Não é de hoje que o dinheiro tornou-se a causa da discórdia e da desunião entre os homens. Quanto mais se tem, mais se quer, quanto mais possuem, menos se aceita repartir.
Da fonte que gera o vil metal, onde homens se matam para possuí-la e comandá-la se proporciona, se alimenta e se gera muitos desafetos.
Quem se apodera do “osso”, não quer largá-lo, pois o abundante tutano, aguça a fome dos insaciáveis glutões do dinheiro. Não é de hoje que as cifras tem sido a causa da desgraça deste mundo cão, onde homens e mulheres se destroem, se difamam e se matam, não é de agora que o capital assolou valores morais e éticos, neste instante, as mentes mesquinhas, estão maquinando suas trapaças, elaborando seus planos, uns para tomar, outros para manter em suas mãos a teta açucarada que destila o leite e o mel do prazer carnal.
O dinheiro proporciona o poder, deste nasce uma ilusória sensação de imortalidade, de ser indestrutível, inatingível, inabalável. Com o poder, o homem se acha no direito de fazer e acontecer, de executar o que lhe vem na mente.
Com o dinheiro, o homem corre perigo, por este mesmo dinheiro, ele perde a sua paz, a ansiedade de possuir riquezas tem sido ao homem algo fatal para aquilo que ele tem de mais precioso, a sua própria saúde e a sua própria vida.
Mortos de sede pela posse das moedas, a ganância faz de determinados homens seres desprezíveis, nojentos e nauseantes. É impossível suportá-los, tão esganados são, que se tornam repugnantes, seu egoísmo se aflora pelos poros de suas peles. Sua voracidade é tanta, que a ninguém mais engana, todos sabem de suas intenções, que seus intuitos são unicamente em seus próprios interesses, são tidos por maléficos.
Portanto, é hora de trocá-los, de deitá-os fora e escrevermos uma história plausível num futuro que começa hoje, é hora de nos conscientizarmos que a união pelo bem comum é possível. Bons ventos podem nos soprar e que estes ventos levem para longe a ameaça da mesmice entediante em que erroneamente pensam que estamos habituados e conformados.
É preciso mudar tudo, pois também não é de hoje que temos a consciência de que nada se tem a perder quando nada se possui, quando a exclusão nos faz carentes das condições básicas de dignidade humana, é preciso nos unirmos para uma inversão da realidade.
Que venham até nós dias melhores, mas para isto, temos nós que criarmos condições que viabilizem a chegada destes melhores dias e isto só será possível com o ajuntamento de nossas forças. É grande o número daqueles que estão cansados de assistir a encenação dos cães, ladrando e brigando pela posse do mesmo osso.
O velho amado e combatido Marx dizia: “Proletários de todo mundo, uni-vos”.
Uma nova realidade é possível, não é conto da carochinha nem histórias do faz de conta, basta trabalharmos em prol do bem comum onde juntos poderemos quebrar os grilhões desta cadeia que nos marginaliza.
Abaixo os egoístas, é possível combate-los. Pensemos nisso.
Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.
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