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sábado, 30 de março de 2019

Acabar com o visto não resolve o turismo no Brasil

A ideia que a mídia oficialista tem de turista americano é a de um loiro alto, protestante, de cuca fresca, pronto para gastar aqui seu cartão de crédito. Mas 60 milhões de americanos tem outro perfil. São iraniano-americanos, saudita-americanos, cubano-americanos, indu-americanos, vietnamita-americanos, coreano-americanos, chineses de San Francisco, que poderão entrar no Brasil sem visto.


Por Andre Motta Araujo*

Por incrível que pareça, existem também bandidos com passaporte americano, contrabandistas de Miami, cafetões de Las Vegas, traficantes de armas e de drogas químicas, estelionatários, mafiosos de Chicago.

O Brasil tem histórica fama de refúgio de bandidos, que agora será revigorada pela desnecessidade de visto de entrada para nacionais de alguns grandes países, a começar pelos EUA, onde não há só gente honesta, há de tudo, apesar da idolatria que ignorantes fazem dos EUA, terra do faroeste e da máfia.

Nos anos 50, Cuba passou a receber turistas americanos em grande quantidade, virou o paraíso dos cassinos e da prostituição, um turismo predatório, que foi um dos ingredientes da revolução castrista. Há uma certa visão romântica, simplória, do turismo de massa mas há que analisar prós e contras.

O Brasil deveria ter enorme apelo turístico, mas faltam certas condições que são pré-requisitos para um paés de grande atração para visitantes:

1. Sistemas de orientação e atendimento em aeroportos, rodoviárias, pontos turísticos. Os quiosques de turismo em aeroportos operam em ritmo de repartição pública, há atendentes que a cada meia hora desaparecem para tomar café, voltando duas horas depois.

2. Museus desaparelhados para atender visitantes estrangeiros. Parques sem nenhuma estrutura, sem banheiros limpos, cafés , lojas de souvenires.

3. Notória falta de segurança. No caminho do Corcovado, por exemplo, há turistas que querem andar a pé, os assaltos são diários.

4. As cidades litorâneas não tem barcos de passeio, os rios quando tem barcos são precários. Praias em geral poluídas. Trens turísticos são pouquíssimos e esse meio de transporte tem grande apelo para se conhecer um País ou região, vide os magníficos trens turísticos da Africa do Sul e Austrália.

5. O País, os Estados e as Prefeituras têm Ministérios e Secretarias de Turismo que não tem programas, projetos, são meros cabides de emprego.

6. Faltam guias em línguas estrangeiras nas atrações turísticas, museus e parques. Faltam sinalizações em inglês nas grandes cidades.

O mercado turístico do futuro é o ecológico, o Brasil seria o grande beneficiário, mas faltam condições básicas, algumas bem simples.

Dispensar vistos por si só não significa grande coisa para incrementar turismo, há muito mais fatores, mas esses dão trabalho para implementar.

O Brasil é o único grande Pais do mundo que não faz campanhas de mídia para divulgar o Pais no exterior, o México é campeão em belas campanhas, países ícones do turismo, como França e Espanha, fazem continuamente campanhas de divulgação, os Estados alemães como a Bavieira fazem suas próprias campanhas de divulgação nos EUA, o mercado turístico é altamente competitivo e é preciso disputa-lo continuamente.

Relato aqui um fato de que participei há cinco anos. Uma das maiores agências de publicidade dos EUA, que faz campanhas para o México, preparou um projeto para divulgação do turismo para o Brasil nos EUA.

Acompanhei os executivos da agência nos órgãos federais que tratam de turismo. Nem quiseram ver, alegaram falta de verba. Na maioria dos países, as entidades associativas empresariais também patrocinam campanhas de divulgação, o turismo traz benefícios para o comércio em geral, para hotéis, bares, restaurantes, casas de shows.

Procurei a Confederação Nacional do Comércio, que também cuida de turismo, não passei da telefonista. A mesma Confederação, que tem sede nacional em Brasília acaba de gastar 26 milhões de reais para comprar dois apartamentos de luxo em Ipanema para seu presidente e diretor financeiro quando vem ao Rio. O fato saiu nos jornais há quinze dias, dinheiro arrecadado por contribuição parafiscal usado em benefício privado.

A campanha para divulgação turística do Brasil nos EUA custaria menos do que isso. Realmente aumentar o turismo no Brasil precisa muito mais do que eliminar o visto.

*Artigo publicado no Jornal GGN (Blog do Nassif)


quinta-feira, 28 de março de 2019

Jackson do Pandeiro a caminho dos 100 anos

Quem visita Alagoa Grande, situada na região do brejo paraibano, Serra da Borborema, não pode deixar de visitar um casarão azul construído em 1898, na Rua Apolônio Zenaide, centro da cidade. No prédio está a memória e os restos mortais de um dos artistas mais representativos da cultura brasileira: José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro.


O Memorial Jackson do Pandeiro, criado em 2008, possui um grande acervo composto por discos, documentos, vestimentas, imagens e os indefectíveis chapéus usados pelo cantor, que nasceu em 31 de agosto de 1919 e morreu em Brasília, em 10 de julho de 1982.

 “O memorial já foi visitado por mais de 100 mil pessoas vindas de várias partes do país. “Foi um artista que nunca cantava duas vezes uma música da mesma maneira, sabia dividir os compassos da música nordestina com maestria”, afirma o jornalista e historiador da música brasileira Rodrigo Faour, curador da recém-lançada caixa Jackson do Pandeiro — O Rei do Ritmo (Universal Music).

 “Há anos, eu queria relançar esse repertório. Quando a Universal veio com essa ideia, eu, na mesma hora, vesti a camisa e revisei o levantamento que eu já tinha feito. Pedi ajuda a alguns amigos e cheguei à seleção final”, destaca Faour sobre a obra com clássicos como Chiclete com banana e O canto da ema.

Em entrevista, o pesquisador lista os empecilhos que teve de enfrentar para a composição da caixa que contém 235 músicas. Ao todo, são 15 discos agrupados em nove CDs. Esses álbuns (compactos e long plays) foram lançados originalmente nos anos 1960 e 1970.

 “Esbarrei com um monte de problemas: canções não editadas, autores falecidos, autores que não deixaram herdeiros oficiais, capas originais dificílimas de conseguir... Por isso demorou anos e anos para a caixa sair”, lamenta.




quarta-feira, 27 de março de 2019

Patativa do Assaré: 110 anos de palavra viva

Há 110 anos nascia Antônio Gonçalves da Silva, poeta magistral sertanejo que, na forma de Patativa, versou as verdades dos muitos brasis de universal Nordeste. Respeitado por sua genialidade, faz menos falta do que devia, pois sua palavra é viva.

A casa onde nasceu Patativa, na Serra de Santana, traz relíquias da história do poeta
Foto: Melquíades Júnior

Por Melquíades Júnior

"Vão na frente que eu vou atrás. Levando as traia". Era o fim da meia-jornada. O agricultor brocou cedo a terra. Saiu cedinho, quando o sol entrou. Belinha coou o café pra viagem do marido com os filhos até o pedaço de roça. Quem vive no sertão brabo de enxada na mão não tem tempo de sentar. A depender do destino, o chão batido vira mesa, cama e até altar, envolto pelo roçado. Sertão só sabe quem vive. Chover é dúvida. Certeza, só na fé. Planta sem saber.

Mas perto da hora do almoço junta tudo, todos, e vai embora.
Inês é encucada:

- Pai toda vida só vai atrás da gente, sozinho. Num quer ir junto, diz, olhando pra trás e vendo o silêncio.
Em menos de meia-légua de pisada no chão da Serra de Santana, Antônio, atrás, parece que voa. Tá ali, mas não tá.

No fim de tarde, todo mundo bota as cadeiras pra fora. A calçada dá justo pro sol, que vai embora. Ele desce e os mosquitos sobem. Mas quem vive no sertão não tem casca fina.

Encadeando palavras
Antônio convoca atenção e diz uns dizeres falados como se estivesse cantando. Uma frase atrás da outra. Uma palavra que combina com outra duas frases depois. Eram versos e rimas. "As corra mair linda".

Nesse tempo, o pai já soltava poesia, só não sabia de onde vinha, mas o dia dela saber chegaria.
"Eu nasci ouvindo cantos/ Das aves de minha terra/ E vendo os lindos encantos/ Que a mata bonita encerra/ Foi ali que fui crescendo/ Fui lendo e fui aprendendo/ No livro da Natureza/ Onde Deus é mais visível. O coração mais sensível/ E a vida tem mais pureza".

- De onde pai tira tudo isso?
- É Deus que manda.

Foi daí que Inês percebeu: o pai andava atrás pra ter tempo com o divino. Devia sussurrar no seu ouvido, soprando palavras de semente. No tempo de chegar em casa, crescia e dava fruto. Essa era uma colheita certa.

Desce do céu, sobe a serra

Deus visitando onde quase ninguém vai. Um pedacinho da Serra de Santana, prima pobre, comprida e alta de Assaré. Nunca se lembram dela, a não ser em tempo de eleição. A vantagem, dizem os de lá, é que no outro tempo é menos gente perturbando.

Hoje, o desassossego é outro e bom: "mei mundo de gente vem aqui conhecer onde pai nasceu", diz Inês Batista. Pai é Antônio. E se antes, quem quisesse saber dele, perguntava por Senhorzinho, hoje em dia é só Patativa. Patativa do Assaré.

Se ele já tinha um tempo com Deus, sua morte foi reencontro. Não antes de ver a fama. Primeiro, a de perto, nas andanças pelo Cariri. Depois, bem longe.

Rodou pelas bandas do Norte, conheceu outros Nordestes. Mas foi a radiofonia sua internet. Ouvidos eram atentos à sua passagem pela Rádio Araripe, no Crato. José Arraes era um. Homem importante dos lados de Pernambuco, irmão de Miguel Arraes, este que virou governador daquele Estado. Atento às pelejas sertanejas, criou em sua gestão dois programas para o homem do campo: Vaca na Corda, para financiar gado, e o Chapéu de Palha, pra ajudar o agricultor na entressafra.

Pois foi Zé, irmão de Miguel, um dos grandes financiadores ao primeiro livro do poeta: Inspiração Nordestina (1956), aos 47 anos. Dali já corria mais longe o canto sertanejo. Luiz Gonzaga ouviu no rádio Patativa com João Alexandre, outro artista popular. Queria comprar aquela letra e foi ter com autor, mas o poeta não é de vender.

"Triste Partida" ganhou o mundo na voz do "Rei do Baião". Era retrato do sertanejo retirante nordestino. Viajantes da esperança, ainda que pobreza ambulante. No rincão seco, vai sem querer. Fome é a precisão, Deus é o guia.

Setembro passou/ outubro e novembro/ Ja tamo em dezembro/ Meu Deus, que é de nós?.

Virou hino. Quem vê hoje, pensa que a fama lhe percorreu toda a vida. Mal sabem que, bem dizer chamado 'velho', era um poeta popular pouco reconhecido em suas próprias beiras. Sentava no banco da praça que dá para a Igreja de Nossa Senhora das Dores, em frente de casa. Passava a tarde ali, matutando o tempo (ou com o divino).

Jaqueline, filha de Araci, fez por muito tempo os encarregados dele. Morando no lado oposto da praça, estava sempre a postos pra acompanhar o poeta onde precisasse. Um pagamento, pegar remédio ou dar notícia do que se passa na cidade pequena, mas cheia de histórias. Era mulher de confiança. Serviu-lhe até casar e partir. E fazer falta.

FONTE: Caderno VERSO | DN
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/verso/patativa-do-assare-110-anos-de-palavra-viva-1.2067055


terça-feira, 26 de março de 2019

Livro apresenta dados inéditos sobre Lampião

Existem centenas de livros escritos sobre Virgulino Ferreira, o Lampião - que morreu no dia 28 de julho de 1938, após passar 21 anos percorrendo o interior do Nordeste, e desde então se transformou em um dos símbolos mais emblemáticos da História do Brasil. "Apagando o Lampião: vida e morte do Rei do Cangaço" poderia ser mais um nessa longa lista - mas consegue a proeza de trazer fatos novos sobre o tema, inclusive apontando quem (e como) foi o responsável pela execução do cangaceiro.



Por Tuíca do Cordel  



Escrito por Frederico Pernambucano de Mello, que se dedica a pesquisar o Cangaço desde os anos 1960 e é considerado a maior autoridade no assunto, "Apagando o Lampião" traz outras informações inéditas que por si só justificariam a escritura da obra, que paralelamente registra toda a trajetória deste verdadeiro gênio militar (para alguns, herói; para outros, bandido sanguinário).Embora tenha sido publicado no ano passado, o livro deve ser lançado oficialmente em março, na cidade de Maceió (AL).

"Há muitas biografias sobre Lampião, e tenho a pretensão de conhecer a maioria, mas verifiquei que havia alguns aspectos virgens de um relato confiável. Por isso, resolvi escrever", explica o autor. Estes quatro pontos-chave que representam novidades são muito importantes para entender a história como de fato se passou.

Frederico Pernambucano é considerado o maior especialista em Cangaço do mundo
A "autoria" da morte de Lampião havia sido noticiada pela imprensa em 1938, apontando como responsável Antonio Honorato da Silva, que era guarda-costas do aspirante Francisco Ferreira de Mello, um dos encarregados pelo cerco à grota de Angicos, onde os cangaceiros estavam escondidos. Mas Frederico descobriu que o verdadeiro autor do disparo fatal contra Lampião havia sido Sebastião Vieira Sandes, o "Santo", que também era guarda-costas de Francisco e antes de ingressar na volante, tinha convivido com o cangaceiro por muitos anos, sendo seu "coiteiro" e, inclusive, tendo chegado a costurar peças para o bando junto com o próprio Lampião.

A entrevista que Sandes concedeu a Frederico, durante mais de dez dias, foi longamente aguardada. O historiador sonhou com esse momento por mais de duas décadas, tentando convencer o entrevistado através de conhecido em comum e chegando a visitar Sandes em Maceió e em São Paulo.

Um dia, após ter recebido um diagnóstico de aneurisma inoperável, ele procurou Frederico e contou que Lampião não morreu em combate, e foi executado de cima para baixo, com um único tiro, enquanto tomava uma caneca de café. A bala bateu na lâmina do punhal que estava no cinto do cangaceiro e causou um prolapso de vísceras, expondo todas as suas tripas. "Esse punhal está guardado no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, e o relato bate com o laudo pericial realizado por um especialista da Polícia Federal, Eduardo Makoto Sato", frisa Frederico Pernambucano de Mello.

Após duas décadas de tentativa, Frederico Pernambucano de Mello ouviu o relato do verdadeiro executor de Lampião

Outro ponto interessante e que amplia o olhar humano sobre a trajetória de Lampião é a divergência com José Alves de Barros, o Zé Saturnino, que entrou em confronto com o jovem Virgulino e precipitou sua entrada no cangaço. Em uma entrevista realizada em 1970 e mantida inédita até o momento, Frederico Pernambucano de Mello ouviu relato de que ambos eram amigos de infância. A briga só começou quando Saturnino se casou com uma moça da família Nogueira, inimiga dos parentes de Lampião. "Virgulino não perdoou isso", aponta o autor, que guardou estas informações por mais de quatro décadas. "Sou o tipo de pesquisador que trabalha com informações a longo prazo", afirma.

O livro registra ainda detalhes sobre as relações de Lampião com as autoridades da época: sua ida para a Bahia foi acordada com o Chefe de Polícia de Pernambuco, Eurico de Souza Leão. "Este fato foi mantido em sigilo por vários anos, até que me foi contado pelo oficial executor das ações, Audálio Tenório de Albuquerque", aponta. Evidentemente, não pegaria bem para o governo pernambucano admitir que "exportou" o cangaceiro para o estado vizinho.

Outro detalhamento inédito diz respeito ao acordo feito entre Lampião e Farnese Dias Maciel, irmão de Olegário Maciel (governador mineiro entre 1930 e 1933, quando morreu no poder) e filho do segundo Barão de Araguari, figura importantíssima de Minas Gerais.

Segundo o autor, Farnese tinha uma rixa com a família Borges, e queria contar com o bando Lampião para agir em seu favor. No momento em que foi executado, o cangaceiro estava recrutando mais de cem homens, que iriam se somar aos quase 150 de seu bando (formado por um grupo principal com 22 membros e mais dez subgrupos com oito a doze homens, que atuavam nos mais diferentes pontos do Sertão nordestino).

"Os planos de ir para Minas eram conhecidos, mas nenhum biógrafo até o momento havia tido o cuidado de investigar quem estava convidando Lampião", aponta. Ainda de acordo com 

segunda-feira, 25 de março de 2019

Simbologia do Pavão Misterioso

O Romance do Pavão Misterioso, criado por José Camelo de Melo Resende, presumivelmente em 1923, e levado ao prelo com muitas modificações por João Melchíades, que assumiu a sua autoria, é o grande clássico do cordel brasileiro e, sem dúvida, o seu maior símbolo. O que chama a atenção na história é a hábil combinação dos motivos integrantes de contos novelescos e maravilhosos. O enredo gira em torno do amor devotado pelo jovem turco Evangelista à condessa grega Creusa (há que se atentar para a rivalidade histórica entre gregos e turcos como um ingrediente da trama):

Gravura de Jô Oliveira
Eu vou contar uma história
De um pavão misterioso
Que levantou voo na Grécia
Com um rapaz corajoso
Raptando uma condessa
Filha de um conde orgulhoso.

O retrato da princesa. 
Evangelista a “conhece” por meio de um retrato pintado por um hábil artista, presente de seu irmão mais velho, João Batista. A jornada do herói para conquistar a amada envolve um hábil “engenheiro”, que inventa um maquinismo voador, similar a um pavão, que pode pousar até no alto de uma palmeira, e, a um toque de botão, se transformar numa mala.

Entrelaçamentos

Os demais motivos também são familiares aos contos de tradição oral. O cativante episódio do retrato da jovem de rara beleza, pelo qual o rei (herói) se apaixona sem conhecê-la, é encontrado no conto O fiel João, dos Irmãos Grimm, e na versão brasileira Dom José, de Luís da Câmara Cascudo.

João Batista retirou
O retrato de uma mala
Entregou ao rapaz
Que estava de pé na sala
Quando ele viu o retrato
Quis falar tremeu a fala.

O isolamento da jovem por ordem do pai, o tal “conde orgulhoso” no Romance do Pavão, para preservar sua inocência ou evitar o cumprimento de uma profecia, como no mito grego de Dânae, é outro motivo recorrente e está presente no conto popular brasileiro O rei doente do mal de amores, recolhido por João da Silva Campos. No cordel O papagaio misterioso, de Luís da Costa Pinheiro, a princesa vive reclusa no palácio por estar fadada a casar-se com um rapaz plebeu. O herói que penetra numa fortaleza no bojo de um animal mecânico aparece na História de Carlos Magno, no capítulo dedicado ao “leão de ouro”, com o qual o paladino Roldão penetra na fortaleza de Tristeféa para resgatar a princesa Angélica, filha de Abderraman, seu grande inimigo, com quem se casará. O gatilho da história, aliás, também é um retrato de uma jovem de beleza inigualável que o herói adquirira junto a um mercador. A versão em cordel, de João Melchíades, pode ser uma das prováveis inspirações de José Camelo.

As três noites no quarto da (o) amada(o) são constantes dos contos de encantamento. O truque, que equivale ao recurso Deus ex machina, com o qual o herói ludibria os soldados do conde, pegando a mala/Pavão no alto da palmeira, denuncia a origem oriental da história, encontrando similar num dos episódios do conto O cavalo encantado (também uma máquina voadora) das Mil e uma noites.  Há quem associe equivocadamente, no entanto, o enredo do Pavão Misterioso ao de Aladim e a Lâmpada Maravilhosa, por conta, talvez, da aproximação óbvia entre a ave mecânica e o tapete voador. Se há uma aproximação, essencialmente no motivo do rapto, esta se dá com o conto do Cavalo encantado, que, na tradição sufi, na história do príncipe Tambal, se transmuta num cavalo de madeira fabricado por um marceneiro, com botões que, girados em determinadas posições, elevavam-no ao ar, tal e qual no romance de cordel:

Evangelista subiu
Pôs um dedo no botão
Seu monstro de alumínio
Ergueu logo a armação
Dali foi se levantando
Seguiu voando o pavão.

Pavão Misterioso. Xilogravura de Lucélia Borges (matriz)
Simbologia



Para além dos motivos estruturantes da história, outro aspecto relevante deve ser levado em conta: o simbolismo do pavão. Não nos esqueçamos de que, segundo uma tradição indiana, ele é a montaria de Buda e de outras divindades, talvez por sua identificação ao Sol. É também a ave de Krishna, que com ela se confunde. No Islamismo, representado de cauda aberta, é um símbolo do universo, da totalidade. Associado aos cem olhos do cão Argos, morto por Hermes, tornou-se, na mitologia grega, a ave de Hera, a deusa do casamento. Em se tratando do nosso cordel, apesar de muitos enxergarem em seu enredo elementos da ficção científica, o adjetivo “misterioso”, presente desde o título, ressalta seu complexo simbologia, ressaltada pela vigorosa composição musical do cearense Ednardo: “Tudo é mistério nesse seu voar”.

Blogue do poeta e pesquisador Marco Haurélio.

sábado, 23 de março de 2019

90 anos do Romance do Pavão Misterioso

2013 marca os 90 anos do maior êxito da literatura de cordel brasileira: o Romance do Pavão Misterioso, de autoria de José de Camelo de Melo Resende. A data passaria em branco não fosse o empenho do pesquisador e apologista José Paulo Ribeiro, de Guarabira (PB), e do professor e historiador Vicente Barbosa, idealizador da 1ª Exposição de Cordel de Guarabira. Este texto conta um pouco dessa história começada pelos idos de 1923 (Marco Haurélio).

Por Vicente Barbosa

Preservar e divulgar as riquezas das tradições populares configura-se em um sentimento que deve ser exaltado por cada povo, como forma de garantir a sobrevivência e a plenitude de sua própria identidade. O Nordeste brasileiro é destaque quando se trata do tema Cultura Popular e suas diversas formas de manifestações, dentre elas destacamos a Literatura de Cordel.

Essa forma de narrativa oriunda da Península Ibérica, que aqui chegou pelas mãos dos colonizadores portugueses, ganhou alma e corporificou-se através dos Folhetos de Cordel, que, viajando de mão em mão, espalhou-se por toda Região Nordeste levando em seu conteúdo os mais variados e múltiplos temas como: o amor, o ódio, a vingança, a tragédia, a religiosidade, o cangaço, as crenças e seus mistérios.

Dentre todos os Cordéis até hoje impressos, um deles teve destaque, e tornou-se um grande best-seller do gênero. Trata-se do Romance do Pavão Misterioso, obra do cordelista guarabirense José Camelo de Melo Rezende (1885-1964) que ganhou fama no Brasil e no mundo. O Romance do Pavão Misterioso já foi adaptado para o teatro, cinema, literatura, música e televisão, com seu texto simples, aliado à fluência dos versos e às referências aos contos das Mil e Uma Noites alcançou a espantosa tiragem de mais de dez milhões de cópias, vendidas em todo o País.

Neste ano de 2013 a obra completa exatos 90 anos desde a sua primeira edição, datada de 1923. Aproveitando o ensejo e reconhecendo a importância histórica da data, o Serviço Social do Comércio - SESC, na Paraíba, presta uma justa homenagem através da realização da 1ª Exposição de Cordel de Guarabira, uma vez que esta cidade detém o orgulho de ser berço de nascimento do ator e da obra.
Parabéns ao Pavão Misterioso, glória e honra de nossa Literatura popular.

Para celebrar a data, o poeta Paulo Gracino, natural de Guarabira, escreveu o poema 90 anos de encantos de um Pavão Misterioso, do qual reproduzo as primeiras estrofes (Marco Haurélio):

Quem é que nunca ouviu
Um dia alguém contar
A história de um pavão,
Que começou a voar
Há mais de noventa anos
E que nem pensa em parar.


Ele é misterioso,
Mas nunca foi encantado.
Passeou no mundo todo
E sempre foi bem lembrado,
Por tudo que fez e faz
E por onde tem passado.


Ele é o grande astro
De um romance acontecido.
Um romance de verdade,
Daqueles bem aguerrido,
Que já tem quase cem anos,
E jamais foi esquecido.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Mestres da Literatura de Cordel - José Camelo de Melo

O poeta José Camelo de Melo Rezende é autor de um dos clássicos da poesia cordelista: O Pavão Misterioso, romance que inspirou outros títulos e até mesmo outras manifestações artísticas. O cantor cearense Ednardo, por exemplo, transformou os versos de José Camelo em música, que acabou virando tema de novela e sucesso na voz do cantor Ney Matogrosso.


O criador do Pavão é natural de Guarabira, Paraíba. Nasceu no povoado de Pilõezinhos em 20 de abril de 1885. Homem de muita imaginação e de talentos brilhantes, foi carpinteiro, xilógrafo, cantador e poeta. Não escrevia seus primeiros versos, criados por volta de 1920, guardava-os na memória para cantá-los onde fosse se apresentar. Segundo registros, versava- os numa língua perfeita, com precisão da métrica e da rima que o distingue da maioria dos poetas populares.

Camelo morou no Rio Grande Norte entre 1927 e 1929, fugido por ter se metido numa confusão. Nesse período, José Melchíades se apoderou dos originais de O Pavão Misterioso e o publicou como seu. Mesmo tendo descoberto e denunciado, até hoje se discute a verdadeira autoria desse romance.

Camelo morreu em 28 de outubro de 1964, em Rio Tinto (PB), passando à posteridade como um dos maiores autores da literatura de cordel brasileira.

José Camelo é autor de outros romances que se tornaram clássicos da Literatura de Cordel, como Coco Verde e Melancia, Pedrinho e Julinha, Entre o amor e a espada, O monstro do Rio Negro, Aprígio Coutinho e Neusa e A Verdadeira História de Joãozinho e Mariquinha.

Leia um trecho do romance As Grandes Aventuras de Armando e Rosa ou Coco Verde e Melancia:

Da cidade de Mamanguape
Rosa nada conhecia
E, por isso, acreditou
No que o irmão dizia,
E, açoitando o cavalo,
Caminhou com alegria.

Às dez horas se serviram
De doce com queijo e vinho;
E ao pôr-do-sol o irmão
A Rosa disse baixinho:
- Rosa, alvíssaras, chegamos
Na casa do teu padrinho!

Rosa, bastante espantada,
Lhe respondeu: - É mentira!
Meu padrinho aqui não mora
E, se mora, me admira
Eu ter vindo a Mamanguape
E me achar em Guariba!

Mas logo, no mesmo instante,
Ouviu a voz do padrinho,
Que dizia duma porta:
- Viva, chegou meu sobrinho,
Trazendo a minha afilhada,
Pra alegria de Agostinho!

quinta-feira, 21 de março de 2019

NO ANIVERSÁRIO DO CONSELHEIRO

Há cento e oitenta e nove anos nascia ANTÔNIO CONSELHEIRO. Antônio Vicente Mendes Maciel nasceu em Vila Nova de Campo Maior (Quixeramobim), a 13 de março de 1830 — e faleceu em Canudos-BA, a 22 de setembro de 1897. Ficou conhecido na História do Brasil como Antônio Conselheiro, que se autodenominava "o peregrino", foi um líder religioso brasileiro.

CAPA: ARIEVALDO
Via - Acorda Cordel

Figura carismática, adquiriu uma dimensão messiânica ao liderar o arraial de Canudos, um pequeno vilarejo no sertão da Bahia, que atraiu milhares de sertanejos, entre camponeses, índios e escravos recém libertos, e que foi destruído pelo Exército da República na chamada Guerra de Canudos em 1896.

A imprensa dos primeiros anos da República e muitos historiadores, para justificar o genocídio, retrataram-no como um louco, fanático religioso e contrarrevolucionário monarquista perigoso.

O primeiro folheto de cordel publicado sobre a Guerra de Canudos foi escrito pelo poeta paraibano  João Melchíades Ferreira da Silva, que participou da luta como militar e, naturalmente, defende a versão divulgada pelo Exército Brasileiro. Posteriormente outros poetas retornaram ao tema, fazendo a defesa de Conselheiro e sua gente. Caso do poeta Geraldo Amâncio, que fez um livro magistral. O trabalho mais recente foi escrito por ARIEVALDO VIANNA e BRUNO PAULINO e retrata duas facetas pouco exploradas do beato ANTÔNIO DOS MARES, O PEREGRINO: a visão sebastianista e a sua fama de milagreiro.

Vejam alguns trechos:

Nós vamos contar um fato                      
Que dizem ser verdadeiro
Ocorreu em Monte Santo    
Com um Santo Brasileiro,
(Tudo em versos, se me entendes):
Antônio Vicente Mendes
Maciel,  O Conselheiro.


O poeta popular
Sempre amplia seus estudos
Buscando novas matérias
E melhores conteúdos;
Depois de leituras tantas
Encontramos Paulo Dantas,
E um livro sobre CANUDOS.


Num dos capítulos do livro
Que é “O CAPITÃO JAGUNÇO”
Deparamos com uns fatos
Cujo relato esmiunço
Da fama de milagreiro
Que Antônio Conselheiro
Tinha antes do “furdunço”.


Nessa peregrinação
Passou por muitos lugares
Fazendo igrejas, capelas,
Levando conforto aos lares
Quando o beato pregava
Muita gente o chamava
De Santo Antônio dos Mares.


Antônio Vicente tinha
Uma visão humanista
Pregou contra a escravidão
Com sólido ponto de vista
Devido a esses sermões
Fundou naqueles sertões
Um reino Sebastianista.


Sebastião, o Desejado
Foi um rei de Portugal
Que promoveu uma cruzada
No meio de um areal;
Na batalha se perdeu
Nunca mais apareceu
Foi um drama sem igual.

(...)

LANÇAMENTO EM BREVE, NO CARIRI CANGAÇO

Por e-mail, o professor Gilmar de Carvalho, grande estudioso da cultura popular nordestina, em especial do CORDEL, nos felicitou pela iniciativa:

" Arievaldo e Bruno,

Gostei da ideia de vocês, fazerem um cordel a quatro mãos. O tema não poderia ter sido melhor escolhido. Conselheiro será sempre uma referência. Ótimo que tenham lançado o cordel no dia 13 de março, aniversário do beato. A edição está bem cuidada, com ilustrações do Jô, do Poty e do Arievaldo. Estamos recuperando o tempo perdido. Nenhum cearense escreveu sobre Canudos no calor da hora. Os primeiros folhetos serão tardios.  Este cordel, no entanto, traz a escrita para o sertão de Quixeramobim, atualiza e mantém o tema em evidência.

Tudo de bom, abraços para vocês.
do amigo Gilmar"

quarta-feira, 20 de março de 2019

Mestres da Literatura de Cordel - Leandro Gomes de Barros

No mês passado (Novembro de 2007) fez 142 anos do nascimento do maior poeta cordelista do Brasil. Leandro Gomes de Barros - O Rei do Cordel - nasceu na fazenda Melancia, em Pombal-PB, no dia 19 de novembro de 1865 e faleceu em Recife-PE, no dia 4 de março de 1918, segundo alguns pesquisadores, vitimado pela Influenza espanhola. Era sobrinho materno do padre Vicente Xavier de Farias, que ajudou a criá-lo. Por causa dos maus tratos que o padre lhe infligia, fugiu de casa aos 11 anos, tendo passado muitas privações (qualquer semelhança com a história de Cancão de Fogo e Alfredo não será mera coincidência).



De acordo com depoimento de sua bisneta, Cristina Nóbrega, Leandro era um Nóbrega. Mudou para Barros em decorrência das desavenças com o seu tio, o Padre Vicente. Quando os irmãos do Pe. Vicente morreram, ele ficou por tutor das duas famílias. Uma estava falida, e a outra tinha dinheiro. Esse religioso passou, então, os bens do irmão para o outro, deixando a família de Leandro na miséria. E quando Leandro foi tomar satisfações, ele mandou dizer que "no cabaço ainda cabia orelha". Leandro, com raiva, mudou o sobrenome de Nóbrega para Barros. Sobre essa sua vida, certa vez ele escreveu:

Fui um menino enjeitado
Fui triste logo ao nascer
Nem uma ave noturna
Tão triste não pode ser
Eu sou igual ao deserto
Onde ninguém quer viver.

Esse homem que me cria,
Me maltrata em tal altura
Que nem um preso no cárcere
Sofrerá tanta amargura
Não foi Deus, é impossível
Que me deu tanta amargura

Ele residiu até os 15 anos de idade no Teixeira, na Paraíba (berço dos grandes cantadores do passado), tendo se mudado após esse período para Vitória de Santo Antão-PE, onde casou-se com dona Venustiniana Eulália de Barros, com quem teve quatro filhos. Estima-se que sua vasta produção literária, iniciada em 1889, no estado de Pernambuco, atinge cerca de 600 títulos, dos quais foram tiradas mais de 10 mil edições. Entre 1906 e 1917 foi proprietário de uma pequena gráfica para impressão de seus próprios folhetos, em Recife-PE, sendo ele próprio o autor, o editor e o distribuidor.

Seus folhetos de cordel foram de grande aceitação popular, como A BATALHA DE OLIVEIROS E FERRABRAS; A DONZELA TEODORA; A FILHA DO PESCADOR; A FORÇA DO AMOR; ALONSO E MARINA; A MORTE DE ALONSO E A VINGANÇA DE MARINA; A MULHER ROUBADA; A PRINCESA DA PEDRA FINA; A PRISÃO DE OLIVEIROS; A VIDA DE CANCÃO DE FOGO E SEU TESTAMENTO (2 volumes); A VIDA DE PEDRO CEM; AS PROEZAS DE UM NAMORADO MOFINO; BAMAN E GERCINA; O PRÍNCIPE E A FADA; CASAMENTO E DIVÓRCIO DA LAGARTIXA; COMO ANTÔNIO SILVINO FEZ O DIABO CHOCAR; COMO DERRIBEI O MARCO DO MEIO MUNDO; COMO SE AMANSA UMA SOGRA; HISTÓRIA DA INDIA NECY; HISTÓRIA DE JOÃO DA CRUZ; HISTÓRIA DO BOI MISTERIOSO; JUVENAL E O DRAGÃO; O AZAR NA CASA DO FUNILEIRO; O CACHORRO DOS MORTOS; O CASAMENTO DO VELHO E UM DESASTRE NA FESTA; O CAVALO QUE DEFECAVA DINHEIRO; O DINHEIRO (O ENTERRO DO CACHORRO); O MAL EM PAGA DO BEM; LINO E ROSA DE ALENCAR; O SOLDADO JOGADOR; OS SOFRIMENTOS DE ALZIRA; A ÓRFÃ ABANDONADA; MEIA NOITE NO CABARET; ANTONIO SILVINO, O REI DOS CANGACEIROS; O IMPOSTO DE HONRA e tantos outros. Pioneiro na produção de literatura de cordel no país, "escreveu para sertanejos e matutos, cantadores, cangaceiros, almocreves, comboieiros, feirantes e vaqueiros. É lido nas feiras, nas fazendas, sob as oiticicas, nas horas do 'rancho', no oitão das casas pobres, soletrado com amor e admirado com fanatismo". Seus romances, histórias românticas em versos, ainda são decorados pelos cantadores.

"Ele versou sobre todos os temas: No heróico, fez poemas sobre cangaceiros, peleja de cantadores, os martírios de Genoveva, etc; No novelesco, Branca de Neve, o Boi Misterioso e o homem que subiu de aeroplano até a lua; No satírico, a cachaça, a dor de barriga de um noivo, a mulher do bicheiro; No social, o retirante, o dez - réis do Governo, o aumento dos impostos; No religioso, o diabo confessando uma nova-seita, o milagroso do Beberibe, como João Leso vendeu o Bispo; Nos fatos do dia, o cometa, a hecatombe de Garanhuns, o Presidente Afonso Pena; Na ressurreição dos romances de cavalaria, a Batalha de Oliveiros com Ferrabrás, a Prisão de Oliveiros, a Donzela Teodora'. E etc., etc., etc. ...

Foi preso em 1918 porque o chefe de polícia considerou afronta às autoridades alguns dos versos da obra O Punhal e a Palmatória, trama que tratava de um senhor de engenho assassinado por um homem em quem teria dado uma surra. O versos eram:

"Nós temos cinco governos
O primeiro o federal
O segundo o do Estado
O terceiro o municipal
O quarto,a palmatória
E o quinto, o velho punhal."

Após a sua morte, em 1918, seu genro Pedro Batista continuou editando a sua obra em Guarabira-PB, fazendo algumas revisões de linguagem. Em 1921 ocorreu a venda dos seus direitos autorais, pela viúva do poeta, a João Martins de Ataíde, que passou a publicar os folhetos omitindo nas capas o nome do autor e alterando o acróstico na estrofe final de muitos folhetos.

Eis algumas declarações a respeito de Leandro Gomes de Barros proferidas por grandes mestres da cultura brasileira:

HORACIO DE ALMEIDA (Critico literário)
"Como poeta satírico não teve igual. Metade de sua obra descamba para o picaresco".

LUIZ DA CÂMARA CASCUDO (folclorista)
"Um dia, quando se fizer a colheita do folclore poético, reaparecerá o humilde Leandro Gomes de Barros, vivendo de fazer versos, espalhando uma onda sonora de entusiasmo e de alacridade na face triste do sertão".

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (Poeta):
"Não foi príncipe de poetas do asfalto, mas foi, no julgamento do povo, rei da poesia do sertão, e do Brasil em estado puro."

BELARMINO DE FRANÇA (Poeta popular):

Leandro Gomes de Barros
Pra versar nasceu dotado
Entre todos os poetas
Foi sempre o mais inspirado
Ele morreu mas deixou
Seu nome imortalizado.

Sou filho da mesma terra
Onde Leandro nasceu
Pombal meu torrão natal
Nos pertence, é seu e meu
Certo que meu dom poético
Ficou bem longe do seu.

ARIANO SUASSUNA (Teatrólogo):
"Para mim, o príncipe dos poetas brasileiros e Leandro Gomes de Barros, autor de dois dos três folhetos em que me inspirei para escrever o Auto da Compadecida: O Enterro do Cachorro e A História do Cavalo Que Defecava Dinheiro".

LEANDRO POR ELE MESMO

A cabeça um tanto grande e bem redonda,
O nariz, afilado, um pouco grosso;
As orelhas não são muito pequenas,
Beiço fino e não tem quase pescoço.

Tem a fala um pouco fina, voz sem som,
De cor branca e altura regular,
Pouca barba, bigode fino e louro,
Cambaleia um tanto quanto ao andar.

Olhos grandes, bem azuis, da cor do mar;
Corpo mole, mas não é tipo esquisito,
Têm pessoas que o acham muito feio,
Mas mamãe, quando o viu, achou bonito!

E, para terminar, transcrevo, na íntegra, uma de suas mais famosas narrativas: "As Proezas de Um Namorado Mofino"

Sempre adotei a doutrina
Ditada pelo rifão,
De ver-se a cara do homem
Mas não ver-se o coração,
Entre a palavra e a obra
Há enorme distinção.

Zé-pitada era um rapaz
Que em tempos idos havia
Amava muito uma moça
O pai dela não queria...
O desastre é um diabo
Que persegue a simpatia.

Vivia o rapaz sofrendo
Grande contrariedade
Chorava ao romper da aurora
Gemia ao virar da tarde
A moça era como um pássaro
Privado da liberdade.

Porque João-mole, o pai dela
era um velho perigoso,
Embora que Zé-pitada
Dizia ser revoltoso,
Adiante o leitor verá
Qual era o mais valoroso.

Marocas vivia triste
Pitada vivia em ânsia,
Ele como rapaz moço
No vigo de sua infância,
Falar depende de fôlego
Porém obrar é sustância.

Disse pitada a Marocas,
Eu preciso lhe falar
Já tenho toda certeza,
Que é necessário a raptar,
À noite espere por mim
Que havemos de contratar.

Disse Marocas a Zezinho:
Papai não é de brincadeira,
Diz Zé-pitada, ora esta!
Você pode ver-me as tripas,
Porém não verá carreira.

Diga a que hora hei de ir,
Eu dou conta do recado
Inda seu pai sendo fogo,
Por mim será apagado,
Eu juro contra minh'alma
Que seu pai corre assombrado.

Disse Marocas, meu pai
Tem tanta disposição
Que uma vez tomou um preso
Do poder de um batalhão,
Balas choviam nos ares,
O sangue ensopava o chão.

Disse ele, eu uma vez
Fui de encontro a mil guerreiros,
Entrei pela retaguarda,
Matei logo os artilheiros,
Em menos de dez minutos
O sangue encheu os barreiros.

Disse Marocas, pois bem
Eu espero e pode ir,
Porém encare a desgraça,
Se acaso meu pai nos vir,
Meu pai é de ferro e fogo,
É duro de resistir.

Marocas não confiando
Querendo experimentar,
Olhou para Zé-pitada
Fingindo querer chorar,
Disse meu pai acordou,
E nos ouviu conversar.

Valha-me Nossa Senhora!
Respondeu ele gemendo,
Que diabo eu faço agora?!...
E caiu no chão tremendo,
Oh! Minha Nossa Senhora!
A vós eu me recomendo

Nisso um gato derrubou
Uma lata na dispensa,
Ele pensou que era o velho,
Gritou, oh!, que dor imensa!.
Parece qu'stou ouvindo
Jesus lavrar-me a sentença.

A febre já me atacou,
Sinto frio horrivelmente.
Com muita dor de cabeça,
Uma enorme dor de dente,
Esta me dando a erisipela,
Já sinto o corpo dormente.

Antes eu hoje estivesse
Encerrado na cadeia,
De que morrer na desgraça,
E d'uma morte tão feia,
Veja se pode arrastar-me,
Que minha calça está cheia.

Por alma de sua mãe,
E pela sagrada paixão,
Me arraste por uma perna
E me bote no portão,
A moça quis arrastá-lo,
Não teve onde pôr a mão.

Ela tirou-lhe a botina,
Para ver se o arrastava,
Mas era uma fedentina,
Que a moça não suportava,
Aquela matéria fina
Já todo o chão alagava.

Disse a moça: quer um beijo?
Para ver se tem melhora?
Ele com cara de choro,
Respondeu-lhe, não, senhora,
Beijo não me salva a vida,
Eu só desejo ir-me embora.

Então lhe disse Marocas,
Desgraçado!... eu bem sabia,
Que um ente de teu calibre,
Não pode ter serventia.
Creio que fostes nascido
Em fundo de padaria.

Meu pai ainda não veio
Eu hoje estou sozinha,
Zé-pitada aí se ergueu,
E disse, oh minha santinha!
A moça meteu-lhe o pé,
Dizendo: vai-te murrinha!

E deu-lhe ali uma lata,
Dizendo: está aí o poço,
Você ou lava o quintal
Ou come um cachorro insosso,
Se não eu meto-lhe os pés
Não lhe deixo inteiro um osso.

Disse ele, oh! meu amor!
O corpo todo me treme,
Minha cabecinha está,
Que só um barco sem leme,
Parece-me faltar o pulso,
O Anjo da Guarda geme.

Então a moça lhe disse:
O senhor lava o quintal
Olhe uma tabica aqui!...
Lava por bem ou por mal,
Covardia para mim,
É crime descomunal.

E lá foi nosso rapaz
Se arrastando com a lata,
A moça ali ao pé dele,
Lhe ameaçando a chibata,
Ele exclama chorando
Por amor de Deus não bata.

Vai miserável de porta
Quero já limpo isso tudo,
Um homem de sua marca
Pequeno, feio e pançudo,
Só tendo sido criado
Onde se vende miúdo.

Disse o Zé quando saiu:
Eu juro por Deus agora,
Ainda uma moça sendo
Filha de Nossa Senhora,
E olhar para mim, eu digo:
Desgraçada, vá embora.

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