Sobretudo quando há um background histórico forte, é verdade. Locais que foram palco de maus tratos do período escravocrata; pontos onde foi lançada a pedra fundamental de uma cidade inteira; a habitação de um frei franciscano bondoso que, entretanto, parece não ter se convencido de passar para o além-túmulo.
Enfim, certamente é difícil ignorar o peso da História e dos contos populares — como mostram alguns dos locais mais assombrados do Brasil. (Aviso: o redator não se responsabiliza por possíveis vultos vislumbrados durante a leitura desta matéria).
Mercado Modelo, Salvador (BA)
Quem trabalha no Mercado Modelo, em Salvador (BA), garante que os túneis utilizados pelo estabelecimento para o armazenamento de bebidas são assombrados — com gritos e pedidos de socorro reverberando através dos subterrâneos. Os moradores da região afirmam que isso se deve ao fato de o local ter sido utilizado para trancafiar escravos vindos da África durante o período escravocrata do Brasil.
Há quem diga que os candangos que trabalharam para erguer Brasília ainda andam ali pelo local — sendo encontrados, volta e meia, em pontos variados da cidade. Ademais, dizem que o próprio padroeiro da urbe pode ser visto pelos arredores da Ermida de Dom Bosco.
O Cavaleiro de Jaraguá, Jaraguá (GO)
Diversos moradores de Jaraguá (GO) garantem que há na Rua das Flores uma casa lotada de assombrações. Na verdade, não apenas a casa, mas todo o quarteirão parece representar alguma predileção das almas penadas do local. São barulhos de cavalo marchando durante a noite e também o tilintar de esporas.
Mas existe pelo menos um habitante fixo na referida casa, entretanto. Trata-se de um misterioso cavaleiro com trajes antigos que, volta e meia, pode ser encontrado a cavalo dentro do edifício.
Árvore Gameleira, Rio Branco (AC)
Quando chegou pela primeira vez ao local em que fundaria, juntamente com outros pioneiros, a cidade de Rio Branco, Neutel Maia uma gameleira centenária como um ponto de apoio para o seu acampamento. Os elementos estão todos aí, é claro, e há quem diga que o fundador pode ser encontrado nos arredores da árvore.
O Frei Fantasma, Vila Velha (ES)
Eis aqui um curioso exemplo de um espírito nobre que, por algum motivo, ainda parece ter negócios por resolver deste lado da vida. O frei franciscano Pedro Palácios viveu por muitos anos no Convento da Penha, sendo conhecido por sua natureza filantrópica e por seu voto de pobreza. Quem visita o convento garante que o bom sacerdote ainda pode ser encontrado vagando por lá.
Pedra do Guindaste, Macapá (AP)
Há em Macapá (AP), ao lado do Trapiche Eliezer Levy, um monumento erguido em memória das pessoas mortas em um naufrágio ocorrido durante a década de 1940. Trata-se da “Pedra do Guindaste”, em que há também uma imagem de São José. Diz-se que, caso o bloco de concreto seja retirado dali, as águas acabarão por tomar toda a cidade. Além disso, também não faltam relatos de que pode ser encontrado ali o espírito de uma mulher morta no naufrágio convenientemente, as aparições ocorrem apenas à noite.
A Rainha do Maranhão, São Luís (MA)
Ao abandonar suas raízes pobres e se tornar uma mulher poderosa em São Luís (MA), dizem que Ana Jensen se tornou notória pela crueldade com que tratava seus escravos — por exemplo, abandonando-os no fundo de um poço para que agonizassem até a morte. Embora tenha morrido em 1869, conta-se que o espírito da matriarca ainda pode ser encontrado em uma carruagem que, eventualmente, desponta nas proximidades de Praia Grande.
Fazenda Capão Bonito, Sirolândia (MS)
A Fazenda Capão Bonito, em Sirolândia (MS), é um daqueles locais recheados de barulhos estranhos, gemidos, lamentos etc. Quem já passou por lá garante que os utensílios da cozinha parecem ter vida própria. O background: em 1935, uma mulher teria se suicidado dentro da casa, de forma que o seu espírito permanece por ali até hoje, por conta de assuntos pendentes.
Casa em Buriti dos Lopes, Buriti dos Lopes (PI)
Em uma casa simples na rua Tiradentes, em Buriti dos Lopes (PI), reside uma senhora idosa que, dizem, já perdeu quase todos os seus bens — já que estes têm o péssimo costume de sair voando pela casa até se espatifarem na parede mais próxima. Não encontrando paredes, entretanto, dizem que alguns deles já acabaram saindo pela janela e terminando na calçada.
Ana Maria do Couto, Cuiabá (MT)
Ana Maria do Couto era conhecida na Cuiabá (MT) da década de 1940 por seu desempenho exemplar em política e comunicação, sendo também uma apoiadora incondicional dos esportes. Entretanto, ao desenvolver câncer 30 anos depois, ela acabaria por sofrer demasiadamente antes da sua morte — o que, dizem, explica os gritos de dor ouvidos nas proximidades de sua antiga casa e também no ginásio da cidade.
O fantasma de Bento Gonçalves, Triunfo (RS)
Na casa em que nasceu Bento Gonçalves, um dos líderes da Revolução Farroupilha, funciona hoje um museu em que são expostos revólveres, uniformes, garruchas e por aí vai. Entretanto, há quem diga que a alma do guerrilheiro ainda pode ser encontrada vagando pelos corredores do local.
A cidade fantasma, Fordlândia (PA)
Em 1920, Henry Ford, um dos maiores empreendedores da História, comprou terras às margens do Rio Tapajós. A ideia era cultivar seringueiras para que Ford pudesse produzir a própria borracha utilizada nos pneus de seus carros. Para tanto, toda uma cidade foi construída no local, a fim de abrigar as pessoas que trabalhariam na empreitada.
Entretanto, ao fim da Segunda Guerra Mundial, o projeto acabou abandonado... Restando no local apenas uma cidade fantasma e relatos de que o local é assombrado.
O Solar das Sete Mortes, Bahia (BA)
Há na Bahia um casarão assombrado por excelência. E também por motivos históricos. Conta-se que no século XVIII uma escrava da família residente envenenou seus patrões e filhos como forma de vingança. Há também registros comprovados da morte do Padre Manuel Pereira. Seja qual for o motivo, fato é que muita gente diz ter ouvido passos, portas que se abrem e se fecham sozinhas e também algumas aparições enevoadas no local.
Castelinho do Flamengo, Rio de Janeiro (RJ)
O Castelinho do Flamengo, no Rio de Janeiro (RJ), foi construído no final do século retrasado, onde residia uma garota chamada Maria de Lourdes, juntamente com seus pais. Após a morte trágica destes, entretanto, Maria teve a guarda assumida por um tutor. Bem, ocorre que, além de roubar os bens da menina, o sujeito ainda a tratava de forma execrável.
Como resultado, há quem diga que o fantasma de Maria ainda pode ser ouvido no local — seja por meio de ruídos inexplicáveis ou de risos fantasmagóricos.
O edifício Joelma, São Paulo (SP)
O edifício Joelma (posteriormente renomeado para edifício Praça da Bandeira), em São Paulo (SP), protagonizou uma das maiores tragédias já registradas em território nacional. Em 1º de fevereiro de 1974, um incêndio no local matou 191 pessoas e deixou 300 outras feridas. Entretanto, antes mesmo da construção do prédio, conta-se que um professor de nome Paulo Camargo havia assassinado sua mãe e suas irmãs no local — tendo se suicidado pouco depois.
Naturalmente, isso foi mais do que o suficiente para provocar comentários de que o local encerra algum tipo de maldição. Há quem diga que o motivo deve ser o fato de que até o final do século XIX havia ali um pelourinho (local destinado ao castigo público de criminosos).
O Leprosário de São Francisco do Sul (SC)
A bela e bastante antiga cidade de São Francisco do Sul (SC) abriga inúmeras ruínas e, ao redor delas, diversos relatos de assombrações e fenômenos paranormais variados. O local mais contemplado por essas histórias, entretanto, é o antigo leprosário da cidade — para onde eram enviados pacientes de todo o Sul do Brasil. Localizado na Praia do Forte, o local normalmente é associado a sensações negativas, dores de cabeça, aparições inexplicáveis, lamúrias e pedidos de socorro.
O Fantasma de Lampião, Mossoró (RN)
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Lampião |
A História conta que em 1927, ao tentar invadir Mossoró, no Rio Grande do Norte, tanto Lampião quanto seu bando foram escorraçados da cidade — conforme a decisão dos moradores de que defenderiam suas propriedades. Para rememorar o ocorrido, foi construído no local o Museu da Resistência. Há quem diga, entretanto, que Virgulino jamais conseguiu engolir muito bem a derrota vexante e que, por conta disso, até hoje assombra os moradores de Mossoró.
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