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quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Cresce adesão a ato do dia 2 de outubro contra o fascismo

PSDB, PV e Cidadania passam a integrar o grupo que encabeça os atos juntamente com PDT, PSB, PT, PCdoB, PSOL, Rede, UP, PCB, PRC e PCO.


No Portal Vermelho

Avança a preparação para a manifestação contra os intentos golpistas de Jair Bolsonaro e em defesa da democracia no próximo dia 2 de outubro na Avenida Paulista, no centro da capital. Como afirmou o presidente nacional do Cidadania, o ex-deputado constituinte Roberto Freire, “teremos uma expressiva manifestação pelo impeachment em 2 de outubro”.

Já são diversos partidos que estão unidos à coalizão “Fora Bolsonaro”, formada por mais de 80 entidades, para realizar a grande manifestação do dia 2 contra Bolsonaro e o fascismo. PSDB, PV e Cidadania passam a integrar o grupo que encabeça os atos juntamente com PDT, PSB, PT, PCdoB, PSOL, Rede, UP, PCB, PRC e PCO. Integrantes do MDB também vêm participando dos atos contra Bolsonaro, como foi o caso, no último dia 12, da senadora Simone Tebet.

Os organizadores estão convidando todas entidades da sociedade civil a se integrarem também à essa grande jornada de lutas pela democracia.

Uma reunião nesta sexta-feira (24), na sede do PCdoB, no centro da capital, com PSDB, PT, Cidadania, PCdoB, PSOL, PDT, PSB, Rede, PV e a coalizão Fora Bolsonaro, selou uma grande aliança política na preparação do ato o dia 2. “É um amadurecimento. Não dá para derrubar Bolsonaro só com partidos de esquerda, é preciso somar forças”, diz Carolini Gonçalves, do diretório tucano.

O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, defendeu que a manifestação do dia 2 de outubro tem que ser ampla, com participação de todos os que defendem o impeachment e o movimento Fora Bolsonaro. Para Juliano, as manifestações atuais têm que ser semelhantes às mobilizações das Diretas Já, que criaram as condições para a derrubada da ditadura.

Mobilizações semelhantes à campanha das diretas

“Acontecendo agora reunião dos partidos que estão apoiando as mobilizações do dia 2/10 em defesa do impeachment de Bolsonaro. Compromisso de ampliar o máximo possível, evitar hostilidades e criar um ambiente de unidade suprapartidária. Precisamos de algo semelhante às Diretas Já!”, escreveu nas redes sociais.

O presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), disse que “ninguém aguenta mais este governo. O povo foi deixado de lado, sem empregos, com descontrole no preço dos alimentos, crise hídrica, além de milhares de mortes por Covid-19 que poderiam ter sido evitadas com medidas mais contundentes de Bolsonaro”. O partido está fazendo parte da organização das manifestações pelo Fora Bolsonaro.

No último dia 12 de setembro já houve a aglutinação de várias forças no ato contra Bolsonaro convocado pelo MBL. Uma ampla frente, que contou com a presença do governador de São Paulo, do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), da senadora Simone Tebet (MDB), do senador

Alessandro Vieira (Cidadania), do deputado Orlando Silva (PCdoB), da deputada estadual, Isa Penna (PSOL), da presidente da UNE, Bruna Belaz, e de cinco centrais sindicais.

A maior unificação das forças políticas nacionais para as mobilizações, tanto do próximo dia 2, quanto no dia 15 de novembro, foi reflexo da ação de diretórios nacionais de partidos de centro após as ameaças de Bolsonaro à democracia no 7 de Setembro, quando vários partidos anunciaram início de discussões internas sobre o apoio ao impeachment. No dia 9, por exemplo, o PSDB passou oficialmente para a oposição a Jair Bolsonaro.

Estudantes e trabalhadores contra o bolsonaro STUDANTES E TRABALHADORES CONTRA BOLSONARO.

As centrais sindicais estão se mobilizando para a manifestação do dia 2. A CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, CSP-Conlutas, Intersindical e Pública, de forma unitária, convocam toda a classe trabalhadora aos atos Fora Bolsonaro, no dia 02 de outubro, em todos os Estados do Brasil, e também em outros países.

A próxima mobilização contra Bolsonaro será o dia 2 de outubro e, no dia 15 de novembro, dia da Proclamação da República. Nestas datas a frente ampla retornará às ruas em defesa da democracia.

A presidente da UNE, Bruna Brelaz, está não só convocando os estudantes universitários para o ato de 2 de outubro como articulando setores da frente democrática para engrossarem as manifestações de rua contra Bolsonaro. “Tirar Bolsonaro é assegurar o palco democrático para discutir divergências”, acrescentou, ao mencionar que a entidade estudantil busca apoio para os protestos da esquerda. Os atos devem ocorreram em 2 de outubro, na Avenida Paulista.

“Vamos ocupar as ruas em protesto contra o caos que representa, ao país, ter o mitômano Jair Bolsonaro na Presidência da República: desemprego recorde, fome, carestia, inflação, corrupção, retirada de direitos, desmonte dos serviços públicos e das estatais, ataques à democracia, à soberania e às liberdades, atropelo da ciência e desprezo à vida”, afirmam os dirigentes das centrais sindicais.

O diretor da UMES, Lucca Gidra, afirmou que a UMES-SP estará nas ruas dia 2 contra Bolsonaro. A nossa entidade estará presente nas manifestação brigando pelo Fora Bolsonaro, disse o dirigente da entidade. “Nós lutamos em defesa da democracia e sabemos que para derrubar Bolsonaro temos que ter atos amplos e massivos. Estamos ampliando e ganhando força para derrotar o fascismo”, acrescentou Lucca.

“Em pouco tempo Bolsonaro vem destruindo nosso país como nunca se viu na história. Pessoa ruim, mentirosa, grosseira, ignorante, egoísta, truculenta, corrupta, incapaz de qualquer sentimento de bom pelo próximo. Não é à toa que esse sujeito desumano tem conduzido nosso país para uma crise sem precedentes, com centenas de milhares de mortos, milhões de desempregados, sem saúde, sem escola e com fome”, denunciou om diretor da UMES-SP.

“Sem nenhum tipo de vergonha ou limites, ele levou o Brasil a passar vergonha internacional, transformando a Assembleia Geral da ONU em palco para contar suas mentiras, atacar os brasileiros que pensam diferente dele, tudo isso ao mesmo tempo em que espalhava o

Coronavírus por aí, com diversos casos confirmados em sua delegação, inclusive o ministro da saúde, e com o próprio presidente que até agora não se vacinou. Bolsonaro precisa pagar por todos os crimes que cometeu, precisa sair imediatamente da presidência, pois ali não é lugar para ladrão e muito menos para quem atenta contra a vida e a democracia”, prosseguiu Luca. Por isso, a única alternativa que temos é sair para as ruas neste 02 de outubro, em defesa do Brasil e da Democracia!  Para defendermos o país, precisamos nos livrar de Bolsonaro o mais rápido possível. Por isso, a UMES chama todos para comparecer a Avenida Paulista em uma grande mobilização pelo FORA BOLSONARO!

“Cada dia a mais que Bolsonaro acorda como presidente da República, o Brasil afunda, perde e se perde do mundo, mantendo-se como pária atado à espiral de crises (sanitária, política, econômica, institucional e diplomática) geradas pela incompetência e projeto pessoal de poder de Bolsonaro e da sua inepta equipe de governo”, diz a nota das entidades, assinada por dez dirigentes das centrais.

“Em um país com 212 milhões de habitantes, cuja maioria, segundo todas as pesquisas, rejeita e desaprova Bolsonaro, é urgente que o Congresso Nacional atenda o clamor popular e acate a abertura de processo de impeachment para que Bolsonaro seja afastado e seus crimes apurados e julgados. Já são mais de 130 pedidos engavetados na presidência da Câmara dos Deputados, enquanto o país afunda no lodo presidência”, denunciam os trabalhadores.

Bolsonaro confessou crime na ONU

O jurista Miguel Reale Jr afirmou que o discurso de Jair Bolsonaro na ONU foi uma “confissão” de culpa e “reforçou o crime” de charlatanismo por insistir que o uso de cloroquina ajuda no tratamento de Covid-19, mesmo que todas as pesquisas demonstrem que isso é mentira.

uma confissão. Ele confessa que usava cloroquina, que mandava cloroquina e ainda vai ao púlpito da ONU fazer campanha da cloroquina. Reforça o crime catalogado na nossa legislação como charlatanismo”, disse o jurista.

Da Hora do Povo

terça-feira, 28 de setembro de 2021

A VERDADE

 


Por *Cruzeiro Seixas

Como posso saber se o que vejo desta janela é de fato a paisagem que vejo?… Há muito, finjo acreditar em coisas que o homem teima em trocar pela fragilidade do vidro.

Deus existe?…

Deus não existe?…

Ambas as coisas são verdade ao mesmo tempo. Pergunto-me e pergunto-lhe se a verdade existe mais que um milésimo de segundo.

Nada é eterno.

A eternidade passa depressa como a ciência.

Cruzeiro Seixas foi “um homem que pinta”, poeta português, militante do movimento artístico surrealismo.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

A quem interessa privatizar os Correios?

 Nada justifica a privatização dos Correios a não ser interesses privados monopolistas.

Por José Dirceu - No Portal Vermelho

Com mais de 350 anos e uma origem que remota à criação do cargo de Correio-mor em 1663, no Rio de Janeiro, os Correios do Brasil têm um papel antes de mais nada social, como define a Constituição. Sua capilaridade é prova inquestionável de sua relevância social e papel integrador na economia nacional: está presente em mais de 5.500 municípios.

Por ser um serviço essencial como a água e a luz, sua tarifa faz parte das despesas obrigatórias de grande parte das famílias. Daí a importância de praticar preços justos e garantir a universalidade de um serviço essencial como o registro do CPF, a distribuição de urnas eleitorais, o alistamento do serviço militar e a correspondência judicial, entre outros.

O governo justifica sua privatização com argumentos falsos: superioridade do sistema proposto, situação precária da ECT com risco para as contas públicas e incapacidade da empresa de investimentos para sua modernização tecnológica que exigiria, por ano, R$ 2,5 bilhões dos cofres públicos.

Dados de 2016 da União Postal Universal indicam que, naquele ano, em apenas 8 de 195 países a prestação desse serviço era privada: Reino Unido, Portugal, Países Baixos, Líbano, Malásia, Cingapura e Aruba.

O modelo proposto pelo governo para privatizar os Correios não vai acabar com o monopólio. Vai transferi-lo para o setor privado por um período mínimo de 5 anos, sem teto máximo. Nos países onde se privatizou o serviço não houve aumento da concorrência. Ao contrário, o índice de concentração na maioria dos casos é de 70% pela simples razão de que o setor se caracteriza pelo ganho de escala.

Na maioria dos países, o escopo do serviço universal envolve correspondência, encomendas e serviços adicionais. Também a agência reguladora atua até sobre as encomendas. Muitos países incluem como serviço essencial a entrega de jornais e revistas, serviços comunitários e públicos.

A experiência internacional comprova que a privatização é sinônimo de aumento das tarifas postais e de encomendas. No Brasil, o fim do subsídio tributário dos Correios provocará aumento de preços ao consumidor nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Lembrando que os preços da ECT nas encomendas é 2/3 do preço dos concorrentes privados.

Modelo de privatização

Os países que decidiram pela privatização o fizeram de forma gradual. Primeiro transformaram os Correios em S.A. com participação majoritária do governo, criaram uma agência reguladora

e aprovaram uma regulamentação para o setor. Em 2º lugar, definiram a universalização do serviço postal suportada pela criação de um fundo. Então, quebraram o monopólio postal e

deram um prazo de 5 a 10 anos para a transição que se iniciou com a venda de ações do governo.

Nosso modelo de privatização está na contramão da experiência mundial. Determina a venda integral da empresa para o capital privado, manutenção do monopólio privado por no mínimo 5 anos sem definir o prazo máximo, não cria uma agência específica, sobrecarregando a Anatel, e deixa a seu critério definir regras de universalização, tarifação e objetos postais. Caberá também à Anatel definir por localidade os preços que hoje são nacionais –o que é questão crítica e sensível.

Apenas Argentina e Portugal adotaram este modelo de privatização. E, em ambos os casos, ele foi mal sucedido.

O que são os Correios do Brasil? São: 14,5 milhões de mensagens entregues por dia, 1,5 milhão de encomendas nacionais e internacionais por dia, 9 linhas aéreas com 246,6 toneladas de carga aérea transportadas por dia, 11,5 mil unidades de atendimento, 180 milhões de atendimentos, 1,5 milhão de km de rodovia rodados por dia (950 mil km interestaduais e 600 mil intermunicipal), 5.558 municípios atendidos, 8.763 distritos, 24 mil veículos próprios, 53 mil carteiros, 20 mil atendentes, 39 unidades de tratamento, capacidade para tratar 27,5 milhões de objetos/dia. Em 58% (3.200) municípios do Brasil só existem os Correios prestando serviço de coleta/entrega de encomendas.

Os Correios mantêm 4.500 agências comunitárias em convênio com as prefeituras locais, que serão fechadas com a privatização; são eles também que fazem a distribuição de livros didáticos do FNDE –como a maior parte das cidades do Brasil não tem livraria, com a privatização o custo vai subir, e muito.

Como o serviço de encomendas não será regulado, na privatização podemos ter um apagão na logística para as pequenas empresas com o aumento dos preços. E o aumento das tarifas pesará sobre os governos estaduais e municipais, responsáveis por 20% do total postado.

Boa imagem

A ECT conta com a confiança dos usuários e da sociedade brasileira. Só perde para os bombeiros. Tem melhor imagem que as igrejas e as Forças Armadas. Sua qualidade operacional é bem avaliada e se equipara à daqueles que foram privatizados e os usuários reclamam pouco dos seus serviços. Nos últimos 6 meses, ficaram em 11o lugar no ranking, à frente da Magalu e do Mercado Livre.

Mesmo no mercado concorrencial de envio de objetos, os Correios detêm 95% dos clientes de varejo que não utilizam nenhum outro concorrente.

São 413 mil brasileiros e brasileiras que trabalham diretamente para os Correios e estarão sob o risco de demissão e precarização após 18 meses da privatização.

Nos últimos 5 anos, os Correios fizeram a transição econômica do seu faturamento do segmento postal para o segmento de encomendas e podem diversificar seu portfólio de

produtos no mercado com a reabertura das operações do Banco Postal e da Agência Cidadã. O monopólio só representa 30% do faturamento da empresa. O setor concorrencial é o responsável pelo grosso do faturamento e as postagens internacionais crescem em decorrência da importação de produtos da China. A empresa, no entanto, perdeu receita de R$ 1 bilhão por ano com o fim do Banco Postal.

Apesar de ter registrado prejuízos entre 2013 a 2016 (em decorrência do registro de despesa contábil com plano de saúde dos funcionários), os Correios voltaram a ter resultado positivo a partir de 2017. E a previsão é de que de 2021 a 2030 terão um lucro acumulado de R$ 16 bilhões, com pagamento à União R$ 4 bilhões em dividendos, de acordo com documento elaborado pela Federação dos Trabalhadores da ECT. Nos últimos 20 anos, os Correios pagaram à União R$ 7 bilhões (em valores atualizados). De 2006 a 2020, foram investidos R$ 6,9 bilhões, para atender ao crescimento da demanda de encomendas.

O governo superestima a necessidade de investimentos –R$ 2,5 bilhões ao ano– para justificar a privatização. Trata-se de um mito, já que em 2018 e 2019 os Correios foram reconhecidos como o número 1 na categoria de logística em e-commerce pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico. A empresa também iniciou um programa de redução do imobilizado por meio de locação de imóveis, concentrando os investimentos em logística e tecnologia, máquinas de triagem e automação de encomendas, e nova frota de veículos neste ano. Com essas medidas, reduziu em 50% a necessidade de investimentos.

Ao contrário do que diz a propaganda do governo, a modernização dos Correios vem ocorrendo desde 2011 a partir do novo estatuto da empresa que permitiu sua atuação no exterior e no segmento postal eletrônico, financeiro e de logística integrada. E também lhe abriu a possibilidade de firmar parcerias comerciais que agregam valor à sua rede e marca e que lhe possibilitou participar, como sócio minoritário, de outras empresas e até mesmo constituir subsidiárias.

Nada justifica a privatização dos Correios a não ser interesses privados monopolistas. E, claro, a ideologia que permeia o governo Bolsonaro de desmontar as bases do Estado nacional numa negação do caráter de integração nacional que a criação, em 1931, do Correio Aéreo Nacional simbolizou. Com o Correio Aéreo Nacional, o governo integrou as mais distantes regiões do país, levando ações sociais a comunidades antes totalmente abandonadas.

Para minha tristeza, leio agora que o governo gastará R$ 10 milhões em uma campanha publicitária para justificar a privatização dos Correios. Como sei que a maioria dos brasileiros se opõe a esta medida, espero que Senado rejeite este ataque direto a nosso patrimônio nacional –a ECT.

 

sábado, 25 de setembro de 2021

Fiocruz aponta tendência de queda na ocupação de leitos de covid-19

 


Apenas o estado do Espiríto Santo e o Distrito Federal estão com patamares mais altos de hospitalizados pelo vírus.

Via Brasil de Fato

A edição extra do Boletim Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgada na última quarta-feira (22), aponta para uma tendência de queda no indicador de ocupação de leitos de UTI de covid-19 para adultos.

De acordo com os dados obtidos em 20 de setembro, apenas o estado do Espírito Santo e o Distrito Federal permanecem na zona de alerta intermediário com, respectivamente, 65% e 66% dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva ocupadas para tratar pacientes infectados pelo coronavírus.

O levantamento da Fiocruz aponta também que entre as capitais, a cidade do Rio apresentou redução no indicador saindo da zona de alerta crítico, com mais de 80% dos leitos ocupados, para o intermediário.

No município, observou-se uma redução de 82% para 75% de leitos ocupados. A melhora foi observada também em Boa Vista, que foi de 76% para 58% e Curitiba que reduziu a ocupação de 64% para 58%. A piora ocorreu na capital do Espirito Santo, em Vitória, onde houve um aumento de 55% para 65% nos leitos de UTI ocupados para covid-19.

Dados represados

O Boletim destaca ainda que no fim da Semana Epidemiológica 37 (12 a 18 de setembro) houve um aumento abrupto do número de casos de covid-19 notificados no sistema e-SUS.

Segundo o estudo, foram registrados naquela semana 241.161 casos, cerca de 16% a mais que nas duas semanas anteriores. Informações disponíveis na imprensa e apurações realizadas pelo Observatório Covid-19 Fiocruz indicam que eram registros que estavam retidos, o que afetou principalmente os estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

No Rio de Janeiro foram notificados cerca de 100 mil casos excedentes em apenas um dia, que se referem a eventos ocorridos há meses, se considerada a data de início dos sintomas. Já em São Paulo foram registrados cerca de 45 mil em dois dias, que contrabalançaram os valores extremamente baixos verificados na semana anterior.

Segundo a Fiocruz, os dados novos contribuíram para o aumento da média nacional de casos, mas não podem ser considerados como uma reversão de tendência da pandemia.

“Esse episódio serve como alerta para questões importantes relacionadas ao fluxo e oportunidade dos dados e suas consequências para a tomada de decisão. O atraso na inclusão dos registros relacionados às semanas anteriores contribuiu para uma subestimação dos indicadores de transmissão da doença e de casos, principalmente nesses estados, tendo como um dos resultados possíveis a flexibilização de medidas sem respaldo em dados”, observam os pesquisadores.

Os pesquisadores alertam ainda que, após a fase aguda da pandemia, é preciso que o país se prepare para o enfrentamento da covid-19 a médio e longo prazo. O que envolve tanto considerar o passivo assistencial durante a pandemia, que é de elevada magnitude e exige do sistema de saúde se organizar para dar respostas eficientes, como também a continuidade do uso de máscaras e de certas medidas de distanciamento físico frente à perspectiva de se conviver com a covid-19 como uma doença endêmica por um longo período.

 Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Jaqueline Deister

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Cristina Kirchner provoca reviravolta na cena política argentina

 

Cristina não busca inflexões ideológicas, mas colocar no gabinete dirigentes políticos experientes, com senso prático, capacidade de iniciativa e aptos a defender o governo em qualquer situação - Daniel Garcia/AFP

Cristina não busca inflexões ideológicas, mas colocar no gabinete dirigentes políticos experientes, com senso prático, capacidade de iniciativa e aptos a defender o governo em qualquer situação - Daniel Garcia/AFP

Por Gilberto Maringoni*

No Brasil de Fato

A vicepresidenta argentina e presidente do Senado Cristina Fernández de Kirchner (CFK) realizou uma manobra política ousada e surpreendente, na semana que passou. Se se dará certo ou não é outra história. Ela literalmente chutou o balde da agenda nacional, impôs seus termos para o governo e para a sociedade e tenta colocar a oposição na defensiva, depois de um fiasco eleitoral da situação.

O domingo 12 de setembro tornou-se inesquecível para o peronismo. Naquela data, a aliança governista do presidente Alberto Fernández, a Frente de Todos (FdT), foi surrada nas eleições Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (Paso) em todo o país. A votação destina-se à escolha de candidatos dos partidos com vistas às eleições parlamentares de 14 de novembro, quando serão renovadas metade das cadeiras da Câmara dos Deputados e um terço das do Senado. Não é um resultado definitivo, mas expressa o profundo desgaste de um governo progressista e um preocupante avanço da direita.

Alberto Fernández anuncia reforma ministerial na Argentina

A aliança neoliberal Juntos por el Cambio (JxC), do ex-presidente Mauricio Macri, obteve 40% dos votos, contra 31% da situação. No plano nacional, o governo foi à lona em 17 das 23 províncias, sendo também derrotado na cidade de Buenos Aires. Nas eleições de 2019, a FdT havia vencido em 19 províncias. E surgiu um postulante de extrema-direita, Javier Milei, com 14% de votos na capital.

A revista Economist, de 18 de setembro, assinala que os resultados indicam a possibilidade dos peronistas serem derrotados na próxima disputa presidencial. Segundo a publicação, “Os investidores esperam que uma vitória da oposição em 2023 possa pôr fim às tentativas fracassadas do atual governo de impulsionar o crescimento por meio de regulamentações, incluindo controles cambiais, congelamento de preços e proibições de exportação”.

Após derrota eleitoral e crítica pública de Cristina, Alberto promete reformular gabinete

Desgastes oficiais

A administração federal sofre três ordens de desgastes: a persistência da crise econômica herdada do macrismo (2015-19), os efeitos da pandemia e tropeços sérios de membros do governo, a começar pelo presidente.

Na seara econômica, apesar de uma expansão de 2,6% do PIB no primeiro trimestre deste ano, o resultado subsequente tem frustrado a expectativa de uma expansão de 6,3% em 2021, apontada pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal). O resultado é um aumento do desemprego que chega a 12%, de acordo com o Idec, e de uma inflação de quase 50% ao ano.

O quadro é agravado pela pandemia, que já ceifou 114 mil vidas, porcentagem em relação ao total da população semelhante aos 600 mil mortos brasileiros. O governo também perdeu popularidade por força de três lockdowns decretados entre março de 2020 e janeiro de 2021, que estão entre os “mais longos e rígidos do mundo”, nas palavras da Economist. As medidas ganharam franca oposição de setores empresariais, em especial o comércio e a grande mídia. Somente nas últimas semanas, a vacinação de 64% da população com pelo menos uma dose, e 43% com duas, conseguiu deter a infecção de 12% da população, ou 5,5 milhões de pessoas.

Por fim, há tropeços sérios dos governistas. Em agosto último foram divulgadas fotos que mostram Alberto Fernández promovendo uma festa de aniversário para sua namorada Fabiola Yañez, na residência oficial de Olivos, com a presença de 12 pessoas. O registro se deu em julho de 2020, auge do período de quarentena, quando reuniões desse tipo eram proibidas por lei. A isso se soma a renúncia do ministro da Saúde, em fevereiro, por ter furado a fila da vacinação, juntamente com políticos e simpatizantes importantes.

Em 20 de agosto, a Universidade de San Andrés divulgou sua última edição da pesquisa periódica de satisfação política e opinião pública. A inflação assume o indiscutível topo do descontentamento popular (44%), seguida pela corrupção (42%) e a insegurança pública (35%). Curiosamente, o desemprego ocupa a quarta posição (27%). Um total de 73% dos entrevistados considera que a situação nacional piorou desde maio. A derrota nas urnas era bola cantada.

Ao comentar os resultados, na noite de domingo, Alberto Fernández, visivelmente constrangido, falou: “Evidentemente, há algo que não fizemos certo”. Três dias depois, cinco ministros ligados à Cristina e tidos como ala esquerda do governo, pediram demissão, explicitando forte crise palaciana.

Virando o jogo

Foi diante de um governo literalmente no chão que Cristina Kirchner decidiu mudar o jogo de forma estridente. Na tarde de quinta-feira (16), dois dias após uma reunião com o presidente, na qual pouco falou segundo relatos de participantes, ela postou em seu blog pessoal e em suas redes uma carta à população, com duríssimas críticas ao governo do qual faz parte, sem renegá-lo em momento algum. O título é “Como sempre, sinceramente...”, repetindo o nome de seu livro Sinceramente, catatau de quase 600 páginas que mesclam autobiografia e depoimentos políticos, lançado em abril de 2019, meses antes da eleição presidencial. O blog chegou a sair do ar, pelo acúmulo de acessos, o que levou centenas de sites e redes de apoiadores, além da mídia tradicional a replicarem freneticamente o documento.

Na carta, ela se move na estreita linha da crítica solidária e da oposição aberta. Cristina é mestra em criar fatos políticos e sabe promover gestos públicos ruidosos. Entre conversas palacianas e um tranco na administração pública, optou pela segunda alternativa. Nos primeiros dias, parece ter acertado. A discussão sobre a derrota peronista saiu de cena em favor da reestruturação orgânica e política do governo.

 Com ascensão da ultradireita e vitória do macrismo, peronismo tem novo desafio na Argentina.

CFK parece ter pesado cada palavra de seu arrazoado. Começa alegando que “durante o ano de 2021 tive 19 reuniões de trabalho, em Olivos, com o Presidente da Nação (...) por sugestão minha”. Em todas, segundo o texto, ela conta ter alertado o chefe do Executivo para uma “situação social delicada e que resultava entre outras coisas, em atrasos salariais, falta de controle de preços - especialmente nos alimentos e remédios - e falta de trabalho, sem ignorar, obviamente, o impacto das duas pandemias: a macrista primeiro e a de saúde”. E ataca de frente o que considera “uma política de ajuste fiscal errada”, que teria consequências eleitorais.

E após sugerir nomes para o ministério, ela sentencia: “Confio sinceramente que, com a mesma força e convicção com que enfrentou a pandemia, o presidente não apenas relançará seu governo, mas também se reunirá com seu ministro da Economia para examinar os números do orçamento. No ano passado, quando foi apresentado, ficou estabelecido que o déficit fiscal seria de 4,5% do PIB. (...) Até agosto deste ano (...) e faltando poucos dias para as eleições, o déficit acumulado executado neste ano era de 2,1% do PIB”. Ela aponta a existência de 2,4% do PIB já contratados para serem utilizados em investimentos.

Depois de denunciar o que considera “os problemas deixados” por Maurício Macri e a necessidade de recuperar a ação econômica e social do Estado, a vicepresidenta finaliza: “Peço apenas ao presidente que honre essa decisão... mas acima de tudo, tomando também as suas palavras e convicções, o que é mais importante do que tudo: que honre a vontade do povo argentino”.

Por fim, uma inevitável carteirada. Cristina destaca duas vezes naquelas linhas o que poderia se denominar de seu lugar de fala: “Quando tomei a decisão, e o faço na primeira pessoa do singular porque era assim mesmo, de propor Alberto Fernández como candidato a presidente de todos os argentinos, fiz com a convicção de que era o melhor para o meu país”.

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Críticas, mas não mudança na Economia

Embora tenha dirigido suas baterias para a Economia, Cristina Kirchner não sugeriu trocar o ministro da área, até porque Martín Guzmán, 37 anos, guarda sólida distância de figuras como Antônio Palocci e Joaquim Levy, condestáveis ultraliberais dos governos de centroesquerda brasileiros. Após concluir seu doutorado na Universidade de Brown, nos Estados Unidos, Guzmán integrou a equipe de Joseph Stiglitz, Nobel de Economia (2001), na Universidade de Colúmbia. Lá se especializou em modelos de reestruturação de dívidas soberanas. O conhecimento acumulado o levou a enfrentar uma dura renegociação de US$ 66 bilhões dos títulos da dívida pública argentina, cerca de 20% do total, cujos vencimentos em 2020 colocariam em risco a estabilidade do governo, logo em seu primeiro ano. Totalmente denominada em dólares, a dívida é fator de permanente risco em um país que sofreu forte desindustrialização nos últimos 40 anos e em que o PIB encolheu 9,9% em 2020, de acordo com o FMI.

Se queria uma alteração da agenda nacional, Cristina teve pleno êxito. Pouco mais de 24 horas da publicação da carta, às 22h30 da sexta (17), Alberto Fernández anunciou a recomposição geral de seu gabinete, incluindo cinco novos ministros e acatando todas as sugestões de sua vice. Os auxiliares demissionários da quarta voltaram atrás e seguem no governo. O pr5esidente teve um sábado de intensas articulações com governadores e a preparação de uma série de medidas de impacto para a população mais pobre, o que pode incluir um aumento de 53% no salário mínimo. O colunista Daniel Fernández Canedo, do oposicionista Clarín, escreveu na sexta (17), em tom de crítica, que “a receita kirchnerista (...) continua a mesma: aumentar os salários e expandir os gastos públicos a todo custo”.

No domingo à noite, Axel Kicilof, governador de Buenos Aires, palco da maior derrota peronista, também anunciou mudanças de rota em sua administração.

Relação custo/ benefício

A um custo político ainda não avaliável, ficou claro quem comanda o governo. O maior prejuízo vai para a autoridade de Alberto Fernández. Nada pior para um dirigente a evidência de que não dirige. A aposta a ser conferida é se o peronismo recuperará em novembro os votos perdidos agora.

As mudanças no governo se inclinam à esquerda ou à direita? Difícil avaliar a princípio. O novo chefe de gabinete, Juan Manzur, ex-ministro da Saúde de CFK, dificilmente pode ser visto como alinhado aos setores mais progressistas do peronismo, uma vez que chegou a se aproximar de Macri, em 2017, quando era governador de Tucumán. Os demais nomes podem oscilar do centro à esquerda.

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Ao que parece, Cristina não busca inflexões ideológicas, mas colocar no gabinete dirigentes políticos experientes, com senso prático, capacidade de iniciativa e aptos a defender o governo em qualquer situação. Ao invés dos chamados quadros técnicos indicados anteriormente por Alberto Fernández, a ex-presidente apelou ao que o articulista do Diário AR, Diego Genoud classifica como “profissionais do poder, criados na escola peronista”. Seriam “Guerreiros incombustíveis de um longo passado, rejeitados pela oposição que vai do arco dos Juntos por el Cambio ao progressismo governista. Eles não são ministros que se distinguem por sua simpatia, mas por uma dupla condição: sua experiência de governo e suas múltiplas relações com fatores de poder”.

Tudo muito bem, tudo muito bem, mas a pergunta do início segue valendo: as intensas movimentações da semana trarão vitória para o governo daqui a dois meses? Ninguém sabe. Mas a trombada oficial nas Primárias parece ter virado notícia velha.

*Gilberto Maringoni é Professor de Relações Internacionais da UFABC e membro do Observatório de Política Externa Brasileira

**O OPEB (Observatório de Política Externa Brasileira) é um núcleo de professores e estudantes de Relações Internacionais da UFABC que analisa de forma crítica a nova inserção internacional brasileira, a partir de 2019.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Rio da minha infância...



No Marcos Valnei

Um dia me perguntaram qual o motivo de eu gostar tanto de rios... Talvez o rio seja para mim a plena inteiração com Deus... Desde menino, adorava água correndo mansamente, levando em seu itinerário, mistérios que jamais minha curiosa mente conseguiu desvendar. Sombra de árvores, raios de sol vencendo a copa da mata e reluzindo na água mansa e calma de um rio, o barulho da correnteza... Tudo isso massageia minha alma e me deixa mais leve. Uma pescaria de caniço, um barco riscando o azul das águas, um banho refrescante... Rio é vida... Geralmente vamos até ele acompanhados de amigos, de pessoas que queremos bem. Rio me faz sonhar e contemplando a paisagem que o rodeia, me reencontro com o menino que ainda nada dentro de mim pelos rios da minha história...

Leiam a crônica de Joel Trinidad... Trata-se de uma obra tão universal que consegue não só retratar a sua infância como também a de muita gente. Confesso que me emocionei...


SAUDADES DO RIO DA MINHA INFÂNCIA


Ah! Que saudade do rio da minha infância!


Lá as águas tinham vontade própria e a gente não tinha vontade alguma de sair de lá.

_No três a gente pula, está bem?


_1, 2,3... Êba!!!!


Lá a água era doce, doce que nem os bolos de chocolate que a mãe da gente fazia e a gente levava para comer quando sentia fome, lembra?


Era tão bom poder ver os amigos da gente se divertindo, enquanto o dia ia passando na maior preguiça.

Subíamos na mangueira e lá de cima a gente gritava alto que nem Tarzan e se jogava de cabeça, segurando a ponta do nariz e sorrindo feito gente feliz.


Ah! Que saudades do rio da minha infância...


A tardezinha quando chovia, deixava a água quente e a gente mergulhava ainda mais fundo para buscar pedrinhas brancas e guardá-las na caixinha de madeira, cheio de iscas de peixe que a gente nunca colocava na água.


As roupas ficavam ensopadas com a água da chuva e a gente nem ligava para o que a nossa mãe diria quando nos visse daquele jeito. Mas, não tinha importância não. Lá a gente não pensava no futuro. Só queríamos na verdade aproveitar a grandeza do presente.


Pensando bem, a gente pensava no futuro sim. O Zeca queria ser médico. Dizia que montaria um consultório próximo lá do rio, para que quando algum outro garoto se machucasse tivesse a quem recorrer, e assim nenhuma mãe desconfiaria quando voltasse pra casa.


O Fabinho disse que seria astronauta e que lá do espaço, ele nos mandaria um sinal com reflexo de espelho quebrado, tipo aquele que a gente colocava mirando para o sol, anunciando da cerca que a turma iria se reunir no riachinho...


Ah! Que saudades do rio da minha infância...


Lá a gente era feliz e não sabia. Éramos todos ricos, ricos das próprias incertezas que a vida nos reservaria. Saudade daquele cheiro de mato, da água fria e dos sabiás moldando o cenário que a gente cresceu lembrando, e que hoje me faz chorar quando bate a saudade.


Aquele cheiro de lenha queimando no fogo, o gosto do caju apanhado do pé, o cheiro de capim espinhando as costas...


Hoje puseram um cerca lá.


Puseram uma cerca onde não havia limites, onde não havia dono, onde não havia um pedaço de chão que a gente já não tivesse colocado a planta do nosso pé.


Separaram o que foi infância do que hoje tem preço. E a gente não vai mais lá.


Separaram o que era pra sempre, e puseram a metade do outro lado, como se pudessem dividir o que já foi inteiro... E a gente não pode ir mais lá.


A velha calça rasgada e os chinelos sujos de lama, já não calçam mais meus pés, é verdade. O Fabinho, hoje é o Seu Fábio, dono de um pequeno ranchinho na beira da estrada e o Zeca hoje trabalha na cidade grande e eu que nem tinha vontade de ser gente alguma, virei Doutor. Como é essa vida!


Ah! Que saudades do rio da minha infância!


Lá eu fui inteiro num pedaço que era só metade, porque o resto era dividido entre nós.

E metade... Metade já foi aquilo tudo inteiro, moço!


Deu saudade da época em que as cercas não me diziam o que dizem hoje.


Puseram uma cerca no rio da minha infância e trancaram o meu peito no leito daquele rio.

_No três a gente pula, está bem?


_1, 2, 3...


Adeus!


Autor da crônica: Joel Trinidad

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

ENTRE AMIGOS


 Para que serve um amigo?

Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.

Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.

Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contruído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.

Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.

Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.

Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.

Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.

Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon.

Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.

Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.

Martha Medeiros

terça-feira, 21 de setembro de 2021

A coruja gaba o próprio toco


Respeitando-se em suas devidas qualidades os conhecimentos filosófico e cientifico, vamos nos atentar aqui tão somente a um outro conhecimento, o do senso comum, sem jamais menosprezá-lo, pois, por mais que pensadores e cientistas possuam suas convicções, o senso comum sem a pesquisa nem a experiência aprimorada, também tem suas razões.

O dito popular “a coruja gaba o próprio toco” nos remete às fábulas onde a coruja é uma personagem inteligente, dada ao diálogo, personagem esta que se auto-promove, que intenciona convencer terceiros que ela, a coruja, possui qualidades mil, muito embora estas qualidades sejam inexistentes ou sejam vistas apenas no imaginário das corujas.

Foram das fábulas também, que tiramos a expressão “mãe coruja”, pois seus filhotes embora visivelmente feios, a mãe coruja os considera lindos. Portanto, quando o senso comum diz que a coruja gaba o próprio toco, obviamente concluímos que de forma alguma alguém em sã consciência propagará suas debilidades ou defeitos.

A propaganda busca convencer, evidenciar a um terceiro que determinado objeto, pessoa ou o que quer que seja possua qualidades ímpares, significativas e consideráveis. Quando a pessoa se comporta como a coruja das fábulas, muitas vezes ela está persuadindo aos quatro cantos sobre suas qualidades, qualidades muitas vezes inexistentes e vislumbradas apenas no imaginário daqueles que estão se auto-propagando.

“Sejam outras que te aplaudam, não as tuas mãos, seja outra que te louve, não a tua boca”. Assim nos ensina um dos provérbios atribuídos ao sábio Salomão. Ninguém jamais falará mal de si próprio, pois os próprios interesses estão sempre em jogo, é uma questão de lógica.

Portanto, prezado leitor, aproveitemos a sabedoria popular contextualizando seus ditados repletos de fundamentos. Em toda esta competitividade a qual estamos inseridos cada qual puxa a brasa para sua sardinha.

Pensemos nisso...

Mateus Brandão de Souza

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Poça D' água


 ...”Na rua uma poça d'água, espelho da minha mágoa, transporta o céu para o chão”...

(Newton Teixeira e Jorge Faraj)

Trecho do poema, do clássico da música popular “A Deusa da minha rua”. É composição de Newton Teixeira e Jorge Faraj, foi cantada por grandes nomes como Orlando Silva, Nelson Gonçalves, Silvio Caldas entre outros. Como diriam os mais velhos, “é música dos tempos em que se tinha vergonha na cara”.

A música fala de um apaixonado morador de uma rua modesta em que havia uma mulher linda, uma Deusa, um sonho de beleza e encantamento. Descreve a rua esburacada, com poças d’água, enfatiza a modéstia desta rua e salienta, rebatendo a precária ou nenhuma pavimentação da rua, com a importante beleza de uma moradora que encanta e paralisa o olhar dos que a fitam.

Talvez você prezado leitor, não tenha a sorte do autor desta música, talvez em sua rua, não viva uma Deusa, talvez em seu portão não passe nenhuma mulher sinuosa, mas estamos certo que em algo você se identifica, temos certeza de que em sua rua há uma poça d’água, principalmente nestes tempos de crise e de chuva em abundância, evidentemente há aquela poça transportando o céu para o chão, é lindo, a poça reflete a luz da lua é de fato poético . E se em sua rua há além da poça d’água uma Deusa, parabéns coincidentemente, foi em situações como a sua, que a música A Deusa da minha rua foi escrita.

Talvez buracos na rua, sirvam para inspirar outros poemas como o clássico que hora citamos, afinal os bons poetas tiram canções até mesmos das situações adversas a exemplo de Amélia que achava bonito não ter o que comer. Quem acha que buracos na rua, poças d’água sirvam apenas para as deixar feias, aos motoristas que tiveram seus automóveis danificados, a você que já teve que ir na contra-mão para desviar de um buraco, saiba, rua feia esburacada, inspirou Newton Teixeira e Jorge Faraj fazer acontecer A Deusa da minha rua, um clássico. Quem sabe nossas ruas também faça fluir alguma poesia e desta forma termos mais um clássico? Assim diremos, “nem tudo está perdido nesta terra onde as ruas tem buracos”

Por Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.

sábado, 18 de setembro de 2021

"Até tu Brutus?"

 


As vezes o poder dá a quem o tem, a ilusória sensação de ser intocável. A posição confortável e invejável desperta no indivíduo o ilusionismo de ser imbatível, tornando-se assim um inconseqüente.

Foi assim com Julio César, o maior homem da Roma republicana e expansionista. Em seus melhores dias, César adquiriu status, títulos, poder e popularidade. Motivado pelo conforto de seus privilégios, César passou a não medir as conseqüências de suas ações, não se deu conta que suas atitudes despertavam perículosa ira e a mais cega inveja em seus subordinados mais próximos.

Numa fatídica tarde, em pleno senado romano, caía por terra, de forma imbecil, o homem mais poderoso de Roma. César, aquele que se julgou Deus, ditador perpétuo, o amante da rainha Cleópatra do Egito, poderoso, temido, foi assassinado por senadores com estocadas de punhais, dentre os agressores, Brutus, seu próprio filho.

Quando César se deu conta de que ali era o fim de sua jornada, fitou com as vistas turvas seu filho entre seus algozes e balbuciou estas últimas palavras:


“Até tu Brutus, meu filho”?


Esta frase sobreviveu aos tempos, tendo a conotação de decepção, desapontamento e admiração negativa.

Sendo assim, nos atentemos ao exemplo de César, para policiarmos nossos atos, para quando formos líderes, chefes ou senhores, sejamos convenientes, providos de noção e cientes dos nossos limites.

Saibamos que a humildade, a ponderação e a cautela, são degraus que destinam à sabedoria, estes são alicerces fortes que edificam grandes homens. A prudência, os pés no chão, são componentes, complementares de sábias consciências. Não esqueçamos a humildade, atentemos para o fato de que para todas as coisas, são estabelecidos limites. Cuidado para não inflamarmos a ira e o desgosto de outros, pois toda ação produz reação.

Não nos iludamos com o abuso, com o fazer e acontecer, há ainda muitos César, mas também há muitos senadores e Brutus, ávidos, prontos para fazer cair por terra todos os "Césares" inconseqüentes e que erroneamente se julgam imbatíveis.


Por: Mateus Brandão de Souza.

sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Avião dos EUA entrou sem autorização no Brasil e americanos estiveram em Varginha no dia da captura do ET

Representação em instalação artística da cena do encontro com o ET de Varginha (Foto: Portal Vigília)

Por: Redação Vigília

O Caso Varginha, um dos mais impressionantes e importantes eventos ufológicos do mundo, completou 25 anos em janeiro de 2021. E embora a história seja bastante conhecida é razoável afirmar que não conhecemos a totalidade do que aconteceu naquele fatídico dia 20 de janeiro de 1996.

Mas, ao longo dos anos, diversas peças desse “quebra-cabeças” já surgiram. E no último dia 02 de julho o controlador de voo Marcos Feres deu sua contribuição para a história.

O ET de Varginha

Durante uma LIVE realizada pelo canal Controladores de Voo no YouTube, Feres – que estava acompanhado dos também controladores de voo Nel “Mané” Fernandes e Aroldo Soares, e do meteorologista Hiremar Soares – trouxe à tona um importante complemento para o Caso.

Segundo ele, aquele 20 de janeiro de 1996 era mais um dia comum de trabalho na Torre de Controle quando sua equipe identificou um avião “estranho” adentrando o espaço aéreo brasileiro.

Após rápida investigação descobriu que tratava-se de uma aeronave da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF).

Mas ao procurar a AVOEM, autorização que permite que aeronaves militares e civis públicas estrangeiras entrem no nosso espaço aéreo, descobriu que não havia.

Avião sem autorização

“Fizemos tudo o que podia ser feito ali para descobrir porque aquela aeronave estava entrando sem o nosso conhecimento”, contou Feres.

E antes mesmo que pudesse tomar qualquer providência um oficial superior entrou em contato por telefone falando sobre a aeronave americana e alegando que não houvera tempo de preparar o AVOEM. Todavia era para liberá-la.

“Eu não impedi, mas pedi a autorização por escrito. Era muita responsabilidade entrar uma aeronave estrangeira no país sem autorização”, lembra.

O controlador de voo e sua equipe ouviram também do superior que o destino da aeronave americana era o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.

Mudança de rota

Apesar de incomum o incidente não causou grandes preocupações na equipe. Entretanto, ao invés de seguir o plano de voo, a aeronave dos EUA mudou de rota e seguiu para o aeroporto de Viracopos, em Campinas.

“E é de conhecimento do pessoal da aviação que uma aeronave militar estrangeira quando entra no país não pode efetuar desvios. Ela segue aquele padrão todo certo porque ela é observada pela defesa aérea”, continuou contando Feres.

A história ficava cada vez mais esquisita.

Com destino à Varginha

Depois que o avião pousou em Campinas, em 15 minutos a equipe de lá telefonou e solicitou autorização para que dois helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) decolassem com destino à Varginha, em Minas Gerais.

“Plano de voo nós não temos em mãos”, disse a voz do outro lado. “Mas o restante segue escrito: tempo estimado de voo, autonomia, pessoas a bordo”, prosseguiu.

Feres enfatiza que os helicópteros não eram sediados em Campinas e estavam ali apenas esperando os passageiros para levá-los à Varginha.

“Em Varginha eles ficaram algum tempo, não sei precisar quanto. Mas logo voltaram para Campinas e já com o plano de voo e todas as autorizações o avião da USAF voltou para os EUA”, continuou.

Estranha coincidência

Feres recorda que dois dias depois desse incidente viu a notícia do ET de Varginha na imprensa e que só aí se deu conta do que acontecera.

Mas quando quis falar sobre a “estranha coincidência”, foi orientado a esquecer.

“Feres, esquece esse negocio da AVOEM. Não precisa relatar, está tudo certo, tudo resolvido. Esquece tudo isso, deve ter tido alguma falha interna”, lembrou.

Hoje ele diz que, pela experiência que teve, tudo leva a crer que houve sim um ET de Varginha. “Não me deixaram falar”, lamenta. “Mas essa é uma prova ou amostra indireta que o ET de Varginha não é aquela brincadeira que o pessoal leva até hoje”, finaliza.


quinta-feira, 16 de setembro de 2021

De alvo de racismo a "manual do rap brasileiro": livro celebra "Sobrevivendo no Inferno"

Disco dos Racionais Mcs completa 24 anos e ganha publicação que analisa os discursos, estéticas e consequências da obra


Capa de "Sobrevivendo no Inferno" - Foto: Divulgação

Em 1997, os Racionais MC’s estavam às portas de celebrar uma década de existência, algo raro no rap nacional. Após três anos sem lançar um disco, o grupo apresentou o LP Sobrevivendo no Inferno. Hoje, 24 anos depois, não há dúvida de que se trata de uma obra iconográfica da música brasileira.

Embora o sentimento seja amplo, a afirmação é do pesquisador Arthur Dantas Rocha, que acaba de publicar o livro Racionais MC`s: Sobrevivendo no inferno pela coleção O Livro do Disco da editora Cobogó.

“É um disco paradigmático, ele tem um peso que permanece no rap nacional. As gerações coladas a esse disco ficaram reféns desse jeito de se dizer as coisas, de uma estética, enfim, era um manual de como o rap deveria ser feito no Brasil”, afirma o escritor.

Antes do reconhecimento, porém, o grupo teve que enfrentar o preconceito na divulgação do trabalho. "Não tenho medo algum de dizer que o comportamento dos jornalistas com os Racionais e com o disco, era racista. Eles não sabiam como lidar e nem conseguiam achar um lugar para colocar essa música dentro da cultura brasileira. Os Racionais provocaram um curto-circuito na cabeça da crítica cultural daquela época", ressalta Dantas.

Em 2007, a revista Rolling Stone elaborou uma lista com os maiores discos brasileiros de todos os tempos.  Sobrevivendo no Inferno figura na 14ª posição, ladeado por Caetano Veloso, Gilberto Gil, Novos Baianos, entre outros. Em 2015, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), em viagem oficial ao Vaticano, presenteou o Papa Francisco com o disco.

Produzido de forma independente, pelo próprio grupo, Sobrevivendo no Inferno chegou rapidamente ao sucesso, alavancado pela MTV, que passou a divulgar o videoclipe da música Diário de um Detento, um clássico do rap nacional que figura nesse disco.

Confira a entrevista com Arthur Dantas Rocha na íntegra:

Brasil de Fato: Por que o Sobrevivendo no Inferno? Existe essa disputa, entre fãs do grupo, se o melhor disco seria Sobrevivendo no Inferno ou Nada Como um Dia Após o Outro Dia.

Arthur Dantas Rocha: Os dois coordenadores da coleção que decidiram o livro. O meu disco preferido era o Nada Como Um Dia Após o Outro Dia. Mas nós estamos falando de dois discos que são marcos na história da música brasileira, são enormes.

Em alguns momentos você fala sobre a tese de que este seria o disco evangélico dos Racionais. Me pareceu que te incomoda essa possibilidade. Estou errado? Ao fim e ao cabo, você defende ou ataca essa ideia?

Eu já tive discussões longas sobre se seria esse um disco evangélico, tenho amigos que são evangélicos que batem muito nessa tecla. Tem um cara, o MC Empada, que pegou o disco inteiro e comparou com passagens da Bíblia. Obviamente, o disco tem elementos evangélicos, mas tem elementos católicos e do candomblé.

Em Jorge da Capadócia, do Jorge Ben, eles fazem uma interferência, com uma saudação que remete ao candomblé, “Ogunhê”. Então, esse disco tem uma religiosidade mais complexa do que apenas evangélica. É uma religiosidade que tenta dar conta das contradições e dos dilemas de uma pessoa que vive na periferia.


Racionais MCs, grupo formado por Mano Brown, Edi Rock, KL Jay e Ice Blue / Foto: Divulgação

Esse é o disco que faz o rap ser levado a sério? Você fala desse olhar de exotificação que a imprensa, principalmente a crítica cultural, tinha sobre a periferia. Essa perspectiva, que separa a arte por sua posição no mapa da cidade, é rompida com o disco?

A relação que eles tiveram com a imprensa foi bem racista. Eu não tenho medo algum de dizer que o comportamento dos jornalistas com os Racionais e com o disco, era racista. Eles não sabiam como lidar e nem conseguiam achar um lugar para colocar essa música dentro da cultura brasileira.

Os Racionais provocaram um curto-circuito na cabeça da crítica cultural daquela época. Talvez tenha tocado rap brasileiro na MTV, antes de Sobrevivendo no Inferno, mas a grande febre foi provocada pelos Racionais, foi muito impactante o lançamento do clipe de Diário de um Detento. Foi avassalador. Mas exceção a Caros Amigos e Notícias Populares, os outros meios de comunicação eram racistas, quando tratavam do rap.

Você fala sobre a falta de cordialidade, um mito brasileiro, no disco dos Racionais. Achei interessante você trazer essa perspectiva. Mas ela serve para o rap nacional, não?

É um disco paradigmático, ele tem um peso que permanece no rap nacional. As gerações coladas a esse disco, ficaram reféns desse jeito de se dizer as coisas, de uma estética, enfim, era um manual de como o rap deveria ser feito no Brasil. Isso acontece até hoje.

Agora, eu particularmente, acho que o rap tem que ser o que ele quiser ser, sem fórmulas, um gênero que deve dizer que o quiser. Há um olhar enviesado, principalmente quando pensamos de enfrentamento ao racismo, que é muito influenciado por esse disco. Havia outros grupos que nessa época já falavam de racismo em suas letras, mas Racionais tinham um peso maior com o povo brasileiro. Quando vamos qualificar essa questão sobre o combate ao racismo no rap nacional, o Sobrevivendo no Inferno é fundamental.

Diário de Um Detento é uma música especial. Se hoje, ainda, é difícil colocar em perspectiva que a tragédia do Massacre do Carandiru foi um brutal ataque aos direitos humanos, independente de quem são as vítimas para você ou para mim, 111 pessoas morreram, imagina cinco após o episódio, em 1997. É a música mais relevante daquele disco?

Esse disco é revolucionário, não? Eu confesso que minha predileção naquele disco alterna, mas Diário de um Detento é, de fato, uma música fantástica. Em qualquer relação das 20 maiores músicas da história do rap nacional, Diário de um Detento entra.

Por mais que nossas predileções escapem para uma música ou outra, dependendo da fase que estamos vivendo, essa música é o marco do disco e eles [Racionais] também pensavam assim, tanto que escolheram ela para que fosse o primeiro clipe das canções do disco. Eles tinham a dimensão que essa música era incontornável, é a música mais poderosa daquele disco.

Muita gente divide o rap nacional em antes e depois de Sobrevivendo no Inferno. A influência do disco é mais na estética proposta, no discurso ou há elementos técnicos que o tornam uma referência histórica?

Eu concordo que é um marco e vou além, determina um antes e um depois para os Racionais também. Se você pegar o Raio-X do Brasil, que é um disco incrível, e pegar o Sobrevivendo no Inferno, parecem dois grupos diferentes. A persona do Brown, na abertura da música Capítulo 4, Versículo 3, que ele já vem estourando. O mesmo Brown no disco anterior não atuava dessa forma.

Eu entendo quando as pessoas falam que esse disco determina um antes e um depois no rap nacional, porque ele coloca a exigência para a produção desse estilo em um nível muito alto. Para fazer rap, depois do Sobrevivendo no Inferno, determinava um saber técnico que talvez estivesse aquém, até então, no cenário nacional.

Os samples são trabalhados de forma toda especial, puta maestria, que também era pouco comum no rap brasileiro. Esse é, também, o primeiro disco dos Racionais na gravadora própria deles, sem ter que responder para ninguém. Além disso, e não pouca coisa, eles tinham o melhor e o segundo melhor MC do país, Mano Brown e Edi Rock, e o Ice Blue, que é um intérprete violento. Por fim, um DJ que está entre os maiores do mundo. Essa seleção vivendo no mesmo tempo é uma dádiva, no mesmo grupo ainda, é um acaso maravilhoso.

Onde você vê, disco ou artista, maior influência desse discurso imposto pelos Racionais em Sobrevivendo no Inferno?

Dexter é o maior herdeiro do Sobrevivendo no Inferno, foi quem bebeu melhor nessa fonte, e foi além. Com certeza o Dexter, que é um artista que não fica apenas nisso, é um cara superimportante para o rap, foi além dessa referência. O Crônica Mendes também, ele tem uma lírica que é bem influenciada pelo disco. Mas ele também não fica apenas nisso. Mas são nomes que eu lembro agora, de rappers que souberam trabalhar esse legado.

Edição: Leandro Melito

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