MADRI. O desenvolvimento econômico e a expansão da classe média colocarão o Brasil em um estágio social próximo ao das grandes potências mundiais, e em breve o país terá menos pobres que os Estados Unidos, afirmou ontem Marcial Portela, presidente do Banco Santander do Brasil, em entrevista coletiva realizada em Santander, no interior da Espanha, onde o banco promove um seminário sobre o desenvolvimento da América Latina.
Em poucos anos, o Brasil terá menos pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza que os Estados Unidos - disse Portela, com base nos estudos do Departamento Econômico do banco, que estimam o crescimento do Brasil para este ano em 3,7% e, para 2012, em 4%.
O Santander projeta que, nesse período, a inflação estará sob controle, atingindo 6,2% em 2011 e recuando para 5,1% no ano que vem.
- As taxas de crescimento no Brasil devem garantir o fortalecimento da classe C. O fenômeno da classe média brasileira é impressionante. O Brasil deve ter um ingresso de 25 milhões de pessoas no sistema bancário nos próximos quatro anos, e nosso grande desafio será conquistar essas camadas mais baixas, para dar sequência à expansão de nosso banco no Brasil - explicou Portela, lembrando que o banco já entrou no microcrédito brasileiro, com oferta de R$1 bilhão em empréstimos.
O bom desempenho da economia brasileira, ao mesmo tempo em que a Europa enfrenta uma séria crise, revela o surgimento de uma nova ordem mundial. Segundo diretores do Santander, os países emergentes deverão superar os desenvolvidos já em 2015, e o Brasil se tornará a sexta maior economia mundial até 2025, ano em que deverá ter um Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) de US$4,9 trilhões.
Essa estimativa foi feita na sexta-feira por José Juan Ruiz, diretor do Santander para a América, a um grupo de jornalistas latino-americanos.
- Um novo mundo está nascendo diante dos nossos olhos -- disse Juan Ruiz, que citou projeções feitas com base em dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) e que apontam que até 2025 a China ocupará o primeiro lugar na economia mundial com um PIB de US$48,9 trilhões, seguida pelos Estados Unidos com US$27,3 trilhões, Índia com US$16,4 trilhões, Japão com US$6,7 trilhões e Rússia com US$5,2 trilhões. O Brasil, segundo o diretor do Santander, terá o sexto maior PIB e superará a Alemanha, que deverá ter um PIB de US$4,8 trilhões.
Ele disse que o novo cenário mundial ficou mais claro após a recessão de 2008, da qual a América Latina saiu mais forte e mais rica. No período, segundo ele, o PIB per capita da região passou de US$10.840 a US$12.270, graças à alta dos preços das commodities e à expansão da classe média.
- Estamos muito otimistas com a América Latina e especialmente com o Brasil - disse o diretor-geral do banco, José Antonio Alvarez. Globo.
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