindío, Risaralda e Caldas, e exerce controle sobre boa parte das autoridades civis e políticas do Eixo Cafeeiro, e no qual está assegurada a participação inclusive de agentes da Seção de Investigação Criminal (Sijín).

 A possibilidade de que uma coalizão de esquerda alcance pela primeira vez o poder na Colômbia, um país assolado pelo narcotráfico e a violência política há décadas, fez soar todos os alarmes nas fileiras da direita e dos grandes poderes desse país, e também para além de suas fronteiras.

 Fonte: El Salto | Tradução: Pedro Marin (Revista Opera)

terça-feira, 10 de maio de 2022

Marilena Chauí: da tragédia grega à democracia

A tragédia grega é uma instituição político-social de cunho democrático – uma reflexão que a cidade faz sobre o nascimento da democracia.

Por Marilena Chauí

 Portal Vermelho



Entre os séculos 5 e 4 antes de Cristo, a Grécia encena suas maiores tragédias. Como gênero teatral, a tragédia é encenada em dois espaços: o palco (onde ficam os atores profissionais que, falando em prosa, representam deuses, heróis e heroínas); e o coro (onde ficam o grupo de pessoas que não são atores profissionais e que, cantando em verso, narram e comentam o que se passa no palco).

A palavra encontra-se, assim, dividida – a prosa no palco e o verso no coro. O que significa essa divisão da palavra? Que a tragédia é uma instituição político-social de cunho democrático – uma reflexão que a cidade faz sobre o nascimento da democracia. No palco, estão deuses e personagens do mundo aristocrático – reis, rainhas, príncipes e suas famílias, definidos pelos valores da aristocracia, isto é, pela coragem na guerra, pela beleza física ou pelos laços de sangue ou de família.

Mas o coro é um colégio de cidadãos, que, comentando as ações que transcorrem no palco, avalia, julga e dialoga com as personagens aristocráticas. Dessa maneira, a divisão cênica da palavra visa marcar a diferença entre o passado aristocrático (que está no palco) e o presente democrático (que está no coro).

Uma das funções políticas da tragédia é mostrar que a lei da sociedade aristocrática precisa – e pode – ter um fim

Que ação se desenvolve no palco? Uma sequência de crimes sangrentos impostos pela lei da aristocracia, que exige que um crime sangrento no interior da família seja vingado por outro crime igualmente sangrento no seu interior. O ponto inicial da tragédia é sempre um parricídio (como no caso de Édipo), um fratricídio (como no caso de Antígona), um infanticídio (como no caso de Ifigênia), um adultério seguido de assassinato (como no caso de Medeia) e assim por diante.

Esse crime inicial narra a exigência imposta pelos deuses de que ele seja vingado por um outro crime tão sangrento quanto ele. Ora, esse novo crime, por sua vez, exige reparação por meio de um novo crime sangrento. A sequência de crimes sangrentos no interior da família é interminável, revelando que a lei de uma sociedade aristocrática pertence a um espaço privado, a família, e se realiza como vingança sem fim. Uma das funções políticas da tragédia é mostrar que essa lei precisa – e pode – ter um fim.

De fato, as tragédias costumam ser escritas formando trilogias. Na terceira peça, os deuses – que desde a primeira determinaram a obrigatoriedade da vingança – se reúnem e discutem se, afinal, devem continuar impondo essa lei aos mortais ou se cabe aos mortais julgar os próprios mortais, criando suas leis e seus tribunais.

Representação da deusa Atena no Partenon

Os deuses decidem que os mortais julguem os mortais, passando do espaço privado da família para o espaço público da cidade. Assim, por exemplo, na terceira peça da trilogia Oréstia, de Ésquilo, a deusa Atena recomenda aos atenienses, seu povo, que assumam a responsabilidade pública pela Justiça:

“Cidadãos de Atenas, como ireis julgar agora, pela primeira vez, um crime sangrento, escutai a lei do vosso tribunal. Sobre esse rochedo de ares, doravante sentar-se-á perpetuamente o tribunal, que fará ouvir o julgamento de todo homicídio. Este rochedo é chamado de Areópago. Aqui, o deus Respeito e seu irmão, o deus Temor, noite e dia, igualmente manterão os cidadãos longe do crime enquanto conservarem inalteradas as leis. Não mancheis a pureza das leis com a impureza dos estratagemas. Guardai bem e com reverência a vossa forma de governo. Nem anarquia, nem despotismo – eis a regra que aconselho à cidade observar com respeito.”

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(Texto baseado em palestra proferida pela autora no mini-curso “Democracia: história, formas e possibilidades”, promovido pela Boitempo em outubro de 2019)

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