O ruralista Ricardo Salles foi indicado, neste domingo, por
Jair Bolsonaro para o Ministério do Meio Ambiente. Para Observatório do Clima,
Salles “é o homem certo no lugar certo” já que o presidente eleito demonstrou
que não valoriza as questões ambientais e seu indicado pensa e age do mesmo
modo. Fundador do Endireita Brasil, o futuro ministro defendeu, em sua
frustrada campanha para deputado federal, a eliminação esquerda.
O então secretário de Meio Ambiente de São Paulo é também presidente do movimento Endireita Brasil. |
Último ministro indicado para a equipe de Bolsonaro, Ricado
Salles foi Secretário Estadual de Meio Ambiente de São Paulo no governo de
Geraldo Alckmin. Como secretário, alterou de maneira ilegal o plano de manejo
na área de proteção ambiental Várzea do Tietê para beneficiar empresários – o
que levou a Justiça paulista torná-lo réu em um processo por improbidade
administrativa.
"É o homem certo no lugar certo. O presidente eleito,
afinal, já deixou claro que enxerga a agenda ambiental como entrave e que
pretende desmontar o Sistema Nacional de Meio Ambiente para, nas palavras dele,
'tirar o Estado do cangote de quem produz'. Nada mais adequado do que confiar a
tarefa a alguém que pensa e age da mesma forma", lamentou em nota a
coordenação do Observatório do Clima, uma rede brasileira de ONGs e movimentos
sociais sobre mudanças climáticas. Ainda
segundo o Observatório do Clima, ao nomeá-lo Bolsonaro faz exatamente o que
prometeu na campanha e o que planejou desde o início: subordinar o Ministério
do Meio Ambiente ao Ministério da Agricultura.
"Se por um lado contorna o desgaste que poderia ter com
a extinção formal da pasta, por outro garante que o MMA deixará de ser, pela
primeira vez desde sua criação, em 1992, uma estrutura independente na
Esplanada. Seu ministro será um ajudante de ordens da ministra da
Agricultura".
"O ruralismo ideológico, assim, compromete o
agronegócio moderno – que vai pagar o preço quando mercados se fecharem para
nossas commodities", adverte a carta do Observatório.
Um nome da extrema-direita
Ricardo Salles é também mais um nome de profundas convicções
direitistas. É um dos fundadores e presidente do Movimento Endireita Brasil,
foi candidato a deputado federal pelo Novo. Segundo matéria do The Intercept
Brasil, Salles postou nas redes sociais, antes do início da campanha deste ano,
um vídeo em que falava sobre o movimento que preside e apresentava seu
currículo. “Tratava-se claramente de uma peça de campanha eleitoral disfarçada,
feita para driblar a legisl
ação eleitoral, que proíbe propaganda extemporânea”, afirmou
João Filho, em The Intercept.
Numa peça de campanha (imagem ao lado), Salles, que usou o
número 3006 – uma referência ao calibre de bala 36 – incitava o crime contra “a
esquerda e o MST”. Pouco antes de ser exonerado da Secretaria de Meio Ambiete
de São Paulo, o futuro ministro mandou
retirar um monumento em homenagem a Carlos Lamarca no Parque Estadual de
Jacupiranga, na região do Vale do Ribeira. O ruralista, portanto, estará no
“lugar certo, junto a outros personagens de extrema-direita que comporão o
ministério de Jair Bolsonaro, que o indicou cumprindo o compromisso com os
ruralistas de não lhes criar dificuldades por questões ambientais.
Do Portal Vermelho, com informações da RBA e do Observatório do Clima
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