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sábado, 31 de outubro de 2020

Como Bolsonaro e a pandemia excluem as mulheres do mercado de trabalho

No segundo trimestre, participação feminina no mercado despencou para 46,3%.


Pela primeira vez nos últimos 30 anos, a maioria das mulheres brasileiras está fora do mercado de trabalho. A crise econômica brasileira, agravada com os retrocessos do governo Jair Bolsonaro e a pandemia de Covid-19, aumentou o desemprego dos trabalhadores em geral – mas das trabalhadoras em particular. No segundo trimestre deste ano, a participação feminina no mercado despencou para 46,3%.

Esse indicador considera mulheres com mais de 14 anos que trabalham ou estão procurando emprego, na comparação com o universo total do gênero. Após bater recordes nos governos Lula e Dilma, o índice recuou no rastro da recessão, do golpe de 2016 e da chegada de Bolsonaro ao poder.

A pandemia piorou a situação das mulheres trabalhadoras, com empresas fechando postos de trabalho, escolas operando a distância e idosos precisando de cuidados extras. Conforme demonstra o IBGE, os hábitos e a cultura da sociedade têm impedido muitas mulheres não só de trabalhar – mas até de procurar emprego. E, dentro de casa, elas ficaram (ainda mais) sobrecarregadas.

Desde 1991, o número de mulheres no mercado de trabalho não caía abaixo dos 50% – e desde 1990 não atingia valor tão baixo, quando ficou em 44,2%. Mas, afinal, por que a participação feminina agora encolheu até 46,3%?

A obrigação que recai sobre as mães trabalhadoras de cuidar dos filhos é um dos motivos. Entre as mulheres que têm criança de até 10 anos em casa, esse recuo foi de 7,7 pontos porcentuais entre o segundo trimestre de 2019 e o mesmo período deste ano. Já entre as mulheres em geral, a redução foi de 7,1 pontos porcentuais e, entre os homens, de 6,3 pontos porcentuais.

“Com a pandemia, muita gente deixou de procurar trabalho. Ficou arriscado sair de casa para isso e o mercado não está receptivo”, diz o economista Marcos Hecksher, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). “No caso das mulheres, o problema foi agravado porque os cuidados com a casa costumam recair mais sobre elas.”

Antes da Covid-19, as mulheres já dedicavam, em média, 10,4 horas por semana a mais em tarefas domésticas. Em 2019, o tempo médio gasto pelas mulheres com esses afazeres foi de 21,4 horas semanais, enquanto o dos homens foi de 11 horas, conforme o IBGE. Com a pandemia, segundo pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz, 26,4% das mulheres afirmaram que o trabalho doméstico aumentou muito. Entre os homens, o índice é de 13%. O levantamento indica ainda que as mulheres estão proporcionalmente mais tristes e deprimidas (50%) que os homens (30%).

O auxílio emergencial dobrado para mães solteiras também fez com que um maior número de mulheres deixasse o mercado de trabalho. O problema é que, quando a ajuda do governo acabar definitivamente, muitas dessas mulheres terão de procurar um emprego novamente e não deverão encontrar.

Por não estarem procurando tanto uma ocupação, as mulheres não registraram um aumento tão significativo na taxa de desemprego. Entre abril e junho, o índice atingiu 14,9%, com uma alta de 0,8 ponto porcentual na comparação com o mesmo período de 2019. Entre os homens, o aumento foi de 1,7 ponto e a taxa chegou a 12%.

Combater a exclusão

Há medidas que podem ser tomadas sobretudo pelo governo federal – mas também pelos estaduais e municipais – para combater a crescente exclusão feminina no mercado de trabalho. A professora universitária e pesquisadora Lucilene Morandi, propõe o aumento de vagas em escolas e creches, além de projetos que recebam idosos durante o dia. Segundo ela, seria um modo de amenizar a situação das mulheres e permitir que elas voltem à ativa.

“A sociedade entende que a pessoa responsável por cuidar de doentes, idosos e filhos é a mulher, que fica sobrecarregada. Isso é histórico e cultural”, afirma Lucilene, que coordena o Núcleo de Estudos de Gênero e Economia da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF). “A solução passa por política pública – desde a questão de creche até estrutura de assistência ao idoso.”

Lucilene destaca a importância de haver creches e escolas em período integral. “Hoje, as creches não são pensadas para ser também um apoio para as mães. Enquanto elas funcionam das 7h30 às 11h30, ajudam no máximo a mãe a ir ao mercado, a tomar banho ou a fazer coisas que uma mulher não consegue com uma criança no colo.”

Sem medidas específicas, a tendência é que as mulheres continuem trabalhando menos horas por dia do que gostariam. Segundo dados do IBGE compilados pela Tendências Consultoria, a taxa de subutilização da força de trabalho entre as mulheres ficou em 34,1% no segundo trimestre deste ano. Entre os homens, foi de 24,9%.

Para a economista Regina Madalozzo, coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero do Centro de Estudos em Negócios do Insper, também é preciso um trabalho mais ativo das empresas em busca da igualdade de gênero. “Na pandemia, homens e mulheres estão trabalhando mais – a carga é penosa para todos”, diz. “Mas, para quem tem uma carga adicional com o serviço de casa, acaba sendo insuportável. Os gestores estão prestando atenção a isso?”

No caso das mulheres impelidas a pedirem demissão, não dá para saber se suas carreiras serão recompostas no futuro. Segundo Regina, “dependendo de como foi a saída, pode ser possível continuar do nível que parou. Mas, dependendo do tempo de afastamento, fica complicado – com o agravante de que hoje as coisas mudam muito rápido”.

Marisa Cesar, presidente do Grupo Mulheres do Brasil, afirma que capacitação e acesso a microcrédito também podem ajudar as trabalhadoras, já que a profundidade da crise obrigará muitas a criarem pequenos negócios. “Não estamos pensando na possibilidade de elas juntarem muito dinheiro, mas de poderem sair da vulnerabilidade”, diz a dirigente do grupo criado por Luiza Trajano.

De acordo com Marisa, vários estados e municípios até têm programas de apoio às mulheres, mas a divulgação é tão precária que a maior parte do público que poderia ser beneficiado não fica nem sabendo. “Tem parcela de investimento mal utilizada. Não estou nem falando que tem pouca verba, mas a comunicação é mal feita”, afirma “Tem programas, sim – mas talvez não na proporção que dê para atender a todas.”

O economista Marcos Hecksher, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), defende a desoneração temporária da folha de pagamentos para novas admissões. Contratos de até 20 horas de trabalho por semana ficariam isentos de contribuição previdenciária patronal. A alíquota aumentaria em quatro pontos porcentuais para cada quatro horas a mais incluídas no contrato, até o limite de 36 horas por semana.

Essa desoneração, conforme Hecksher, estimularia as empresas a contratar um maior número de funcionários, ainda que cada um acabe trabalhando menos do que gostaria. A ideia é fazer com que mais trabalhadores tenham acesso a um cargo e, assim, a uma renda. “Mulheres tenderiam a ser mais beneficiadas”, diz o economista. “Elas já são mais frequentemente contratadas com jornadas parciais.”

Com informações do Estadão – Via Portal Vermelho

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Profissões ganham destaque no nome dos candidatos; professores lideram

Concorrentes aproveitaram o prestígio de suas profissões para ganhar mais visibilidade nas eleições.

Por André Cintra

Via – Portal Vermelho

Na hora do voto, o nome de batismo dos candidatos não necessariamente é o nome de urna. Dezenas de milhares de concorrentes aproveitaram o prestígio de suas profissões para ganhar mais visibilidade nas eleições municipais de 2020. Ao escolherem seus nomes para a campanha, esses postulantes a prefeito e a vereador fizeram questão de incluir um título que identifique sua área de atuação ou sua origem.

Conforme levantamento do portal G1, o acréscimo mais comum é o de “professor” ou “professora”, usado por nada menos que 17.754 candidaturas pelo Brasil. A chapa lançada pelo PCdoB São Paulo à Câmara dos Vereadores é um exemplo dessa tendência, com sete candidatos que se apresentam como professores no nome de urna: Professora Adriana Vasconcellos, Profa. Anair Novaes, Professor João Carvalho Fio, Prof. Jonathas Cavalaro, Professor José Valdene, Professor Silvio e Professora Simone Rego.

Em tempos de pandemia e crise sanitária, os títulos ligados à área da saúde também proliferaram na campanha eleitoral. Há, nominalmente, 6.140 candidatos “doutores”, 5.045 candidatos “da saúde” e 2.355 candidatos enfermeiros. É o caso, no PCdoB, das candidatas a vice-prefeita do Rio de Janeiro, Enfermeira Rejane, e também de São Paulo, Enfermeira Andrea.

Segundo o G1, da eleição municipal de 2016 para a deste ano, houve um aumento de 15% no número de candidatos com denominações associadas à saúde: “Em 2020, mais de 19 mil concorrentes declararam ter ocupações da área de saúde, como técnico de enfermagem, fisioterapeuta e fonoaudiólogo, segundo dados do TSE. Há quatro anos, eles eram menos de 17 mil”.

Com ao avanço da bancada evangélica e do bolsonarismo nas últimas eleições, títulos religiosos e militares ganham mais espaço nas eleições. Em 2020, são 4.465 candidatos com “pastor” ou “pastora” no nome de urna, além de 3.622 com “irmão” ou “irmã”. Já entre os cerca de 6.700 pleiteantes de origem militar – 12,5% a mais em relação a 2016 –, sobressaem os 1.582 candidatos batizados eleitoralmente como “sargentos”.

Especialistas ouvidos pelo G1 afirmam que o uso dessas qualificações no nome de campanha pode, sim, ajudar os candidatos. “Títulos religiosos, como pastor, ou ligados à área de segurança, como capitão, são códigos para tentar chamar a atenção do eleitor. Assim como também são as ocupações de saúde, que estão chamando bastante atenção”, afirma Carlos Ranulfo, professor do Departamento de Ciência Política da UFMG. Segundo Ranulfo, “o que pode influenciar também é a denominação junto ao nome, como fulano ‘da ambulância’ ou ciclano ‘técnico de enfermagem’”.

Já Lucas Gelape, doutorando em Ciência Política na Universidade de São Paulo (USP), destaca nomes eleitorais que procuram evocar a proximidade do candidato com uma localização. “Não por acaso, a gente vê muito candidato a vereador colocando ‘da farmácia’ e ‘do bar’ em seus nomes de urna”, diz Gelape. “O vínculo local – com o bairro, com a região da cidade – acaba ficando mais evidente.”

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Por dentro da rebelião: o testemunho de uma brasileira no Chile

 


Andrea Garafulic Aguirre foi morar em Santiago dois meses antes dos protestos

Por André Cintra

No Portal Vermelho

Um ano depois, o Chile vai às urnas para fazer história. Após os massivos protestos iniciados em 18 de outubro de 2019 – e só interrompidos pontualmente durante a pandemia de Covid-19 –, os chilenos participam, neste domingo (25), de referendo sobre a reforma da Constituição. De forma involuntária, uma brasileira se tornou testemunha da rebelião popular e acompanhou cenas marcantes das manifestações.

Em junho de 2019, pouco depois de concluir seu doutorado em Biologia Vegetal pela Unesp (Universidade Estadual Paulista), Andrea Garafulic Aguirre foi morar em Santiago, ao lado do marido – que é chileno – e do filho. A família se instalou em Maipú, um bairro classe média. Foi lá que, em agosto no ano passado, Andrea comemorou seu 40º aniversário.

Veio então, em outubro de 2019, o anúncio do aumento na tarifa do metrô de Santiago. As primeiras manifestações logo tomaram as ruas. Para Andrea e para a maioria dos moradores da capital, parecia tratar-se de mais uma das tradicionais revoltas estudantis. Mas as históricas injustiças sociais e a falência do modelo econômico neoliberal do Chile também entraram em pauta, com foco na educação. O sentimento de indignação geral foi potencializado com a violenta repressão aos protestos – que, em poucas semanas, deixou 20 mortos e milhares de feridos.

“Quando os protestos começaram, as notícias falavam apenas sobre pequenos grupos de pessoas que entravam em confronto com policiais – algo de grande ocorrência em Santiago a qualquer época do ano. Esses confrontos são mais comuns quando estudantes saem às ruas para lutar pela educação superior de qualidade e gratuita”, lembra Andrea.

Favorável à causa, ela estranhava as opiniões mais conservadores que ouvia em Santiago – “é impossível dar educação superior gratuita”; “não somos um país comunista”, “o governo não tem como bancar esse tipo de gasto”. O fato é que a divisão na opinião pública vinha limitando a mobilização em torno dessas reivindicações.

“Mas as manifestações de outubro foram completamente distintas. Poucos dias após o início do movimento, houve uma destruição massiva dos meios de transporte e das lojas no Centro da cidade, o que me assustou bastante pela magnitude da violência de ambas as partes – civis e policiais”, afirma. “Todas as lojas e comércios do Centro foram saqueadas, queimadas e devastadas. A partir desse momento, percebi que era algo muito além do normal. Não eram mais apenas os jovens que estavam descontentes com a situação do país.”

Com taxas recordes de rejeição, o governo direitista de Sebastián Piñera foi posto em xeque – mas não só. Os chilenos queriam aproveitar o clamor popular para renovar a Constituição. Embora o Chile tenha conquistado a redemocratização em 1990, sua Carta Magna tem 40 anos e é um entulho da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Repleto de amarras, o texto constitucional exige quóruns elevados para mudanças e não prevê participação popular em decisões importantes. Além disso, privilegia a atuação da iniciativa privada em áreas como saúde, educação e previdência social.

Os protestos provocaram uma dupla reação em Andrea – que concordava com a plataforma dos manifestantes, mas preocupava-se com a escalada de violência. “O país praticamente entrou em uma guerra civil. Milhares de comércios e supermercados, de todos os tamanhos, foram saqueados – e, em alguns casos, seus donos foram trancados e queimados vivos”, afirma Andrea.

“No geral, o movimento teve várias facetas e momentos. Houve um grande apoio da população às passeatas pacíficas e às reinvindicações pacíficas – mas não à violência e à brutalidade”, resume. Ainda em outubro, com os impactos das manifestações no dia a dia da cidade, Andrea sofreu uma crise de pânico e resolveu se mudar. “Agora moro em Pirque, uma região muito bonita, com bastante vegetação, pequenos sítios e fazendas.”

Em compensação, a identificação com a pauta “das ruas” permaneceu. “Sempre critiquei muitas políticas públicas adotadas pelo Chile.” Como exemplo, ela cita a não existência de educação superior pública e gratuita; os pedágios “caríssimos” para automóveis dentro da própria cidade; a previdência atrelada a investimentos na bolsa de valores; a jornada de trabalho de 45 horas semanais; e a falta de um sistema de saúde público similar ao SUS (Sistema Único de Saúde) brasileiro.

“Os idosos não têm direito a transporte público gratuito e muitos não têm direito a uma aposentadoria mínima”, diz Andrea. “Mesmo com uma espécie de seguro saúde para trabalhadores chamado Fonasa, o atendimento em hospitais públicos é pago – e é péssimo. Quem critica o SUS deveria realmente dar uma olhada na realidade de alguns países latino-americanos.”

Sob pressão, Piñera dobrou a aposta na repressão e decretou o “toque de queda”. Mas as ruas ficaram cada vez mais cheias e inflamadas, encurralando o governo. Em 27 de dezembro, o presidente cedeu e anunciou um referendo sobre a nefasta Constituição pinochetista. “Com muita alegria e entusiasmo, quero convocar todos nossos compatriotas a participar de um plebiscito, a ser realizado em 26 de abril de 2020”, discursou Piñera, constrangido.

A crise do novo coronavírus – que atingiu o Chile em março – forçou uma pausa nas manifestações, bem como o adiamento do plebiscito. “A pandemia ‘salvou’ o governo Piñeira, ao retirar os holofotes das manifestações e ser o pretexto para o presidente novamente declarar ‘toque de queda’, após dois meses lockdown. Por outro lado, a pandemia trouxe ainda mais à luz os problemas sociais e econômicos vividos pela população de classe baixa e média.”

O ânimo popular, ainda assim, segue em alta. “As reivindicações são extremadamente válidas e as manifestações têm que continuar. As medidas que Piñeira tomou até agora – como a liberação de parte da aposentadoria – foram paliativas e não resolvem os problemas sociais”, comenta Andrea. “A sociedade ainda está unida. Diariamente, ocorrem pequenos protestos em diversas partes, mostrando ao governo que o movimento social continua vivo e ativo.”

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

ASSOMBRAÇÕES NAS ESTRADAS: CASOS ASSUSTADORES PELO BRASIL

 

BR-116, principal rodovia brasileira / Crédito: Wikimedia Commons

Toda rodovia guarda suas histórias sobrenaturais repletas de relatos macabros e inexplicáveis.

Por M. R. TERCI – Aventuras naHistória

A BR-116 é a principal rodovia brasileira. Tem início na cidade de Fortaleza, no estado do Ceará e término na cidade de Jaguarão, no estado do Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai. A extensão total da rodovia é de aproximadamente 4.513 quilômetros, passando por dez estados brasileiros.

No trecho entre as capitais Curitiba e São Paulo, a BR-116 ficou conhecida como A Rodovia da Morte e o título inglório não é para menos. O número de acidentes acumulados ao longo dos anos é imenso e alguns trechos da rodovia se tornaram estigmatizados por seus causos, superstições e lendas.

Causos assustadores

Rodovia Régis Bittencourt é o nome dado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes ao trecho da BR-116 entre São Paulo e a divisa entre o Paraná e Santa Catarina, no limite entre os municípios de Rio Negro e Mafra. A nomenclatura oficial é uma homenagem ao engenheiro civil e escritor Edmundo Régis Bittencourt, que teve grande destaque não apenas na construção da rodovia, como também no cenário nacional, principalmente junto ao DNER e à Polícia Rodoviária Federal.

Nos anos 1990 o jornal Notícias Populares noticiou periodicamente alguns casos fantasiosos ou de difícil averiguação ocorridos na BR-116, como a colisão fatal entre um ônibus e um disco voador ocorrida na Rodovia da Morte, gritos de operários mortos em um dos túneis da Serra do Cafezal e muitos outros assombros, cada qual mais fantástico e inacreditável que o outro.

O causo mais famoso, entretanto, diz respeito ao acidente automobilístico que causou a morte de uma bailarina em 1970. Muitos motoristas relatam, até os dias de hoje, que nas altas horas da madrugada, uma aparição vestida de bailarina é vista dançando próxima à estremadura rosa – cruz de beira de asfalto – que marca o local do acidente. O leitor curioso poderá averiguar essa lenda, consultando comerciantes locais ou motoristas em qualquer parada de caminhão no trecho Paraná/São Paulo.

Se a BR-116 é considerada a artéria rodoviária do Brasil, pois o desenho de seu imenso trajeto percorre praticamente toda a extensão do país, ligando o Nordeste ao Sul, possibilitando o transporte de insumos e mercadorias essenciais ao desenvolvimento da indústria e comércio, a BR-101, sua irmã translitorânea, pode ser tida como a carótida do sistema rodoviário brasileiro.

Tem início no município de Touros, no Estado do Rio Grande do Norte e termina em São José do Norte, no Rio Grande do Sul. Assim como a BR-116 é um dos principais eixos rodoviários do país com 4.650 km. Em tese, seria a maior rodovia brasileira, mas alguns trechos são interpostos ou intercalados por outras rodovias federais, incluindo a BR-116.

Construída pelo Exército brasileiro entre os anos 1950 e 1960, passa por doze Estados, ela segue no sentido norte-sul por praticamente todo o litoral leste brasileiro, ligando cidades importantes como Florianópolis, Vitória, Maceió, Recife e Natal.

Apesar de alguns trechos estarem mal conservados, é um dos mais belos percursos rodoviários do Brasil e provoca grande deslumbramento por suas paisagens praianas e vistas oceânicas magníficas, mas também é motivo de grande sobressalto para os motoristas em alguns trechos nevoentos.

Em meados de 2012, a Polícia Rodoviária Federal chegou a interditar um trecho da BR-101 em Alagoinhas, na Bahia, pois os motoristas que trafegavam pelo local relatavam estranhos avistamentos no meio da rodovia. Vultos fantasmagóricos e até mesmo animais que morreram atropelados há muito tempo, saltavam à frente dos veículos causando acidentes.

O que podemos afirmar com toda certeza, é que toda estrada guarda suas histórias de assombração, seus mitos funestos e seus causos de botar medo. Todo mito reivindica audiência e para saber-lhes as querências, basta assuntar com os locais.

Na época, um repórter local chegou a entrevistas um dos policiais envolvidos na ocorrência. A entrevista foi conduzida num tom bem-humorado, no qual o repórter finalizou: “Assombração ninguém segura, e nenhum policial quer ficar naquela estrada, então a solução é interditar e criar um desvio pra segurança de todos nós”.

Outra menção frequente nas rodas de caminhoneiros do trecho, conquanto seja levada mais a sério, é a aparição da Menina Fantasma, uma garota que morreu há coisa de 115 anos e que supostamente é avistada nos acostamentos da BR-101.

Só no ano de 2013 foram emitidos mais de 40 boletins de ocorrência, registrados ao longo de vários pontos da rodovia. A história é sempre a mesma; às 2 horas da madrugada, uma menina, em trajes do século passado, pedindo carona e quando o caminhoneiro sinaliza para parar, ela desaparece.

Seu primeiro avistamento foi na Bahia, em 1996, outros registros, contudo, foram feitos nos Estados do Rio grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Espírito Santo.

Um tour macabro pela translitorânea, fruto provável da combinação de jornadas de trabalho excessivas e todas essas distâncias infindáveis e fantásticas da multifacetada paisagem brasileira. Certamente, uma combinação que afeta a imaginação de qualquer um de nós.

M.R. Terci é escritor e roteirista; criador de “Imperiais de Gran Abuelo” (2018), romance finalista no Prêmio Cubo de Ouro, que tem como cenário a Guerra Paraguai, e “Bairro da Cripta” (2019), ambientado na Belle Époque brasileira, ambos publicados pela Editora Pandorga.

 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Pesquisador Nova-londrinense busca minerar informações online para compreender a relação dos usos da história com as redes sociais

 


Lucas Scarpini de Souza (foto), discente do Programa de Mestrado em História Pública (PPGHP) da Universidade Estadual do Paraná, campus de Campo Mourão, tem pesquisado sobre os usos do passado e o compartilhamento de informação dentro de grupos do facebook.

Com 23 anos, o mesmo Faz parte do (GEPEHED) Grupo de Estudos e Pesquisa em História da Educação e Ensino de História - UFGD: Universidade Federal da Grande Dourados. Discente do Programa de Pós Graduação em Metodologia do Ensino de História - FAVENI. Possui graduação em História - UNESPAR: Campus Paranavaí, além de ser Técnico em Formação Docente da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental - ARY JOÃO DRESCH. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1016864121864914

Em seu trabalho, busca compreender como as demandas pela história, criam novas formas de compartilhamento de informação, bem como modificam as “esferas públicas digitais” alterando assim a opinião das pessoas que compõem estes grupos no facebook. Através da etnografia digital, Lucas Scarpini, minera dados online em busca de respostas que possam ajudar a relação entre historiadores e redes sociais.

Em suas palavras: “Ao pensar em uma estrutura comunicativa em uma rede social, um grupo do facebook, por exemplo, ou um fórum de discussão no 4chan, é preciso identificar quais características em comum esses espaços de discussão e visibilidades digitais têm. Compreender e analisar quais mensagens vêm sendo divulgadas/ viralizadas ajudam a entender como uma esfera de opinião publica usa as narrativas históricas e formam consensos na rede, mesmo que em uma escala pequena, se comparado ao trafego de informações da rede mundial de computadores como um todo, isto pode vir a ser útil e ajudar na relação que os historiadores têm com os padrões de compartilhamento das diversas narrativas históricas difundidas pelo mundo virtual”.

A pesquisa se encontra em fase inicial (tendo prazo de dois anos), portanto para mais entendimentos sobre ela é necessário entrar em contato diretor com o autor através do e-mail: l.s.scarpini@gmail.com. Aqueles que possuírem interesse no Programa de Mestrado em História Pública (PPGHP) saibam que o mesmo está abrindo vagas para a turma de 2021, mais informações em: http://ppghp.unespar.edu.br/


Por Mateus Brandão de Souza

O túmulo da cigana

 


Por Ivan Durand Junior

Xanxerê – Além da tradição religiosa, muitas outras coisas podem ser encontradas nos cemitérios. Lendas e histórias que são contadas de geração em geração. Muitas verídicas, outras que se confundem com o passar do tempo.

No cemitério municipal de Xanxerê encontramos uma dessas histórias sepultadas entre os diversos túmulos: o túmulo da Cigana.

As pessoas mais antigas dizem que em um dos túmulos do cemitério está enterrada uma senhora cigana, sepultada há anos e que é motivo de visitação e rituais religiosos.

De acordo com Rosane Scaini de Quadros na década de 60 muitos ciganos acampavam em Xanxerê e que entre eles havia uma senhora, muito querida e que faleceu e foi enterrada no cemitério municipal. Rosane explica que muitas pessoas visitam o túmulo da Cigana com oferendas e pedidos. “Os ciganos vinham a Xanxerê e acampavam por um período. Essa senhora faleceu e foi enterrada. Esse túmulo começou a ser visitado por todo mundo e diz que ela faz até milagres. As pessoas vêm e trazem flores, bebidas, cigarro e colocam sobre o túmulo. É muito visitado o ano todo”.

Aide Branchi diz que conviveu com os ciganos na época e explica com mais detalhes a história da Cigana. “Eu era uma meninota quando os ciganos vinham acampar aqui. Eles acampavam perto do hospital Bom Jesus, do Hospital São Paulo, e ali eles tinham amizade com os moradores locais. Eles faziam porco assado, pipoca, tinha dança música, era muito legal. E tinha uma senhora sempre com eles, uma cigana bem de idade e ela faleceu e foi enterrada aqui. Algumas religiões espíritas fazem seus rituais aqui e dizem que ela atende os pedidos”.

Via – Foco na Notícia

 

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

O TÚMULO ACORRENTADO

MURILLO O MENINO QUE CAIU DA TORRE

Arquivo pessoal de Luiz Fernando Azevedo, túmulo do Murillo,no Cemitério Nossa Senhora da Conceição.

Por Luiz Fernando Azevedo

Ha 91 anos uma tragédia entraria para o imaginário popular na cidade de Queluz,atual Conselheiro Lafaiete em Minas Gerais.

 Na noite de 29 de maio de 1929,por volta das 20 horas,o menor Murillo Arcanjo Araújo,foi precipitado da torre da Matriz Nossa Senhora da Conceição e caiu no passeio sendo que ele morreu na hora fraturando o crânio e a população ficou abalada.

 Naquela época as coroações de maio eram muito festivas e o pároco da Matriz,era Padre Barreto,e as noites costumavam tocar os sinos.

 Segundo Antônio Perdigão,no seu livro "De Villa Real de Queluz a Conselheiro Lafaiete,na página 43 e 44,ele diz sobre o Murillo:

"Um sadio menino de treze anos,ele era um dos coroinhas que ajudavam o padre Barreto. Alegre,querido por todos,era uma espécie de líder entre seus colegas. O antigo sino da Matriz era grande e pesado. Havia certas solenidades da igreja em que o sino deveria ser dobrado;isto é,dar uma volta completa dentro da torre...

 Certa noite,após as rezas que se realizavam no mês de maio,Murillo,acompanhado de alguns colegas,sem permissão do padre,resolveu imitar o Marcos,dobrando o sino e depois tentaram pará-lo. Havia uma enorme diferença que ele ignorava;a estatura e a força. Murillo era leve,baixo,braços curtos,e não conseguiu se igualar ao forte Marcos. No momento ele usava uma rodada capa de lã,pois era inverno rigoroso. Quando o sino estava com a boca para cima,em velocidade,Murilo tentou abraçar a parte de madeira;não conseguiu segurá-la e foi lançado para fora da torre caindo nas pedras do chão. Teve morte instantânea. "

 Segundo o jornal de Queluz de 1/6/1929,diz que ele caiu da torre numa altura de 20 metros. A tragédia ocorreu numa quarta feira,véspera da quinta feira dia 30,dia de Corpus Christi. O jornal diz que ele foi enterrado no dia 30,e até choveu.

 Nota: Marcos era um ajudante na Matriz.

 MURILLO

 Era filho do tenente José Teixeira de Araújo,e morava no bairro Rosário,e era aluno da Escola Domingos Bebiano.

 De acordo com a placa do túmulo diz que ele nasceu em 5 de janeiro de 1916,faleceu aos 13 anos,em 29 de maio de 1929,e está enterrado no Cemitério Nossa Senhora da Conceição,e o túmulo tem o formato de uma torre de igreja,tem uma estampa de Santa Terezinha e localiza na entrada do cemitério,na quadra 2 sepultura 33.

 

Histórias que o povo conta em Conselheiro Lafaite:

Do Facebook, no grupo Clube dohorror e medo, contada por LR Loby

“Essa história aconteceu ha muitos anos e assustou os moradores da cidade.

Havia um sino muito grande na matriz e o responsável por ele era um menino de apenas 13 anos chamado Murillo, todo dia as 18 horas, ele largava a brincadeira com os amigos na praça e ia até a torre para tocar o sino.

Certo dia, sua mão ficou presa na corda enquanto badalava e quando o sino girou, puxou o menino, que acabou sendo lançado da torre da igreja.

Após sua morte, o sino da igreja começou a tocar sozinho a noite, os moradores da cidade assustados pediram ao padre que fizesse um exorcismo ou algo do tipo para que parasse a assombração, mas nada parava as badaladas do sino a noite, até que um dia, alguém teve a idéia de passar correntes em volta do túmulo, não sei qual a finalidade das correntes,  mas funcionou,  a partir desse dia o sino não tocou mais.

Essa é uma história real, a cidade é Conselheiro Lafaiete MG,  o túmulo está no cemitério Nossa Senhora da Conceição, é um dos primeiros e até hoje é cercado de correntes”.

sábado, 24 de outubro de 2020

Testes da Coronavac em São Paulo demonstram segurança da vacina

Ainda não se verificou se ela foi capaz de impedir a contaminação no grupo vacinado. De acordo com Esper Kallás, no momento, o dado mais importante sobre a vacina – a ser aplicada em duas doses, num período de 15 dias – é perceber se está sendo bem tolerada

Foto: Elisabete Assunção

Por Cezar Xavier

No Portal Vermelho

Recentemente, a terceira fase de testes da vacina contra a Covid-19, com a aplicação da segunda dose da Coronavac, foi encerrada. A vacina desenvolvida pela empresa chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, é considerada uma das vacinas mais promissoras nesta época em que testes vão sendo feitos em busca do melhor resultado possível.

Mas em que passo se encontra o estudo feito pela Sinovac e o Instituto Butantan? Quem situa o estado dos testes é o professor Esper Kallás, titular do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP, coordenador do Centro de Pesquisas Clínicas do Hospital das Clínicas, responsável pelos testes da vacina.

“É um estudo fase 3, fase final, antes de começar a verificar se a vacina vai funcionar ou não, e o que a gente tem como meta, em todos os centros participantes, inclusive o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP, é incluir  13.060 participantes. Já estamos nos aproximando dos 9 mil”, comenta ele. As vacinas serão aplicadas em duas doses. Após a primeira aplicação, a segunda dose será administrada 15 dias depois.

Algumas dessas pessoas acabaram de tomar a primeira dose da vacina, o que significa que é preciso esperar 14 dias até elas tomarem a segunda dose, antes de incluí-las nos resultados, fora os voluntários que ainda vão entrar na testagem. O pesquisador acredita que até o final do ano será possível levantar os dados necessários.

Até o momento, é possível verificar a segurança da vacina, na medida em que não houve efeitos colaterais significativos no grupo estudado. “O que houve foi relatos de dor no local da aplicação, algo comum na maioria das vacinas ou um discreto mal estar no dia que se segue à vacinação. O que revela um perfil de segurança muito bom, até agora”, garantiu.

No momento, o importante é perceber se as pessoas estão tolerando a vacina, e nesse caso, de acordo com Kallás, a resposta é afirmativa. Embora haja contaminações no grupo estudado, ainda não foi possível verificar se ela ocorreu no grupo que recebeu placebo.

Eficácia da vacina e curva descendente

Como são muitas pessoas sendo acompanhadas, o número de contaminados muda a cada dia. “Um grupo de cientistas independentes fará a análise dos dados, apenas quando forem acumuladas pelo menos 61 infecções com sintomas da Covid-19 para que os modelos matemáticos possam permitir tirar conclusões”, explicou.

Kallás explica que o que vai determinar se a vacina é eficaz vai ser a verificação de que os casos de Covid-19 estão mais concentrados no grupo que recebeu o placebo. Em um estudo clínico, divide-se os voluntários em dois grupos: um que recebe o medicamento estudado e outro, o placebo. Se o número de casos do vírus ficar dividido entre os dois grupos, significa que a vacina não foi eficiente.

O infectologista salienta que a curva epidemiológica brasileira vem apresentando números que caem lentamente. Se a queda no número de infectados pela pandemia ocorrer de forma muito intensa e rápida, o estudo pode ser prejudicado de forma indireta. Isso acontece porque, com a diminuição, o número de casos entre os participantes cai e demora mais para se acumular o montante necessário de indivíduos infectados a serem avaliados.

Foi devido a essa questão, que a China ou a Coreia do Sul, por exemplo, não conseguiram desenvolver um estudo, pois a onda pandêmica já está bem menor naquele país. Pela necessidade de se analisar o vírus em ação, a concentração de estudos acaba ficando nas Américas e nos países europeus, que estão enfrentando uma segunda onda de transmissão, assim como países africanos, Turquia e Filipinas. “Mas quem vai dar o resultado efetivo da eficácia das vacinas são o Brasil e os EUA”, afirmou, enfatizando o número ainda alto de contágios nesses países.

Outra questão colocada pelo pesquisador são as dúvidas sobre cada uma das dez vacinas que estão em fase final de testes pelo mundo, em termos de eficácia imunológica e quais serão fabricadas para a população brasileira. Algumas devem ter mais capacidade de produzir anticorpos que outras. Algumas podem provocar mais efeitos colaterais que outras.

Isso tudo influencia o acesso que o Brasil poderá ter a essas vacinas. Ele lembra que são 7,5 bilhões de pessoas a serem vacinadas e não se sabe ainda quantas unidades estarão disponíveis, nem quantos estarão nos grupos prioritários (trabalhadores da saúde e idosos).

“Sem a realização de projetos de vacina com voluntários, nós nunca teremos uma vacina contra o coronavírus e nós nunca teremos vacina contra qualquer coisa”, conclui o doutor, ao explicar a necessidade de a população entender que a procura de uma vacina eficaz depende dos corajosos voluntários, não apenas daqueles profissionais que estão diretamente ligados aos estudos.

O infectologista ainda mencionou a importância de manter os cuidados com a pandemia, na medida em que os números são altos, e podem voltar a subir, como revela a situação na Europa. Ele também mencionou que a vacina não vai chegar a todos rapidamente, nem tem 100% de garantia de imunização da população. Outras vacinas, como a do sarampo, sempre têm uma margem de risco, como revela a presença daquela doença entre nós.

Edição de entrevista à Rádio USP

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Educação, tema em destaque nas eleições municipais

“Os trabalhadores em educação fazem parte importante do eleitorado e têm forte influência sobre os eleitores – o que ficou mais uma vez evidenciado, dias atrás, com as mensagens de inúmeros candidatos e governantes pelo Dia dos Professores/as, 15 de outubro”

Foto reprodução
Por Carlos Pompe

No Portal Vermelho

Em novembro, a população brasileira vai eleger prefeitos, prefeitas, vereadores e vereadoras. Os resultados impactarão as mais diversas áreas da administração municipal: Educação, Saúde, Segurança e Economia, entre outras. Os trabalhadores do ensino tendem a ter atenção mais acurada para o que cada candidato propõe para estes temas. As eleições municiais influenciarão, também, o pleito nacional de 2022, quando estarão em disputa a Presidência da República, governos dos estados e do Distrito Federal, parlamentares do Senado, Câmara de Deputados e legislativos estaduais.

A Educação ganhou maior destaque no debate eleitoral principalmente quando teve início a aplicação de uma série de provas para avaliar o ensino – Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) e Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), entre outros –, e a divulgação dos resultados e o estabelecimento de metas para estados e municípios, como as do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Uma parcela do eleitorado passou a usar esses dados para avaliar gestões e propostas.

Os trabalhadores em educação fazem parte importante do eleitorado e têm forte influência sobre os eleitores – o que ficou mais uma vez evidenciado, dias atrás, com as mensagens de inúmeros candidatos e governantes pelo Dia dos Professores/as, 15 de outubro. Os concorrentes a cargos eletivos buscam apresentar suas propostas e, os candidatos à reeleição, os resultados que consideram positivos alcançados nos seus mandatos.

Ásperos tempos

 

A Educação é um dos principais setores afetados pela pandemia do coronavírus, que vem impondo perdas e sacrifícios à sociedade. No Brasil, a situação é agravada pela atitude negacionista do presidente Bolsonaro, suas ações que desrespeitam as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e a omissão do Ministério da Educação no trato dos desafios colocados no campo do ensino. A área é prioridade no debate nacional, demandando que, também na disputa municipal, reflita-se sobre o enfrentamento ao drama sanitário e social, avanços e retrocessos nas políticas públicas, inclusive as determinações de volta às aulas com (ou sem) as devidas precauções sanitárias.

Como o Estado brasileiro é uma federação (União, estados, municípios e Distrito Federal), as responsabilidades pela educação e diversos outros serviços públicos são distribuídas entre essas unidades. Aos municípios cabe fornecer a educação de base: creches (até 3 anos), pré-escolas (educação infantil; 4 e 5 anos) e o ensino fundamental (7 a 14 anos). Devem matricular todas as crianças a partir de 4 anos na pré-escola. Também são responsáveis pelo ensino fundamental. Todas as crianças a partir de 6 anos devem estar no ensino fundamental, que tem nove anos de duração.

Os problemas da educação básica envolvem a falta de preparação continuada dos profissionais, salários baixos, pouca participação dos pais na educação dos filhos, falta de estrutura básica (salas adequadas, número de carteiras suficientes, merenda escolar e acesso a computadores…).

Há falta de investimento e o Governo Bolsonaro, que tentou barrar a renovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb, que congrega recursos dos três níveis da administração pública e é fundamental para promover o financiamento da educação básica, municipal) e agora atua para desviar suas verbas para outras áreas (dentre outras ações, Bolsonaro pretende remanejar R$ 1,1 bilhão da Educação para os ministérios da Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional), tem se mostrado inimigo da educação. O fato serve de alerta para identificar candidatos que apoiam a orientação federal…

No que diz respeito ao ensino privado, a Contee combate a exploração da Educação como mero produto, mera mercadoria. A Educação é, na verdade, um direito de cada cidadão, conforme garantido pela Constituição da República. Por isso, a Confederação, que representa mais de 1 milhão de professores e técnicos administrativos da educação privada, luta pela regulamentação do setor privado de ensino, em todos os níveis, que deve ser submetido a exigências legais idênticas às aplicadas à educação pública.

São alguns pontos que podem nortear as opções dos eleitores neste 15 de novembro, no momento de decidir quem serão seus representantes e governantes nos municípios onde vivem.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Incerteza econômica da segunda onda do vírus deveria preocupar Brasil

Apesar do desemprego batendo em 14%, o governo reduziu pela metade o valor do auxílio emergencial e discute a volta da agenda de austeridade.


Por Mariana Branco

No Portal Vermelho

Enquanto o Brasil não conseguiu sair da primeira onda da pandemia do novo coronavírus, países europeus que reabriram suas economias após os casos baixarem vivem sob o temor das consequências de uma segunda onda. A perspectiva de um novo lockdown assombra o continente, principalmente devido às consequências econômicas para esses países, cujos governos investiram pesado em medidas de estímulo à economia e proteção ao emprego e à renda.

Na avaliação do economista Paulo Kliass, as incertezas causadas pelo retorno do vírus à Europa servem como alerta para o Brasil, que se comporta como se a pandemia já tivesse acabado.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirma que o pior já passou e aposta em uma recuperação em V. Apesar do desemprego batendo em 14%, o governo reduziu pela metade o valor do auxílio emergencial e discute a volta da agenda de austeridade sob a qual foi eleito em 2018.

“Eles estão querendo apostar que a pandemia acabou e o Brasil pode voltar às suas atividades normais de 2019, mas não é isso. A crise da Covid-19 continua. Se a gente for acompanhar a segunda onda [no Brasil], com certeza vai ter os mesmos efeitos negativos. E não vai ter para onde fugir. Se o governo já estava tendo resistência a adotar medidas como o auxílio de R$ 600, gastos na área de saúde, medidas de alívio tributário para as empresas, imagine fazer novamente”, diz Kliass.

Segundo ele, o país deveria observar com atenção o exterior e usar o aprendizado dos últimos meses. Da mesma forma que há recrudescimento de casos na Europa, o Brasil pode enfrentar a segunda onda.

“Se você passa a ter uma segunda onda no Brasil, vai ter não só um agravamento do drama social, humano, da saúde, como também consequências de redução da atividade econômica. Isso compromete qualquer possibilidade de retomada”, avalia.

Além disso, o próprio retorno do vírus a outros países é uma notícia ruim, uma vez que a economia global é interligada. Se o Brasil já não vive um bom momento em relação a investimentos estrangeiros, por exemplo, em razão das ações e omissões do governo Bolsonaro na área ambiental, é menos factível ainda esperar investimentos caso as economias europeias ou dos EUA estejam em crise.

 “Hoje, o Paulo Guedes fez uma conferência para investidores internacionais e estava preocupado com isso. Está oferecendo seguro cambial. Ou seja, você compra títulos no Brasil e o governo te ressarce se tiver prejuízo. O investidor olha para o Brasil, para a taxa de câmbio, as contas públicas e diz ‘não, é arriscado, eu não vou’, ainda mais que o Banco Central está oferecendo taxa de juros relativamente baixa em relação a antigamente. O Brasil não é mais o queridinho do mercado financeiro”, ressalta Kliass, lembrando que Guedes também foi questionado sobre a Amazônia.

Durante a conferência, organizada pelo Milken Institute, o ministro da Economia disse que o país vem sendo “mal interpretado” na questão ambiental e usou o tamanho do território como justificativa para a dificuldade em controlar as queimadas na floresta. Ele também pediu que os investidores aguardem a realização das reformas administrativa e tributária.

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Economia mundial entra em parafuso e contrasta com a China

 


Economia mundial entra em parafuso e contrasta com a China

A combinação dos efeitos da crise econômica global, desde o seu pico mais agudo de 2007-2008, com os da pandemia de Covid-19, constitui uma das discussões mais inflamadas que o mundo terá de travar no futuro próximo. Os próprios organismos do clube dos países ricos estão se posicionando a respeito, reconhecendo o potencial destrutivo desses efeitos.

Por Osvaldo Bertolino

No Portal Vermelho

Altas autoridades do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial manifestaram apelos para que os ricos ajudem os pobres a enfrentarem a situação. Os alertas mostram que as dívidas públicas e privadas dispararam em um cenário de taxas de juros baixas. É um quebra-cabeça difícil para as instituições sediadas em Washington, que sempre exigiram arrocho fiscal.

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, e o presidente do Banco Mundial, David Malpass, disseram que muitos países não se sentem confiantes em uma recuperação econômica e pediram aos maiores credores – China e grandes instituições privados em particular – a fazerem mais para aliviar a crise de endividamento enfrentada pelos países mais vulneráveis.

Kristalina Georgieva asseverou que “nove meses após o início de uma pandemia e ainda estamos lidando com a escuridão de uma crise que ceifou mais de um milhão de vidas e que colocou a economia em marcha à ré, causando desemprego, aumentando a pobreza e os riscos de uma geração perdida ‘em países de baixa renda”. “Estou muito preocupada que o apoio aos trabalhadores e empresas seja retirado prematuramente, porque isso pode causar uma onda de falências e um aumento maciço do desemprego”, alertou.

Georgieva prevê uma breve recuperação em 2021, basicamente pela injeção pelos governos de US$ 12 trilhões (cerca de R$ 67,4 trilhões) nas economias ao redor do mundo, mas as perdas de crescimento nos próximos cinco anos são estimadas em cerca de S$ 28 trilhões (R$ 157 trilhões). Com um aumento da pandemia e nenhuma vacina de alcance global à vista, Georgieva alertou que todos os países enfrentam um desafio para sair da crise que será “difícil, desigual, incerto e sujeito a contratempos”.

Pressão sobre a China

David Malpass, do Banco Mundial, pediu alívio da dívida para os países pobres. O G20 concordou e prometeu a suspensão do serviço da dívida para os 43 países mais pobres do mundo, o que representa cerca de US$ 5 bilhões (R$ 28 bilhões) de obrigações até o final do ano, bem abaixo do esperado, de até US$ 11 bilhões (R$ 61,7 bilhões). A promessa é de uma extensão de seis meses desta iniciativa, mas Malpass cobrou rapidez.

A pressão recai sobre a China, que segundo o Banco Mundial consolidou amplamente sua posição como o maior credor dos países pobres nos últimos anos, bem à frente do Japão. A participação do gigante asiático no passivo total devido aos países do G20 por outras nações

aumentou de 45% em 2013 para 63% no final de 2019, disse o Banco Mundial em um comunicado.

A gravidade da situação pode ser medida por um novo estudo divulgado pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) da Organização das Nações Unidas (ONU), indicando que uma refeição básica está muito além do alcance de milhões de pessoas em 2020. A pesquisa revela que a pandemia agrava a situação causada por conflitos, mudanças climáticas e problemas econômicos.

O relatório intitulado “Custos de um Prato de Alimentos 2020” afirma que os países onde uma refeição simples, como arroz com feijão, custa mais, quando comparada com o rendimento das pessoas. O diretor executivo do PMA, David Beasley, disse em comunicado que “são as pessoas mais vulneráveis ​​que sentem os piores efeitos.” Segundo ele, as vidas “dessas pessoas já estavam no limite antes da pandemia de coronavírus, e agora sua situação é muito pior, com a pandemia ameaçando uma catástrofe humanitária.”

A crise chega forte também no centro do sistema das economias mais ricas, os Estados Unidos, que registram um crescimento considerável no déficit orçamentário, já superior a US$ 3,1 trilhões em 2020. É o pior resultado do país, contra cerca de US$ 1 trilhão no ano passado, que já representava um nível elevado. Até então, o mais alto déficit tinha ocorrido em 2009, quando chegou a US$ 1,4 trilhão.

O salto contabiliza o ano fiscal de 2020, que inclui vários meses antes da pandemia. São dados que refletem um grande aumento nos gastos para enfrentar as consequências econômicas. O governo gastou US$ 6,552 trilhões, acima dos US$ 4,447 trilhões de um ano atrás, de acordo com os dados divulgados em conjunto com o Departamento do Tesouro. A arrecadação somou US$ 3.420 trilhões em receitas, uma ligeira redução em relação a 2019.

Há ainda o aumento substancial da dívida pública norte-americana, que o presidente Donald Trump prometeu eliminar em oito anos, que saltou de U$ 14,4 trilhões para US$ 21 trilhões neste governo. E a discussão na Câmara dos Deputados sobre outra rodada de alívio econômico, que poderia incluir outros cerca de US$ 2 trilhões em ajuda, o que poderá aumentar ainda mais o déficit orçamentário.

Benefício federal

Um amplo espectro de economistas – inclusive o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome H. Powell – considera a assistência fundamental para evitar que a recuperação econômica diminua e impedir que milhões de caiam na pobreza extrema. As empresas aceleraram o ritmo de demissões nas últimas semanas, principalmente em empresas relacionadas a viagens. A pressão dos conservadores contra a medida está reavivando o cenário das ferozes batalhas orçamentárias que caracterizaram grande parte do governo do ex-presidente Barak Obama.

Em março e abril, o Congresso aprovou cerca de US$ 3 trilhões em programas de gastos em resposta à pandemia. Isso incluiu centenas de bilhões de dólares em ajuda para desempregados e pequenas empresas, bem como cheques de estímulo de US$ 1.200 para milhões de norte-americanos. A economia entrou em forte recessão no início deste ano, quando muitas empresas fecharam e enviaram trabalhadores para casa por causa do surto do vírus.

De acordo com o jornal The Washington Post, economistas e legisladores de ambos os lados do corredor político norte-americano – democratas e republicanos – pedem mais gastos do governo. A taxa de desemprego caiu de 14,7% em abril para 7,9% em setembro, mas dezenas de milhões de norte-americanos continuam desempregados e os pedidos de subsídio de desemprego aumentaram. Um benefício federal para milhões de desempregados expirou, e os economistas alertam que a recuperação pode ser estagnada ou revertida com o encerramento prematuro dos programas de ajuda.

Cenário diferente na China

A China apresenta um cenário diferente. Além de se tornar a maior economia do mundo, de acordo com os parâmetros do FMI, que em relatório mostra que a economia chinesa é um sexto maior do que a dos Estados Unidos (U$ 24,2 trilhões contra U$ 20,8 trilhões). Em 2020, a China será a única grande economia que registrará crescimento. Segundo a agência de notícias chinesa Xinhua, o país é capaz de alimentar 20% da população mundial, o que é uma contribuição significativa, conforme avaliação de Zhang Wufeng, chefe da Administração Nacional de Alimentos e Reservas Estratégicas.

A China conta com 9% das terras aráveis do mundo e 6% dos recursos de água doce e se tornou uma força positiva na salvaguarda da segurança global de alimentos, conforme registrou o país na Organização das Nações Unidas (ONU) no Dia Mundial da Alimentação, que caiu na sexta-feira deste ano. Diante da pandemia, o governo chinês adotou uma série de políticas para estabilizar a produção de alimentos e garantir o fornecimento, o que garantiu preços estáveis no mercado, de acordo com Marielza Oliveira, representante da Organização para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas (ONU) na China.

 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Eleições na Bolívia: “O MAS se mantém ativo”


Entrevista com Oscar Laborde, presidente do Parlasul. Oscar Laborde definiu como “sério” a prisão do deputado Federico Fagioli, que foi detido ilegalmente pelo governo de fato.

Oscar Laborde, presidente do Parlasul e dirigente do Observatório da Democracia, do Parlasul, conversou com o jornal “PáginaI12” 24 horas antes da eleição presidencial boliviana. Ele considerou que a grande nota do dia será a ratificação eleitoral do MAS, e definiu como “grave” o que aconteceu com o deputado Federico Fagioli, detido ilegalmente pelo governo boliviano.

“Há muita expectativa para amanhã”, disse Laborde, em La Paz. “O grande dado político desta eleição é que o MAS se mantém ativo”, frisou. Ele avaliou que ninguém duvida da força eleitoral de Evo Morales, que apoia a candidatura de Luis Arce que, tudo indica, será a primeira opção nas preferências.

“É uma forte, porque já se passou um ano desde as eleições anteriores e o golpe de estado e o MAS sofreu a derrubada do presidente e o exílio forçado de Morales e de muitos dirigentes, mas o MAS não sofreu divisões”, disse. A estimativa é que o Arce vença neste domingo (18), seguido do ex-presidente Carlos Mesa, que talvez fique em segundo lugar. A questão é se a diferença permitirá que Arce seja eleito no primeiro turno ou se haverá um segundo turno, que reunirá o voto anti-MAS, prejudicando suas chances.

Laborde destacou que “temos interesse em respeitar o resultado” e que “para isso é importante aguardar a contagem final” disse, minimizando o Direpre (Divulgação de Resultados Preliminares), e a tecnologia implantada pelo governo boliviano para o contagem rápida. “Não podemos ter certeza até que todos os votos sejam apurados, não devemos ser guiados pelo Direpre”, disse.

Por fim, detalhou a prisão do deputado Fagioli, membro da equipe de observadores eleitorais: “Ele entrou em Cochabamba sem problemas e o prenderam, usando uma van sem identificação, e o levaram sequestrado e também espancaram um funcionário da embaixada, Estamos falando de um evento sério ”. Fagioli foi solto na madrugada e foi para a embaixada argentina em La Paz.

Fonte: Pagina12

Via - Portal Vermelho


segunda-feira, 19 de outubro de 2020

O Caso Feira de Santana


 No UFO Brasil ofic

Intrigante caso de queda de OVNI e resgate de tripulantes, ocorrido na zona rural da cidade de Feira de Santana, Bahia, em 12 de janeiro de 1995.

Os pesquisadores Alberto Romero, do Grupo de Pesquisas Aeroespaciais Zênite (G-PAZ), e Emanuel Paranhos, da Sociedade de Estudos Ufológicos de Lauro Freitas (SEULF), ambos localizados na Bahia, receberam uma inusitada correspondência.

Ela dava conta de que, na madrugada do dia 12 de janeiro de 1995, o fazendeiro conhecido como Beto Lima estava caçando tatu quando encontrou um objeto dentro de uma lagoa em sua fazenda.

Vejamos o que dizia a carta:

"Através desta carta, dirigida à emissora de televisão SBT, de São Paulo (SP), e ao jornal A Tarde, de Salvador (BA), os senhores poderão avaliar, através de seu corpo de jornalistas ou por outros meios, a verdade do que afirmo.

Infelizmente não posso assinar, nem me identificar como verdadeiramente gostaria, por fortes razões pessoais e profissionais, já que sou militar ainda na ativa, principal razão do meu anonimato na grave denúncia que estou fazendo.

Fiquei impressionado com a série de reportagens apresentadas através do SBT, no programa do apresentador Carlos Massa (vulgo ‘Ratinho’). Confesso que antes não levava muito a sério o assunto, mas diante das declarações feitas por outros militares, senti-me encorajado a fazer isso”.

"Em janeiro de 1995, na madrugada do dia 12, aconteceu uma coisa muito séria nos arredores da cidade de Feira de Santana (BA). Houve um enorme apagão, que deixou às escuras toda a região, e pelo que soube através de amigos, atingiu até a fronteira com o Estado do Sergipe.

Pouco depois, chegou uma mensagem ao comando desta unidade (35º Batalhão de Infantaria) e aproximadamente às 05h30 (depois de terem sido canceladas todas as folgas) saímos em três caminhões rumo ao interior.

Alguma coisa tinha acontecido numa fazenda das redondezas e pelo que rodamos, imagino ser algo em torno de 20 ou 25 km da cidade. Não sabíamos exatamente do que se tratava".


VASCULHANDO A ÁREA

"Quando lá chegamos, pensamos que tivesse sido um rebate falso, já que tudo estava calmo.

Não havia fumaça que indicasse um grande incêndio do pasto ou a queda de um avião, nem curiosos.

Foi então que percebemos o nervosismo do comandante, que sem dúvida sabia do que se tratava.

Ele se encaminhou à casa da fazenda, que estava fechada, e logo depois apareceu um empregado.

O chefe perguntou rispidamente alguma coisa e o homem apressou-se em atendê-lo.

Estávamos com roupa de campanha, totalmente equipados e armados com munição de guerra.

O comandante pediu para abrir a casa e logo foi gritando para alguns soldados e oficiais o seguirem.

Vasculharam rapidamente toda a residência e logo saíram carregando o que à primeira vista pareceu-me ser um bicho preguiça, que se debatia debilmente nos braços que o seguravam, estranhando a expressão de pavor ou nojo do soldado.

Atrás dele, outro carregava o que parecia uma criança de 6 ou 7 anos, bem franzina, possivelmente morta.

Ambos os corpos foram rapidamente colocados na carroceria de um dos caminhões, assim como alguns pedaços de metal brilhante”.

 “Quando iam sendo colocados (os corpos) em sacos de lona plástica, um dos soldados fez o sinal da cruz e junto com um palavrão exclamou: ‘são bichos do outro mundo!’ Então me aproximei e um companheiro visivelmente nervoso sinalizou, apontando seu FAL para as criaturas.

Arrepiei-me todo. Nunca tinha visto nada igual. O ‘preguiça’ gemia e se contorcia, procurando ajuda, já que estava bastante ferido, e assim de perto dava para ver que não era um bicho preguiça coisa nenhuma, mas cadê a coragem para tocá-lo?

O outro era, a meu ver, mais assustador, porque seu rosto parecia mais ou menos com o de uma criança recém nascida ou coisa assim, mas era diferente, chegando a lembrar essas que morrem de fome e com olhos muito grandes.

Entretanto, era grande demais para ser um recém nascido, já que media, pelos meus cálculos, perto de um metro”.

 “Não pude seguir observando porque o comandante chamou a todos, menos dois que ficaram guardando os corpos, para irmos até uma lagoa próxima, onde vimos algo parecido com um pequeno carro, parcialmente afundado junto à margem.

Então puxamos para fora, o que foi fácil demais porque era muito leve.

Quase não nos atrevíamos a falar e nossa comunicação era silenciosa, através de gestos.

Nesse instante chegaram dois veículos e vários indivíduos à paisana, junto com dois ou três oficiais da Marinha, não me lembro bem, e se reuniram separadamente com nosso comandante.

Alguém cochichou que era do Serimar (Serviço Secreto da Marinha) ou Cenimar (Centro de Informações da Marinha) e acabaram tomando conta da operação.

Pelo menos foi o que me pareceu.

O objeto foi carregado em outro caminhão, onde também subiram dois dos que estavam à paisana e um dos oficiais da Marinha”.


HELICÓPTERO E CORPOS

“Não saímos dali sem antes os chefes encostarem o ‘pião’ na parede e muito provavelmente darem uma grande ‘prensa’ no coitado.

Antes de despontar para a estrada, paramos por alguns minutos até chegar um caminhão tipo baú, sem nenhuma identificação, onde colocamos o objeto.

Logo a seguir, um helicóptero pousou rapidamente para carregar os corpos.

Ao retornar ao quartel, fomos encaminhados para uma reunião com o comandante, na qual fomos instruídos e coagidos para guardar sigilo absoluto sobre os acontecimentos, por se tratar de algo referente à Segurança Nacional, caso contrário ficaríamos sujeitos às penalidades cabíveis.

Sinto não poder dar maiores detalhes, mas por enquanto isso é impossível, já que qualquer informação que revelar pode denunciar minha identidade aos meus superiores”.

 “Só posso acrescentar que esta operação (não sei se houve alguma anterior a esta) serviu como padrão para a deflagrada no Caso Varginha, ocorrida em Minas Gerais, já que os procedimentos foram idênticos e a grande falha aí foi ter envolvido outras pessoas e instituições, que acabaram facilitando o trabalho dos jornalistas e pesquisadores do assunto, o que aqui não aconteceu.

Sinto-me melhor depois de escrever isso. Não por ter quebrado o meu juramento, mas depois de saber de vários outros militares, lá em Minas Gerais, que decidiram falar com os pesquisadores sobre o assunto, pensei bastante e achei que seria muito mais correto e honesto fazer o que fiz e desejar que os outros sigam meu exemplo.

A única coisa que me preocupa, depois do que soube, é a saúde dos companheiros que pegaram nas criaturas e destroços (em Minas morreu um soldado).

Infelizmente nunca mais soube nada a esse respeito e se soubesse não poderia falar”.

- " Um soldado brasileiro”

 

PARECIA UM BICHO PREGUIÇA

Esta é a íntegra da carta recebida pelos pesquisadores Romero e Paranhos.

Na madrugada do dia 12 de janeiro de 1995, o fazendeiro conhecido como Beto Lima estava caçando tatu quando encontrou um objeto dentro de uma lagoa em sua fazenda.

 “Aquilo era do tamanho de um fusca e estava boiando perto da beira”, disse.

Com o auxílio de uma vara, ele conseguiu puxá-lo.

 “De repente, começou a sair um líquido gosmento de dentro do objeto e duas criaturas apareceram”.

Segundo a descrição do senhor Beto, uma delas era peluda, com garras compridas e parecida com um bicho preguiça, ainda estava viva, apesar dos ferimentos.

A outra, similar a uma criança recém nascida, só que com um metro de altura, estava morta.

O fazendeiro resgatou as duas criaturas, além do objeto, que mesmo sendo do tamanho de um carro era muito leve, e levou-os para dentro de casa.

Primeiramente, quis vender o seu achado para a TV Subaé e para os jornais locais.

Toda a imprensa estava sabendo do fato.

Isso deixou sua esposa, Dona M (nome mantido em sigilo para proteger a pessoa), muito nervosa, a ponto de certa vez pedir ao pesquisador Paranhos para que não procurasse mais seu marido, pois ele costumava beber e falar besteiras.

Além do que, desde que o senhor Beto começou a contar a história, várias pessoas estranhas foram à sua casa.

Pessoas estranhas? Que pessoas? Militares, repórteres, curiosos?

De qualquer forma, os investigadores não desistiram de buscar as informações, embora Dona M sempre desmentisse.

Aliás, uma suspeita foi levantada por Paranhos e Romero:

o senhor Beto tinha descrito os seres com detalhes impressionantes para uma pessoa que não possuía conhecimento sobre extraterrestres.

O que acontecia agora é que o próprio senhor Beto desligava o telefone quando os investigadores ligavam para sua casa.

Mesmo sem muitas novidades sobre o ocorrido, eles continuaram as investigações de maneira mais lenta.

Com o episódio em Varginha, a ânsia por respostas começou a crescer entre os ufólogos.

À medida que o tempo foi passando foram surgindo mais informações.

 

Os militares tinham conseguido calar seus soldados até aquele momento, mas os civis envolvidos começaram a se abrir.

A senhora Ama Becker, freqüentadora das reuniões do G-PAZ, por exemplo, comentou que seu ex-cunhado havia lhe contado que um funcionário da Companhia de Eletricidade da Bahia (Coelba) falou algo sobre o episódio.

Disse que verificava uma rede elétrica danificada, por causa de um blecaute, na madrugada no dia 12 de janeiro de 1995, quando avistou três caminhões do exército saírem do quartel do 35º Batalhão de Infantaria, como mencionado na carta do “soldado brasileiro”.

Quando eles viram o eletricista, pressionaram-no para que não comentasse nada com ninguém.

Com essas novas descobertas, Paranhos e Romero foram atrás do eletricista, conhecido apenas como senhor E (nome preservado), a fim de confirmar o que tinham ouvido.

Entraram então em contato com ele e marcaram um horário para o encontro.

Chegando ao local, encontraram não somente a testemunha, mas também seu supervisor e gerente, que negaram toda a história.

Diziam que somente lembravam-se do blecaute, mas não conheciam nenhum Beto.

O caso ficou em suspenso até 1998, quando outros fatos surgiram.

Após algumas entrevistas para a Rádio Sociedade de Feira de Santana, uma carta anônima foi enviada ao G-PAZ, no endereço daquela emissora, corroborando com as informações prestadas pelo fazendeiro há três anos atrás.

Conforme dizia a carta “de um amigo”, pelo menos duas corporações haviam participado da operação de resgate do UFO e os mesmos membros foram ameaçados...


SURGEM NOVOS RELATOS

Ao lê-la, os investigadores decidiram procurar novamente o senhor Beto.

Este tentou confundi-los, dizendo que o Beto que procuravam era outro, um tal de Paulo Humberto.

Vendo que não tinham acreditado nessa nova versão, o senhor finalmente cedeu e desabafou. Por ser um sargento reformado, disse que recebia ameaças constantes de oficiais da Marinha brasileira.

Contou também que o UFO possuía um sistema de camuflagem que refletia a paisagem ao seu redor, dificultando assim sua localização.

Em 1999, eles receberam a carta do “soldado brasileiro” revelando os detalhes da operação de resgate da nave e dos alienígenas citados.

Mas e o avistamento da nave?

Depois de interrogar várias testemunhas, os pesquisadores chegaram a dois relatos muito importantes, enviados pelo estudante universitário Marcos Ezequiel.

O primeiro era de três rapazes, que afirmaram ter visto estranhas bolas de fogo caindo na cidade de Feira de Santana, próximo à fazenda do senhor Beto, em 1995.

“Por volta de 01h30, Rubens, Antônio e Adriano voltavam de uma festa quando viram uma grande bola luminosa que parecia emitir flashes. Sua coloração variava do verde ao vermelho e o objeto descia verticalmente em grande velocidade.

Após alguns segundos, ela desapareceu no horizonte”, disse Marcos.

Dois dias depois, outro estudante, chamado Rodolfo, presenciou a aparição de dois estranhos objetos metálicos, parecidos com aviões, voando bem baixo, por volta das 21h30:

“Eles eram estranhos, pois não tinham iluminação ou qualquer símbolo”, continuou.

Outra importante testemunha foi um vaqueiro da Fazenda Saco, chamado José, que narrou ter observado um comboio militar vindo da cidade de Santanópolis, na manhã seguinte ao blecaute, e à noite um helicóptero sobrevoou várias fazendas, inclusive a Fazenda Gravatá, de propriedade do senhor Beto.

Vários dos testemunhos recolhidos pelos pesquisadores mostraram uma movimentação incomum de helicópteros e comboios militares por pequenas cidades do interior da Bahia.

Depois de todas essas informações, mesmo que o quebra-cabeça ainda não esteja completo, Alberto Romero e Emanuel Paranhos traçaram os passos do que ocorreu naquele dia 12 de janeiro de 1995.

Os satélites de vigília norte-americanos teriam detectado a queda de um ou mais UFOs, sua trajetória e ponto de impacto.

Como é de se presumir, o governo dos EUA avisou o Exército Brasileiro, que por sua vez acionou as agências de Inteligência e ordenou ao comando mais próximo que realizasse a operação de busca e resgate.

Nesse caso, o órgão seria o Salvaero, da Base Aérea de Salvador.

Posteriormente, eles teriam se juntado ao 35º Batalhão de Infantaria. Pode ter havido outro resgate naquela mesma manhã, já que testemunhas próximas à Lagoa Berreca viram soldados indo naquela direção.

No entanto, esse poderia ser o início da operação de recolhimento dos destroços do UFO, daí a possível explicação para o constante sobre vôo dos helicópteros na região.

Já as duas criaturas teriam sido encontradas na Lagoa Jenipapinho, na Fazenda Gravatá, e Beto teria dado falsas informações para que os ufólogos pensassem que tudo tinha ocorrido na fazenda de Humberto, na Lagoa Berreca.

O envolvimento da Marinha brasileira ficou explícito na carta do “soldado brasileiro” e a partir de um alerta que Beto teria recebido dos seus ex-companheiros de farda.

A Marinha teria levado os corpos para a Base Naval de Aratú. As investigações continuam e a verdade um dia vai aparecer.


Fonte: https://www.fenomenum.com.br/.../casu.../1990/feiradesantana

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