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sábado, 30 de outubro de 2021

Cangaceiro desconhecido

  Por Cangaçologia

https://www.youtube.com/watch?v=E9Z4Equkfdg&t=127s&ab_channel=Canga%C3%A7ologia

Por mais de setenta anos um dos cangaceiros mortos em Angico, teve o seu nome/apelido desconhecido e apagado das páginas da história cangaceira, porém no ano de 2014 a descoberta de uma matéria que foi publicada no Jornal de Alagoas em sua edição de 09 de novembro de 1938, pôs fim ao mistério e identificou o cangaceiro em questão. 

Um formidável trabalho de pesquisa que elucidou aquilo que era considerado até então um dos grandes mistérios de Angico. Vamos ao desdobramento dos fatos. Inscrevam-se no canal e não esqueçam de ativar o sino para receber todas as nossas atualizações. 

Forte abraço... Cabroeira! Geraldo Antônio de Souza Júnior - Criador e administrador do canal.

Via - Mendes & Mendes

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

1915 - CHEGA AO BRASIL BENJAMIM ABRAHÃO CALIL BOTTO

  Por Governador do Sertão

No Mendes & Mendes

No ano de 1915 chega ao Brasil Benjamim Abrahão Calil Botto, que vinha fugindo do alistamento militar para guerra na Síria (era obrigado). Trabalhou na loja de ferragens do tio em Recife, tornando-se vendedor, quando em uma viagem à negócios à Rio Branco (Arco Verde-Pe), encontrou com uns romeiros indo ao Juazeiro do Norte no estado do Ceará, que iam visitar o líder religioso Padre Cicero Romão Batista, que posteriormente Benjamin passou a ser secretário do vigário.

- Fonte: facebook, página do Governador do sertão virgulino.

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Livros sobre o Cangaço - Sugestões

 Por José Mendes Pereira 

A primeira obra é "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS" que já está na 5ª. edição, e aborda o fenômeno do cangaço e a vida do maior guerrilheiro das Américas. Um homem que não temeu às autoridades policiais  e muito menos aqueles que lutavam contra a sua pessoa, na intenção de desmoralizá-lo nas suas empreitadas vingativas, e eliminá-lo do solo nordestino. Realmente foi feito o extermínio do homem mais corajoso e mais admirado do Nordeste do Brasil, na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, no Estado de Sergipe, mas não em combate, e sim, através de uma emboscada muito bem organizada pelo alagoano tenente João Bezerra da Silva. 


O Segundo livro da trilogia do escritor e pesquisador do cangaço é: "FATOS ASSOMBROSOS DA RECENTE HISTÓRIA DO NORDESTE" com 332 páginas, e um grande acervo de fotos relacionado ao assunto. E para aqueles que gosta de ler e ver fotos em uma leitura irá se sentir realizado com todas as fotos.


O terceiro livro da trilogia também do escritor José Bezerra Lima Irmão é: "CAPÍTULOS DA HISTÓRIA DO NORDESTE" resgata fatos sobre os quais a história oficial silencia ou lhes dá uma versão edulcorada ou distorcida: o "desenvolvimento" do Brasil, o desumano progresso de colonização feito a ferro e fogo, Guerra dos Marcates, Cabanada, Balaiada, Revolução Praieira, Ronco da Abelha, Revolta dos Quebra-Quilos, Sabinada, Revolta de Princesa, as barbáries da Serra do Rodeador e da Pedra do Reino, Guerras de Canudos, Caldeirão e Pau-de-Colher, dando ênfase especial à saga de Zumbi dos Palmares, Invasões Holandesas, Revolução Pernambucana de 1817, Confederação do Equador e Guerras da Independência, incluindo o 2 de Julho, quando o Brasil se tornou de fato independente... São assuntos que dão gostos a gente lê-los.  

Adquira-os com o professor Pereira através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br

ou com o autor através deste g-mail: 

josebezerralima369@gmail.com

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

MAIS UMA HISTÓRIA DE LUIZ GONZAGA, O REI DO BAIÃO

 

http://www.artecultural.blog.br/2015/04/waldonys-o-garoto-que-aos-14-anos.html

Seu Reginaldo Silva, 59, trabalhou produzindo os shows do Mestre Lua durante 12 anos, entre 1977 e 1989, quando Luiz Gonzaga faleceu. Mora em Juazeiro do Norte e hoje dirige a Fundação Vovô Januário, criada para ajudar as crianças pobres de Exu.

No Blogue Mendes & Mendes

Os patos

Fomos fazer um show em Jardim (CE), em 1984, 1985, por aí. Era um show filantrópico, uma parceira com a igreja do padre Adauto, Vigário da cidade.

O dinheiro ia ser dividido metade para a gente e metade para as crianças do orfanato. Ele tinha ido com uma caminhoneta e apareceu carregado de rapadura, que ia levar para os meninos de Exu. Na hora de se apresentar, ele chegou por trás de mim, cochichou do meu ouvido:

“Tem pouca gente, né? Não receba nada do padre não”.

E fez o show, artista de grande valor como era ele. Os artistas da mídia nem fazem shows desses tipo. Nem vão nas cidades pequenas, com o sentido de ajudar um orfanato. No dia seguinte, o padre achava que ele ainda estava na cidade e chamou para tomar café da manhã, mas Seu Luiz já tinha ido embora.

- Não, ele não foi embora. A carrada de rapadura ainda está aqui. Mais tarde vem buscar.

- A rapadura é sua, padre, para o senhor dar para os seus meninos. Também disse para fazer o mesmo com o dinheiro.

- Não é possível! Mas, e você?

- Não, obrigado. Eu não como dinheiro não.

- E os músicos?

- Se ele não aceitou, os músicos também não vão aceitar não… Então, para eu não sair daqui sem nada, me dê esse casal de patos.

Aí deixei os patos na fazenda de Seu Luiz, para se criarem. Quando eu lembrei dos patos e fui lá pegar, ele já tinha comido os bichos.

- Mas Seu Luiz, eram os meus patos…

- Mas o açude é meu. - dizia ele.

- Mas não tava acertado que a gente ia criar os patos na meia [dividindo pela metade]?

- Meia eu não vi meia não, senhor. Só comi os patos - ele me disse.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Nova testemunha do Caso Varginha surge com depoimento incrível

 

O Caso Varginha é um dos incidentes ufológicos mais importantes do Brasil, conhecido no mundo todo.
Créditos: Revista UFO
Por Marco Aurélio Leal

Na Revista UFO

EXCLUSIVO! Nova testemunha do Caso Varginha surge com depoimento incrível

Testemunha Rubão Ladeira, com 18 anos na época, relata como foi a intervenção militar agressiva perante a população. Ele conta como foi toda a movimentação dos soldados, isolando a rua e apontando fuzis quando ele e seus amigos se aproximaram.Rubão Ladeira tinha 18 anos na época em que o incidente aconteceu. Ele costumava jogar futsal com os amigos todos os sábados das 14h00 às 15h00, no Ginásio do Marcão. “Naquele dia já havia o comentário circulando por aquela região da ação do Exército pela manhã e diziam que tinha tido disparos de arma de fogo”, contou.

Ele relata outro fato curioso: o Mudinho, muito usado como explicação para o ser avistado no terreno baldio, estava sempre no ginásio. “O Mudinho estava na porta do ginásio. Ele ficava sempre lá nos sábados e em outros dias da semana porque as pessoas davam cigarro para ele.”Eles costumavam esperar a turma para o jogo na esquina da casa de Ladeira. Um amigo chegou e disse: “Nossa, estão falando que o Exército esteve ali e deram disparos e saíram carregando dois sacos. Mas não era gente, não, pois os sacos eram pequenos.” Ele lembra que “(...) o assunto era só esse: o que que o Exército veio fazer aqui?” Ladeira conta que, após o jogo, costumavam ficar conversando e tomando refrigerante do lado de fora do ginásio, com o Mudinho junto. “Na hora em que o Exército passou subindo, falamos: ‘É o Exército, vamos atrás!’.”

Ele continua, mencionando que foram dois caminhões que passaram subindo. Ao invés de fazer a curva na estrada, eles seguiram reto para dobrar mais acima, dando a impressão de que já tinham uma rota definida. “Quando a gente chegou lá, os caminhões já estavam posicionados e os soldados já tinham saído e estavam em posição e não se podia passar mais”, continua. Ele lembra que tinha bastante gente na rua vendo aquela movimentação. O caminhão estava embicado, com pelo menos cinco soldados fazendo um cordão de isolamento. Mais para cima, o outro caminhão bloqueava a rua, com os soldados em posição de guarda, armados com fuzis.

Assista acima a entrevista com a testemunha Rubão Ladeira.Fonte: Marco Leal

“Quando chegamos, já fomos querendo passar. Estávamos no meio da rua e os caras já fecharam em dois.” Ladeira conta que a única coisa que eles fizeram foi a negativa com a cabeça. “Aí começou a argumentação: ‘preciso ir ali, trabalho no Zé Cavalo, preciso pegar minha carteira que eu esqueci. Temos o direito de ir e vir! É um país livre! A época da ditadura já passou! Vocês não podem bloquear mais, não!” Quando os rapazes tentaram forçar a passagem, os soldados levantaram os fuzis.Logo após, um Fiat Panorama veio devagar subindo a rua, o caminhão de cima manobrou, os cinco soldados subiram e escoltaram o carro, que ficou entre os dois caminhões. “Aí foi embora [os caminhões], e a gente ainda ficou especulando, (...) um olhando para a cara do outro sem saber o que estava acontecendo.” Ladeira diz que, naquele momento, ele ainda não sabia que se tratava da captura de seres alienígenas. “O E.T. veio mesmo à tona só com a reportagem do Fantástico. Até então, na cidade mesmo como um todo, era uma ‘criatura’.”“E a gente ficava especulando qual a criatura que era. Se era o Curupira, Boi-Tatá, Lobisomem...”, lembra. Mesmo depois de todos esses anos, desde o avistamento das criaturas até toda a movimentação militar e a morte do soldado Marco Eli Chereze, o Caso Varginha ainda é envolto em muitos mistérios. Aos poucos, novas testemunhas e mais detalhes vão aparecendo. Quem sabe, um dia saibamos tudo o que aconteceu.

Fonte

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Suprema Corte do México ratifica proibição de cultivo de milho transgênico

 

Desde 2008, empresas como Bayer-Monsanto, Syngenta e DuPont controlam mais de 80% do mercado comercial de sementes através de patentes - Cleverson Beje | FAEP


Coletivos e organizações em defesa do milho comemoram a "decisão transcendental para a preservação"

Por Alejandro Ruiz

A 1ª Turma da Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN) do México negou por unanimidade, na quarta-feira (13), o amparo da revisão judicial promovido em 2016 pelas empresas Bayer-Monsanto, Syngenta, PHI México e outras, para suspender a medida cautelar que proíbe definitivamente o cultivo comercial de milho geneticamente modificado no país.

Elaborado pela ministra e juíza Norma Lucía Piña Hernández, o projeto de resolução estabelece que a sentença de 2016 não contrariou, em momento algum, os princípios da segurança jurídica e da proteção à confiança, argumentos que as empresas levantaram para derrubar a medida cautelar.

Os integrantes do grupo Coletividade Demandante em Defesa do Milho destacaram, em um comunicado, que a resolução permite que os juízes ditem as medidas adequadas para proteger os direitos e interesses coletivos e qualificaram os 130 argumentos que a Corte rejeitou como "vazios e enganosos".

Conheça o argentino que lucrará caso seja liberado o trigo transgênico

"Esta decisão é transcendental para a preservação dos milhos nativos e da milpa", diz o comunicado, referindo-se ao policultivo tradicional na América Central, "mas também para o setor de apicultura e para as próprias abelhas que, como parte da biodiversidade, foram severamente afetadas pela chegada dos transgênicos, assim como da soja e do milho, e do uso de agrotóxicos como o glifosato".

A decisão da Suprema Corte do país determina que o cultivo comercial de milho transgênico continuará proibido no México, enquanto permite o cultivo experimental sob determinadas condições, incluindo a notificação prévia a um juiz.

Embora a ratificação do SCJN implique um avanço nas restrições que, desde 2002, são promovidas por coletivos e organizações em defesa do milho para proibir o cultivo de organismos geneticamente modificados no México, ainda existem na agenda temas pendentes relacionados a essa luta no país.

Uma longa luta inacabada

O cultivo experimental abriu as portas para que esse tipo de testes passassem a ser aplicados em outros cultivos, como o milho, a soja e o algodão.

Os efeitos da contaminação das plantações eram evidentes, particularmente nas de milho, onde a introdução acelerada dos transgênicos desde a assinatura, em 1994, do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) afetou variedades de milho nativas e também os solos e outras culturas associadas à milpa, como a abóbora.

Tudo isso levou a que, em 1998, a recém-formada Comissão Nacional de Biossegurança Agrícola (CNBA) estabelecesse uma moratória sobre o plantio de milho geneticamente modificado em todo o país, uma vez que, como em outras regiões da América Central, o México é considerado lugar de origem do cultivo.

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Apesar disso, as relações comerciais derivadas do NAFTA introduziram sementes de milho transgênicas nos campos do país. Assim, até 2004, o México importava um terço do milho que consumia dos Estados Unidos, segundo a Revista Biodiversidad, Sustento y Cultura.

O desaparecimento da Conasupo, um sistema de distribuição e compra que incentivava a produção nacional e regulava os preços internos do país, fez com que, no início do século 21, a presença dos transgênicos colocasse em risco centenas de milhares de famílias de camponeses e indígenas que, durante séculos, viveram do cultivo de milho.

Os beneficiários desta nova modalidade comercial foram as empresas transnacionais que, desde 2008, controlam mais de 80% do mercado comercial de sementes através de patentes.

Essas empresas incluem gigantes globais da biotecnologia, como Bayer-Monsanto, Syngenta, DuPont e Bayer, todas com negócios nos campos de cultivo mexicanos e, atualmente, integrantes da mesa diretiva da Associação Mexicana de Produtores de Sementes.

Um estudo realizado em 2001 por Ignacio Chapela e David Quist, publicado na revista Nature, revela os altos níveis de contaminação do milho nativo nas regiões de Oaxaca e Puebla com a introdução dos cultivos transgênicos.

Isso fez com que, em 2002, centenas de comunidades camponesas e indígenas e organizações ambientalistas e da sociedade civil formassem a Rede em Defesa do Milho, que se comprometeu a realizar amostragens em outras regiões do país, bem como promover ações legais, políticas e sociais em prol do milho nativo.

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Os fóruns e encontros que a Rede tem realizado desde 2002 ressaltam a importância de entender o milho como um eixo orientador da vida comum de milhares de povos e comunidades camponesas e indígenas no México, uma vez que os usos desse cultivo não só atendem à alimentação, como também implicam toda uma relação cultural, orgânica e política dos territórios.

O Estado mexicano, no entanto, não escutou as demandas e o eco internacional das exigências da Rede em Defesa do Milho e, em 2004, sob o mandato de Vicente Fox, aprovou a Lei de Biossegurança e Organismos Geneticamente Modificados, mais conhecida como "Lei Monsanto".

Em 2009, já no período de Felipe Calderón, foi eliminada a moratória estabelecida desde 1998 para impedir o plantio de milho transgênico no território mexicano e autorizado o plantio experimental de milho transgênico operado pelas empresas Bayer-Monsanto, Syngenta, PH México (uma fusão entre DuPont e Pioneer) e Dow.

A partir daí, após uma série de ações e apelos internacionais contra outros cultivos como a soja transgênica, em 2013, a Fundação Sementes de Vida, em conjunto com a Coletividade Demandante em Defesa do Milho Nativo, ganhou um processo judicial que proibia o plantio comercial do milho transgênico no México e regulamentava o cultivo experimental.

Essa decisão, que significou um avanço em relação às décadas e legislações anteriores, foi ratificada hoje pela SCJN.

No entanto, ainda está pendente a modificação da ordenança para garantir a proteção do milho nativo dos cultivos transgênicos e, além disso, garantir o acesso a uma reparação dos

danos por parte das empresas que têm atentado contra a vida no campo mexicano com esses cultivos desde a década de 1980.

Via - Brasil de Fato

sábado, 23 de outubro de 2021

Ao completar 18 anos, o Bolsa Família beneficia 44 milhões, mas está prestes a ser desfigurado

 

De acordo com o IPEA, entre 2003 e 2018 o programa reduziu em 25% a extrema pobreza no Brasil - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado.


Por Gabriela Moncau

Ha um ano das eleições, atual presidente propõe MP para substituir o popular programa de transferência de renda

No Brasil de Fato

Há exatos 18 anos – completos nesse 20 de outubro – o Bolsa Família surgia. Na data em que atinge sua maioridade, no entanto, o popular programa de transferência de renda é citado em artigos e manifestos, não apenas por seu impacto em diversas esferas da sociedade brasileira ao longo dos anos, mas também pelo fato de estar sendo aniquilado pelo governo Bolsonaro. 

No lugar do Bolsa Família, nome comumente vinculado aos governos petistas, o presidente Jair Bolsonaro propôs ao Congresso Nacional, em agosto deste ano, a criação do Auxílio Brasil por meio da Medida Provisória (MP) 1061/2021. 

Em manifesto lançado nessa quarta-feira (20), trabalhadores estaduais e municipais do Cadastro Único e do Programa Bolsa Família anunciaram ser contra o que consideram um “retrocesso da transferência de renda no Brasil”.

“Uma vergonha”: substitutos do Bolsa Família e do PAA devem gerar impacto negativo no Nordeste.

Ao citar que trabalham diretamente com mais de 30 milhões de famílias inseridas no Cadastro Único, o equivalente a 35,6% da população brasileira, os trabalhadores afirmam que visitam essas pessoas em suas casas, as recebem nos postos fixos ou em mutirões e que são, portanto, “testemunhas oculares de suas realidades”. 

Atualmente, 44 milhões de pessoas são beneficiárias do programa. Ainda no manifesto, os trabalhadores ressaltam que não são contrários a mudanças no Bolsa Família e que, inclusive, consideram ter contribuições a fazer nesse sentido. “O que não concordamos é acabar com um programa exitoso”, alertam, “para impacto eleitoral”.

Medida Provisória que cria o Auxílio Brasil

A não apresentação dos perfis a serem considerados em pobreza ou extrema pobreza, a não definição dos valores dos benefícios e a não resolução da fila de espera, são algumas das críticas feitas no manifesto à MP de Bolsonaro. 

Em artigo publicado na Folha de S. Paulo, as economistas Sandra Brandão e Tereza Campello – que foi ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome durante o governo Dilma – criticam com veemência o “silêncio dos arautos da austeridade” diante da mutação imposta ao Bolsa Família. 

Governo publica decreto que institui o Auxílio Brasil. O que acontece com outros benefícios?

Para as economistas, a MP 1061/2021 torna o programa oneroso e complexo ao criar nove benefícios diferentes; dificulta o acesso ao centrar a atuação do Estado no aplicativo e abandonar o Cadastro Único; desqualifica a relação humanizada e secundariza a cooperação federativa. 

“A proposta enviada pelo governo Bolsonaro, além de frágil tecnicamente, é ainda ilegal”, sustentam as pesquisadoras. Isso porque a MP cria uma despesa continuada sem que se saiba qual será seu gasto, sem proposta orçamentária e, caso seja criada por meio da postergação do pagamento de precatórios, pode ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. 

“Há um crime em curso contra os pobres do Brasil, e o silêncio é ensurdecedor”, denunciam Campello e Brandão. 

O Bolsa Família ao longo de seus 18 anos

De acordo com o IPEA, entre 2003 e 2018 o Bolsa Família diminuiu em 15% os índices de pobreza no Brasil e em 25% os de extrema pobreza. 

Entre alguns de seus impactos indiretos, segundo relatório do Banco Mundial, estão a redução das taxas de repetência escolar, a diminuição no tempo de trabalho doméstico para meninas, a maior autonomia financeira das mulheres, o aumento no consumo de alimentos, a queda nas taxas de anemia e a redução em 58% na mortalidade de crianças por desnutrição. 

Além disso, estudos recentes apontam que, com a melhoria das condições de vida, 69% das famílias que foram pioneiras em serem contempladas já abriram mão do programa e se mantêm atualmente com outros rendimentos. 

Edição: Leandro Melito

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Relatório da CPI desnuda um tempo que nunca esqueceremos

 

Foto Agência Senado

É um documento robusto que nomeia os responsáveis pela tragédia da Covid no Brasil e os acusa de terem cometido crimes contra a população.

No Jornal GGN O jornal de todos os Brasis,

Por *Eliara Santana

O senador Renan Calheiros , na leitura do Relatório final da CPI da COVID, disse que toda a investigação feita foi muito importante para que nós nunca nos esqueçamos do que aconteceu neste país. E acho que nunca nos esqueceremos.

Será difícil esquecer mais de 603 mil vidas perdidas. Pais, mães, namoradas, namorados, amores, filhos, filhas, sobrinhos, sobrinhas, tios, tias, amigas, amigas… gente amada que faz falta na vida da gente. Será difícil esquecer as cenas de pessoas sem oxigênio, as cenas de médicos e enfermeiros em pânico, as imagens de parentes desesperados porque seus entes queridos não tinham como respirar. Será difícil esquecer, sobretudo, o escárnio, o deboche e a perversidade do atual ocupante do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro. Que levou a população a acreditar em medicamento comprovadamente ineficaz contra a Covid, que desdenhou da dor das pessoas dizendo que não era coveiro, que fez piadas idiotas contra as vacinas, que fez campanha aberta e irresponsável pelo uso e pela divulgação da cloroquina e da hidroxicloroquina.

E exatamente porque não podemos esquecer é que o Relatório da CPI da Covid é um documento marcante e preciso. Claro que há questionamentos e inquietações, há jogos políticos, arranjos de última hora, a retirada da perspectiva do crime de genocídio contra os povos indígenas mas, ao final,  é um documento robusto que nomeia os responsáveis pela tragédia da Covid no Brasil e os acusa de terem cometido crimes contra a população. 

Na leitura feita hoje no encerramento dos trabalhos da CPI, o relator Renan Calheiros destacou os pontos essenciais que resumem muito bem o absurdo inaceitável que vivemos até este momento. Lendo o relatório e, depois, ouvindo o resumo do relator, a impressão que tenho é de que estivemos numa realidade completamente distópica, típica de blockbusters como Divergente e Jogos Vorazes, em que forças do mal tomam o país e o destroem completamente, instaurando o caos. Infelizmente, não era um blockbuster, era a nossa realidade dura batendo à porta, sintetizada por um documento bastante completo que dimensionava para nós o que significou o Brasil enfrentar uma pandemia tendo um genocida negacionista no comando central. Entre outras coisas, significou a perda de mais de 600 mil vidas, 600 mil pessoas amadas por outras.

Pontos em destaque

 

Na leitura resumida, Renan Calheiros destacou aspectos essenciais, sobretudo em referência ao presidente Bolsonaro, como:

 

Aumento de 50,6% no número de casos  em seis meses, desde que a CPI foi instalada (abril de 2021);

Estímulo do presidente da República pra que a população seguisse sua rotina, de forma descuidada, como se tudo estivesse normal;

Busca pela chamada imunização de rebanho;

Incentivo à manutenção das atividades comerciais em todo o pais, em pleno aumento do número de casos, sob o mote “O Brasil não pode parar”

Incentivo ao uso de cloroquina e hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina, todos medicamentos comprovadamente ineficazes no combate ao coronavírus;

Atuação intensa do gabinete paralelo que participava de decisões sobre políticas públicas.

Enquanto o mundo já tinha abandonado o uso de cloroquina, o Brasil permaneceu defendendo o medicamento;

Incapacidade do presidente brasileiro em lidar com a pandemia;

Atuação do presidente no fomento da disseminação de fake news, desinformação, propaganda contra vacina;

O presidente gerou clima de desconfiança e levou as pessoas a agirem com leviana normalidade – o que provocou uma exposição perigosa da população;

Ausência de política de testagem;

Falta de planos táticos e operacionais – inexistência de planejamento do Ministério da Saúde;

Há evidências de que o governo desestimulou a população a adotar medidas farmacológicas e a não seguir distanciamento, uso de máscaras, além de que o presidente promoveu aglomerações.

O relatório também enfatizou que o atraso na vacinação foi bastante prejudicial para o país e citou atuação bastante negligente do ex-ministro Pazuello e de Élcio Franco na negociação para aquisição de vacinas, o que impactou o cronograma de imunização. Citando reportagens e pesquisas, Renan afirmou que o Brasil poderia ter sido o primeiro país do mundo a começar a vacinação e salientou que a compra de vacinas não foi prioridade – um erro de estratégia que custou caro ao país, ressaltou o relator. Ele apontou também a existência de diversas irregularidades e crimes envolvendo a compra de vacinas, com vários vícios, “num esquema de corrupção nunca visto”.

O relator disse ainda que o povo amazonense foi “feito de cobaia” e “deixado à própria sorte”, além de ressaltar os crimes contra os povos indígenas e afirmar que “não é segredo que o governo fez atos deliberados contra os direitos dos indígenas”.

O caminho da corrupção teve espaço no relatório, e na leitura do documento, Renan Calheiros afirmou que o governo destinou dinheiro para a fabricação de cloroquina e que as despesas

multiplicaram 17 vezes para aquisição do medicamento. Bastante enfático, ele disse que todo aquele trabalho da CPI era para que nunca fosse esquecido o que aconteceu no Brasil.

Ao final, disse que inocentes pagaram com a vida a irresponsabilidade do governo.

O relatório é de fato muito completo, elucidativo e recheado de tristes exemplos e de farta documentação. É um marco nessa trágica história recente que o país viveu.

Um novo momento começa agora

“A história não perdoa os omissos e condenará os culpados”, ressaltou o relator na leitura da sessão da CPI. E Renan não poupou, em nenhum momento, os culpados, especialmente o presidente Jair Bolsonaro, que foi apontado como negligente, irresponsável  e que está sendo acusado de 11 crimes. Ou seja, com toda a descrição minuciosa, não há brecha para Jair alegar que não sabia ou que foi enganado. A perseguição às emas com a caixa de cloroquina está documentada devidamente, assim como todos os deboches e o negacionismo explícito. Não há um bom caminho para Jair, nem para os filhos, que foram incluídos em função da disseminação de desinformação e fake news.

A finalização do relatório e a culpabilização explícita do presidente e de outros ex e atuais integrantes do governo coloca um carimbo pesado em Jair, na família e no próprio governo, sem dúvida, que já está fragilizado pelo desastre da economia. Além disso, o relatório marca um momento de largada para 2022.

O dia de hoje foi triste, muito triste, pois a leitura do relatório escancarou um período terrível do país e, mais do que isso, revelou o absurdo de o Brasil ter levado à presidência um ogro genocida. Afinal, não era uma escolha difícil. E nós avisamos.

*Eliara Santana é uma jornalista brasileira e Doutora em Linguística e Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), com especialização em Análise do Discurso. Ela atualmente desenvolve pesquisa sobre a desinfodemia no Brasil em interlocução com diferentes grupos de pesquisa.

 

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Livro relata histórias de terror impostas pela cultura do estupro

 

A jornalista e escritora Adriana Negreiros escreve sobre violência sexual a partir de uma experiência dramática vivida por ela l Foto: Lira Neto


Por Heitor Peixoto“A violência sexual é a materialização daquilo que o feminismo tanto denuncia: é próprio do patriarcado tentar privar as mulheres dos espaços públicos”

No Portal Vermelho

Chega nesta semana às livrarias de todo o país A vida nunca mais será a mesma – Cultura da violência e estupro no Brasil. É o segundo livro da jornalista Adriana Negreiros, que estreou no mercado editorial em 2018, quando lançou a biografia de Maria Bonita, também pela editora Objetiva.

A obra editada agora reúne um conjunto de histórias de violência sexual, a começar por aquela vivenciada pela própria autora, no ano de 2003, contada em minúcias já a partir das primeiras páginas.

Os relatos vão além de uma descrição dos fatos revoltantes e repugnantes impostos às vítimas. Mostram também as várias camadas de danos disparados a partir dessas experiências de pavor, resumidos na frase “Estragando uma vida para sempre”, manifestada por uma das personagens reais do livro, que foi estuprada pelo próprio avô.

A publicação mostra ainda como a cultura do estupro, além de se apresentar como vexatória mazela social do Brasil, pode ter desdobramentos até mesmo eleitorais.

Confira na entrevista de Adriana Negreiros.

Adriana, primeiramente eu gostaria que você falasse das razões que a levaram a escrever sobre um tema tão sensível, e, imagino, ainda mais delicado para você, que viveu uma apavorante história de violência sexual no início dos anos 2000, contada em perturbadora riqueza de detalhes nas páginas do livro. O que te moveu nesta jornada?

A violência sexual é um assunto urgente no Brasil, país cujas autoridades policiais registram, em média, 180 estupros por dia, de acordo com dados do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Destes, 82% têm como alvo as mulheres. O número seria eloquente por si só, mas deve-se lembrar que menos de 10% das vítimas denunciam a agressão.

Saber que, todos os dias, cerca de 180 pessoas sofrem estupro no Brasil já seria razão suficiente para escrever um livro sobre este tema. Mas havia ainda uma outra motivação decisiva, que é o fato de eu própria ter sido estuprada. O estupro aconteceu faz bastante tempo, em 2003, mas nem todos estes anos, nem a suposta maturidade (tenho hoje 46 anos), nem a mudança de país (agora vivo em Portugal) foram suficientes para me curar do pavor, da paralisia física e emocional, da vergonha.

Portanto, nesta jornada, moveu-me, para além de todos os sinceros motivos profissionais, o desejo pessoal de confrontar o pavor e a vergonha e, não tendo sido possível vencê-los, ao menos transformá-los em algo que pudesse trazer-me alguma satisfação.

Lembro que terminei a leitura do seu caso de violência com um respirar profundo, descompassado pelo teor do texto. Eu, podendo apenas teorizar sobre o ocorrido, me ponho a pensar em que transformações essa vivência provocou em sua vida dali em diante.

Foram muitas. Até a noite do estupro, sempre me orgulhei de ser uma mulher corajosa e impetuosa. Após o ocorrido, tornei-me cheia de medos. Se, antes, a valentia incentivava-me a querer conquistar as pessoas e o mundo, depois do ocorrido eu só quis trancafiar-me no meu apartamento e interagir o mínimo possível com quem quer que fosse — tanto que conto nos dedos das mãos as pessoas com quem me relaciono em um nível mais íntimo, seja familiar ou de amizade. A violência sexual é a materialização daquilo que o feminismo tanto denuncia: é próprio do patriarcado tentar privar as mulheres dos espaços públicos, das esferas de poder. Como se nos dissessem, melhor vocês não saírem do quarto e da cozinha — o que também não faz o menor sentido, pois a maioria dos casos de estupro ocorre dentro de casa.

Ao mesmo tempo, você diz que a escrita, embora sofrida, foi também de “muito alívio”. De que forma?

Por razões diversas, nunca havia conversado sobre o estupro com ninguém. Eu simplesmente não queria falar sobre isso. Escrever a respeito da violência e, pela primeira vez, “falar” sobre o assunto foi uma forma de pôr para fora sentimentos que tanto me angustiavam. Desabafar, dito de modo mais direto. De alguma maneira, ao escrever sobre o crime, consegui dar sentido à experiência. Não para extrair dela algo positivo, porque não acredito nessa baboseira de que tudo tem um propósito, mas para compreender como ela me afetou — e de que maneira posso, ao identificar a dimensão dos estragos que me foram causados, tentar reverter alguns deles.

O livro conta histórias de violência sexual ocorridas ao longo de vinte anos (1994 a 2014). Como foi essa coleta de casos, e, mais do que isso, que mulheres encontrou nesse processo? Algum ponto de convergência entre elas, que tenha chamado a sua atenção?

As redes sociais ajudaram-me a encontrar as mulheres. Em um primeiro momento, foi difícil encontrar quem topasse dar-me entrevista para o livro. Depois, a dificuldade foi outra, selecionar as personagens dentre tantas que me escreviam diariamente (o que é terrivelmente triste, porque prova como há muitas vítimas de violência sexual). Encontrei mulheres de todo o tipo que você possa imaginar, embora seja importante ressaltar que a violência sexual, como de resto todas as outras violências, atinge principalmente as mulheres negras e pobres.

Consegui identificar o ponto de convergência a partir de uma pergunta feita por uma das entrevistadas. Ela tinha curiosidade em saber se o estuprador dela — no caso, o avô — possuía alguma noção, ao violentá-la, de como estava estragando uma vida para sempre. O verbo que ela usou foi outro, com dupla conotação — fodendo. Dei-me conta de que essa era uma pergunta que também me inquietava, como de resto às outras mulheres. É uma certa incompreensão. Gente, por quê? Por que fizeram isso? Por que nos marcaram desse jeito para sempre? E aí vem uma pergunta perigosa e terrivelmente cruel, mas que, em algum momento, por mais conscientes das opressões de gênero que sejamos, todas nós nos fazemos: o que eu fiz para merecer isso?

Portanto, o ponto de convergência talvez sejam dois, um tanto dialéticos: a incompreensão e a dor.

Sabemos que esse tipo de violência e suas múltiplas manifestações, longe de serem casos isolados, são o cotidiano de milhões de mulheres, sobretudo no atual momento do Brasil, governado por um presidente que inclusive já zombou do assunto (em um dos casos mais notórios, numa discussão com a então colega de Parlamento Maria do Rosário). Você considera que o país hoje é ainda mais perigoso para as mulheres? De que forma?

Infelizmente, penso que sim. No livro, eu analiso, inclusive, como o atual presidente valeu-se da cultura do estupro para ganhar adesão. Ao reforçar um pensamento vigente em certos setores de que as mulheres estão aí para serem estupradas, conquistou votos de quem pensa como ele — e viu-se representado na própria misoginia. Representado no discurso e na prática (daí os perigos). A frase “não te estupro porque você não merece” é horrenda, mas eficiente no sentido de expressar, com perfeição, a cultura do estupro presente na sociedade brasileira — nas piadas “politicamente incorretas” que tanto sucesso fizeram nas duas últimas décadas, na romantização das relações abusivas em músicas, filmes e novelas, na publicidade sexista que trata as mulheres como objetos para deleite dos homens. O combate à violência sexual, para ser eficiente, precisa ser feito em águas profundas, agindo em nossa mentalidade coletiva.

Fonte: Congresso em Foco

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

BOLSONARO RECUA E PROMETE CANETAD A PARA BAIXAR CONTA DE LUZ

 


Por Naian Lopes

No DCM

Jair Bolsonaro disse nesta quinta (14) que vai baixar a bandeira tarifária da conta de luz na “canetada”. O presidente declarou que, a partir de novembro, a cobrança voltará ao patamar “normal”. E relatou que o Brasil ficou “na iminência de um colapso” com a crise hídrica. E demonstrou felicidade com a chegada das chuvas.

“Meu bom Deus nos ajudou agora com chuva. Estávamos na iminência de um colapso. Não podíamos transmitir pânico para a sociedade. Dói a gente autorizar o ministro Bento, das Minas e Energia, ‘decreta bandeira vermelha’”, declarou o governante. A fala ocorreu em um evento evangélico em Brasília.

“Dói no coração, sabemos da dificuldade da energia elétrica. Vou pedir para ele, pedir não, determinar que ele volte a bandeira normal a partir do mês que vem”, acrescentou o presidente.

Vale destacar que Bolsonaro sempre afirmou que não iria segurar os preços através de “canetada”. Só que, com a rejeição nas alturas e a incompetência de Paulo Guedes, ele resolveu descumprir mais uma promessa. O que é algo normal no governo dele.

Bolsonaro e a conta de luz

Em agosto, o governo bolsonarista comunicou a criação de uma nova bandeira, intitulada de Escassez Hídrica. Uma bandeira maior que a vermelha. A previsão que a ação iria valer até abril do ano que vem. A taxa extra nas contas de luz saltou de R$ R$ 9,49 para R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.

A intenção foi pagar os altos custos da geração de energia por termelétricas. Elas são acionadas para substituir as hidrelétricas com reservatórios vazios.

sábado, 16 de outubro de 2021

PEÇA LOGO ESTE TRÊS LIVROS

  Por José Mendes Pereira 

No Blog do Mendes & Mendes

A primeira obra é "LAMPIÃO A RAPOSA DAS CAATINGAS" que já está na 5ª. edição, e aborda o fenômeno do cangaço e a vida do maior guerrilheiro das Américas. Um homem que não temeu às autoridades policiais  e muito menos aqueles que lutavam contra a sua pessoa, na intenção de desmoralizá-lo nas suas empreitadas vingativas, e eliminá-lo do solo nordestino. Realmente foi feito o extermínio do homem mais corajoso e mais admirado do Nordeste do Brasil, na madrugada de 28 de julho de 1938, na Grota do Angico, no Estado de Sergipe, mas não em combate, e sim, através de uma emboscada muito bem organizada pelo alagoano tenente João Bezerra da Silva. 


O Segundo livro da trilogia do escritor e pesquisador do cangaço é: "FATOS ASSOMBROSOS DA RECENTE HISTÓRIA DO NORDESTE" com 332 páginas, e um grande acervo de fotos relacionado ao assunto. E para aqueles que gosta de ler e ver fotos em uma leitura irá se sentir realizado com todas as fotos.


O terceiro livro da trilogia também do escritor José Bezerra Lima Irmão é: "CAPÍTULOS DA HISTÓRIA DO NORDESTE" resgata fatos sobre os quais a história oficial silencia ou lhes dá uma versão edulcorada ou distorcida: o "desenvolvimento" do Brasil, o desumano progresso de colonização feito a ferro e fogo, Guerra dos Marcates, Cabanada, Balaiada, Revolução Praieira, Ronco da Abelha, Revolta dos Quebra-Quilos, Sabinada, Revolta de Princesa, as barbáries da Serra do Rodeador e da Pedra do Reino, Guerras de Canudos, Caldeirão e Pau-de-Colher, dando ênfase especial à saga de Zumbi dos Palmares, Invasões Holandesas, Revolução Pernambucana de 1817, Confederação do Equador e Guerras da Independência, incluindo o 2 de Julho, quando o Brasil se tornou de fato independente... São assuntos que dão gostos a gente lê-los.  

Adquira-os com o professor Pereira através deste e-mail: 

franpelima@bol.com.br

ou com o autor através deste g-mail: 

josebezerralima369@gmail.com

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

COMO MANTER O BANDO ABASTECIDO!

 Por Sálvio Siqueira


Em toda organização tem-se que ter um administrador das despesas. Saber quanto entra e quanto se gasta. É essencial para qualquer um que queira levar adiante sua casa, sua empresa ou qualquer empreendimento.

Pois bem, nos grupos formados pelos bandidos e aqueles que os perseguiam, também havia as despesas a serem contabilizadas. Despesas com munição, armas, vestimentas e alimentação, coisas que diariamente eram usadas, diminuídas suas reservas, necessitando de um reabastecimento.

Lampião pagando um coiteiro. próximo estão, sentado, o cangaceiro "Sabonete" e em pé o cangaceiro "Juriti". 

As volantes tinham o amparo estatal e as despesas ficavam por conta do governo, ou seja, o dinheiro do contribuinte era sacrificado para esse fim. Já os bandos de cangaceiros tinham que auto sustentarem-se. Se bem que esse ‘auto’ também era do dinheiro do povo, roubado, tirado e extorquido. Os bandos, ou para eles, a coisa tornava-se mais dispendiosa, pois havia a necessidade de aumentá-las para cobrir as despesas com os coiteiros, informantes, em todas as camadas sociais em que o ‘braço’ do chefe mor do cangaço alcançava. Também tinha a obrigação, podemos assim dizer, de serem pagas as criações, rapaduras e outros alimentos fornecidos pelos protetores para que os mesmos ficassem de ‘bico’ calado e sempre terem algo para fornecerem. Para as volantes, quando a ração acabava e eles chegavam a alguma morada de algum catingueiro, no mato, Povoado, Vila, Distrito ou pequena cidade, usavam sua total autoridade para que fosse servida alimentação sem gastarem nada, tudo ficava em nome do governo.

Lampião acompanhado com Maria de Déa, sua companheira, na caatinga. 

“(...) A manutenção de um grupo de cangaceiros envolvia uma série de estratégias que exigia muita habilidade para se atingir os resultados e, se tratando de um numeroso bando como o de Lampião, as despesas aumentavam de forma considerada (...).” (MARCENA, 2015)

Além das despesas serem alta, havia o problema da compra. Não era em todo estabelecimento de venda que um cangaceiro, por estar com os bolsos cheios de dinheiro, poderia chegar e fazer suas compras. Havia necessidade de uma boa ‘manobra’ para, em muitos lugares, os comerciantes não saberem, realmente, para quem iriam suas mercadorias vendidas, usando um ou mais coiteiros para fazerem as compras.

Em outras oportunidades, havia os comerciantes que vendiam diretamente aos bandos, principalmente ao de Lampião, necessitando apenas dos intermediários das entregas, coiteiros, informantes e protetores, até as ‘encomendas’, mercadorias, chegarem ao destinatário.

Foto de Maria Bonita colorizada, digitalmente, pelo amigo, professor rubens antonio 

“(...) O alimento se fazia presente entre os cangaceiros pela intermediação da rede de coiteiros; através dos saques em pequenos comércios ou propriedades rurais como fazendas; pelo acolhimento de alguns coronéis que recebiam os bandos em suas propriedades; por via da coleta na natureza; raras capturas de algumas pequenas caças ou pela compra direta feita pelos cangaceiros (...) Todavia, esta última, era prática bem menos comum por coloca-los em grande exposição, a não ser quando se livravam dos seus trajes inerentes(...).” (MACENA, 2015)
Em entrevista, o próprio Lampião cita, por diversas vezes, a dificuldade para manter um bando numeroso como o seu.

“(...) se não o organizo conforme o meu desejo é porque me faltam recursos materiais para a compra de armamentos e para a manutenção do grupo – roupa, alimentação, etc. (...).” (MACÊDO, 1926)

Na entrevista, o chefe cangaceiro relata ao entrevistador, sem omitir nada, a maneira, forma, que exercia para conseguir o dinheiro usado para pagamento das despesas. Ele referi como sendo ‘trabalho’, aquilo que pratica, exercia, para conseguir, junto a população o total para as despesas com seus ‘cabras’. Usando até de um pouco de política, ele defende a maneira que usa.

Nenê do Ouro com um cangaceiro, dançando e tocando uma gaita. Provavelmente "Novo Tempo".

“(...) consigo meios para manter meu grupo pedindo recursos aos ricos e tomando à força aos usuários que miseravelmente se negam de prestar-me auxílio (...) tudo quanto tenho na minha vida de bandoleiro mal tem chegado para as vultosas despesas do meu pessoal – aquisição de armas, convindo notar que muito tenho gasto, também, com a distribuição de esmolas aos necessitados (...).” (MARCENA, 2015)

Quanto a aquisição das armas, até pode-se pensar que fora da maneira que narrou o líder dos cangaceiros, quanto a ‘ajuda’, distribuição, junto aos necessitados sabe-se que nada tinha a ver, ele nunca que fizera isso, a não ser, jogar moedas para algumas crianças. As moedas, além de terem um valor mínimo, pesavam bastante, duas causas que fizeram Virgolino jogá-las para os meninos.

Lampião em demonstração, fazendo uma 'partilha' com seus 'cabras'. 

Junto aos saques, roubos e extorsões, segundo alguns autores, Virgolino emprestava dinheiro a juros a determinadas pessoas, coisa que dava um rendimento muito maior, mais vultoso, pela soma ‘empregada’, ou emprestada.

“(...) Havia outro lado da moeda, bem mais rentável, que incluía negociatas e expressivas somas de dinheiro: “Lampião, além de avaro, reconhecidamente um bom financista, diz-se ter brigado com o coronel José Pereira, de Princesa, Paraíba, por esse ter-lhe aplicado mal o capital levantado no saque de Souza, em 1924” (...).” (MACENA, 2015).

'Hora do rango', almoço, dos cangaceiros num coito, acampamento. 

A maior dureza que existia, era estar com o ‘papo de ema’ recheado e não poder usufruir, muitas vezes ter que se alimentar de cactos e tubérculos ‘doados’ pela caatinga. Sem poder, muitas vezes, acender fogo, pois a fumaça os denunciariam as volantes, os coiteiros já traziam a comida pronta até o acampamento, ou em um lugar próximo a sua casa. O cangaceiro pode ter sido tudo, menos infantil ou burro. Certa feita, a mando do chefe, um deles retira todos os apetrechos que o identificava como cangaceiro, pega uma quantia e vai a sede de uma fazenda fazer compras.

“(...) depois de tirar todos os enfeites característicos dos cangaceiros, para esconder sua identidade, conseguiu comprar queijo numa fazenda (...).” (CHANDLER, 2003)

Além das despesas costumeiras que falamos, também havia aquela das festas, forrós, onde duravam dois ou três dias. Tinha também a propina aos informantes, a nosso ver, os telegrafistas foram os principais, pois não há registros, pelo menos que lembre, de que o chefe mor do cangaço tenha torturado e matado algum. Lampião, após usar sua maior e eficaz arma, o medo e o terror, começa a enviar seus famosos ‘bilhetes’ de extorsões. E aqueles a quem a danada da ‘correspondência’ chegava, a maioria pelo menos, pagavam o total ou parte do que vinha escrito ‘pedindo’. Assim, o famoso chefe cangaceiro ia ‘arrumando’ a quantia necessária para as despesas do bando e, como fica comprovado após sua morte, em seus espólios, uma vultosa quantia em dinheiro, joias e ouro no decorrer da existência do seu sangrento reinado. Essa força, o medo e terror, após sua morte acaba-se. Por mais que enviem 'bilhetes', os outros chefes que ficaram, não recebiam o que pediam nas extorsões, pelo contrário, recebiam em resposta, outros contento desaforos.


Fotos Benjamin Abrahão
PS// FOTO DE MARIA BONITA COLORIZADA, DIGITALMENTE, PELO AMIGO, PROFESSOR Rubens Antoni

Fonte: facebook
Página: Sálvio Siqueira
Grupo: OFÍCIO DAS ESPINGARDAS
Link: https://www.facebook.com/groups/545584095605711/?fref=ts

http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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