Há cento e oitenta e nove anos nascia ANTÔNIO CONSELHEIRO.
Antônio Vicente Mendes Maciel nasceu em Vila Nova de Campo Maior
(Quixeramobim), a 13 de março de 1830 — e faleceu em Canudos-BA, a 22 de
setembro de 1897. Ficou conhecido na História do Brasil como Antônio
Conselheiro, que se autodenominava "o peregrino", foi um líder
religioso brasileiro.
CAPA: ARIEVALDO
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Figura carismática, adquiriu uma dimensão messiânica ao
liderar o arraial de Canudos, um pequeno vilarejo no sertão da Bahia, que
atraiu milhares de sertanejos, entre camponeses, índios e escravos recém
libertos, e que foi destruído pelo Exército da República na chamada Guerra de
Canudos em 1896.
A imprensa dos primeiros anos da República e muitos
historiadores, para justificar o genocídio, retrataram-no como um louco,
fanático religioso e contrarrevolucionário monarquista perigoso.
O primeiro folheto de cordel publicado sobre a Guerra de
Canudos foi escrito pelo poeta paraibano
João Melchíades Ferreira da Silva, que participou da luta como militar
e, naturalmente, defende a versão divulgada pelo Exército Brasileiro.
Posteriormente outros poetas retornaram ao tema, fazendo a defesa de
Conselheiro e sua gente. Caso do poeta Geraldo Amâncio, que fez um livro
magistral. O trabalho mais recente foi escrito por ARIEVALDO VIANNA e BRUNO
PAULINO e retrata duas facetas pouco exploradas do beato ANTÔNIO DOS MARES, O
PEREGRINO: a visão sebastianista e a sua fama de milagreiro.
Vejam alguns trechos:
Nós vamos contar um fato
Que dizem ser verdadeiro
Ocorreu em Monte Santo
Com um Santo Brasileiro,
(Tudo em versos, se me entendes):
Antônio Vicente Mendes
Maciel, O
Conselheiro.
O poeta popular
Sempre amplia seus estudos
Buscando novas matérias
E melhores conteúdos;
Depois de leituras tantas
Encontramos Paulo Dantas,
E um livro sobre CANUDOS.
Num dos capítulos do livro
Que é “O CAPITÃO JAGUNÇO”
Deparamos com uns fatos
Cujo relato esmiunço
Da fama de milagreiro
Que Antônio Conselheiro
Tinha antes do “furdunço”.
Nessa peregrinação
Passou por muitos lugares
Fazendo igrejas, capelas,
Levando conforto aos lares
Quando o beato pregava
Muita gente o chamava
De Santo Antônio dos Mares.
Antônio Vicente tinha
Uma visão humanista
Pregou contra a escravidão
Com sólido ponto de vista
Devido a esses sermões
Fundou naqueles sertões
Um reino Sebastianista.
Sebastião, o Desejado
Foi um rei de Portugal
Que promoveu uma cruzada
No meio de um areal;
Na batalha se perdeu
Nunca mais apareceu
Foi um drama sem igual.
(...)
LANÇAMENTO EM BREVE, NO CARIRI CANGAÇO
Por e-mail, o professor Gilmar de Carvalho, grande estudioso
da cultura popular nordestina, em especial do CORDEL, nos felicitou pela
iniciativa:
" Arievaldo e Bruno,
Gostei da ideia de vocês, fazerem um cordel a quatro mãos. O
tema não poderia ter sido melhor escolhido. Conselheiro será sempre uma
referência. Ótimo que tenham lançado o cordel no dia 13 de março, aniversário
do beato. A edição está bem cuidada, com ilustrações do Jô, do Poty e do
Arievaldo. Estamos recuperando o tempo perdido. Nenhum cearense escreveu sobre
Canudos no calor da hora. Os primeiros folhetos serão tardios. Este cordel, no entanto, traz a escrita para
o sertão de Quixeramobim, atualiza e mantém o tema em evidência.
Tudo de bom, abraços para vocês.
do amigo Gilmar"
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