Julgam-se no direito de nos condenar, julgam-se donos de si, detentores de toda razão e da verdade, têm por aqueles que possuem outras ideias, o desprezo, o asco e buscam a qualquer custo evitá-los e diminuí-los. Seus intentos estão sempre em apagar a grandeza incômoda da luz proveniente dos que discordam, dos que contestam e se indignam contra suas atitudes retrogradas e limitadas.
Não sabem os pseudos detentores da verdade, que embora eles tentem marginalizar-nos, ocultar-nos, excluir-nos, existe uma leva considerada de pessoas que sabem o que querem e que nos acatam, estes nos defendem e que como nós, não abrem mão do direito de externar seus descontentamentos.
Aqueles que querem ser a palmatória do mundo, que querem corrigir a todos e impor suas supostas verdades como retas e imutáveis, não imaginam quantos são os que os abominam e não têm ideia das tantas opiniões favoráveis às tantas opiniões que escrevemos ou falamos.
Os que não comungam de nossas ideias querem parecer imaculados, querem para si a brancura do mais alvo lençol, querem a brancura reluzente da neve, e nesta fantasia narcisista, julgam aos que estão fora de seu círculo, como sujos, indignos e imundos. Dizem, que prudente é o homem que evita contato com os subversivos, de forma pejorativa, querem nos definir como agitadores e revoltados.
Os que lutam contra qualquer tipo de contestação, praticam a mais vã de todas as lutas, pois não há verdade absoluta que não seja questionada, não há mortal algum que esteja imune às críticas. Lutar contra as contestações, tentar aniquilar qualquer forma da indignação é tolice, é serviço em vão, é como querer enxugar o gelo, ou seja, não há nada que possa impedir a contradição das visões de mundo, pois é viável que entendamos, a realidade é vista por múltiplos ângulos.
As opiniões contrárias sempre existirão, a humildade de conviver com esta realidade é uma virtude de homens e mulheres prudentes, é importante sabermos que os lados opostos nunca deixarão de existir, não é inteligente também, ignorarmos a força existente nos extremos que nos separam.
Os que se rebelam e resistem contra qualquer imposição, são tidos como pragas por seus oponentes. Porém sempre haverão os “rebeldes”, são como a grama tiririca, que pode ser arrancada pela raiz, envenenada, queimada, no entanto, uma única batata que fica escondida debaixo de um torrão, faz a peste vicejar.
A mente brilhante de Raul Seixas nos alerta, somos iguais às moscas, nem o mais forte veneno as exterminam, quando se mata uma, logo aparece alguma outra para substituir aquela que foi tombada. Seria importante que todas as mentes tivessem a consciência de que tudo que pode ser aplaudido, também pode ser vaiado.
Não podemos jamais cometer o erro de nos acharmos unanimidade.
Pensemos nisso.
Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA
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