Por Lincoln de Britto Santos
O ser humano assim como os
animais selvagens se manifesta diante do acoamento, da adversidade. Diversos
foram os exemplos de homens que sonharam com mudanças em suas sociedades, e que
diante da repressão tomaram a ação como o instrumento que os levasse a encontrar
novos caminhos.
Homens como Spartacus na Idade
Antiga diante do regime escravocrata romano lutou por liberdade, os primeiros
cristãos, séculos depois sonharam em transformar a mesma e tirânica sociedade
romana através dos valores ensinados pelo mestre Jesus Cristo.
Mahatma Gandhi na Índia que através da
política da não violência enfrentou a tirania britânica que há anos afligia seu
povo. Temos outros exemplos como o pastor Martin Luther King que lutou a favor
da igualdade de direitos entre brancos e negros nos EUA, Karl Marx que apontou
os diversos erros do capitalismo e através de suas reflexões e estudos
apresentou um novo modelo econômico a ser seguido. E claro nosso ilustre
argentino Che Guevara que se tornou o símbolo da revolução em todo o mundo.
Perante essa lista de
revolucionários, onde se encontra os revolucionários do século XXI? Ou será que
o mundo não necessita mais desses homens e mulheres de coragem, por finalmente
ter se encontrado com um modelo de vida ideal?
Vida ideal? Acredito que ainda
estamos longe de chegar a este patamar. Nós brasileiros, por exemplo, temos
motivos de sobra para não chegarmos a
esta conclusão. Somos um dos países que mais se paga impostos, e somos
um dos povos que menos recebe assistência governamental, temos a nossa disposição
serviços públicos de péssima qualidade, e porque não temos grandes
manifestações em prol de mudanças?
Pagamos impostos para enchermos
os cofres do governo, para novamente pagar pelos mesmos serviços oferecidos
pela iniciativa privada, isto não é motivo para indignar-se? Até aqui tudo bem,
muitos ainda podem pagar um plano de saúde ou até mesmo uma escola particular
para seus filhos, e quem não pode pagar, merece continuar morrendo nas filas
dos hospitais e seus filhos merecem continuar recebendo uma péssima educação
que obviamente não será capaz de levá-los mais tarde a uma universidade?
E a corrupção que neste país não
é punida? Milhares de homens como Paulo Maluf que sempre se apoderaram de
dinheiro público e nada lhes aconteceu? Será que nenhuma dessas coisas não
poderia servir de estopim para os homens de boa fé entrarem em ação?
E no mundo da cultura o que são
esses “lixos musicais” que estão sendo oferecidos a nossa juventude já não são
suficientes para clamarmos por mudanças? E os programas de TV? Meu Deus!
E a desigualdade social? É justo
existir num mesmo país ou até mesmo numa mesma rua, homens que possuam em suas
garagens uma coleção de carros, que usam roupas e relógios caríssimos, que
viajam para o exterior para gastar dinheiro de forma fútil em cassinos e
shoppings, e enquanto isso exista pessoas que não tem onde morar nem o que
comer?
E a natureza? Será que ninguém se
indignará contra a insaciável sede de lucros deste “maligno” sistema econômico
que não se preocupa com a destruição das florestas, com a contaminação das
águas, do ar e do solo, com a extinção de milhares de animais, répteis e
insetos?
E nossa mulheres, que ao longo
dos anos lutaram para conquistar a liberdade, independência e igualdade, hoje
sua maioria aceita de forma pacata serem mais uma vez humilhadas através das
“músicas” e propagandas de cerveja?
Até quando muitas mulheres
permitirão que seus corpos sejam vistos como meros objetos, e “válvulas de
escape” para muitos homens estressados?E nosso modelo de família, onde o
respeito, o carinho e a compreensão não estão mais presentes?
Meus amigos, acredito que diante
de todos estes problemas a humanidade merece que novamente se levante homens e
mulheres dispostos a lutar por uma vida mais digna, igualitária e prazerosa para
todos. Precisamos de novos “Gandhis”, de novos “Ches” não de novos “Neros” que
assistam de forma pacífica as chamas consumirem tudo que a humanidade construiu
ao logo de sua existência.
Professor Lincoln de Britto Santos.
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