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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Terezinha


Ah Terezinha! Lembrei-me de ti, não que eu seja saudosista ao extremo. Sinto saudades sim, de muita coisa, afinal, saudades todos nós temos. Hoje, porém, senti falta de um tempo que era nosso.

Aurora de vida foi aquela, quando nossa existência estava centrada em uma singularidade incomparável, quando tínhamos as nossas idades pequenas e quando éramos pessoas importantes naquele nosso pequeno grande mundo, mundo aquele suficiente para abranger nossas fantasias, nossos sonhos e as nossas inocências.

Aurora de vida foi aquela, dos nossos verdes dias, dos nossos verdes campos, da nossa vida azul. Saudades dos nossos olhares puros, da ausência da maldade, saudades de quando tudo era riso, de quando as preocupações e os medos eram apenas com as almas do outro mundo ou de não encontrarmos o caminho de nossas casas quando saíamos da escola.

O tempo do nosso tempo hoje me faz muita falta. Lembras dos dias em que o céu anunciava chuva forte? Tu te lembras dos ventos uivantes varrendo do chão os grãos de areia que salpicavam nossas canelas? Quantos risos e quão magnífico era aquilo para nós.

Foi um mundo sem igual, foi um tempo sem par. Com o passar dos anos a gente chega à conclusão de que a busca de cada um por dias melhores é ilusão. Na época da ternura somos completos, felizes, plenos. Ofuscados pela luz de novos horizontes, a gente corre atrás do muito e os deslizes são tantos, que por fim concluímos que o ideal para vida era exatamente o pouco que tínhamos em nosso ponto de partida.

Nossos olhares eram puros, nosso mundo era nivelado, não havia vaidade, não havia maldade, não havia divisões, não havia imposições e tudo era igual em justa medida, pois naquela época nem julgávamos e nem éramos julgados...

Pois é, por um momento ou outro me pego mergulhado nas lembranças do outrora, me é comum sentir falta daquela que foi a aurora da minha vida. E hoje me bateu saudades de você que conheces tão bem estas reminiscências, você que viveu e partilhou aqueles momentos efêmeros dos primeiros anos de nossa jornada.

...Teu cabelinho enrolado, lembras?

Ah, aurora de vida foi aquela... Vou parar por aqui, mas saiba, sinto imensas, desmedidas saudades de você, minha terna Terezinha.

Mateus Brandão de Souza

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

30 de janeiro é o dia da saudade


Ah que saudades que eu tenho
 da aurora da minha vida
da minha infância querida
que os anos não trazem mais"

(Cassimiro de Abreu)

Muito embora quem tem saudade a tem todos os dias, 30 de janeiro é dedicado a esta sensação tão impregnada e presente em nossas almas e corações. O que é este sentimento no qual nós da língua portuguesa definimos saudade?

Os espanhóis a chamaram de añoranza (anhoranssa). Seja em qual idioma for, a saudade nada mais é que a dor na alma, no âmago, é um vazio, uma falta de algo ou alguém, é o lamento de uma solidão, daquilo que deixou de fazer parte da nossa vida ou do nosso cotidiano.

A saudade tem as suas graduações, há a saudade leve, aquela quase gostosa de se sentir, há aquela que fere, que arranca impiedosamente pedaços da alma ou do coração. Morre-se de saudade também, isto é fato, nos tempos da escravidão, por exemplo, muitos negros morriam de tristeza, tristeza tão extrema a qual chamavam banzo. Banzo nada mais era, que as saudades dos africanos de sua África distante querida e inesquecível.

Pois bem, 30 de Janeiro é o dia da saudade, saudade daquele amor que marcou pra sempre a sua vida, saudade dos tempos da infância, dos amigos que perdemos contato, saudades dos tempos da escola, da antiga casa, daquela cidade, saudades da avó, do avô, saudades dos que já morreram.

Quem é que nunca sentiu saudade? Você que sempre se pega pensando em algum momento do seu passado, você que relembra pessoas, tempos e acontecimentos remotos, você é um saudosista. Portanto, 30 de janeiro é o seu dia. Comemore, brinde à sua maneira a sua saudade. Afinal, saudade, quem é que não tem?

Por Mateus Brandão de Souza


quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Revivi


Esta noite viajei
Foi quando estava dormindo
Sonhei que eu era criança
Minha alma ficou sorrindo

Revi meus velhos amigos
Bom presente do destino
Contracenamos, pois, juntos
nosso papel de menino

Corri descalço por ruas
Nadei no pequeno riacho
Local de felicidade
Que noutro lugar não acho

Então a emoção me envolveu,
A alegria deu-me asas
E este sonho colocou-me
Enfrente minha antiga casa

Senti quão doce é a paz,
Contemplando o rosto dela
Eu vi minha mãe sorrindo
No peitoril da janela.

MBS® Produções.

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

A coruja gaba o próprio toco



Respeitando-se em suas devidas qualidades os conhecimentos filosófico e cientifico, vamos nos atentar aqui tão somente a um outro conhecimento, o do senso comum, sem jamais menosprezá-lo, pois, por mais que pensadores e cientistas possuam suas convicções, o senso comum sem a pesquisa nem a experiência aprimorada, também tem suas razões.

O dito popular “a coruja gaba o próprio toco” nos remete às fábulas onde a coruja é uma personagem inteligente, dada ao diálogo, personagem esta que se auto-promove, que intenciona convencer terceiros que ela, a coruja, possui qualidades mil, muito embora estas qualidades sejam inexistentes ou sejam vistas apenas no imaginário das corujas.

Foram das fábulas também, que tiramos a expressão “mãe coruja”, pois seus filhotes embora visivelmente feios, a mãe coruja os considera lindos. Portanto, quando o senso comum diz que a coruja gaba o próprio toco, obviamente concluímos que de forma alguma alguém em sã consciência propagará suas debilidades ou defeitos.

A propaganda busca convencer, evidenciar a um terceiro que determinado objeto, pessoa ou o que quer que seja possua qualidades ímpares, significativas e consideráveis. Quando a pessoa se comporta como a coruja das fábulas, muitas vezes ela está persuadindo aos quatro cantos sobre suas qualidades, qualidades muitas vezes inexistentes e vislumbradas apenas no imaginário daqueles que estão se auto-propagando.

“Sejam outras que te aplaudam, não as tuas mãos, seja outra que te louve, não a tua boca”. Assim nos ensina um dos provérbios atribuídos ao sábio Salomão. Ninguém jamais falará mal de si próprio, pois os próprios interesses estão sempre em jogo, é uma questão de lógica.

Portanto, prezado leitor, aproveitemos a sabedoria popular contextualizando seus ditados repletos de fundamentos. Em toda esta competitividade a qual estamos inseridos cada qual puxa a brasa para sua sardinha.

Pensemos nisso...

Mateus Brandão de Souza

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Aparências


“Nem tudo que reluz é ouro, mas também é no lodo que se formam as lindas pérolas”

É no rústico frigir dos ovos que nos damos conta de quem é quem no palco da vida. Aparências mais que enganam, elas causam vertigem, elas muitas vezes nos deixam cegos. São nessas ocasiões que nos damos conta de que nossas fichas muitas vezes foram enganosamente apostadas.

 São contraditórias as aparências, é preciso aprendermos, que um livro não pode ser julgado pela capa, Temos que nos dar conta de que um rótulo nem sempre diz a realidade sobre o produto. “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento”, assim nos dizia a vovó em sua sabedoria.

Mais tarde, o descuido nos fez acreditar que a primeira impressão é a que fica, pode até ser, mas isto só funciona se porventura não vermos mais a pessoa de quem tivemos a primeira impressão. Nada é mais revelador do que o convívio. Muitos casais só  revelam sua verdadeira personalidade após algum período do casamento, após um determinado tempo de convívio é que a realidade vem à tona.

A verdade deprimente ou satisfatória não está unicamente nos relacionamentos íntimos, está em nosso dia a dia, em nossas ocasiões, em nossas decisões, naquilo que julgamos ser uma coisa e que fatalmente ou surpreendentemente mostra-se outra.

Isto também funciona no lado oposto da moeda, a aparência é realmente enganadora, temos que duvidar, questionar, nos assegurarmos para não sermos vítimas de uma ilusão de ótica, muitas vezes o que se mostra ruim, com o tempo revela-se bom, é onde cabe o ditado de que: “o diabo não é tão feio como se pinta”. É onde aparece a necessidade de policiarmos nossos pré-conceitos.

A grande sacada de tudo isso, é que temos que ser bons juízes, bons analíticos, exímios observadores, não tomando decisões precipitadas, julgando tudo  na justa medida, com cautela, tendo uma opinião prudente sobre a isto ou aquilo, este ou aquele e assim por diante. É através do conhecimento que podemos expor nossas opiniões, formular nossos princípios e chegarmos aos nossos conceitos. Isto nos implica destreza, e necessariamente tempo, pois o tempo é que pode nos dizer verdades e nos faz cientes de toda realidade.                                                       


Mateus Brandão de Souza

sábado, 25 de janeiro de 2020

Em terra de sapos, de cócoras com eles


Antropólogos, psicólogos e outros estudiosos das ciências humanas afirmam que o homem é um fruto do meio; ou seja, o homem como um ser social é antes de tudo, regrado por um conjunto de leis ou normas dentro de sua coletividade. Trocando em miúdos, o homem é um ser influenciado pelas idéias e pelos conceitos de seu meio social.

Alguém da classe dominante dita as regras, mostra o que é certo e o que é errado, determina o que é ordem ou desordem e o homem do senso comum digere tudo sem questionar, aceita como certas e ignora que na verdade está sendo moldado, lapidado para o proveito de alguém, para atender aos interesses, ao deleite de algum ditador das regras a serem seguidas.

O escritor e poeta paraibano Augusto dos Anjos taxou de fera o homem inserido no sistema competitivo, onde competir com seu semelhante é uma forma de manter-se inserido e não à margem da sociedade. Disse ele: “O homem que neste mundo vive entre feras, sente inevitável necessidade de também ser fera”.

Neste caso, o homem, apontado pela filosofia como um ser racional, torna-se tão ou mais irracional do que os outros animais naturalmente desprovidos de razão.

O homem será exatamente igual ao meio que ele estiver inserido. Se está entre sapos, se porá de cócoras como os sapos, se estiver entre as feras, agirá como as feras.

Desta forma, cada um se identifica e forma os seus sub-grupos dentro da sociedade. “As aves da mesma plumagem andam juntas”.

As aves canoras não estão em meio aos urubus, muito menos as pombas estão entre as aves de mal agouro.

Assim são os homens como ser social, ele é um fruto do seu meio, se avaliarmos seu convívio, saberemos muito sobre sua personalidade e seu comportamento.

Por: Mateus Brandão de Souza.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Acabou a escravidão no Brasil?


“Senhor Deus dos desgraçados, dizei-nos vós senhor Deus, se é mentira ou se é verdade tanto horror perante os céus.”
 ( Castro Alves )

Este é um trecho do poema Navio Negreiro, uma das mais belas e conceituadas páginas da poesia nacional, aqui, Castro Alves indigna-se contra a desumana condição a qual eram submetidos os negros no tráfico de escravos num tempo onde a escravidão era vigente no Brasil. Castro Alves ficou conhecido como o poeta dos escravos e através de suas poesias, observamos sua intenção de falar pelo povo negro e gritar contra suas dores e sofríveis condições de vida.

A história, é testemunha das diversas fases da escravidão no Brasil, das leis e dos movimentos anti-escravocratas até culminar naquele memorável 13 de maio de 1888 onde a princesa Isabel assinou a lei Áurea “pondo um fim à sujeição do povo negro”. A partir de então nos é ensinado em nossas escolas, nos grandes meios de comunicação, que a escravidão é extinta no Brasil. A classe dominante que sempre primou por seus próprios interesses e jamais pelo interesse coletivo, prega seu heroísmo na atitude de extinguir a escravidão e busca convencer este ato como uma prática humanitária.

121 anos nos separam daquele 13 de maio de 1888, 121 anos do fim da escravidão legalizada no Brasil, não há mais a senzala, o tronco, o feitor, nem o chicote, acabou-se o tráfico de seres humanos.  Porém, a dignidade deste povo onde anda? se analisarmos de forma apurada, a escravidão de fato acabou-se no Brasil? Podemos dizer sem receio que NÃO, a escravidão não acabou nem no Brasil, nem neste mundo dominado pelo sistema capitalista.

Basta vermos as condições de vida do nosso povo, negros, nordestinos, índios e pobres, estes guerreiros, estas pessoas, sempre foram usadas como esteios do progresso, neste país que jamais repartiu, nas situações desfavoráveis deste povo que lhes foram negado as condições básicas de sobrevivência, nestas pessoas que são usadas como via para que o acúmulo de riquezas chegue nas mãos dos poderosos dominantes.

Hoje a escravidão é psicológica, é na forma de coação, é o medo do desamparo, os escravos de hoje não tem suas costas lanhadas pelo chicote, mas tem suas consciências fustigadas pelo medo do desemprego, hoje os escravos são castigados por seus salários irrisórios. Os navios negreiros de hoje, transportam pais e mães de família para os mesmos canaviais de outrora, onde vendem sua força de trabalho para o patrão deleitar-se no doce conforto que o capitalismo excludente proporciona para os poucos que desfrutam de suas delícias.

É na pobreza de nossa gente, é na miséria do nosso povo, é na falta de acesso às escolas e a leituras, que podemos afirmar que a escravidão não acabou, e que as observações de Castro Alves continuam atuais, pois ainda somos os mesmos desgraçados, humilhados não pela escravidão do chicote, mas pela escravidão que nos deixa à margem da dignidade, a escravidão dentro das fábricas, das indústrias, é no grande número de empregos informais e na sub-vida deste povo marcado e feliz, desta nossa gente de consciência roubada, destes homens e mulheres manipulados, adestrados e moldados para competir, para o sistema selvagem e bruto que vê no acúmulo do dinheiro  o seu principal ideal.
 “Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós.”

Por: Mateus Brandão de Souza.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Desconfie


“A mão que afaga é a mesma que apedreja”
(Augusto dos Anjos)


Não se deixe levar pelas aparências, fique atento, pois, sinceridade e falsidade, amor e ódio podem habitar o mesmo coração.

Lembremo-nos da sabedoria popular: “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento”.
Questione supostas verdades, até mesmo as ditas imutáveis e absolutas. Tenhais cautela, pois o palco da vida está repleto de artistas mascarados e atores multifaces.

Atentai-vos, não são poucos os que agem de má fé... Lembre-se, não há preço que pague o valor de tua consciência, portanto, não deixe que o usurpador se aposse dela.

Não se conhece o coração alheio. Desta forma, seja coerente, num mundo sistematizado, onde tudo gira em torno do dinheiro, ninguém jogará ao vento seu capital. Por isso, desconfie.

Preste atenção, “Urubu não acompanha colibri”. Vá ter com o santo, mesmo misericordioso e coberto de bondade, ele desconfia quando a esmola chega em demasia, isto é cautela de santo, espelhemo-nos nela.

Não sejamos loucos, o homem prudente tira lições dos próprios erros, porém o tolo, nem se quer os observa. Entre um e outro, seja igual ao primeiro.

Não menospreze a capacidade alheia, jamais duvide da inteligência adversa. O lobo se reveste como ovelha no intuito de devorá-la.

A questão entre colher o bom ou o mau fruto implica na observação da semente que plantamos, quem planta flores colhe flores, quem semeia carrapichos, fatalmente os colherá.

Sejamos igual ao lince, em sua visão aguçada enxerga longe detalhes que teimam em passar despercebidos.

Não se deixe cair no conto da embalagem, que propositalmente bem trabalhada, não externa os defeitos da mercadoria a qual embrulha.

Atentai-vos, Atentai-vos!

“Nem tudo que reluz é ouro!”


Por: Mateus Brandão de Souza.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Quem paga a conta?


“A corda sempre arrebenta no lado mais fraco”.

Este ditado óbvio faz referência a ocasiões onde, dado as circunstâncias que acontecem determinadas adversidades, pessoas de menor poder aquisitivo, menor influência social e baixa posição hierárquica, arcam com a responsabilidade de pagar por erros que se quer cometeram.

Em questões de crise, por exemplo, muitas vezes, aquele que não desfruta de bom salário, é quem responde por conseqüências que ele não ocasionou. Quando uma empresa decide cortar gastos, é no bolso da maioria assalariada que ela busca sua estabilização, desta forma, confisca do empregado menos remunerado o seu complemento salarial, a hora extra. Quando a situação se torna mais drástica, a empresa vai além, recorre à demissão em massa de sua mão-de-obra barata, em meio a este revés empresarial, os que detêm melhor remuneração e posição hierárquica, não tem de seus salários, um único centavo retirado.

Ou seja, cabe a classe funcional assalariada o sacrifício de contribuir para que o caixa de sua empresa saia do vermelho, pois, assim decidem aqueles que tem em mãos o poder da regência empresarial, não há para eles maneira mais viável de sanar suas dificuldades do que apelar para o bolso do trabalhador. Partindo de ideologias anti-sociais como esta, o setor empregatício criou o famigerado banco de horas, conduta amparada em lei que afeta o “colaborador” no seu ganha pão diário.

Aliás, o termo colaborador, define exatamente o que é a classe trabalhadora, pois se há na empresa ameaças na estabilização de seu caixa, o corpo funcional de baixa renda é quem será sacrificada colaborando para o barco sair da tormenta e voltar a bonança.

Conhecem a história do boi jogado para as piranhas? É exatamente a mesma forma, haverá sempre quem será usado em sacrifício para a salvação e regozijo de outro, o revés daqueles, garantirá a sorte destes.

Quem paga o pato? Hora quem, aquele que for menor é claro, a culpa cai sobre os que não merecem. Alguma dúvida de que o sistema é injusto?

Nos reinos medievos, quando um rei tinha ganas em acumular moedas e garantir seu bem estar, era na escassez dos bolsos de seus súditos que ele ia garimpa-las, através de impostos abusivos, o rei criava um meio de seu povo suprir as necessidades palacianas.
Nem todos tiveram a mesma sorte dos compatriotas e contemporâneos de Robin Hood, aqueles, colaram-se ao herói esperando nele a possibilidade de ser feito justiça. No fim, a ação Robin-hoodiana restituiu aos pobres o que lhes foi roubado pelos ricos, tornou-se ele, príncipes dos ladrões e se foi ele uma lenda ou não, o importante é que por seus roubos ele merece muito mais de cem anos de perdão.

No entanto prezado Leitor, neste sistema que é promissor para tão poucos, neste sistema onde os poucos que tem muito, criam leis favoráveis aos seus interesses dominantes, a quem é levado ao dever de pagar a conta?
Quem é levado ao sacrifício e quem garante a sobrevivência do sistema parasita?...

Lamentavelmente são todos aqueles que nada devem e menos tem...


Mateus Brandão de Souza, graduado em história pela FAFIPA.

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Esperanças vãs


O sonho bonito do bem comum onde viveremos todos em harmonia, onde a justiça vá de encontro aos interesses coletivo não passará de sonho.

Histórias de faz de conta, quimeras, onde cada vez mais perderá o sentido na cruel realidade formada por seres vulneráveis e corrompidos que sempre buscarão seus próprios interesses.

A realidade onde a dignidade abrace todos os cidadãos é cada vez mais inviável, nunca aconteceu e jamais acontecerá. A raça humana com seu modo de fazer política, jamais será capaz de fazer valer os princípios do bem comum. O discurso de que os interesses coletivos serão defendidos a qualquer preço, é lenda e mito, vividos somente no imaginário de sonhadores e enganadores. Esperanças inalcançáveis que servirão sempre como esteios para sustentar ou garantir a ascensão e a permanência de alguém ou alguns no domínio desta máquina falsária denominada política.

Os homens que regem o poder ou aqueles que possuem esta pretensão, buscarão primordialmente seus próprios interesses, como também, os interesses daqueles que lhes tem estreita aproximação. Pela ganância em chegar ao posto almejado em sua candidatura estes homens se unirão ou se afastarão uns dos outros como melhor lhes convier.

O que importa é o caminho mais curto para suas realizações pessoais, os que outrora eram inimigos, hoje se abraçam, quem ontem era apontado como demônio, hoje têm o aval de quem o satanizou, serão sempre assim os políticos, artistas de muitas faces que mudam seus discursos da maneira que for conveniente aos seus próprios interesses.

Entra ano e sai ano, passam-se séculos e a realidade é imutável, porém a esperança de uma realidade justa continua fomentando o imaginário de todos aqueles que dormem, sonhando com um dia triunfante, onde o bem, a bonança e a dignidade seja algo comungado por todos. São os pobres sonhadores que em sua tamanha inocência, alimentam um otimismo também imaginário de que realidade se reverterá.

O objetivo aqui não é partilhar nosso pessimismo e frustração, acreditamos até que os sonhadores sejam pessoas mais felizes do que aqueles que estão acordados assistindo a toda essa patifaria infindável regida pelos maestros da política. Estaremos cada vez mais mergulhados no lodo da desesperança onde quem pode mais chora menos e os que nada podem e muito choram jamais serão saciados e tampouco consolados.

Assim é e assim será.

Mateus Brandão de Souza, graduado em história pela FAFIPA.
                                                                                                  

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Cristo andaria de fusca


Embora muitos contestem, Cristo foi o homem mais importante que pisou em solo terrestre, até porque para seus seguidores, Cristo é imortal e filho unigênito de Deus.

Pois bem, Cristo quando esteve por aqui, veio em uma época onde os cavalos e os camelos faziam o papel que hoje fazem os carros.

Os homens mais abastados contemporâneos de Cristo, possuíam os cavalos de melhor raça, quanto mais ricos eram os homens, maior era a imponência de seus cavalos, grandes marchadores, que em carruagens sofisticadíssimas, já transportaram reis e rainhas.

Porém, o inigualável Cristo sempre primou pela humildade, sempre evidenciou seu desapego aos bens materiais. Um dia, ele disse aos seus seguidores que enquanto as aves do céu possuem seus ninhos e as raposas tem os seus covis, ele, o filho do homem, não tem onde reclinar a cabeça.

Cristo andava a pé, discípulos e multidões seguiam aquele homem único, um certo dia porém, para se confirmar as escrituras, Cristo decidiu que passaria por determinado local montado em uma das conduções de sua época, no entanto, por seu desapego ao material, Cristo não quis um cavalo de raça para montar, nem mesmo por um pangaré o bom mestre optou, Cristo utilizou-se do meio de transporte mais barato de sua época, Cristo escolheu um jumento, o mais humilde dos animais de montaria, conduziu o filho de Deus, o homem mais importante de todos os tempos...

... Hoje os carros fazem o papel que os cavalos faziam nos tempos de Cristo, os homens mais ricos e “importantes”de agora, possuem os melhores carros que existem. No entanto, se Cristo fosse nosso contemporâneo, ele jamais escolheria o carro mais caro para andar, não pensem vocês, que Cristo andaria de Capitiva, Cristo ao que tudo indica, como nunca foi apegado nem a cifras, nem a marcas e muito menos a bens materiais, Cristo andaria no mais popular veículo de transporte motorizado de todos os tempos.

Se outrora Cristo andou num jumento, em nossos dias, ele andaria num fusca, por mais uma vez o mais humilde e popular meio de locomoção de uma época, transportaria o filho de Deus, o homem mais importante de todos os tempos.

Por isso meu amigo e amiga, não se vanglorie por sua máquina possante, nos tempos do mestre Jesus, quando os cavalos de raça eram a pedra da vez, foram os proprietários de jumentos quem sentiram o orgulho de ver o maior homem do mundo, ser transportado no lombo de um jumentinho.

Nos dias de hoje com certeza, esse orgulho caberia aos donos de fuscas, pois Cristo certamente andaria em um deles.

Mateus Brandão de Souza é graduado em história pela FAFIPA.

sábado, 18 de janeiro de 2020

Nova Londrina – Por Vieira e Vieirinha

Rubens Vieira Marques, o Vieira - Itajobi, SP-20/9/1926 – São José do Rio Preto – SP 10 de Julho de 2001. 

Rubião Vieira, o Vieirinha - Itajobi, SP - 26/8/1928 -São Paulo, SP- 07 de Abril de 1991.


Os dois irmãos componentes dessa dupla sertaneja cresceram em Itajobi, sua cidade natal. A família Vieira tinha tradição musical. Todos cantavam ou tocavam algum instrumento, além de serem também conhecidos pela excelência na fabricação de instrumentos de cordas.

Os irmãos começaram cantando em dias de festa e em reuniões familiares. Despertaram as atenções nas festas de São João, promovidas pela família. Em 1949, fizeram a primeira apresentação na rádio Tietê de Novo Horizonte. Nesse período montaram uma fábrica de instrumentos de corda. Permanecem na rádio por dois anos. Em seguida foram para a PRI-2 Rádio Clube em Marília, onde tiveram um programa exclusivo de 1950 a 1952. Participaram de comícios do candidato à Presidência da República, Getúlio Vargas. Em seguida ingressam na Rádio Nacional, estreando em um programa de auditório com a música “Rio Grande adorado.”

Ficaram na Rádio Nacional por 22 anos. Assumiram os nomes de Vieira e Vieirinha, dados por Tonico e Tinoco. Em abril do mesmo ano gravaram o primeiro disco, um 78 rpm com o cururu “O canoeiro não morreu”, de Teddy Vieira e Ado Benatti e a moda de viola “Nova Londrina”, de Teddy Vieira e Serrinha. Começaram a atuar no programa de Nhô Zé, “Alvorada cabocla”, na Rádio Nacional. Nesse período também participaram do programa “Alma da terra”, de Ado Benatti, na TV Tupi. Em 1953, gravaram “Cravo na cinta”, de Antônio Padovani e Mário Bernardino e “Transporte de boiada”, de Ado Benatti e Rui de Oliveira.

 Gravaram o primeiro LP pela Continental, em que se destacou “Arraial da curva torta”, de Capitão Furtado, “São João Batista” de Benedito Seviero e Vieirinha, e “Galopando”, de Isaías Vieira e Arlindo Pinto. “Peão de boiadeiro”, de Alceu Maynard Araújo e Teddy Vieira, e “A grande verdade”, de Leo Canhoto, viriam no LP de 1967 pela Chantecler. A dupla lançou mais três discos, sendo os dois últimos em 1982. Atuaram na Rádio Bandeirantes com a apresentação mensal no programa “Na beira da tuia” e também na TV Cultura, no programa “Viola minha viola”.

A dupla gravou aproximadamente 50 LPs. Com o falecimento de Vieirinha em 1991, Vieira passou a dedicar-se quase exclusivamente à venda de instrumentos musicais na cidade de São José do Rio Preto. Em 1996, fez dupla com seu filho Airton Estulano Vieira e lançou o CD “Dona de mim” pela Warner.

Música Nova Londrina - Por Vieira e Vieirinha



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sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Esta é a realidade


Pertencemos à camada mais populosa da sociedade, onde a verdade se externa nua e crua, onde as dificuldades estão presentes e a palavra NÃO, nos acompanha constantemente.

Aqui o buraco é mais embaixo, caminhamos lado a lado com a injustiça. E as conquistas quando as temos, chega através de muita capacidade pessoal, muito equilíbrio e força para se levantar das puxadas de tapete, os triunfos se os temos, vem com muito peito e muita raça.

Nos desdobramos dia após dia para driblamos a forte zaga do sistema excludente, somos oprimidos, escravizados. Somos matéria prima, mão-de-obra barata para o benefício de uma outra camada abastada e deleitosa.

Somos a parte da sociedade onde existe um povo guerreiro, onde estão os verdadeiros heróis, onde com sol, chuva e vento, pessoas escrevem a sua existência. Existência esta, que poderia ser muito mais longeva e qualitativa, não fosse a falta de dignidade que nos mata a míngua sem nos assistir com a justiça a qual merecemos.

Aqui não nos rasgam sedas, não vivemos rodeados por bajuladores. Ai daqueles que aqui estão se por ventura mostrar-se insatisfeitos. Não nos é dado o direito á resistência, somos treinados a pacificação, somos adestrados a aceitarmos tudo em perfeita ordem, pois desde a nossa mais terna idade, estamos cientes que devemos ser ordeiros, pois a ordem é quem garante o progresso daqueles que estão onde não estamos.

Somos os excluídos dos excludentes. Não está para nós a parte boa do bolo, não desfrutamos das regalias que deliciam a poucos, somos peças, somos a plebe, somos o combustível que movimenta toda a máquina fazedora de riqueza.

Aqui, muitos bons médicos não serão médicos, muitos mestres, não serão mestres, muitos grandes profissionais não o serão, tudo pela falta de oportunidade, tudo pelo sistema cruel que nos cala e que enterra bons e verdadeiros talentos.

A verdade nauseabunda, revoltante e deprimente é esta: Foi assim com nossos antepassados, assim nós somos e assim serão nossos filhos, netos e toda geração futura. Estamos todos aprisionados, fadados ao fracasso de um beco sem saída.

Teremos uma esperança?
Talvez, talvez um dia apareça uma nova realidade, um novo sistema miraculoso que nos tire da lama a qual estamos atolados e que faça cair por terra toda realidade opressora, mas isto são apenas esperanças e esta parte da sociedade a qual nós estamos incluídos, a muito se alimenta de esperanças vãs. Até lá o povo continuará escrevendo sua sobrevivência, munidos de muita fé e muito sonho, horas acreditando no impossível e desta forma tirando forças para continuar existindo, assim é e assim será, desde que o mundo é mundo.

Por Mateus Brandão de Souza, sobrevivente.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Oh senhor Deus pai dos pais


“Oh senhor Deus pai dos pais
Eu não sei porque consentes
Se somos todos irmãos,
Destinos tão diferentes.”

Reza a cristandade, que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus e sendo assim, somos todos irmãos. Doutores, advogados e toda sorte de legisladores, buscam nos convencer que perante a lei somos todos iguais, a lei é para todos e o símbolo da justiça, traz seus olhos vendados, pois cega, ela é imparcial.

Assim nos é ensinado, assim nos dizem, assim nos fazem crer embora subliminarmente a realidade seja completamente oposta.

Geneticamente de fato somos iguais, pois pertencemos à mesma raça, sejam negros, brancos, vermelhos ou amarelos somos todos componentes da raça humana. Nascemos, crescemos, nos reproduzimos e morremos, até aqui nos assemelhamos até mesmo com os animais, a grande diferença entre nós e aqueles, é nossa racionalidade.

O homem então é provido de razão, um animal racional, e por causa deste grande trunfo ele subjuga os demais seres e também aos demais homens. O homem é também um ser sociável e divide-se em classes.

Friamente pensado o homem promove a desigualdade, ele de forma calculista, articula a divisão de classes para o seu próprio benefício. Surge neste momento a separação entre dominador e o dominado, o primeiro por sua vez torna-se o parasita do outro.

Caem por terra toda doutrina e princípios religiosos, a justiça deixa de ser imparcial. Uma parte destes homens se tornam vítimas deste humano quadro seletivo, onde racionalmente pensada, as divisões de classes acontecem e o homem se torna um ser diferente (inferior) ao próprio homem.

Com o processo de seleção de classes, um pode mais que o outro. As regalias que deleitam a este, não favorecem aqueles, mas tudo é lícito, pois tudo está amparado na lei.

Tudo é tão humanamente pensado, tudo tão racionalmente programado, que o dominado como se tivesse com os olhos vendados, não enxerga, e de forma pacífica, aceita sua sujeição sem tomar conhecimento dos grilhões que o aprisionam.

Dominantes adestram dominados, os colocam rédeas, os escravizam, dominantes fazem leis que favorecem aos dominantes.

Dominados são marionetes de dominantes, são fáceis de conduzir, de manejar. É fácil de lidar com a massa dominada, aos finais de semana os colocam para dançar fazem uma festa, eles ficam saltitantes de alegria. Nos finais de ano, tudo se torna muito mais bonito, estamos todos felizes, uma sensação de fraternidade e igualdade contagia a todos.

Correm-se os dias, o ano e a igualdade é apenas ilusória, o labor e a luta continuam, as forças de trabalho são compradas por vis trocados. Mas, que importa? Tem a hora do recreio, todos brincam, riem, todos brindam a ilusória liberdade e pensam que a escravidão acabou.

Assim o somos, desiguais, porém "felizes".

Mateus Brandão de Souza, graduado em história pela FAFIPA

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Antonio Conselheiro (Por Patativa do Assaré)


Reprodução de imagem das ruínas da Comunidade de Canudos, liderada por Antônio Conselheiro no sertão da Bahia. É considerado o maior movimento popular do Brasil

Cada um na vida tem seu direito de julgar.
Como tenho o meu também, com razão quero falar
Nestes meus verso singelos , mas de sentimentos belos
Sobre um grande brasileiro, cearense, meu conterrâneo.
Líder sensato, espontâneo, nosso Antônio Conselheiro

Este cearense nasceu lá em Quixeramobim.
Sei eu sei como ele viveu , sei como foi o seu fim.
Quando em Canudos chegou, com amor organizou
Um ambiente comum, sem enredos nem engodos,
Ali era um por todos e eram todos por um

Não pode ser justiceiro e nem verdadeiro é
O que diz seu conselheiro , enganava a boa fé
O conselheiro queria acabar com a anarquia
Do grande contra o pequeno. Pregava no seu sermão
Aquela mesma missão que pregava o nazareno.

Com a sua simpatia, honestidade e brio
Ele criou na Bahia um ambiente sadio
Onde vivia tranqüilo, ensinando tudo aquilo
Que a moral cristã encerra. Defendendo os desgraçado
Do julgo dos potentados, dominadores da terra.

Seguindo um caminho novo, mostrando a luz da verdade,
Incutia entre o seu povo, amor e fraternidade
Em favor do bem comum, ajudava a cada um
Foi trabalhador e ordeiro, derramando o seu suor.
Foi ele o líder maior do nordeste brasileiro.

Sem haver contrariedade, explicava muito bem
Aquelas mesmas verdades que o santo Evangelho tem.
Calado em sua missão contra a feia exploração
E assim, evangelizando, com um progresso estupendo
Canudos ia crescendo e a notícia se espalhando.

O pobrezinho agregado e o explorado parceiro,
Cada qual ia apressado recorrer ao Conselheiro
E o líder recebia muita gente todo dia. Assim,
Fazendo os seus planos, na luta não fracassava
Porque sabia que estava com os direitos humanos.

Mediante a sua instrução, naquela sociedade
Reinava paz e união dentro do grau de igualdade
Com a palavra de Deus ele conduzia os seus
Era um movimento humano de feição socialista,
Pois não era monarquista, nem era republicano

Desta forma, na Bahia, crescia a comunidade
E ao mesmo tempo crescia uma bonita cidade
Já Antônio Conselheiro sonhava com o luzeiro
Da aurora da nova vida. Era qual outro Moisés,
Conduzindo os seus fiéis para a terra prometida

E assim, bem acompanhado, os planos a resolver
Foi mais tarde censurado pelos donos do poder
O taxaram de fanático, e um caso triste e dramático
Se deu naquele local. O poder se revoltou
E Canudos terminou numa guerra social.

Da catástrofe sem pá o Brasil já tá ciente
Não é preciso contar pormenorizadamente tudo quanto aconteceu.
O que Canudos sofreu nós guardados na memória
Aquela grande chacina, a grande carnificina
Que entristece a nossa história

E andar pela Bahia, chegando ao dito local
Onde aconteceu um dia o drama triste e fatal,
Parece ouvir os gemidos entre os roncos e estampidos.
E em benefício dos seus , no momento derradeiro
O nosso herói brasileiro pedindo justiça a Deus.

Patativa do Assaré,
do LP "A Terra é Naturá"

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Vida moderna



Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro. E uma banana pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.

Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.

Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão).

Cada dia uma Aspirina, previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem.

O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.

Todos os dias deve-se comer fibra. Muita fibra.
Fibra suficiente para fazer um pulôver.

Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia...

E não esqueça de escovar os dentes depois de comer. Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax.

Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.

Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma. Sobram três, desde que você não pegue trânsito.

As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia. Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por
experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).

E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu
estiver viajando.

Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.

Ah! E o sexo !
Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo e nem estou falando de sexo tântrico.

Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Na minha conta são 29 horas por dia.

A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo!!! Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos junto com os seus pais. Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher na cama.

Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésia.

Agora tenho que ir.

É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro. E já que vou, levo um jornal...Tchau....

Se sobrar um tempinho, me manda um e-mail.

(Luís Fernando Veríssimo)


segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Depois que morreu Miranda, como é que a coisa anda


É um dito popular de conotação pejorativa que define uma mudança brusca, extremista no comportamento ou na posição de um indivíduo. Não se sabe ao certo a origem desta expressão, porém ela deixa às claras que está se referindo a um divisor de águas na vida deste ou daquele. Resumindo, é o mesmo que dizer, “quem diria!”

Freqüentemente topamos com estes tipos de situações, é de certa forma a hipocrisia fazendo-se presente em nossa caminhada. Aquele que antes partilhava das mesmas idéias, hoje empunha outra bandeira é o mesmo que pregar tal coisa agora e amanhã viver o inverso.

Este tipo de situação é comumente encontrada, basta prestarmos atenção, basta termos o mínimo de memorização que notaremos as oscilações comportamentais. E é óbvio que isto está muito presente na política, mas, há também nos relacionamentos afetivos, nas amizades, nas hierarquias empresariais, ou seja, aqueles que antes te conhecia, parecia ser solidário contigo, hoje faz parte do time dos ímpios a quem tu tinhas aversão, fulano que outrora comia contigo o pão das dores, hoje se deleita com o manjar dos incluídos, esquecendo-se o que lá atrás vocês partilharam.

Chico Buarque de Holanda nos dá um exemplo clássico de situações como esta em “Quem te viu quem te vê.” Porém, resta-nos aprender a lidar com estes tipos, sermos pés no chão para não nos deprimirmos com estas decepções. É preciso cuidado, há muitos traidores do movimento, há muitos “Joaquim Silvério dos Reis”, há tantos “Judas Iscariotes”, há muitos demagogos que te diz tal coisa hoje e no frigir dos ovos se consolida contrário, Sem contar que há também muitos “Pedro” que negam te conhecer na hora que mais precisas.

Cautela minhas criancinhas, muitos dos que eram na teoria deixam de existir na prática, o conforto, o dinheiro acomoda uns e corrompe a muitos. Na concepção de alguns anarquistas, muitos proletários aderem à revolução não por odiar a burguesia opressora, porém, para derrubá-la e unicamente ocupar a posição desta. 

Os de fato virtuosos e verdadeiros são raros.

Por: Mateus Brandão de Souza.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Eram os deuses astronautas?


Eram os Deuses Astronautas? (Erinnerungen an die Zukunft, no original alemão) é um livro escrito em 1968 pelo suíço Erich von Däniken, onde o autor teoriza a possibilidade das antigas civilizações terrestres serem resultados de alienígenas que para cá teriam se deslocado.

Von Däniken apresentou como provas ligações entre as colossais pirâmides egípcias e incas, as quilométricas linhas de Nazca, os misteriosos moais da Ilha de Páscoa, entre outros grandes mistérios arquitetônicos. Ele também cria uma teoria de cruzamentos entre os extraterrestres e espécies primatas, gerando a espécie humana.

Dizia o autor também que esses extraterrestres eram considerados divindades pelos antigos povos: daí vem a explicação do título do livro.
Unido à época lançada - um ano antes do homem ir à Lua -, von Däniken conseguiu vender milhares de livros e convencer muitos leitores. As teorias defendidas neste e em outros livros de Däniken ainda são tema de discussão, leiga ou acadêmica, contrária ou favorável. Alguns autores exploram o tema da teoria dos astronautas antigos.

No Brasil, Erich von Däniken ficou bastante conhecido quando o programa dominical Fantástico, da Rede Globo, fez uma matéria com ele; à época o programa tinha muita audiência e na reportagem foram utilizadas diversas imagens que na época eram desconhecidas pela população brasileira e que causaram muita repercussão, como a exibição das linhas de Nasca.

Fonte: Wikipédia.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

AS PIRÂMIDES E O MISTÉRIO DE ÓRION


As pirâmides de Gizé têm estimulado a imaginação humana. Quando foi erguida, a Grande Pirâmide tinha 145,75 m de altura (com o passar do tempo, perdeu 10 metros do seu cume). O ângulo de inclinação dos seus lados é de 54º54'. Sua base é um quadrado com 229 m de lado.  Mas, apesar desse tamanho todo, é um quadrado quase perfeito - o maior erro entre o comprimento de cada lado não passa de 0,1%, algo em torno de 2 cm, o que é incrivelmente pequeno.  A estrutura consiste em mais de 2 milhões de blocos de pedra, cada um pesando de duas a 20 toneladas.

Na face norte fica a entrada da pirâmide. Um número de corredores e galerias leva ao que seria a câmara mortuária do rei, localizada no "coração" da estrutura. O sarcófago é de granito preto e também está orientado com as direções da bússola.  Surpreendentemente, o sarcófago é maior do que a entrada da câmara.  Só pode ter sido colocado lá enquanto a construção progredia, um fato que evidencia a complexidade do projeto e como tudo foi cuidadosamente calculado.

São cálculos assombrosos.  Por exemplo, se você tomar o perímetro da pirâmide e dividi-lo por duas vezes a sua altura, chegará ao número pi (3,14159...) até o décimo quinto dígito.  As chances de esse fenômeno ocorrer por acaso são quase nulas.  Até o século 6 d.C., o pi havia sido calculado só até o quarto dígito.

E isso é só o começo.  A Grande Pirâmide pode ser a mais velha estrutura na face do planeta, é a mais corretamente orientada, com seus lados alinhados quase exatamente para o norte, sul, leste e oeste.  É um mistério como os antigos egípcios conseguiram tamanha precisão sem utilizar uma bússola - assim com é incrível que até agora ninguém tenha aparecido com uma explicação para o enigma.

Ao que parece, todas as construções na planície de Gizé estão espetacularmente alinhadas.  No solstício de verão, quando visto da Esfinge, o Sol se põe exatamente no centro da Grande Pirâmide e de sua vizinha, a pirâmide de Quéfren.  No dia do solstício de inverno, visto da entrada da Grande Pirâmide, o Sol nasce exatamente do lado esquerdo da base da cabeça da Esfinge e passa toda a cabeça até se pôr ao lado direito de sua base.  A geometria das três pirâmides tem sido uma fonte de confusão por muitos anos, por causa da maneira aparentemente imperfeita com que foram alinhadas.  É curioso, porque foram os egípcios os inventores da geometria.

Por outro lado, a pirâmide está colocada num lugar muito especial na face da Terra - ela está no centro exato da superfície terrestre do planeta, dividindo a massa de terra em quadrantes aproximadamente iguais.  O meridiano terrestre a 31º a leste de Greenwich e o paralelo a 30º ao norte do equador são as linhas que passam pela maior parte da superfície terrestre do globo. No lugar onde essas linhas se cruzam está a Grande Pirâmide, seus eixos norte-sul e leste-oeste alinhados com essas coordenadas.  Em outras palavras, a Grande Pirâmide está no centro da superfície terrestre.  Ela é, por assim dizer, o umbigo do mundo.

Muitos arquitetos e engenheiros que estudaram a pirâmide concordam que, com toda a tecnologia de hoje, não conseguiríamos construir uma igual.  Será ? Às vezes as pessoas preferem acreditar em qualquer coisa menos na capacidade do gênio humano.  Foi com essa intenção que, em 1944, um grupo de arqueólogos tentou construir uma réplica da pirâmide, sem usar a tecnologia moderna, nem mesmo a roda, mas seguindo uma escada proporcional de tamanho, tempo e número de operários 40 vezes menor.  Isso resultaria justamente nos 10 m que faltam ao cume da Grande Pirâmide.

Cordas e varetas serviam como instrumentos para medição e demarcação do terreno, as pedras foram cortadas a cinzel nas pedreiras distantes, transportadas de barco e empurradas até o local da empreitada, ao lado de Quéops.  O sistema utilizado para erguer as pedras foi uma combinação da rampa com as alavancas. Tudo como nos velhos tempos.

Para surpresa geral, as pedras foram se encaixando com precisão milimétrica e a construção progrediu, apesar dos atrasos provocados pelo desconhecimento do know-how da época, que teve de ir sendo desvendado na base da tentativa e erro. O que frustou o sucesso da empreitada foi o tempo.  Não deu.  Se a equipe dispusesse de alguns dias a mais, além dos 45 dias determinados, teria construído uma Grande Pirâmide em escala.

Robert Bauval e Adrian Gilbert tem um estudo astronômico sobre as pirâmides. Os dois publicaram suas descobertas preliminares no livro THE ORION MYSTERY, editado pela Heinemann.  Eles também fizeram um documentário para a TV em 1995, lançando uma nova e intrigante luz sobre o assunto.  Os pontos de vista expressados no livro e no documentário foram inicialmente desprezados pelos egiptólogos acadêmicos, mas, conforme as evidências foram reforçando sua teoria, mais e mais gente a foi aceitando.

Embora Virgina Trimble e Alexander Badawy tenham sido os primeiros a notar que os "respiradouros" da pirâmide de Quéops apontavam para a Constelação de Órion, aparentemente com o objetivo de mirar a alma do rei morto em direção àquela constelação, Bauval foi o primeiro a notar que o alinhamento das três pirâmides era uma acurada imagem espelhada das Três Marias, como são chamadas no Brasil as estrelas Alnitak, Alnilam e Mintaka, que formam o "cinturão" de  Órion.  A isso ele deu o nome de Teoria da Correlação, que forma a espinha dorsal de sua pesquisa.

As pirâmides há muito vêm fascinando Robert Bauval.  Ele é um engenheiro egípcio, filho de pais belgas, nascido em Al-Iskandariyaa (Alexandria), e passou a maior parte da sua vida trabalhando no Oriente Médio.  Por muitos anos ponderou sobre o significado de Sah, a constelação de Órion e sua ligação com as pirâmides.

Bauval sabia que a aparentemente inconsistente disposição das três pirâmides em Gizé não era acidental.  O problema há muito ocupava sua cabeça e a de seus amigos engenheiros.  Muitos concordavam que o alinhamento, embora incomum não era um erro, dado o conhecimento matemático que os egípcios tinham.

Enquanto trabalhava numa obra da Arábia Saudita, Bauval costumava passar as noites com a família e os amigos num churrasco no deserto.  Num desses finais de noite ao redor da fogueira, um amigo engenheiro, que também era astrônomo amador, apontou para a constelação de Órion, que se levantava atrás das dunas. Ele mencionou de passagem que as estrelas que formam o cinturão do caçador pareciam imperfeitamente alinhadas, e não formavam uma diagonal reta.  Mintaka, a estrela mais à direita, está ligeiramente fora do
prumo.  Enquanto o amigo explicava, Bauval ia vendo a luz - o alinhamento das três estrelas correspondia  perfeitamente ao das pirâmides de Gizé !

Inicialmente Bauval usou o programa de astonomia Skyglobe para checar o alinhamento das estrelas em 2450 A.C.  O software foi suficiente para clarear a mente de Bauval quanto ao valor da sua descoberta.  O programa Skyglobe também pode colocar a Via-Láctea nos mapas celestes que produz, e ao fazer isso Bauval encontrou as evidências para a sua teoria.  Gizé está a oeste do Nilo, da mesma forma que Órion está a "oeste" da Via-láctea, e na mesma proporção em que Gizé está para o Nilo.

Bauval colocou a precessão das Três Marias e descobriu que, devido à sua proximidade no espaço e à sua grande distância da Terra, há 5 mil anos as estrelas apareciam exatamente do mesmo modo como são vistas hoje.  Claro, elas mudaram em declinação -antes estavam abaixo do equador celeste, a cerca de 10 graus de declinação.

A astronomia é fundamental na Teoria da Correlação de Bauval.  Em um ciclo de 26 mil anos, o eixo do nosso planeta oscila levemente e isso leva a uma mudança aparente na posição das estrelas.  Esse fenômeno é conhecido pleno nome de precessão.  Enquanto a Terra oscila, a Estrela Polar que marca o Pólo norte celeste vai mudando.  Atualmente, a estrela Polaris marca esse ponto, mas, na época das pirâmides, no lugar dela estava Thuban, da constelação Draconis.  Dentro de dez anos, a estrela Vega, da constelação de Lira, irá ser o pólo norte celeste.

Outra mudança na posição das estrelas é provocada pela expansão do universo. As estrelas não estão paradas no espaço - elas têm o que se chama de movimento próprio.  Algumas estão se movendo em direção à Terra, enquanto outras estão se afastando. Grupos de estrelas relacionadas, como as Três Marias, em Órion, tendem a se mover juntas pelo espaço.

A mudança da posição de uma estrela está em função, entre outras coisas, de  sua  distância do local de observação.  Estrelas que estão muito longe parecem se mover bem devagar.  Este é o caso das Três Marias, distantes aproximadamente 1,4 mil anos-luz Terra.  Assim, através dos séculos, elas mudaram sua declinação, e hoje nascem e se põem em tempos diferentes.  Mas elas retêm sua forma característica por causa da distância.

É muito importante entender que o céu era diferente no tempo das pirâmides. A forma geral das Três Marias tem permanecido igual, embora muitas outras partes do céu tenham mudado drasticamente.  Graças aos sofisticados programas de computador, é possível projetar o céu de volta no tempo, o que permitiu a Bauval verificar e construiu sua teoria.

As relações que tal descoberta implica são fascinantes.  Os egípcios eram dualistas, tudo em que pensavam e em que acreditavam tinha sua contraparte - causa e efeito, direita e esquerda, leste e oeste, morte e renascimento - e nada era visto isoladamente. Eles construíram em Gizé uma réplica exata do cinturão de Órion, o destino do Faraó, o Duat.  Longe de ser uma tumba, a pirâmide seria o ponto de  partida da jornada do rei morto de volta às estrelas de onde veio.
 A egiptologia tradicional acredita que os egípcios praticavam a religião solar, centrada na adoração de Ra. O culto a Ra, cujo centro era Heliópolis, a Cidade do Sol, era sem dúvida
importante, mas parece que era um apêndice de uma religião estelar ainda mais antiga.  Toda a evidência que tem surgido sugere que Ra era meramente um dos instrumentos pelos quais o rei retornava ao tempo primordial, e não ao seu objetivo final. A aplicação da Astronomia ao estudo do Antigo Egito mostra que as estrelas tinham importância definitiva no destino final do rei, como se pode notar pelo texto 466 recolhido na pirâmide : "Ó Rei, és esta grande estrela, a companheira de Órion, que gira pelo céu com Órion, que navega o Duat com       Osíris..."

O rei era muito importante por ser o elo entre os deuses e os homens, e era tratado com enorme respeito na vida e na morte.  Desde o momento de seu nascimento era educado e treinado para seu retorno às estrelas.  Cada aspecto da sua vida estava associado com sua jornada.  Ele aprendia as rezas e encantamentos (muitos foram colocados nos Livro dos Mortos), que lhe garantiria uma jornada segura.  Seu objetivo na vida era um retorno bem-sucedido, e a pirâmide, longe de ser uma tumba ou um memorial, era um ponto de partida dessa grande jornada.

Autora: Lu Gomes

Fonte: Revista Planeta - Grandes Mistérios nº 3

http://www.geocities.com/Athens/Atrium/6509/cpiramidesorion.html

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