“A corda sempre arrebenta no lado mais fraco”.
Este ditado óbvio faz referência a ocasiões onde, dado as
circunstâncias que acontecem determinadas adversidades, pessoas de menor poder
aquisitivo, menor influência social e baixa posição hierárquica, arcam com a
responsabilidade de pagar por erros que se quer cometeram.
Em questões de crise, por exemplo, muitas vezes, aquele que
não desfruta de bom salário, é quem responde por conseqüências que ele não
ocasionou. Quando uma empresa decide cortar gastos, é no bolso da maioria
assalariada que ela busca sua estabilização, desta forma, confisca do empregado
menos remunerado o seu complemento salarial, a hora extra. Quando a situação se
torna mais drástica, a empresa vai além, recorre à demissão em massa de sua
mão-de-obra barata, em meio a este revés empresarial, os que detêm melhor
remuneração e posição hierárquica, não tem de seus salários, um único centavo
retirado.
Ou seja, cabe a classe funcional assalariada o sacrifício de
contribuir para que o caixa de sua empresa saia do vermelho, pois, assim
decidem aqueles que tem em mãos o poder da regência empresarial, não há para
eles maneira mais viável de sanar suas dificuldades do que apelar para o bolso
do trabalhador. Partindo de ideologias anti-sociais como esta, o setor
empregatício criou o famigerado banco de horas, conduta amparada em lei que
afeta o “colaborador” no seu ganha pão diário.
Aliás, o termo colaborador, define exatamente o que é a classe
trabalhadora, pois se há na empresa ameaças na estabilização de seu caixa, o
corpo funcional de baixa renda é quem será sacrificada colaborando para o barco
sair da tormenta e voltar a bonança.
Conhecem a história do boi jogado para as piranhas? É exatamente
a mesma forma, haverá sempre quem será usado em sacrifício para a salvação e
regozijo de outro, o revés daqueles, garantirá a sorte destes.
Quem paga o pato? Hora quem, aquele que for menor é claro, a
culpa cai sobre os que não merecem. Alguma dúvida de que o sistema é injusto?
Nos reinos medievos, quando um rei tinha ganas em acumular
moedas e garantir seu bem estar, era na escassez dos bolsos de seus súditos que
ele ia garimpa-las, através de impostos abusivos, o rei criava um meio de seu
povo suprir as necessidades palacianas.
Nem todos tiveram a mesma sorte dos compatriotas e
contemporâneos de Robin Hood, aqueles, colaram-se ao herói esperando nele a
possibilidade de ser feito justiça. No fim, a ação Robin-hoodiana restituiu aos
pobres o que lhes foi roubado pelos ricos, tornou-se ele, príncipes dos ladrões
e se foi ele uma lenda ou não, o importante é que por seus roubos ele merece
muito mais de cem anos de perdão.
No entanto prezado Leitor, neste sistema que é promissor
para tão poucos, neste sistema onde os poucos que tem muito, criam leis
favoráveis aos seus interesses dominantes, a quem é levado ao dever de pagar a
conta?
Quem é levado ao sacrifício e quem garante a sobrevivência
do sistema parasita?...
Lamentavelmente são todos aqueles que nada devem e menos
tem...
Mateus Brandão de Souza, graduado em história pela FAFIPA.
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