Dilma teve dia de ídolo e fez até o presidente ser ignorado: um garoto, a certa altura, pediu que desse passagem à brasileira
Nos balcões das antigas casas de ruas de Gábrovo por onde Dilma Rousseff passaria, moradores chegaram a organizar pequenas festas entre amigos para e ter uma vista privilegiada da passagem da brasileira. Funcionários públicos ganharam a tarde de folga, alunos tiveram as aulas suspensas. Num país carente de ídolos, Dilma ganhou status de personalidade. O dia, em Gábrovo, foi de festa e pausa na campanha eleitoral - tudo para festejar a “presidente búlgara do Brasil”.
Dilma, a primeira celebridade mundial de Gabrovo, segundo uma estudante |
Na cidade, de 60 mil habitantes, nasceu o pai de Dilma, que abandonou a Bulgária em 1930. A visitante não fala uma só palavra em búlgaro e nunca tinha ido ao país. Mas, em dia de ídolo, deu autógrafos e fez até o presidente ser ignorado. Um garoto, a certa altura, pediu que um homem próximo a Dilma lhe desse passagem - e só depois se deu conta que já o havia visto na tevê. ‘Acho que conheço o senhor”, disse o menino ao presidente búlgaro Georg Parvanov.
Nas ruas, bandeiras brasileiras e búlgaras se misturavam. “Dilma é a primeira celebridade mundial de Gabrovo”, orgulhou-se Boiana Bauava, que faz o último ano do colegial. Enquanto Dilma discursava, duas garotas chegaram a desmaiar.
Os amigos Ivan Ivanov, 12 anos, e Tomisou Tchukov, de 11, foram autorizados pelos pais a não ir treinar futebol ontem. “Queríamos ver Dilma”, contou Tomisou. Ele tinha a aula de cultura brasileira na ponta da língua. “Sei que é o país do café, o terceiro país maior do mundo e que tem Pelé e Ronaldinho”, disse o garoto que sonha um dia visitar o estádio do Maracanã.
Exagero. Para dar lastro a esse fenômeno, o resgate da história dos Roussevs foi acelerado. No museu de cidade, certidões de nascimento, documentos, fotos e depoimentos mostravam que Dilma tinha raízes na região e que entre seus parentes havia políticos. Ela até ensaiou algumas palavras em búlgaro, arrancando aplausos entusiasmados.
Os exageros, porém, não demoraram a surgir. “É bom ver que alguém dessa cidade pode um dia ser tão poderoso”, arriscou a estudante Alexandra, de 17 anos.
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