É quando você hostiliza qualquer outro lugar que não esteja
em torno da sua origem, do seu umbigo. O preconceito geográfico é como todos os
preconceitos, a maneira visível do homem expressar a sua condição de ser humano não evoluído.
No Brasil o assunto ainda fica mais sério. Por ser um país
de dimensão continental, é comum determinada região do mesmo país, hostilizar
uma outra, pelo fato desta ou daquela, não fazer parte dos moldes que eles, os
preconceituosos, acham ideal para o desenvolvimento
da nação.
Existem os separatistas que brigam por desmembrar
determinada região do resto do país, pois assim, julgando-se desenvolvidos e
superiores, formariam uma terra próspera, 'sem os problemas sociais" que
compõe todos os países, independente de sua dimensão territorial.
Não se dão conta que problemas sociais existem, devido ao
sistema capitalista, não necessariamente pela posição que este ou aquele estado
ocupa no mapa. Não se dão conta, os
separatistas, que eles já oficializaram a separação Sul e Nordeste, ela está sacramentada no preconceito que os
componentes de uma região dispensam
para uma outra, onde as condições
climáticas acrescentam fenômenos naturais que nada tem a ver com superioridade
ou inferioridade de uma raça única. Neste país e no mundo todo, somos a raça
humana.
Os separatistas daqui, muitos deles, julgam e sentenciam
outras regiões do país, como se possuíssem conhecimento de causa sobre elas,
sentenciam norte e nordeste como os atrasados que freiam o desenvolvimento da
região sul e sudeste, que segundo eles, carregam o país inteiro nas costas.
Vale lembrar que o preconceito geográfico é um problema
social crônico e que lamentavelmente está inserido em muitos diálogos, dia após
dia, percebemos este fascismo impregnado dentro das nossas casas, através da
mídia, através de políticos ou autoridades que disseminam um discurso
construído e que equivale a opinião de uma classe que não aceita a igualdade
social.
Desse meio germinam-se na política, os Bolsonaros da vida,
na mídia, os Boris Casóys e tantas outras personalidades que de uma forma ou de
outra, destilam seus preconceitos equivalentes aos mesmos que se julgam
superiores por terem nascido nesta ou naquela condição.
O preconceito geográfico é um câncer que corre nas veias do
sistema gerador da marginalização humana. Os imbecis não percebem que ninguém
se torna menos gente por nascer nesta ou naquela região do país. Somos todos
iguais, não só no país, mas em todo o planeta, a separação está dentro das
mentes infectadas pelo discurso falso e enganador de uma classe dominante e
escravagista.
A distância geográfica entre sul e nordeste é menor que a
distância psicológica que os moradores do sul têm pelos moradores do nordeste.
Nordestinos ou Sulistas, Sul americanos ou europeus, asiáticos ou oceânicos,
somos todos iguais, todos nós defecamos, todos nós adoecemos, todos nós
morremos.
Sem essa de ficar se achando o mais cheiroso.
Abaixo o preconceito geográfico.
Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.
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