Centrais sindicais entregaram documentos em defesa do auxílio no Congresso - Foto: André Oliveira
Sindicalistas entregaram manifesto em defesa do auxílio e documento do Dieese, indicando peso de mais de 90% na renda dos mais pobres.
Representantes das centrais sindicais
estiveram no Congresso Nacional para pressionar pela votação da Medida
Provisória (MP) 1000, com retorno do auxílio emergencial ao valor original, de
R$ 600. A MP em questão foi enviada pelo governo federal com prorrogação do
auxílio até dezembro de 2020, mas reduzindo o valor para R$ 300, a metade do
original.
As centrais se reuniram e
entregaram documento em defesa do auxílio de R$ 600 ao líder do governo na
Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), ao líder do PP, Arthur Lira (AL), ao deputado
Baleia Rossi (MDB-SP) e ao presidente em exercício da Casa, Marcos Pereira
(Republicanos-SP).
Quando editada pelo Poder Executivo, uma medida provisória entra em vigor imediatamente e pode valer por até 120 dias, ou seja, quatro meses. Caso não seja votada pelo Congresso nesse prazo, caduca, perdendo o efeito. Para não enfrentar o desgaste da opinião pública pela redução do auxílio emergencial, a estratégia do governo Jair Bolsonaro e de aliados é trabalhar para que a MP não vá à votação. Assim, quando a medida caducar, na altura de dezembro, as parcelas já terão acabado.
No entanto, a oposição e outros
grupos pressionam para que o Congresso discuta a matéria e vote a MP 1000,
incluindo as centrais sindicais brasileiras, que lançaram campanha pelos R$
600.
Na visita ao Congresso nesta
terça (29), estiveram presentes integrantes da Central Única dos Trabalhadores
(CUT); da Força Sindical; da União Geral dos Trabalhadores (UGT); da Central
dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB); da Nova Central Sindical de
Trabalhadores (NCST); da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), da Central
Sindical e Popular Conlutas (CSP-Conlutas); da Central Geral dos Trabalhadores
do Brasil (CGTB) e da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora.
No documento entregue aos parlamentares (veja íntegra abaixo), as centrais argumentam que o corte do auxílio para R$ 300 “restringe ainda mais a capacidade de milhões de famílias enfrentarem as consequências da crise causada pela pandemia do coronavírus, em especial o desemprego e a perda de renda do trabalho. A redução do auxílio compromete gravemente a capacidade de as famílias garantirem alimentação, moradia, transporte e outros bens de consumo básicos”.
Peso superior a 90% no orçamento
O grupo também apresentou um
documento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos
Socioeconômicos (Dieese) com análise do cenário econômico para embasar a
solicitação. Com bases em dados de julho da Pnad Covid, do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), o Diesse argumenta que o auxílio de R$ 600
tinha peso superior a 90% nos orçamentos das faixas de renda de quem ganha até
meio salário mínimo e até um salário mínimo.
“O valor atual do auxílio emergencial, defendido pelo movimento sindical e pelos movimentos sociais, é referenciado no custo da cesta básica nacional, pesquisada pelo Dieese e nos gastos básicos de um orçamento familiar, com taxas de água, luz, acesso à internet”, afirma a entidade.
Segundo o Dieese, a crise não
terminou, e, para evitar o agravamento, são necessários tanto o auxílio no
valor inicial, de R$ 600, quanto a manutenção do número de pessoas assistidas.
Adilson Araújo, presidente da CTB, uma das centrais presentes, defendeu que a população se junte à pressão para que o Congresso vote a MP 1000 e restaure o valor do auxílio emergencial. “Os efeitos sociais e econômicos do auxílio emergencial são notoriamente positivos, a crise seria muito mais profunda sem ele”, declarou.
Fonte – Portal Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário