Dois milhões de meninos e meninas
entre 11 e 19 anos que ainda não terminaram a educação básica deixaram a escola
no Brasil, segundo estudo elaborado pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e
Consultoria) a pedido do Unicef.
Segundo pesquisa realizada em
todas as regiões do país no mês de agosto, a exclusão escolar atinge em
especial os mais vulneráveis: 11% dos entrevistados não estão frequentando a
escola, sendo que, na classe AB, o percentual é de 4%, enquanto, na classe DE,
chega a 17%.
Entre as crianças e jovens que
não estão frequentando a escola, 48% diz ter deixado de estudar “porque tinha
de trabalhar fora”, enquanto 30% afirmaram que abandonaram os estudos “por não
conseguirem acompanhar as explicações ou atividades”.
Em seguida, 29% das pessoas
ouvidas disseram ter desistido, pois “a escola não tinha retomado atividades
presenciais” e 28% afirmam que “tinham que cuidar de familiares”. Outros
fatores citados foram falta de transporte (18%), gravidez (14%), desafios por
ter alguma deficiência (9%), e racismo (6%), entre outros.
Muitos ainda pensam em desistir
Entre os estudantes que seguem na
escola, 21% dos entrevistados de 11 a 19 anos disseram ter pensado em desistir
dos estudos – para 50% dos que pensam em desistir, o fato de não conseguir
acompanhar as explicações ou atividades tem levado a tal possibilidade.
Enquanto 92% dos estudantes de
escolas públicas dizem que sua escola só tem aulas presenciais, ainda há 5% que
afirmam ter aulas presenciais e remotas, e 3% que têm apenas aulas remotas.
Segundo a pesquisa, o pior
cenário é visto na Região Norte, onde 82% dos estudantes das escolas públicas
dizem ter aulas totalmente presenciais e 11% dizem ter apenas aulas remotas.
Ao mesmo tempo, a pandemia de
covid-19 fez com que os alunos atuais apontassem fatores positivos na escola,
como o aumento dos cuidados com a higiene (66%), o aumento do nível de
exigência dos professores (56%), que aumentaram o quanto aprendem nas aulas
(55%) e sua frequência escolar (52%).
Os estudantes de escolas públicas
também destacam o esforço da escola em fazer avaliações do que cada um aprendeu
durante a pandemia e suas dificuldades (79%) e afirmam que a escola está
desenvolvendo atividades que favorecem um bom relacionamento entre os
estudantes (71%).
Via – Jornal GGN
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