Paredes de Hospitais já ouviram
preces mais honestas do que igrejas.
Já viram despedidas e beijos mais
sinceros que aeroportos.
É fato: a dor e o desespero nos
tornam mais humanos e cientes de nossas limitações.
É no Hospital que vemos um homofóbico
ser salvo por um médico gay.
Uma médica fria e que teve tudo
fácil na vida, salvando a vida de um mendigo.
É lá também que vemos na UTI um
enfermeiro judeu cuidando de um racista.
Na mesma enfermaria é possível
encontrar o policial e o criminoso recebendo os mesmos cuidados.
No hospital vemos um rico
aguardando um transplante de um pobre desconhecido, muitas vezes esquecido e
desprezado por ele.
Nessas horas o Hospital toca na
ferida das pessoas, expondo a fragilidade humana.
Universos que se cruzam em um
propósito Divino.
E nessa comunhão de destinos nos
damos conta de que sozinhos não somos ninguém.
A verdade absoluta das pessoas,
na maioria das vezes, só aparece no momento da dor ou na ameaça da perda.
Fernando Rossit
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