O presidente Michel Temer disse não acreditar que os
esforços de seu governo para expandir a influência comercial do Mercosul serão
perdidos no governo de Jair Bolsonaro. Em conversa com jornalistas em
Montevidéu, o presidente disse que as revisões no bloco são constantes e que
essas revisões, segundo ele, não são feitas como oposição ao Mercosul.
“Acho que o presidente Bolsonaro poderá promover com sua
equipe uma revisão do Mercosul, pleitear essa revisão. Volto a dizer que ela se
faz com certa frequência, de modo que não significa oposição ao Mercosul. Quem
sabe um apoio ao Mercosul, renová-lo”, disse o presidente em conversa com
jornalistas ocorrida hoje (18) durante a 53ª Cúpula dos Chefes de Estado do
Mercosul e Estados Associados.
Ainda na noite de 28 de outubro, quando a vitória de Jair
Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial foi confirmada, o seu futuro
ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o Mercosul não seria uma
prioridade para o Brasil. Porém, dias depois da declaração de Guedes, Bolsonaro
ressaltou que a mudança será para evitar o “viés político” nas negociações.
Abertura a outros blocos
Temer exaltou o avanço em negociações internacionais do
bloco. O presidente também disse aos jornalistas que isso se deveu à “abertura
completa” do Mercosul, com destaque para a aproximação entre o Mercosul e a
Aliança do Pacífico, bloco formado por México, Chile, Colômbia e Peru.
De acordo com o presidente, essa abertura maior aos
diferentes mercados caminhou lado a lado com uma política semelhante adotada
pelo Brasil. “A Organização Mundial do Comércio revelou que o Brasil, no ano de
2018, foi o país que mais abriu para facilitação de comércio em todo o mundo.
Foi importante para o nosso país e importante para o Mercosul”.
Ontem, em discurso no Palácio do Planalto, Temer declarou
ser impossível aplicar qualquer isolacionismo político ou econômico nos dias de
hoje. “No fenômeno da globalização, seria impossível qualquer isolacionismo de
natureza política, econômica. É por isso que nós temos falado ao longo do tempo
do multilateralismo, a ideia da universalização das nossas relações em todos os
campos”.
Via - Jornal GGN
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